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  • 09/07/2025
No Visão Crítica, Marcus Vinícius de Freitas, Valdir Bezerra e Juliana Inhasz analisam o impacto das ausências do líder russo Vladimir Putin e do presidente da China, Xi Jinping, na recente cúpula do BRICS no Brasil. Eles comentam como essas faltas levantaram questionamentos sobre a coesão do bloco e suas implicações para o futuro da governança global e a influência do BRICS no cenário internacional.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/CRp3qewAzSc

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Transcrição
00:00Começo com o professor Marcos Vinícius.
00:02Professor, na sua avaliação, a reunião do BRICS aqui no Brasil,
00:08ela teve êxito, foi um fracasso, a ausência do presidente da China
00:13prejudicou os resultados concretos da reunião,
00:16a ausência do presidente da Rússia, por razões conhecidas tendo em vista
00:20o Tribunal Penal Internacional, ele não pode, ele teria,
00:23receberia ordem de prisão, pois o Brasil é signatário desse tratado.
00:28Em síntese, deu-se um passo à frente, manteve-se no mesmo lugar,
00:35foi ruim, não avançou, qual é a sua opinião, professor?
00:38Eu acredito, professor Vila, que o fato de nós termos novos entrantes no BRICS
00:46e o fato de haver aí uma quantidade enorme de países que querem fazer parte do BRICS
00:52denota o fato de que é um bloco importante.
00:56e que vem constantemente se materializando e se fortalecendo nesse sentido.
01:03Podemos esquecer que essa foi a 17ª reunião e nós vemos aí que, claro,
01:08aqui e ali haverá disputas entre alguns assuntos,
01:11porque o BRICS tem, diferentemente do G7, uma diversidade muito maior.
01:16Eu falo que o BRICS é africano, ele é latino-americano, ele é euroasiático
01:22e ele reflete também a diversidade religiosa até do mundo,
01:27que é diferente do G7, que é a exceção do Japão, tem toda uma característica muito comum.
01:32Então, eu acho que o bloco vem se forçalecendo neste processo.
01:36E, claro, que a ausência do presidente Putin era esperada,
01:41afinal, nós já sabíamos que isso poderia virar no Brasil um verdadeiro carnaval,
01:46diante da situação e da polarização que existe no país.
01:51E, no caso do presidente Xi Jinping, o que nós vimos é de que ele já havia conversado com o presidente Lula,
01:56mandou aqui o seu representante para o país
02:00e, efetivamente, o que nós vemos é que a China tem investido muito no BRICS.
02:05Com uma preocupação, e até escrevi recentemente,
02:08uma preocupação de não transformar o BRICS naquele G77,
02:13justamente com uma agenda clara.
02:15E é por essa razão que o BRICS precisa agora,
02:17nas próximas movimentações,
02:20dar aí uma formatação melhor para o bloco,
02:24com relação ao secretariado, à estrutura.
02:27Isso é uma coisa que falta.
02:28Mas é claro que, também, nesse momento,
02:31nós não podemos esquecer que também não se daria um palco muito grande para a Índia,
02:37porque a Índia não é, diferentemente dos outros atores,
02:41um ator global, como a gente vê na Rússia e na China.
02:45Então, essa é uma estrutura que nós vamos observando nesse processo todo.
02:49Mas eu acredito que o resultado é muito positivo.
02:53Professor Valdir Bezerra, o caso da Rússia,
02:55o professor estudou lá,
02:58nós até estávamos conversando antes do programa sobre isso,
03:02é natural e explicável a não presença do presidente Putin.
03:06Mas a relação da Rússia com o BRICS tem sido prejudicada pela guerra da Ucrânia,
03:14que é uma questão que já se estende há três anos.
03:18Ninguém imaginaria a longevidade desse conflito.
03:21Como é que, na sua perspectiva, a Rússia está se relacionando com o BRICS,
03:26que ela é um membro fundador, vale lembrar, né?
03:28É importante dizer que a gênese do BRICS teve lugar justamente na Rússia,
03:35em 2009, na cidade de Ekaterimburgo.
03:39Então, para a Rússia em particular, o BRICS é um grupo muito importante.
03:43Ele é um grupo que advoga pela multipolaridade nas relações internacionais
03:49e é um discurso que a Rússia vem fazendo desde a segunda metade da década de 90.
03:56Teve um documento assinado, inclusive, pela China e pela Rússia, em 97,
04:03que já falava sobre as intenções desses dois países de promoverem o mundo multipolar.
04:09E o BRICS é um grupo que tem esse discurso.
04:11Não somente isso, mas o BRICS é um grupo que impediu com que a Rússia fosse isolada
04:18do ponto de vista internacional.
04:20Então, depois da guerra na Ucrânia, se falou muito sobre esse processo de tentar
04:25isolar a Rússia politicamente, diplomaticamente, mas isso acabou não acontecendo,
04:31em parte, pela participação da Rússia nos BRICS.
04:34E, no ano passado, na cúpula de Kazan, foi a primeira reunião dos BRICS,
04:40já no seu formato ampliado, com 10 países-membros, agora 11 com a entrada da Indonésia.
04:46Então, o relacionamento da Rússia com os BRICS continua muito forte e a importância
04:52dos BRICS para a Rússia continua também muito preponderante.
04:56Professora Juliana, e o Brasil nessa história toda?
05:00É muito importante a gente relembrar, né?
05:04A reunião aqui no Brasil era considerada muito importante para o próprio governo.
05:08alguns analistas, ou até por razões da política interna, que acaba contaminando
05:14uma análise um pouco mais ponderada dessas questões de relações internacionais,
05:19disseram, ah, foi um fracasso porque não veio o presidente chinês.
05:23A declaração final foi muito ruim, muito fraca, tal.
05:26Tem uma série de... e outros dizem, não, isso não é um elemento fundamental.
05:29Na opinião da professora, como é que ficamos em termos de Brasil?
05:32Bom, Vila, eu acho que a gente tem uma percepção, claro, de que a cúpula,
05:37assim como outras cúpulas, ela vem muito no sentido de levantar alguns assuntos
05:42que são importantíssimos nessa geopolítica, né?
05:46Acho que é difícil a gente imaginar que grandes ações concretas sairiam dessa cúpula.
05:51Primeiro porque a gente tem, como os meus colegas aqui já falaram,
05:55uma diversidade muito grande dentro do BRICS, inclusive de pensamentos e objetivos, interesses.
06:00A gente tem uma China ali dentro e uma Rússia, mas a gente tem outros tantos países pequenos
06:06que, de alguma forma, também enxergam que estar no BRICS traz outras vantagens
06:11que não são só um comércio multilateral ou uma alternativa diferente de comércio
06:17aos eixos que já estavam estabelecidos, especialmente com a América, né?
06:22E com o que o pessoal está chamando de Ocidente, né?
06:25Então, no final das contas, a gente tem, claro, dentro dessa reunião, pontos positivos.
06:31Acho que a gente mostra que o BRICS veio para ficar, né?
06:34Então, existe uma importância grande desse bloco num posicionamento
06:38frente, é claro, questões que incomodam.
06:41A gente está falando de um grupo muito diferente do G7
06:44e é justamente para isso que o BRICS vem, né?
06:47Para ser uma alternativa a um bloco como o G7.
06:49Mas, ao mesmo tempo, existem outras tantas questões.
06:53A gente está falando de países, e aí, no caso, especificamente do Brasil,
06:56que têm as suas particularidades.
06:58E a gente não pode esquecer que, diferente de outros países que estão ali no BRICS,
07:02países menores, o Brasil tem um protagonismo, claro, nem de perto, talvez, a China e Rússia,
07:09mas tem um protagonismo específico.
07:11E a gente depende muito de outras economias, como a própria economia americana.
07:15Então, acho que, para o Brasil, o que aparece muito nesse momento e o que fica de sinal
07:19é que, apesar da gente ter, e claro, faz muito sentido estar dentro do BRICS
07:25e confirmar as pautas do BRICS, a gente também tem que tomar muito cuidado
07:29porque as nossas posições podem piorar, inclusive, o ambiente interno.
07:33E isso ficou muito claro, inclusive, no próprio documento final, né?
07:36Não se cita o Trump diretamente, o presidente Donald Trump.
07:39Existe, claro, toda uma percepção de que ele está ali naquele documento final,
07:45mas existe todo um cuidado porque a gente sabe que essas relações para o Brasil hoje
07:49são muito caras, são muito importantes.
07:52Manter essa política de boa vizinhança para o Brasil ainda faz muito sentido, né?
07:57Tentar manter o pé de um lado, parcerias com, claro, países como os Estados Unidos,
08:02mas também manter o pé do outro lado, tentando reforçar a importância desse bloco
08:06que, aparentemente, vai crescer, vai tomar protagonismos muito maiores daqui para frente.

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