- anteontem
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NotíciasTranscrição
00:01Com a participação de líderes empresariais e diversas autoridades, a Cúpula do BRIC se reuniu no Rio de Janeiro para o mais importante encontro político e econômico do bloco neste ano.
00:13No centro das discussões, temas como saúde, mudanças climáticas e inteligência artificial tinham como objetivo fortalecer o multilateralismo e a agenda de desenvolvimento dos países membros.
00:27O encontro chamou a atenção do presidente norte-americano Donald Trump, que ameaçou países alinhados ao BRICS e reiterou a intenção de taxar o bloco em 10% sob a justificativa de prejuízos aos Estados Unidos.
00:43Segundo Trump, o BRICS tenta destruir o dólar para que outro país assuma a posição e torne sua moeda o novo padrão.
00:53O presidente Lula reagiu à ameaça.
00:55Nós somos países soberanos, não aceitamos intromissão de quem quer que seja nas nossas decisões soberanas, do jeito que nós cuidamos do nosso povo e nós defendemos o multilateralismo porque foi o sistema que depois da segunda guerra mundial permitiu que o mundo chegasse a um estado de harmonia que está sendo deformado hoje com o surgimento do extremismo.
01:23O Visão Crítica desta noite discute os avanços nas relações do BRICS e as repercussões do encontro no Brasil, além dos impactos das declarações de Trump e os riscos do protecionismo norte-americano para países em desenvolvimento econômico.
01:40Olá, estamos começando o Visão Crítica de hoje, tendo como convidados o professor Marcos Vinícius de Freitas,
02:03professor visitante da Universidade de Relações Internacionais da China, o professor Valdir Bezerra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Estatal de São Petersburgo, na Rússia,
02:17e pesquisador do Grupo de Estudos sobre o BRICS, na USP da Universidade de São Paulo,
02:22e a professora doutora Juliana Inhas, professora e coordenadora de Economia do INSPER.
02:27Agradeço vocês terem aceito o nosso convite e começo com o professor Marcos Vinícius.
02:33Professor, na sua avaliação, a reunião do BRICS aqui no Brasil, ela teve êxito, foi um fracasso,
02:41a ausência do presidente da China prejudicou os resultados concretos da reunião,
02:47a ausência do presidente da Rússia, por razões conhecidas tendo em vista o Tribunal Penal Internacional,
02:52ele não pode, ele teria, receberia a ordem de prisão, pois o Brasil é signatário desse tratado.
02:59Em síntese, deu-se um passo à frente, manteve-se no mesmo lugar, foi ruim, não avançou, qual é a sua opinião, professor?
03:09Eu acredito, professor, vir aqui, o fato de nós termos novos entrantes no BRICS,
03:17e o fato de haver aí uma quantidade enorme de países que querem fazer parte do BRICS,
03:23denota o fato de que é um bloco importante e que vem constantemente se materializando e se fortalecendo nesse sentido.
03:34Podemos esquecer que essa foi a 17ª reunião e nós vemos aí que, claro, aqui e ali haverá disputas entre alguns assuntos,
03:42porque o BRICS tem, diferentemente do G7, uma diversidade muito maior.
03:48Eu falo que o BRICS é africano, ele é latino-americano, ele é euro-asiático e ele reflete também a diversidade religiosa até do mundo,
03:58que é diferente do G7, que é a exceção do Japão, tem toda uma característica muito comum.
04:02Então, eu acho que o bloco vem se forçalecendo neste processo.
04:07E, claro, que a ausência do presidente Putin era esperada, afinal, nós já sabíamos que isso poderia virar no Brasil um verdadeiro carnaval,
04:17diante da situação e da polarização que existe no país.
04:22E, no caso do presidente Xi Jinping, o que nós vimos é de que ele já havia conversado com o presidente Lula,
04:26mandou aqui o seu representante para o país e, efetivamente, o que nós vemos é que a China tem investido muito no BRICS,
04:36com uma preocupação, e até escrevi recentemente, uma preocupação de não transformar o BRICS naquele G77,
04:44justamente com uma agenda clara.
04:45E é por essa razão que o BRICS precisa agora, nas próximas movimentações,
04:50dar aí uma formatação melhor para o bloco, com relação ao secretariado, à estrutura.
04:58Isso é uma coisa que falta.
05:00Mas é claro que, também, nesse momento, nós não podemos esquecer que também não se daria um palco muito grande para a Índia,
05:08porque a Índia não é, diferentemente dos outros atores, um ator global, como a gente vê na Rússia e na China.
05:15Então, essa é uma estrutura que nós vamos observando nesse processo todo.
05:19Mas eu acredito que o resultado é muito positivo.
05:23Professor Valdir Bezerra, o caso da Rússia, o professor estudou lá,
05:29nós até estávamos conversando antes do programa sobre isso,
05:32é natural e explicável, não, presença do presidente Putin.
05:36Mas a relação da Rússia com o BRICS tem sido prejudicada pela guerra da Ucrânia,
05:45que é uma questão que já se estende há três anos, ninguém imaginaria a longevidade desse conflito.
05:52Como é que, na sua perspectiva, a Rússia está se relacionando com o BRICS, que ela é um membro fundador, vale lembrar, né?
05:58É importante dizer que a gênese do BRICS teve lugar justamente na Rússia, em 2009, na cidade de Ekaterimburgo.
06:09Então, para a Rússia em particular, o BRICS é um grupo muito importante.
06:14Ele é um grupo que advoga pela multipolaridade nas relações internacionais
06:20e é um discurso que a Rússia vem fazendo desde a segunda metade da década de 90.
06:28Teve um documento assinado, inclusive, pela China e pela Rússia, em 97,
06:34que já falava sobre as intenções desses dois países de promoverem o mundo multipolar.
06:40E o BRICS é um grupo que tem esse discurso.
06:42Não somente isso, mas o BRICS é um grupo que impediu com que a Rússia fosse isolada
06:48do ponto de vista internacional.
06:51Então, depois da guerra na Ucrânia, se falou muito sobre esse processo
06:56de tentar isolar a Rússia politicamente, diplomaticamente,
07:00mas isso acabou não acontecendo, em parte, pela participação da Rússia nos BRICS.
07:05E, no ano passado, na cúpula de Kazan, foi a primeira reunião dos BRICS,
07:11já no seu formato ampliado, com 10 países-membros, agora 11 com a entrada da Indonésia.
07:17Então, o relacionamento da Rússia com os BRICS continua muito forte
07:21e a importância dos BRICS para a Rússia continua também muito preponderante.
07:27Professora Juliana, e o Brasil nessa história toda?
07:31É muito importante a gente relembrar, né?
07:35A reunião aqui no Brasil era considerada muito importante para o próprio governo.
07:39Alguns analistas, ou até por razões da política interna,
07:43que acabam contaminando uma análise um pouco mais ponderada
07:47dessas questões de relações internacionais,
07:49disseram, ah, foi um fracasso porque não veio o presidente chinês.
07:53A declaração final foi muito ruim, muito fraca, tal.
07:57Tem uma série de...
07:57E outros dizem, não, isso não é um elemento fundamental.
08:00Na opinião da professora, como é que ficamos em termos de Brasil?
08:04Bom, Vila, acho que a gente tem uma percepção, claro,
08:07de que a cúpula, assim como outras cúpulas,
08:10ela vem muito no sentido de levantar alguns assuntos
08:13que são importantíssimos nessa geopolítica.
08:16Acho que é difícil a gente imaginar que grandes ações concretas
08:20sairiam dessa cúpula.
08:22Primeiro porque a gente tem, como os meus colegas aqui já falaram,
08:25uma diversidade muito grande dentro do BRICS,
08:28inclusive de pensamentos e objetivos, interesses.
08:32A gente tem uma China ali dentro e uma Rússia,
08:34mas a gente tem outros tantos países pequenos
08:37que, de alguma forma, também enxergam que estar no BRICS
08:40traz outras vantagens que não são só um comércio multilateral
08:45ou uma alternativa diferente de comércio aos eixos
08:49que já estavam estabelecidos, especialmente com a América
08:53e com o que o pessoal está chamando de Ocidente.
08:56Então, no final das contas, a gente tem, claro,
08:59dentro dessa reunião, pontos positivos.
09:02Acho que a gente mostra que o BRICS veio para ficar,
09:04Então, existe uma importância grande desse bloco
09:08num posicionamento frente a, claro, questões que incomodam.
09:11A gente está falando de um grupo muito diferente do G7
09:14e é justamente para isso que o BRICS vem,
09:17para ser uma alternativa a um bloco como o G7.
09:21Mas, ao mesmo tempo, existem outras tantas questões.
09:23A gente está falando de países, e aí no caso especificamente do Brasil,
09:26que tem as suas particularidades.
09:29E a gente não pode esquecer que, diferente de outros países
09:31países que estão ali no BRICS, países menores,
09:33o Brasil tem um protagonismo, claro, nem de perto, talvez a China e Rússia,
09:39mas tem um protagonismo específico.
09:42E a gente depende muito de outras economias,
09:44como a própria economia americana.
09:46Então, acho que para o Brasil, o que aparece muito nesse momento,
09:49e o que fica de sinal, é que apesar da gente ter,
09:52e, claro, faz muito sentido estar dentro do BRICS e confirmar as pautas do BRICS,
09:58a gente também tem que tomar muito cuidado,
10:00porque as nossas posições podem piorar, inclusive, o ambiente interno.
10:04E isso ficou muito claro, inclusive, no próprio documento final.
10:07Não se cita o Trump diretamente, o presidente Donald Trump.
10:11Existe, claro, toda uma percepção de que ele está ali,
10:14naquele documento final, mas existe todo um cuidado,
10:17porque a gente sabe que essas relações para o Brasil hoje são muito caras,
10:21são muito importantes.
10:23Manter essa política de boa vizinhança para o Brasil ainda faz muito sentido.
10:28Tentar manter o pé de um lado, parcerias com, claro, países como os Estados Unidos,
10:32mas também manter o pé do outro lado,
10:34tentando reforçar a importância desse bloco,
10:37que aparentemente vai crescer, vai tomar protagonismos muito maiores daqui para frente.
10:43Perfeito.
10:43Professor Marcos Vinícius de Freitas,
10:46Vocês tocaram rapidamente, o senhor também,
10:50a entrada, originalmente, era Brasil, Rússia e ainda a China.
10:55Aí veio a África do Sul.
10:57E agora a inclusão de muitos membros muito dispares.
11:02Eu não entendi, inclusive, alguns deles,
11:04qual a razão de fazer parte do BRICS.
11:07Quer dizer, entendo que eles queriam fazer parte,
11:11mas eu não sei se isso não perdeu uma certa homogeneidade inicial de quando foi criado.
11:16Não sei se estou correto ou não.
11:18Na opinião do senhor, essa entrada dos novos membros ajuda o fortalecimento do BRICS.
11:23Há um perigo, o senhor lembrou o caso do G77,
11:26para muitos que nos acompanham.
11:29Vocês colocam lá num site de busca,
11:31que era um grupo muito conhecido à época.
11:34Não é também a Conferência dos Países Não Alinhados,
11:37voltar a Bandung em 1955 na Indonésia.
11:40Nada disso.
11:41É uma outra coisa, porque nós vemos um outro momento da história
11:44em que o eixo econômico se transfere para a região Ásia Pacífica,
11:47o eixo econômico do mundo.
11:49Na sua opinião, essa entrada dos novos membros,
11:51é benéfico ou não?
11:52Eu acredito, professor Vila, que reflete a diversidade do mundo.
11:57E nós temos ali algumas coisas muito interessantes.
12:00Por exemplo, a aproximação de Etiópia com o Egito.
12:07Tem problemas ali enormes na questão do Nilo,
12:10que quase que leva à guerra, muitas vezes,
12:12e a oportunidade de colocar esses dois
12:14para conversarem do ponto de vista de aproximação econômica.
12:19Nós temos a entrada do Irã e da Arábia Saudita,
12:22que está ainda meio cambaleando,
12:24mas o acordo que a China logrou no passado
12:27entre a Arábia Saudita e Irã também é inédito.
12:31Então, é uma aproximação importante.
12:33Trazer os países produtores de petróleo
12:35também é importante para o bloco ter uma relevância econômica
12:39cada vez maior,
12:40porque o petróleo ainda é o grande fator de energia do mundo.
12:46Por que vem a Indonésia?
12:47Bem, se nós pensarmos em Indonésia,
12:48é o maior país islâmico do mundo.
12:50Neste processo todo.
12:52Então, a gente vai notando que esta diversidade,
12:55que é a heterogênea,
12:58é um objetivo muito diferente do G7,
13:01que tem as suas diversidades internas.
13:04Nós podemos falar o que quisermos,
13:05mas a economia dos Estados Unidos
13:06é muito maior do que a dos outros países.
13:09É a mesma coisa que, às vezes, falam.
13:10Não, mas a economia chinesa é muito maior
13:12que a dos outros membros do BRICS.
13:14É a mesma situação no G7.
13:15Isso também acontece.
13:16Mas a heterogeneidade do BRICS
13:19é o reflexo que quer se dar
13:21efetivamente num ambiente de multilateralismo.
13:25Então, esta que é, eu acho, o cerne fundamental.
13:29Tanto é que, se nós pensarmos
13:30naquele momento de constituição do BRICS,
13:32em que se trouxe a África do Sul,
13:35não se trouxe a África do Sul
13:36porque era a maior economia da África.
13:38A maior economia da África nem a Nigéria.
13:40Então, por que se escolheu a África do Sul?
13:42Porque, por causa do histórico da África do Sul,
13:45pela heterogeneidade da África do Sul.
13:48Podemos esquecer que Mandela era
13:50de uma família real dentro do contexto
13:52dos vários reinos que compõem a África do Sul.
13:54Eles chamam de Rainbow Nation,
13:56a nação do arco-íris.
13:57Então, reflete muito daquilo que é a África.
14:00É por essa razão que nós observamos
14:02que esta heterogeneidade,
14:04que é a grande diversidade,
14:06é que pretende ser uma marca do bloco.
14:09Então, por essa razão que é importante
14:11a gente analisar isso.
14:11E também levar em consideração
14:13alguns aspectos regionais.
14:15Na ocasião, o Brasil insistiu equivocadamente,
14:19depois nós vimos isso,
14:20pela Argentina.
14:23Porque o Brasil errou naquele contexto
14:26ao confundir ideologia
14:29com a fundamentação do bloco.
14:34Queríamos trazer a Argentina
14:35naquele momento político,
14:37sem levar em consideração
14:38que talvez fosse muito mais interessante
14:40para o BRICS
14:41se atraísse algum outro país da região,
14:44com o qual nós poderíamos ter
14:45um relacionamento comércio muito maior.
14:47Como o Chile, que poderia entrar,
14:49o Peru, pelo qual nos interessa
14:51ter uma travessia para o Pacífico.
14:53Então, o problema, muitas vezes, nosso
14:56é querer ideologizar muito essas questões.
15:00Quando o objetivo é,
15:01quanto mais heterogêneo,
15:03mais multilateral,
15:04mais forte o bloco será.
15:07Interessante essas questões.
15:08Lembrando aqui, nos acompanha,
15:09não sei se estou certo,
15:10se me corrijo,
15:11a Nigéria é o país mais populoso da África.
15:15E a gente esquece da Nigéria.
15:16Por isso que hoje,
15:17nós estamos lembrando,
15:18ela foi tocada aqui na Índia,
15:20eu vou voltar a falar da Índia,
15:21porque no Brasil nós falamos de tudo
15:23e parece que a Índia fica em Marte.
15:25E é uma economia que tem um crescimento
15:27tão rápido nos últimos anos,
15:29era a sétima, a sexta, a quinta, a quarta.
15:32Ela está numa corrida extremamente importante
15:35e tem essas particularidades
15:37que já foi destacada aqui.
15:38Ela não tem essa presença geopolítica
15:41que os outros têm.
15:43Um dia, será que terá?
15:45Não sei.
15:45Isso não é o que eu gostaria de pensar
15:47na questão do Oceano Índio.
15:48Como é que fica?
15:49Tem o velho problema com o Paquistão,
15:51sabemos, mas é complicado.
15:52Mas vamos colocar,
15:54professor Valdir Bezerra,
15:55a questão da Rússia.
15:57A Rússia, claro,
15:58ela está amarrada pelo conflito da Ucrânia
16:01e cria uma série de dificuldades no momento.
16:05O que chama a atenção?
16:06A guerra com a Ucrânia,
16:08de alguma forma,
16:09a Rússia foi favorecida pela existência do BRICS?
16:11Eu pergunto nesse seguinte sentido.
16:13Evidentemente, não sou doido
16:15de achar que o BRICS é que levou à guerra,
16:17nada disso.
16:18Eu estou dizendo que a Rússia
16:19faz parte desse bloco econômico
16:21e, de alguma forma,
16:23isso acabou favorecendo a Rússia
16:24no momento de severas sanções econômicas
16:27do chamado Ocidente.
16:29Favoreceu a Rússia, sim.
16:30Favoreceu, no primeiro sentido,
16:32por conta de que a Rússia acabou
16:33não sendo isolada internacionalmente,
16:36como também tinha trazido
16:37na minha primeira intervenção.
16:39E a Rússia,
16:40como até a professora Juliana
16:41bem colocou,
16:42a Rússia e a China
16:43são considerados,
16:44por quem olha o BRICS de fora,
16:47como os principais líderes
16:48desse agrupamento.
16:50Justamente porque eles são
16:51grandes potências,
16:52Rússia e China,
16:53e porque esses dois países
16:54também ocupam uma posição
16:55de membro permanente,
16:57cadeira cativa,
16:58no Conselho de Segurança
16:59das Nações Unidas.
17:00Então, eles têm mais
17:01atributos de poder.
17:03E a Rússia interpretou
17:04como uma vitória
17:05a expansão dos BRICS,
17:07que é um grupo
17:08dentro do qual
17:09ela é considerada
17:10como uma liderança.
17:12Então,
17:12a cúpula de Kazan,
17:14a ampliação dos BRICS,
17:15o fato de que a Rússia
17:16não se sentiu isolada,
17:18internacionalmente,
17:19por conta do bloco,
17:20e uma das pautas
17:22que a Rússia trouxe
17:23para o bloco dos BRICS,
17:25que é um trem
17:26que já partiu da estação
17:27e começa a ganhar
17:28velocidade e tração,
17:31é a pauta
17:32da desdolarização
17:33da economia global.
17:35Isso.
17:35Que é uma questão
17:36que a Rússia defende muito,
17:38porque a Rússia
17:38foi bastante sancionada
17:40pelas instituições ocidentais,
17:42que ela acusa
17:43de terem sido utilizadas
17:44politicamente.
17:46E essa pauta
17:47da desdolarização
17:48foi abraçada
17:49pelo chamado
17:50Sul Global,
17:51e tanto é que
17:52a Rússia,
17:53o comércio Rússia e China
17:54já é feito
17:55em 90%
17:56de moedas locais,
17:57e entre Rússia e Índia
17:58é mais de 70%
18:00já realizado
18:01em rublo e rúpia.
18:03E essa pauta
18:05é uma pauta
18:06que a Rússia
18:06considera muito importante
18:07e que o BRICS
18:08passou a considerar
18:09muito importante também,
18:10o que é bastante interessante
18:11nesse contexto
18:11de tensão geopolítica
18:14que a gente vive hoje.
18:16A senhora Juliana
18:17justamente pegando
18:18o gancho
18:19tanto do Marcos Vinicius
18:20como do Valdir
18:21sobre
18:22o que significa
18:24o BRICS hoje.
18:25E a professora
18:26destacou que
18:27no caso do Brasil,
18:28pelas nossas relações
18:29históricas
18:30com os Estados Unidos,
18:32e a importância
18:33que tem
18:33essas relações
18:34e agora
18:35com uma presidência
18:36que é sempre
18:37uma surpresa
18:38a cada dia
18:39com o presidente Trump,
18:40é difícil ter
18:41previsibilidade.
18:42E não há nada
18:43pior em diplomacia
18:44e em economia
18:45como falta
18:45de previsibilidade.
18:46isso é terrível.
18:49Mas isso está ocorrendo,
18:50basta ver
18:50as últimas declarações,
18:52agora inclusive
18:52do presidente Trump
18:53sobre a guerra
18:54Rússia-Ucrânia.
18:55Bem,
18:55no nosso caso,
18:57como é que
18:58a gente tem
18:59uma relação,
19:00claro,
19:00o nosso maior
19:01parceiro comercial
19:01já faz algum tempo
19:02é a China,
19:03para surpresa
19:04de muitos.
19:05Se alguém falasse isso
19:06no final do século passado
19:07ia achar que essa pessoa
19:08estava falando
19:09uma enorme bombagem.
19:10E isso acabou
19:11ocorrendo.
19:12Como é que fica?
19:13quer dizer,
19:14nós temos sempre,
19:15nós temos uma situação
19:17diferente que a Rússia.
19:18Ela tem uma presença
19:19no mundo
19:20e aí como herdeira
19:21na nossa soviética
19:22muito grande.
19:23E antes,
19:24ainda na época
19:24do Império Tizarista,
19:25uma presença grande
19:26na Ásia e na Europa.
19:28O caso da Índia
19:29é um país
19:30muito novo,
19:31né?
19:32E já tem
19:33outras relações.
19:34O caso da China,
19:35bem esse,
19:36já tem uma
19:37história
19:38de milênios.
19:39Nós,
19:40a África do Sul
19:40tem as suas particularidades
19:42com o fim do Apartheid
19:43historicamente
19:45há pouco tempo.
19:46Agora,
19:46nós,
19:46nós é um caso
19:47diferente,
19:48o caso do Brasil,
19:48né?
19:49Então,
19:49como é que nós
19:50nos posicionamos?
19:51A senhora bem destacou,
19:52tem os Estados Unidos
19:53ali,
19:53a declaração
19:54tinha de falar do Trump
19:56sem citá-lo,
19:57insinuar e tal.
19:58Nós temos uma situação
20:00muito complicada.
20:01Foi lembrada
20:01a tentativa
20:02de colocação
20:03da Argentina,
20:03que é muito bem lembrada
20:05pelo professor Marcos
20:06e foi um fracasso.
20:07E ainda bem,
20:07né?
20:08Você imagina
20:08se tivesse entrado
20:09como é que fica isso?
20:11Desculpe a longa
20:12peroração,
20:13mas é que eu quis
20:14só citar para quem
20:15nos acompanha.
20:16Acho que o Brasil
20:17é um bicho ali
20:18um pouco diferente
20:19desses grandes,
20:21dessas grandes potências,
20:22né?
20:22A gente está ali
20:23figurando entre os
20:24grandes países
20:24que fazem parte
20:25do BRICS,
20:26mas a gente tem
20:26particularidades,
20:27né?
20:28É diferente da China
20:29que está numa dianteira,
20:30né?
20:30E como você falou,
20:31três décadas fizeram
20:33com que a China
20:33virasse o jogo
20:34de uma forma
20:34impressionante,
20:35né?
20:36A China hoje
20:37corre nessa
20:38atrás,
20:40né?
20:40Da economia
20:41americana.
20:42A gente não sabe ainda
20:43direito quando ela
20:44vai à frente,
20:46né?
20:46Pelo menos
20:46economicamente.
20:48Acho que politicamente
20:48existem outros desafios,
20:50regimes diferentes
20:51que precisam ser
20:52questões que precisam
20:53ser consideradas,
20:54mas economicamente
20:55acho que a gente
20:56não tem dúvida
20:56de que China logo
20:57passa em algum momento
20:59a economia americana.
21:00Da mesma forma,
21:01a Rússia tem
21:02um poder estratégico
21:03ali onde está.
21:04O Brasil,
21:05ele é um bicho
21:05um pouco diferente,
21:06né?
21:06Porque ele,
21:07de alguma forma,
21:08mantém relações
21:08positivas com todos
21:10esses países,
21:11mas também com a
21:11economia americana.
21:12Hoje busca uma
21:13alternativa também
21:14junto à economia
21:15europeia, né?
21:16Então, acho que o Brasil
21:17nessa história,
21:19apesar dele defender
21:20um multilateralismo,
21:21o que faz muito
21:22sentido, né?
21:23Porque a própria
21:24essência do bloco
21:25foi para isso
21:25que o BRICS foi criado,
21:27mas o Brasil hoje
21:28ele joga muito mais
21:29numa alternativa
21:30bilateral do que
21:30multilateral, né?
21:32Então, para o Brasil
21:32é importante sim
21:33estar no bloco,
21:34porque ele traz
21:35um tanto dessa
21:36história,
21:37dessa carga latina,
21:39né?
21:39É o país que representa
21:40claramente a América Latina,
21:42né?
21:43Tem uma relevância
21:44importante dentro
21:45desse jogo,
21:46mas é um país
21:47que tem essas
21:48características muito
21:49específicas, né?
21:49É um país que precisa
21:51desse bilateralismo,
21:52porque as relações
21:54multilaterais,
21:55por mais que sejam
21:56interessantíssimas,
21:57e na teoria
21:57são o ponto que a gente
21:58realmente gostaria de chegar,
22:00elas são difíceis
22:01de maneira prática,
22:02especialmente porque
22:03como o Marcos
22:04muito bem falou,
22:06a gente está na verdade
22:07num cenário
22:08onde os países
22:09têm características
22:11muito diferentes,
22:12eles são muito
22:13heterogêneos, né?
22:14Então, é difícil
22:15você conseguir dentro
22:16de um mesmo ambiente
22:17negociar
22:18regras que sejam
22:20boas para todo mundo,
22:22especialmente porque
22:22a gente tem os países
22:23em conflito, né?
22:24Que eu até enxergo
22:25que eles estão ali
22:26propositalmente, né?
22:27Eu acho que Etiópia
22:28e Egito estão juntos
22:29justamente para gerar
22:30um balanceamento
22:31de poder,
22:31de forças,
22:32para tentar fazer
22:33com que os conflitos
22:34bilaterais
22:36não influenciem
22:37dentro desse grande bloco.
22:39Mas, querendo ou não,
22:40a gente tem
22:40uma posição bem diferente,
22:43né?
22:43Então, eu acho que
22:43Brasil nessa história,
22:45ele se beneficia muito
22:46de conseguir
22:46melhorar essas
22:48relações comerciais,
22:49acho que ele tem
22:49uma voz muito grande, né?
22:51Eu acho que
22:52a gente tira a carga
22:53de ser uma economia chinesa
22:55que está batendo diretamente
22:56com a economia americana,
22:57uma economia russa
22:58que tem ali
22:59as suas características
23:00e tem os seus conflitos.
23:02Brasil é um bicho ali
23:04um pouco coringa, né?
23:06Consegue negociar
23:07com ambos os lados,
23:08a gente só tem que talvez
23:09maneirar e pensar
23:10como é que o discurso
23:11está sendo feito, né?
23:12A gente não pode usar
23:13essa posição que a gente
23:14tem de conseguir
23:15transitar bem
23:15entre esses pares
23:16e esses países,
23:18não pode usar ela
23:18como uma cartada
23:20que de alguma forma
23:21possa fazer a gente
23:22criar mais inimigos
23:23e mais problemas
23:23para a economia interna.
23:25É verdade.
23:27Professor Marcos Vinícius,
23:28eu estava pensando aqui
23:29nas intervenções
23:31que vocês fizeram,
23:33o próprio Valdir destacou
23:34a questão da moeda, né?
23:36Por quê?
23:37Porque o presidente Trump
23:38não é a primeira vez,
23:39vale destacar,
23:41ele já fez
23:41seríssimas ameaças
23:43para os países
23:44que fazem parte do BRICS,
23:46de que a não utilização
23:47do dólar
23:47seria considerado
23:49quase que uma declaração
23:50de guerra.
23:51Apesar que a gente
23:52vive um momento
23:53na história do mundo
23:53que um país invade o outro,
23:55bombardeia,
23:56sem declaração de guerra,
23:57um momento sui gêneros
23:58das relações diplomáticas
24:00que nós estamos
24:00assistindo agora.
24:01Bem, mas o presidente Trump
24:03disse que fazer uma...
24:06como se o dólar
24:07fosse a moeda
24:08desde a época
24:09do Adão e Eva, né?
24:10Então dá a entender,
24:11quem não acompanha as coisas,
24:12que desde a saída do paraíso
24:14já se usava o dólar.
24:15Não, isso é muito recente,
24:17fundamentalmente a partir
24:18da Segunda Guerra Mundial,
24:19só para lembrar
24:19quem nos acompanha
24:20em 1945,
24:21o que historicamente
24:23é muito pouco.
24:24Bem, como é que fica?
24:26O intercâmbio hoje
24:27entre, e foi destacado
24:28pelo professor Valdir Bezerra,
24:30entre Rússia e China
24:31e depois relação
24:32com a Índia,
24:33você hoje tem
24:34uma forte presença
24:35de uma cesta de moedas,
24:36das moedas nacionais
24:38que prescindem do dólar.
24:39Mas eles estão próximos.
24:41A China tem uma longa fronteira
24:42com a Rússia,
24:43tem uma fronteira
24:44problemática com a China,
24:46tem alguns probleminhas,
24:47às vezes outra,
24:48em China.
24:48agora nós estamos
24:51num outro continente
24:52e temos relações históricas
24:54fortíssimas
24:55com o mundo ocidental.
24:56Como é que fica
24:57o nosso caso?
24:58É possível,
24:59na sua opinião,
24:59professor,
25:00nós adentrarmos
25:01a uma relação,
25:03vamos chamar assim,
25:03entre aspas,
25:04com alguns países,
25:05o dólar ser a moeda
25:07fundamental de transações.
25:09A Europa,
25:10especialmente
25:11na União Europeia,
25:12Estados Unidos,
25:12os países da América Latina,
25:14o Mercosul,
25:15eventualmente também
25:16a presidência do Japão,
25:17com os países do BRICS,
25:18ter essa cesta de moedas,
25:20isso é possível?
25:22Veja,
25:22quando nós começamos,
25:24a primeira pergunta,
25:25o que denota o sucesso
25:27do BRICS,
25:28eu acho que a própria
25:29manifestação do Donald Trump
25:31é uma prova cabal
25:33de que o bloco
25:34está tendo sucesso
25:35e que está preocupando.
25:37A gente fala muito
25:38da diversidade do bloco,
25:40coisa parecida,
25:41mas é importante ressaltar
25:43que existe aqui,
25:45até na mentalidade chinesa,
25:47uma coluna vertebral
25:48para este bloco.
25:50E a coluna vertebral
25:51deste bloco
25:51se chama comércio.
25:53É isso que a China
25:53faz há 5 mil anos.
25:55É comércio.
25:57Se nós pensarmos
25:58na rota da seda,
25:59começa na China,
26:00termina na Europa,
26:01levando produtos da China
26:02para a Europa
26:03e não da Europa
26:04para a China.
26:05Então,
26:05a China é um país
26:06de comércio
26:06e entende que comércio
26:07e infraestrutura
26:09são as duas coisas
26:10que permitem
26:10aos países
26:11desenvolverem-se
26:13economicamente
26:14e progredirem.
26:15Então,
26:16esta é a coluna vertebral
26:17e é por isso
26:18que é importante
26:18que Etiópia e Egito
26:19estejam juntos
26:21fazendo comércio.
26:22Até porque
26:22nas relações internacionais
26:23existe uma escola
26:24que diz
26:25que países
26:26que fazem comércio
26:27não brigam entre si.
26:28Ninguém quer matar
26:29o seu cliente.
26:30Então,
26:30é basicamente
26:31o conceito
26:31que se adota
26:32neste processo
26:33desta coluna vertebral.
26:35Agora,
26:36o grande problema
26:37é que depois
26:38de 1945,
26:40o dólar
26:41se tornou
26:41a moeda mundial
26:42e com isto
26:44vem o que os franceses
26:45chamam de um privilégio
26:46exorbitante.
26:48Ou seja,
26:49os americanos
26:49fazem o que quiserem
26:51a hora que quiserem
26:52porque
26:53um país só consegue dólar,
26:54nós temos aqui
26:55um economista
26:56que pode dizer
26:56que eu consigo
26:57de dólar
26:57de três maneiras.
26:59Em primeiro lugar,
27:00se eu pego emprestado.
27:01Segundo,
27:02se eu exporto.
27:03E terceiro,
27:04se eu recebo investimentos.
27:06Porque só tem um país
27:06no mundo
27:07que produz esta moeda
27:09e todo mundo
27:10depende dela.
27:10E claro que isso dá
27:11para os Estados Unidos
27:12por um lado
27:13um privilégio enorme
27:14de que o mundo inteiro
27:15precisa de dólares
27:16e claro,
27:17aí o Trump
27:17vai reclamar
27:18dizendo que eles
27:18não podem manipular
27:20a moeda
27:21tanto como gostariam
27:22em determinadas situações.
27:23Mas os americanos
27:24e os Estados Unidos
27:25abusaram disso.
27:27Se nós pensarmos
27:28desde 1945,
27:30os Estados Unidos
27:30fizeram mais de
27:31oito mil sanções
27:32e uma delas
27:34é sempre envolvendo
27:35o dólar.
27:36Quando houve,
27:37em 1978,
27:38a queda do chá do Irã,
27:40a primeira coisa
27:41que os americanos
27:42disseram é o seguinte,
27:43qualquer conta
27:44que você tiver
27:45em moeda
27:46norte-americana
27:47está sob a jurisdição
27:49dos Estados Unidos.
27:50Se o senhor tiver
27:51uma conta,
27:51no Brasil a gente não pode,
27:52mas se tiver uma conta
27:53em dólares no Brasil,
27:55esta conta
27:55está automaticamente
27:56sob jurisdição
27:57dos Estados Unidos.
27:59Então,
27:59isto cria
28:00uma animosidade
28:02que aumentou muito
28:03a partir de 2007,
28:05quando houve
28:05a crise americana
28:06e o mundo inteiro
28:07se ressentiu.
28:08Nós já poderíamos
28:10ter substituído
28:12ou criado
28:12uma alternativa
28:13mais forte
28:13na Europa
28:14se eles não tivessem
28:15a crise econômica
28:16de 2008.
28:17Então,
28:17o mundo está buscando
28:18esta desdolarização
28:20justamente para que
28:21se crie um comércio
28:23maior e não se tenha
28:24dependência.
28:25Por que o Brasil,
28:26quando vai comercializar
28:27com a Argentina,
28:28precisa pagar em dólares?
28:31Precisa obter dólares
28:32nos Estados Unidos
28:33para fazer esta
28:34comercialização.
28:35E os chineses,
28:36muito inteligentemente,
28:38e é que é uma coisa
28:39interessante porque
28:40na paridade do poder
28:41de compra,
28:42os chineses são maiores
28:43que os Estados Unidos
28:43hoje em dia,
28:45os chineses fizeram
28:47uma estrutura
28:48de comer
28:49pelas beiradas.
28:50Ou seja,
28:51se transformaram
28:52no principal
28:53parceiro comercial
28:54de mais de 140
28:56países e territórios
28:57do mundo.
28:58Ou seja,
28:59pouco a pouco
29:00os chineses
29:01estão falando
29:01com os países,
29:02comercializa comigo
29:04em moeda chinesa,
29:06em yuan,
29:07e na hora que você
29:08argentina for fazer
29:09acerto com o Brasil,
29:11vocês podem fazer
29:12também com o yuan.
29:13Não é uma retirada
29:16do dólar do mercado.
29:17Até porque a China
29:18é uma grande credora
29:19dos Estados Unidos
29:20e ela não é louca
29:22de querer perder
29:22o seu patrimônio.
29:24Mas o que a China
29:24está falando é
29:25precisamos de uma alternativa.
29:28E quanto mais alternativas
29:29nós tivermos no mundo,
29:30melhor é.
29:31Até porque
29:31aquela questão
29:32do SWIFT
29:33que basicamente
29:35travou a Rússia
29:36no início,
29:37se não houvesse
29:38o mecanismo chinês,
29:40os russos
29:40estariam numa situação
29:41muito pior.
29:42Então a gente observa
29:43que isto é
29:44uma demanda global.
29:46Um privilégio
29:47exorbitante
29:48que os Estados Unidos
29:48têm
29:49e que já não faz
29:50mais sentido.
29:52Interessante.
29:52Isso exige
29:53a riqueza
29:53das reflexões
29:55que nós temos
29:56aqui no Visão Crítica.
29:57Aqui não tem
29:58lacração e tal,
29:59porque lacração é só,
30:00me desculpe,
30:01é próximo à idiotia.
30:02É aquela coisa
30:03que dura alguns segundos
30:04e o sujeito esquece.
30:06Não, a gente precisa
30:06ter reflexão,
30:08pensar.
30:09E para pensar
30:09precisa estudar.
30:10Então não é,
30:11ninguém aprende
30:12por osmose.
30:13Você não pega um livro,
30:14põe aqui e você aprende.
30:16Isso não dá.
30:16É um longo processo
30:18de conhecimento,
30:19de estudo,
30:20para ver
30:20quão complexa
30:22essas questões
30:23que nós estamos
30:23apresentando hoje.
30:24Eu tenho certeza
30:25que vocês estão compreendendo,
30:26porque a facilidade
30:27dos expositores
30:29e justamente
30:30essa questão
30:30que eu coloco
30:31ao professor,
30:32o seguinte,
30:33foi uma solução,
30:33para mim,
30:34confesso,
30:35eu falei,
30:35a Rússia vai ficar
30:36numa encalacrada,
30:38numa situação complexa.
30:40Mas acabou,
30:41não sei se estou
30:41correto,
30:42a Rússia conseguiu
30:43se reestruturar
30:44rapidamente,
30:45crescendo positivamente
30:46o PIB,
30:47ao contrário,
30:47falava em recessão,
30:48ocorreu o inverso,
30:50numa guerra
30:50que imaginava-se
30:52de curta duração,
30:53hoje é uma guerra
30:53de longa duração,
30:54e as relações
30:56que a Rússia
30:56tinha preferencialmente
30:58com a Europa
30:58acidental e mais
30:59em especial com a Alemanha
31:00foram duramente
31:01prejudicados,
31:02mas a Rússia
31:03encontrou outros mercados.
31:05Como é que foi isso,
31:06professor?
31:06Para mim foi uma surpresa,
31:08era eu que não estava
31:08entendendo bem as coisas?
31:11Primeiro que,
31:12desde 2014,
31:13a Rússia veio
31:14desenvolvendo uma espécie
31:15de pivô mais acelerado
31:17para a Ásia.
31:18A gente tem que lembrar
31:19que naquele mesmo ano,
31:21em que a gente teve
31:22a primeira e mais significativa
31:24crise na Ucrânia,
31:25que acabou gerando
31:26depois a anexação
31:26da Crimeia,
31:28Rússia e China
31:28firmaram um contrato
31:30de 300 bilhões
31:31de dólares
31:32de fornecimento
31:33de gás russo
31:34para o mercado chinês.
31:36Então,
31:36aquilo já significava
31:37que a Rússia
31:38previa um direcionamento
31:41dos seus recursos energéticos
31:43para a Ásia.
31:44E aí,
31:45a partir dos processos
31:46que começaram em 2022,
31:47esse processo se acelerou,
31:49a Índia passou a ter
31:51uma posição muito importante
31:52na pauta de comércio russa.
31:55A Índia,
31:55ela importa petróleo russo,
31:58importa gás russo,
31:59de uma forma que ela
32:00não vinha fazendo
32:01antes do começo
32:02do conflito.
32:03E, mais uma vez,
32:04o BRICS tem servido
32:06como uma plataforma
32:07para que a Rússia
32:07não passe por esse
32:09isolamento internacional.
32:11A Rússia tem um comércio
32:12muito forte com o Brasil,
32:13o comércio com o Brasil
32:14acabou aumentando,
32:15a venda de fertilizantes
32:16para o nosso mercado,
32:18que é um mercado
32:19que depende do fertilizante russo,
32:20sobretudo na parte
32:21do agronegócio.
32:23Então,
32:23todas essas questões
32:25ajudaram a resiliência
32:26da Rússia
32:26e também
32:27a colaboração financeira
32:29com a China,
32:30que o professor Marcos
32:31bem trouxe,
32:32e o fato de que
32:33os produtos que o Ocidente
32:34os produtos que o Ocidente
32:36proibiu
32:37de serem vendidos
32:38à Rússia de forma direta,
32:40a Rússia vem adquirindo
32:41por meio de terceiros países.
32:42Então,
32:43ela adquire por meio
32:44do Cazaquistão,
32:45ela adquire por meio
32:46do Irã,
32:46ela adquire por meio
32:47da China,
32:48e a China auxiliou muito
32:49a Rússia
32:49do ponto de vista tecnológico.
32:51O Irã
32:51veio assiliando a Rússia
32:53do ponto de vista tecnológico
32:54na guerra na Ucrânia,
32:55com a questão dos drones.
32:57Então,
32:57toda essa rede
32:58de relações
33:00que a Rússia
33:01veio formando,
33:03em especial
33:03direcionada
33:04para a Ásia
33:05a partir de 2014,
33:06foi um dos principais
33:07fatores
33:08que ajudou
33:08a Rússia
33:09a ter uma resiliência
33:10econômica
33:10perante as sanções
33:11que foram colocadas
33:12pelo Ocidente.
33:13Preciso lembrar,
33:14a Rússia é o país
33:15mais sancionado
33:16da história
33:16da humanidade,
33:17justamente por conta
33:19dessa oposição geopolítica
33:20que se deu
33:21entre Moscou
33:21e os países ocidentais.
33:24Professora Juliana,
33:26e o Mercosul,
33:27que parece que
33:28teve agora,
33:29o Brasil está na presidência
33:30do Mercosul,
33:31teve uma visita recém
33:32do presidente Lula
33:33à Argentina,
33:35a presidência,
33:36só para lembrar
33:37que nos acompanha,
33:38ela é rotativa,
33:39e agora
33:39o presidente
33:40da República Brasileira,
33:41no caso,
33:42o presidente Lula,
33:43preside o Mercosul.
33:45Inclusive agora
33:45com uma presidência
33:46mais efetiva
33:47da Bolívia,
33:48como membro
33:50permanente
33:50do Mercosul.
33:51E como é que fica
33:52essa questão
33:53da opinião da senhora?
33:54O Brasil está lá,
33:55participa do BRICS,
33:57tem essas relações
33:58privilegiadas e históricas
33:59com os Estados Unidos,
34:00durante o longo período
34:01foi o maior parceiro
34:02do Brasil,
34:03antes foi a Grã-Bretanha,
34:05agora não é mais,
34:06é a China,
34:07como já foi dito aqui,
34:08e tem as relações
34:11com a Argentina
34:12que são muito importantes
34:13para o Brasil,
34:14mas mais importantes
34:15para a Argentina
34:15do que para o Brasil,
34:17mas são importantes
34:17e a gente não pode
34:18destacar,
34:19esquecer disso.
34:20como é que fica
34:21essa questão?
34:21Porque nós temos,
34:22e a professora destacou,
34:23meio de se equilibrar,
34:25a nossa presença
34:26no BRICS
34:27é diferente
34:27da Rússia,
34:29como já foi exposto,
34:29a questão da China,
34:30a nossa,
34:31até a questão
34:32acho que da localização
34:33geográfica do Brasil,
34:35como é que fica isso?
34:36Eu não vejo,
34:37eu não vejo muito conflito
34:38entre a posição do Brasil
34:40no Mercosul
34:41e no BRICS,
34:42acho que na verdade
34:43a gente no Mercosul
34:45tem um protagonismo,
34:46então o Brasil
34:47é visto realmente
34:49como um protagonista
34:50encabeçando o bloco,
34:52a economia argentina
34:54poderia de fato
34:56ser mais protagonista,
34:57mas traz aí
34:58todas as suas N questões
35:00econômicas,
35:01históricas,
35:02então acho que isso
35:03joga muito
35:04a responsabilidade do bloco
35:06e naturalmente
35:07traz o Brasil
35:08como uma bola da vez,
35:09mas eu não vejo
35:10muito conflito com isso,
35:11eu acho que na verdade
35:12as negociações do Brasil
35:13e esse papel
35:14que o Brasil tem
35:15nos dois blocos,
35:17eles podem ser
35:17muito complementares,
35:19eu acho que a gente
35:19consegue, claro,
35:21trazer um desenvolvimento
35:23e infelizmente
35:24o Mercosul
35:25é um bloco
35:25que ficou muito esquecido,
35:27é um bloco
35:27de uma relevância
35:28hoje bem menor
35:29do que já teve
35:30e do que poderia ter,
35:31eu acho que a gente
35:32pecou um tanto
35:34no Mercosul
35:34em N questões,
35:35mas o fato é
35:36que a gente tem
35:37um protagonismo
35:38e acho que
35:39a participação
35:40do Brasil no BRICS
35:42e a forma como o Brasil
35:43pode se posicionar
35:44ao longo do tempo
35:45nesse bloco,
35:46a gente tem que lembrar
35:47de todas as relações
35:48que a gente tem,
35:49inclusive com
35:49a economia chinesa,
35:51que pode ser
35:52um belo
35:53de um parceiro comercial
35:54e a intensificação
35:55das relações
35:56comerciais Brasil-China
35:58pode fazer com que
35:59muitas coisas aqui
36:00passem a acontecer,
36:01então acho que isso
36:02pode fazer com que
36:03inclusive o Brasil
36:04tente puxar um pouco
36:05mais o Mercosul,
36:06mas o Mercosul
36:06carece de outras
36:08tantas intervenções,
36:10a gente tem um bloco
36:11com países
36:12de características
36:12diferentes do BRICS,
36:14são países,
36:15querendo ou não,
36:15países economicamente
36:16menos relevantes,
36:18são relevantes
36:19aqui para o bloco,
36:20mas quando a gente
36:20pensa num cenário
36:21global,
36:23são países que
36:23têm uma relevância
36:24muito menor,
36:25mas claro,
36:26países do Mercosul
36:28que conseguirem
36:29surfar um pouco
36:30nessa onda
36:30da presença do Brasil
36:32e da relevância
36:33que o Brasil está tendo
36:33em várias dessas relações,
36:35eles podem também
36:36economicamente conseguir
36:37novos parceiros comerciais,
36:39melhorar ali
36:40as suas relações,
36:41trazer eventualmente
36:42mais reservas,
36:43melhorar o seu relacionamento
36:45inclusive com organismos
36:47internacionais
36:47que podem fazer
36:48com que a economia
36:50aqui latino-americana
36:51tenha um pouco
36:52mais de fôlego.
36:53Mas é claro,
36:53a gente está muito limitado
36:54ainda a parcerias
36:56que não aconteceram,
36:58tem toda a história
36:58do Mercosul
36:59com a União Europeia,
37:00aquele acordo que vai sair
37:01mas nunca sai,
37:03então a gente tem
37:03outras questões
37:04que certamente
37:05precisarão
37:06de mais atenção.
37:07Agora,
37:07nesse aspecto,
37:08claro,
37:08o Brasil tem colocado
37:09muito mais aí
37:11os seus ovos
37:11na cesta do BRICS.
37:13O BRICS traz certamente
37:14muito mais vantagem
37:15para a economia brasileira
37:16do que o próprio Mercosul.
37:19Professor Marcos
37:19Vinícius de Freitas,
37:20eu sei que
37:21o professor destacou bem,
37:24olha,
37:24BRICS é comércio,
37:26comércio,
37:27comércio igual a comércio.
37:28Bem,
37:29porém,
37:29há algumas contradições
37:31no campo geopolítico,
37:32não vou falar tanto
37:33entre os membros do BRICS,
37:35algumas são evidentes,
37:36problemas fronteiriços
37:38entre China e Índia,
37:40problemas em certa época
37:41entre Rússia e China,
37:42hoje é um pouco até esquecido,
37:44mas teve problema,
37:45me recordo,
37:46lá em 1969,
37:47por exemplo,
37:49mas eu queria colocar
37:51o professor
37:51o seguinte,
37:52todos falam
37:53que vai chegar o momento
37:54que a província rebelde,
37:57Taiwan,
37:57para o governo de Pequim,
37:59vai ter de fazer parte
38:01do território
38:03da República Popular da China.
38:04lembrar que a República Popular da China
38:06foi proclamada
38:071º de outubro de 1949
38:09com a tomada de Pequim
38:10e Chiang Kai-shek
38:12é do Comitang,
38:13vai para Taiwan,
38:14Formosa,
38:15e ali,
38:17durante um longo período,
38:18era considerado
38:18a China,
38:20Taiwan era considerada
38:21representante da China,
38:22porém,
38:23a partir da célebre visita
38:25de Nixon à China,
38:27tudo mudou antes
38:28pelo seu enviado,
38:30que depois vira
38:30secretário de Estado,
38:32Henrique Kisser,
38:33estabelece as relações
38:34mais à frente
38:36entre China
38:37e Estados Unidos.
38:38Lembrando que o Brasil
38:39estabelece relações
38:40com a China
38:40antes de,
38:41oficialmente,
38:42os Estados Unidos
38:43estabelecer relações
38:44com a China,
38:45só para lembrar
38:45a importância
38:46do pragmatismo
38:47responsável,
38:48que eu me lembrei agora.
38:50Professor,
38:51Taiwan
38:51não é pouca coisa,
38:53ela tem uma importância
38:54econômica muito grande
38:55e há todo um simbolismo,
38:57mas o governo chinês
38:58a todo dia
38:59faz atividades
39:01militares próximas,
39:02tem problema
39:03com as Filipinas
39:03também,
39:04de algumas ilhas e tal,
39:05mas Taiwan
39:06é o cerne da questão,
39:07é uma província rebelde.
39:08E aí?
39:09E se o governo chinês
39:10em certo momento
39:11resolver enfrentar
39:13os poderosos aliados
39:15de Taiwan,
39:16especialmente os Estados Unidos
39:17e ocupar Taiwan,
39:18o que pode acontecer?
39:19Eu sei que nós estamos
39:20no exercício
39:20de futurologia,
39:21mas que cenários
39:22são possíveis disso?
39:23Ou isso não se coloca?
39:26Eu posso só fazer
39:27uma digressão?
39:28Claro, claro,
39:29como não?
39:30Eu sempre digo,
39:31e muita gente
39:31sempre me critica,
39:32mas eu acho que
39:33o Mercosul
39:34tinha que dar um passo
39:34atrás,
39:35virar uma área
39:35de livre comércio,
39:36cada um fazer o que quiser,
39:38ter um acordo de comércio
39:39entre si,
39:40para que cada um
39:41tenha a liberdade
39:41de fazer um acordo comercial,
39:43o Uruguai queria fazer
39:44com a China,
39:45o Brasil tem a liberdade
39:46de fazer,
39:47porque essa história
39:48de negociar em bloco
39:49tem sido um impeditivo
39:51para que o bloco
39:53cresça.
39:54Claro que o Brasil
39:55usa isso como desculpa
39:56para não tomar
39:57algumas medidas
39:58que são necessárias
39:59para se desenvolver
40:00ou para ampliar
40:02e tirar esse protecionismo
40:04que é característico
40:05do Brasil.
40:06Então, os argentinos
40:07fazem a mesma coisa.
40:08Então, eu acho que
40:09tinha que dar um passo
40:10atrás, falar,
40:11olha, que tentamos
40:11o mercado comum,
40:12não deu certo,
40:13vamos voltar aqui
40:14numa área de livre comércio
40:15e vamos em frente
40:16que vai ser melhor
40:16para todo mundo.
40:17Eu acho que isso é importante.
40:18Até porque o acordo
40:19com a Europa
40:20duvido que saia
40:21nos próximos 20 anos,
40:24justamente porque
40:24os europeus
40:25entendem que
40:26comida
40:27é um assunto estratégico,
40:29não um assunto comercial.
40:30Então, isso muda
40:31muito na dinâmica
40:32de como poderia
40:33o bloco funcionar.
40:34Agora, a questão
40:35de Taiwan,
40:36eu sempre falo,
40:36o nome oficial
40:37de Taiwan
40:37é República da China.
40:40Nunca se pretendeu
40:41que houvesse
40:43uma separação
40:44entre a China
40:45continental
40:46e Taiwan.
40:47O objetivo
40:48do Kuomintang
40:50era justamente
40:51de transferir
40:51o governo
40:52que estava em Beijing
40:53temporariamente
40:54para Taiwan.
40:56Então, esta ideia
40:57separatista
40:58que nós observamos
41:00e que existem
41:00grupos separatistas
41:01que atuam
41:02dentro de Taiwan
41:03vem muito
41:04insuflada também
41:05pelo Ocidente
41:06no sentido
41:07de querer
41:08transformar Taiwan
41:09numa pedra
41:10de tropeço
41:11chinês
41:12para a China
41:13continental.
41:14Mas os chineses
41:15são muito claros,
41:15Taiwan é parte
41:16da China,
41:17é como se, por exemplo,
41:18durante o último
41:19pleito eleitoral
41:20brasileiro,
41:21o presidente
41:22que não foi eleito
41:24mudasse para
41:25Fernando de Noronha
41:27e dissesse
41:27aqui é o Brasil
41:28agora
41:28e eu sou independente
41:30e olha vocês,
41:31aí nós recebemos
41:32apoio dos Estados Unidos,
41:33é uma carta
41:34do presidente
41:35dos Estados Unidos
41:35apoiando
41:36que aquela ali
41:38é o Brasil
41:38e o Brasil
41:39não acha,
41:40não pode fazer nada
41:41porque tem o apoio
41:41dos Estados Unidos.
41:42Então, a gente entende
41:43que a situação
41:44como o Ocidente prega
41:45é ridícula
41:46nesse processo histórico
41:48de querer
41:48criar este conflito
41:50com a China.
41:51Itaú tem uma posição
41:52estratégica
41:53também muito importante
41:54a semelhança
41:55do que Cuba
41:57é
41:57ali no Golfo do México
41:58que agora
41:59eu já não sei
41:59como é que eu chamo
42:00o Golfo da América
42:02Golfo dos Estados Unidos
42:03Golfo do Texas
42:04não sei o nome
42:05que os geógrafos
42:07agora utilizam
42:08ao se referirem ali
42:10mas
42:10há que se lembrar
42:11que quando
42:12os russos
42:14pretenderam
42:15colocar
42:15mísseis em Cuba
42:17os norte-americanos
42:18quase fizeram
42:19uma terceira guerra mundial
42:21agora
42:21para o comércio
42:23internacional
42:24é importante
42:25que a China
42:26consiga desenvolver
42:28o seu comércio
42:29porque uma das coisas
42:30que nós nos lembramos
42:31das duas guerras do ópio
42:32é que os ingleses
42:33basicamente
42:34fecharam
42:35o acesso
42:36também
42:36àquela região
42:37e com isso
42:38os chineses
42:39não têm locomoção
42:40não podemos esquecer
42:41que a locomoção
42:42da China
42:42se dá
42:43pelo Pacífico
42:44pela costa
42:45leste do país
42:47então
42:47esta é
42:48é uma área
42:49fundamental
42:49de relevância
42:52e importância
42:53estratégica
42:54é a mesma coisa
42:55que a Ucrânia
42:57só que a gente
42:58no ocidente
42:58vai querendo
42:59tomar esses passos
43:00fazer guerra
43:01preventiva
43:02dizer que existe
43:04a iminência
43:04de atacar
43:05e aí
43:05nós criamos
43:06toda essa
43:07situação
43:08complexa
43:08agora
43:09o estreito
43:10de Taiwan
43:10é
43:11um processo
43:12de incorporação
43:14ou de reincorporação
43:17à China continental
43:18que pode não acontecer
43:20no governo
43:20do presidente
43:21Xi Jinping
43:21mas é alguma coisa
43:22que como os chineses
43:23têm aquela
43:24famosa paciência
43:26histórica
43:26não é
43:27é só observar
43:29o que aconteceu
43:29em Hong Kong
43:30eles esperaram
43:32no relógio
43:33aos 99 anos
43:35quando deu
43:36resolver a situação
43:37sem uma bala
43:39e é isso que os chineses
43:40não querem fazer
43:41justamente
43:42em Taiwan
43:42não haverá ali
43:43a impressão
43:44que nós temos
43:45a não ser
43:45que esses grupos
43:46continuem
43:47com essa
43:48tentativa
43:50de transformar
43:51em maior independência
43:53que poderiam
43:54criar problemas
43:55mas
43:56baseado naquilo
43:57que a gente viu
43:57na Ucrânia
43:58depender dos Estados Unidos
44:00e dos do Ocidente
44:01para dar ajuda
44:03num momento
44:05de conflito militar
44:06é meio complicado
44:07e pega
44:08claro
44:09o professor Marcos
44:10tocou até
44:10num ponto importante
44:11porque
44:12a China
44:13como uma
44:13civilização
44:14milenar
44:15não tem
44:15pressa
44:16em relação
44:17a reincorporação
44:18de Taiwan
44:18apesar de existirem
44:20algumas estimativas
44:22de altos escalões
44:24militares
44:25dos Estados Unidos
44:26dizendo que
44:27a probabilidade
44:28de uma guerra
44:30entre
44:30americanos e chineses
44:32acontecer em torno
44:33de Taiwan
44:33até 2030
44:34é bastante alta
44:35a bem da verdade
44:37é que os Estados Unidos
44:38me parecem
44:39ansiosos
44:40por essa
44:40confrontação
44:41porque uma guerra
44:42direta com a China
44:43seria uma forma
44:44de você
44:45enfraquecer
44:45um competidor
44:46internacional
44:47até um dos dados
44:48que o professor Marcos
44:49também trouxe
44:50é de que a China
44:50já é a primeira
44:51economia do mundo
44:52em termos de
44:53paridade de poder
44:54de compra
44:54e os gastos
44:55militares da China
44:56hoje representam
44:5735% dos gastos
44:59militares
44:59dos americanos
45:00que o Trump
45:01prometeu chegar
45:02agora a mais de
45:03um trilhão
45:04de dólares
45:04a primeira nação
45:05a gastar
45:06um trilhão
45:07de dólares
45:07em armamentos
45:09de defesa
45:09e essa preocupação
45:11dos americanos
45:12com a China
45:12e a administração
45:13Trump
45:13ela tem
45:14essa ênfase
45:16no antagonismo
45:17geopolítico
45:17com esse país
45:18acaba se transferindo
45:19para os BRICS
45:20porque os BRICS
45:21para os Estados Unidos
45:22é considerado como
45:23um grupo liderado
45:24pela China
45:25que é vista
45:26pelos americanos
45:27com esse
45:27ar de competição
45:29só fazer
45:30uma notinha
45:31de rodapé
45:32bem aqui
45:33que ele falou
45:33e ele mencionou
45:34o mesmo pessoal
45:36que fala
45:36que a China
45:37vai atacar
45:37Taiwan
45:38em 2027
45:40vai alterando
45:41a data
45:41é o mesmo grupo
45:42que praticamente
45:43diz que a China
45:44chegou no seu ápice
45:45como economia
45:46faz seis vezes
45:47e que a China
45:48vai começar
45:49o seu declínio
45:50faz seis vezes
45:51que profetizaram
45:52que isso iria acontecer
45:52com a China
45:53então é o mesmo grupo
45:54nesse sentido
45:55de querer
45:56desestabilizar
45:57o progresso
45:58que a China
45:59tem tido
45:59nos últimos anos
46:00que é visível
46:01eu vou passar
46:03para a professora Juliana
46:04só para fazer
46:05uma observação
46:06nos Estados Unidos
46:07tinha
46:07um estudo
46:10uma cadeira
46:11chamada
46:11Sovietologia
46:12sobre a União Soviética
46:13e todas as previsões
46:15ou todas erradas
46:16sobre o fim
46:17da União Soviética
46:17não acertaram uma
46:18do processo histórico
46:19como ocorreu
46:20com a queda
46:21no Muro de Berlim
46:22de forma súbita
46:23quem imaginaria
46:24que no dia 9
46:24de novembro
46:25de 1989
46:27cairia o Muro
46:28de Berlim
46:28e dois anos
46:29depois
46:29no Natal
46:30de 1991
46:31o fim
46:32da União Soviética
46:33foi uma grande
46:34surpresa
46:34então tudo aquilo
46:35era uma grande
46:36numa linguagem
46:37mais vulgar
46:37uma conversa
46:38afiada
46:38porque os acadêmicos
46:41não entenderam
46:41o que estava
46:42acontecendo
46:42na Europa
46:43então especialmente
46:44na União Soviética
46:45professora Juliana
46:45justamente
46:46pegando esse gancho
46:48do
46:48certo momento
46:48falou do Mercosul
46:49professor Marcos
46:50Vinícius também
46:51lembrou
46:51o Mercosul
46:52tem futuro
46:53é melhor que seja
46:54uma união comercial
46:54por exemplo
46:55foi lembrada a questão
46:56do Uruguai
46:56o Uruguai tem insistido
46:57e não é de hoje
46:58de ter um acordo
47:00um acordo bilateral
47:00com a China
47:01se não me engano
47:02e teve problemas
47:04da indústria de papéis
47:05as fapeleiras
47:06com a Argentina
47:07um tempo atrás
47:08e como é que fica isso
47:09não é melhor
47:10a gente repensar o Mercosul
47:12não é extinguir o Mercosul
47:13mas repensá-lo
47:15eu concordo muito
47:15com o professor Marcos
47:16nessa história
47:17de que
47:17talvez o Mercosul
47:18tenha que realmente
47:19dar um passo atrás
47:20eu acho que a pergunta
47:22talvez nesse momento
47:23é o quanto
47:23que os signatários
47:25do Mercosul
47:25desejam
47:27e entendem
47:27essa dinâmica
47:28de dar um passo atrás
47:29porque claro
47:31para países como o Brasil
47:32seria interessantíssimo
47:34a gente ter menos
47:35apego ao bloco
47:36o Brasil fica muito
47:37numa posição
47:38muito vendida
47:40de ter que encabeçar
47:42muitas vezes
47:42parte dessas negociações
47:44pela própria relevância
47:46que tem
47:46inclusive com outras nações
47:48então acho que seria
47:49realmente importante
47:50que a gente tentasse
47:50mudar a essência do bloco
47:52eu acho que do jeito
47:54que está
47:54a percepção que me vem
47:56é que o Mercosul
47:56vai ficar eternamente
47:57dentro desse desenho
47:59e que não é bom
48:00para a gente
48:01não é bom na verdade
48:01para ninguém
48:02os países gostariam
48:04certamente de ter
48:05mais liberdade
48:06para fazer as negociações
48:07ao invés de ficar
48:08barrando negociações
48:09que são multilaterais
48:10ou que são feitas
48:11junto ao bloco
48:12e que trazem realmente
48:13custos expressivos
48:15para a gente
48:15e o custo aqui
48:16não é necessariamente
48:17um custo econômico direto
48:19mas é o que a gente
48:19deixa de fazer
48:20a gente vê países
48:22do Mercosul
48:22perdendo um tanto
48:23de uma possível
48:24inserção em outros mercados
48:27não que tenham hegemonia
48:28mas que certamente
48:29poderiam estar
48:29numa posição muito melhor
48:31então acho que a gente
48:32realmente
48:32a gente se perdeu
48:34nessa essência
48:35do Mercosul
48:35ao longo do tempo
48:36inúmeras características
48:39inúmeras
48:40inúmeras coisas
48:42aconteceram
48:43cenários foram sendo
48:44desenhados para isso
48:44as inúmeras crises
48:47aqui no Cone Sul
48:49especialmente
48:49na América Latina
48:50favoreceram muito
48:52esse desenho
48:53que o Mercosul
48:54tomou até hoje
48:55mas certamente
48:56a gente perde
48:56muita oportunidade
48:58é lembrar
48:59que nos acompanha
49:00nós fomos indo
49:00infelizmente
49:01para o final
49:02do programa
49:03porque como nós
49:04estamos brincando
49:05é igual o jogo
49:06de futebol
49:06quando o jogo
49:07é ruim
49:07não passa o tempo
49:08quando o jogo
49:10é bom
49:10cada gente
49:11olha já está
49:1140 minutos
49:12do primeiro tempo
49:13e aqui nós estamos
49:14indo para 40 minutos
49:16do segundo tempo
49:17pela conversa
49:18que certamente
49:19foi muito rica
49:20aqui de questões
49:21que foram lembradas
49:22e a questão
49:24de repensar
49:24eu me lembrei
49:25aqui rapidamente
49:26o NAFTA
49:26em 1994
49:28primeiro de janeiro
49:29o do México
49:30Estados Unidos
49:31e Canadá
49:31esse tratado
49:32também passou
49:32por uma série
49:33de modificações
49:34eu não sei
49:35se também
49:35isso foi
49:36muito bom
49:37para o México
49:37mas é uma
49:38longa história
49:39que não dá
49:40hoje para nós
49:41entrarmos
49:41então nós vamos fechar
49:42e eu
49:44para esse programa
49:44eleitoral
49:45que lhes debate
49:46a vocês
49:47aos nossos convidados
49:48que lhes determina
49:49dois minutos
49:50para cada um
49:51que eu até olhei
49:51o relógio aqui
49:52professor Marcos
49:54Vinícius de Freitas
49:55o BRICS
49:56tem futuro
49:58ou seja
49:58vai aumentar
49:59ainda mais
50:00hoje com 10
50:00mais um décimo
50:01primeiro membro
50:03será que
50:04o seu crescimento
50:05não vai perder
50:06a sua identidade
50:07chegando a
50:08não estou falando
50:08movendo os países
50:09não alinhados
50:10mas ele perder
50:11a sua organicidade
50:13ou
50:14isso que eu estou falando
50:15não se coloca
50:17ao contrário
50:17o crescimento
50:18do comércio
50:19vai ser cada vez
50:19maior
50:20conforme agregar
50:21novos países
50:22eu acredito
50:22que o comércio
50:23deve ser
50:24como eu falei
50:24a vértebra
50:26a coluna vertebral
50:27do BRICS
50:27e quanto mais
50:28esse comércio
50:29entre si crescer
50:30melhor é
50:31e
50:32dará até
50:34maior
50:35vivacidade
50:37para o bloco
50:37eu comentei
50:38outro dia
50:39que nós poderíamos
50:40e deveríamos
50:41por exemplo
50:41criar um programa
50:43tipo Erasmus
50:44dentro dos países
50:45do BRICS
50:46o que é o Erasmus?
50:47é o estudante europeu
50:49que passa um ano
50:50num país
50:50da União Europeia
50:51para
50:52ou algum país
50:53do mundo
50:53para conhecer
50:55aquela cultura
50:55então nós deveríamos
50:56fazer isso
50:57incorporar isso
50:58no ensino nosso
50:59que o brasileiro
51:00infelizmente
51:01a gente observa muito
51:02e
51:03como eu trabalho
51:04na China
51:05e dou aula na China
51:06frequentemente
51:07sou chamado
51:07de espião
51:07da China
51:08lacaio
51:10de Pequim
51:11então
51:12e por aí vai
51:13professor Vila
51:14já estou
51:16tão acostumado
51:17que eu falei
51:17não
51:18sou espião
51:18chinês
51:19mesmo
51:19não né
51:20porque as pessoas
51:21falam
51:21mas é um desconhecimento
51:22porque nós pensamos
51:24e paramos
51:25com a visão
51:26da China
51:27de 1989
51:28achando que
51:29o chinês
51:30ainda trabalha
51:31ganhando 200 reais
51:32por ano
51:33e que trabalha
51:34com o negócio
51:35e hoje em dia
51:35esquecendo que
51:36o chinês
51:37ganha mais
51:37que o brasileiro
51:38tem uma vida
51:39melhor
51:39não tem problema
51:40de segurança
51:41e tem
51:41uma economia
51:42crescente
51:43veja
51:43em 1978
51:45o PIB do Brasil
51:47era 1.700 dólares
51:49o da China
51:50era 170
51:51o PIB per capita
51:52o PIB per capita
51:53hoje
51:54o da China
51:54é 14 mil
51:55e o do Brasil
51:55está 11
51:56e nós estamos
51:58falando de 1 bilhão
51:59e 400 milhões
52:00de pessoas
52:00então
52:01o Brasil
52:01perdeu muito
52:02essa oportunidade
52:03histórica
52:04de aprender
52:04e eu acho
52:05que nós
52:05estarmos
52:06do lado
52:06da China
52:07do lado
52:08da Índia
52:08que é
52:09que são
52:10os países
52:10que vão ser
52:12as principais
52:12economias
52:13do mundo
52:13como era
52:14até 1820
52:16exatamente
52:16não é que vão ser
52:17as grandes
52:18economias
52:18do mundo
52:19eu acho
52:19que para o Brasil
52:20é uma oportunidade
52:21enorme
52:21não como
52:22irmão menor
52:23não é
52:23e acho
52:24que essa questão
52:25às vezes
52:25é que distância
52:26um pouquinho
52:26equivocada
52:27porque eu sempre
52:28falo
52:28quando a gente
52:29acende vela
52:30para dois santos
52:30no fim das contas
52:31nenhum dos dois
52:32nos atende
52:33então a gente
52:34tem que saber
52:34muito bem
52:35não é cachorro
52:36que tem muito dono
52:38também morre de fome
52:39então tem algumas coisas
52:40que a gente vai aprendendo
52:41nesse processo todo
52:42e o que a gente
52:43observa
52:44é que
52:45o BRICS
52:46cresce
52:46também em razão
52:47do declínio
52:48dos Estados Unidos
52:49e isso é uma realidade
52:50um minuto e meio
52:51vamos lá
52:52Valdir
52:52por favor
52:53muito bem
52:54essa mesma questão
52:56BRICS
52:57e aí
52:57eu não vejo
52:59o BRICS
53:00adicionando
53:00novos membros
53:01permanentes
53:02mas eu vejo
53:02novos parceiros
53:03se unindo ao grupo
53:04países que querem
53:05se aproximar
53:06desse agrupamento
53:06como tem sido
53:08demonstrado
53:08nos últimos anos
53:09é importante dizer
53:10que os BRICS
53:12tem sido acusados
53:13de ser um grupo
53:14anti-americano
53:15inclusive agora
53:15pelo Donald Trump
53:16nos seus tweets
53:17na rede social
53:18mas esse não é
53:19necessariamente o caso
53:20o BRICS é um grupo
53:21cujos países
53:22tem tentado ganhar voz
53:24em instituições
53:25internacionais
53:26não é um grupo
53:27que quer reformular
53:28a ordem global
53:29ele quer na verdade
53:30reformar
53:31alguns institutos
53:32mas ele não
53:33contesta a legitimidade
53:34da ONU
53:35não contesta a legitimidade
53:36do Fundo Monetário
53:37Internacional
53:38do Banco Mundial
53:38eles só querem ganhar
53:40mais espaço
53:40maior voz
53:41num mundo que tem mudado
53:42num mundo que é mais dinâmico
53:43e num mundo que é representado
53:44por uma pluralidade
53:46de civilizações
53:47e sistemas sociais
53:48não somente
53:49é o ocidente
53:50professora Juliana
53:52bom eu não vou repetir
53:53o que os meus colegas
53:54falaram
53:54Vila
53:54mas eu acho que
53:56quando eu olho para o BRICS
53:57eu penso no BRICS
53:58eu acho que o BRICS
53:59é sem dúvida
53:59um grande potencial
54:01mas a gente ainda depende
54:02muito da economia chinesa
54:03e certamente tem muito país
54:05que está ali
54:05parceiro do BRICS
54:06que está certamente
54:07querendo essa aproximação
54:09cada vez maior
54:09com a China
54:10a China sabe disso
54:12muito bem
54:13a China entende
54:14a importância dela
54:15a importância que tem
54:17ter relações comerciais
54:18diversas
54:19como o Marcos
54:20muito bem falou
54:21a gente tem ali a China
54:22em mais de 140 países
54:24hoje
54:24uma estratégia
54:25que foi sendo consolidada
54:26durante uma década e meia
54:28praticamente duas décadas
54:29ou talvez até mais
54:30então acho que no final
54:32das contas
54:32o BRICS
54:33ele ainda pode ser visto
54:34sem dúvida
54:35como um grande laboratório
54:37do que pode ser
54:38eventualmente no futuro
54:39uma economia chinesa
54:40uma economia com a liderança
54:42uma economia global
54:44com a liderança
54:45da China
54:46acho que toda essa história
54:48como a gente falou
54:49agora há pouco
54:50da questão da
54:50desdolarização
54:52a ideia é que
54:53sem dúvida
54:54a gente pode
54:55em algum momento
54:56pendular
54:57para o lado ali
54:58de uma moeda
54:58de negociações comerciais
55:00acontecendo cada vez mais
55:01com o Iwan
55:02isso pode ser um bom
55:03laboratório
55:04para a China entender
55:04como é que ela conseguiria
55:05fazer isso
55:06uma política diferente
55:07um sistema político
55:08diferente
55:09num mundo tão diverso
55:10e com relações comerciais
55:12tão densas
55:12olha eu queria
55:14e certamente
55:15vocês gostaram
55:17muito
55:17muito
55:18do programa
55:18eu tenho certeza
55:19pelo conteúdo
55:20pelo conhecimento
55:21pelas questões levantadas
55:22então eu queria agradecer
55:23muito muito mesmo
55:24os nossos convidados
55:25o professor Marcos
55:27Vinícius de Freitas
55:28professor visitante
55:29da Universidade
55:30de Relações Internacionais
55:32da China
55:33o professor Valdir Bezerra
55:35mestre em Relações Internacionais
55:37pela Universidade Estatal
55:38de São Petersburgo
55:40na Rússia
55:40pesquisador do grupo de estudo
55:42sobre os BRICS
55:44da Universidade de São Paulo
55:45e a professora Juliana Inhas
55:47doutora em Teoria Econômica
55:48pela Universidade de São Paulo
55:49e professora e coordenadora
55:51de Economia no INSP
55:52e agradecer especialmente
55:53a vocês que nos acompanham
55:54e convidá-los
55:55amanhã nesse mesmo horário
55:57Visão Crítica
55:5822 horas
55:59até
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