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Notícias
Transcrição
00:00:00O ministro do Supremo Tribunal
00:00:03Federal, Alexandre de Moraes,
00:00:05decidiu manter o decreto do
00:00:07governo que elevou as alíquotas
00:00:09do IOF. A única exceção foi a
00:00:12tributação sobre as operações
00:00:13de risco sacado, quando empresas
00:00:16antecipam o pagamento a
00:00:18fornecedores com a
00:00:19intermediação de bancos. Antes,
00:00:22esse tipo de transação era
00:00:23considerado crédito e por isso
00:00:26não estava sujeito ao IOF. A
00:00:29decisão monocrática de Moraes
00:00:31repercutiu em Brasília. No Senado,
00:00:33a oposição manifestou preocupação
00:00:36e apontou concentração de poder
00:00:38do judiciário. Na Câmara, o
00:00:41vice-presidente da Casa, Altineu
00:00:43Cortes, do PL, afirmou que a
00:00:45continuidade do decreto é uma
00:00:47desmoralização para o Congresso.
00:00:50Já a base governista comemorou
00:00:53o veredito e considerou a atuação
00:00:55do ministro equilibrada. O
00:00:57visão crítica desta noite repercute
00:00:59a manutenção do decreto
00:01:00presidencial sobre alíquotas do
00:01:03IOF, os impasses entre executivo
00:01:06e legislativo e os reais impactos
00:01:09econômicos sobre o equilíbrio
00:01:11fiscal do país.
00:01:12Visão Crítica
00:01:23Olá, estamos começando o nosso
00:01:28visão crítica de hoje tendo aqui no
00:01:30estúdio André Perfeito, economista,
00:01:33mestre em economia política pela
00:01:35PUC. Manfred Bach, professor de
00:01:38economia, mestre em administração
00:01:40pública pela GV e, remotamente,
00:01:43Paulo Nogueira Batista Jr., economista,
00:01:46ex-diretor do FMI, ex-vice-presidente do
00:01:49Banco do BRICS. Agradeço aos nossos
00:01:51três convidados e começo com o André.
00:01:54André, nós tivemos agora, ainda temos
00:01:58essa polêmica do IOF, com a solicitação
00:02:01feita pelo governo que o Supremo
00:02:03apreciasse a questão, o ministro
00:02:05Alexandre de Moraes apreciou, apresentou
00:02:07a sua decisão, mas tudo indica que
00:02:09essa questão não tenha ainda sido
00:02:11totalmente resolvida. Não sei se em
00:02:14represália ou não, por causa de uma
00:02:16outra medida tomada pelo governo em
00:02:17relação ao aumento do número de
00:02:19parlamentares, a Câmara dos Deputados
00:02:21aprovou uma daquelas famosas
00:02:24pauta-bomba, né? De somente 30
00:02:27bilhões, uma coisa tranquila, pequena,
00:02:30num momento fácil como nós estamos
00:02:31vivendo. Eu pergunto pra você, como é
00:02:34fazer essa, pensar em economia
00:02:36brasileira, em termos de Brasil, as
00:02:38dificuldades que o governo tem num
00:02:41momento tão difícil, sem falar da
00:02:42questão internacional que nós já
00:02:44discutimos nessa semana e outros
00:02:45encontros aqui no Visão Crítico. Como é
00:02:47que fica especialmente essa questão do
00:02:49IOF? É um país dos impostos? Os
00:02:52milionários estão fugindo do Brasil? Há um
00:02:54excesso de tributação? Há justiça
00:02:56tributária? Na sua opinião, André?
00:02:58Bem, Vila, obrigado pelo convite,
00:03:01Manfred, prazer estar contigo, Paulo
00:03:02também que está acompanhando
00:03:04virtualmente. Olha, francamente, esse
00:03:07tema, né? Eu vou ter que discordar do
00:03:10ministro Alexandre de Moraes, porque eu
00:03:12acho que extrapola, né? Por que eu acho
00:03:14que extrapola? Quando a gente está
00:03:16discutindo o IOF, ninguém está discutindo
00:03:18propriamente os caráteres, vamos dizer
00:03:20assim, regulatórios originais do IOF.
00:03:23Todo mundo está falando, vai dar quanto
00:03:24de arrecadação? Vai tirar quanto? Ou seja,
00:03:27objetivamente, o governo pretende
00:03:30arrecadar. É disso que se trata. Então,
00:03:33assim, isso daí tem que ser
00:03:35restabelecido isso, porque senão a gente
00:03:37vai ficar numa discussão meio fora de
00:03:40esquadro a respeito desse tema. Mas
00:03:42volta uma questão aqui o seguinte, que
00:03:44eu acho interessante, né? Que nem você
00:03:46colocou no início do, na tua falê,
00:03:48você é Alvila, assim, o Congresso tem
00:03:51que ser, vamos dizer assim, se implicar com
00:03:53isso. Porque não dá para o ministro da
00:03:56fazenda, o Haddad, deixar não
00:03:59acontecer nada e vida que segue, né? Eu
00:04:02acho que cabe ao Congresso Nacional
00:04:04apresentar soluções também. Nesse
00:04:06impasse, o ministro da fazenda fez o
00:04:09que ele podia fazer. Utilizou um
00:04:10instrumento, de forma, na minha opinião,
00:04:13extrapolando um pouco as... não é ilegal o
00:04:16que ele fez, na minha opinião. Ele tem a
00:04:18permissão, eu acho, mas ele pode fazer
00:04:19isso. Mas, nitidamente, tentando acertar
00:04:23conta erro, né? Das contradições entre
00:04:26Palácio do Planalto e Congresso
00:04:28Nacional. Manfred, dentro dessa
00:04:32mesma questão, qual é o que você
00:04:34considera, nesse momento, para nós
00:04:37iniciarmos a nossa conversa de hoje,
00:04:39sobre essa reação do Supremo, reação
00:04:42da Câmara dos Deputados, reação do
00:04:44governo federal? Primeiro, boa noite,
00:04:47Vila, obrigado pelo convite. Estou
00:04:48feliz aqui de estar com o André, meu
00:04:50contemporâneo da PUC de São Paulo, mais
00:04:52contente em que o professor Paulo
00:04:54Nogueira Batista, que foi meu
00:04:55professor na fundação. Eu concordo em
00:05:00parte com o André falou, mas é bom
00:05:02lembrar, e você é um grande professor
00:05:05de história, o IOF foi criado em 66 pela
00:05:09reforma econômica financeira do
00:05:12Campos Bulhões, e o atual IOF, do jeito
00:05:15que ele é regulamentado, é do governo
00:05:20de Itamar em 94. Na formação do IOF, e não
00:05:26sou eu que digo, é a legislação que
00:05:28diz, ele é um imposto regulatório e tem
00:05:32um adendo que ninguém levou em
00:05:34consideração até agora. Ele é regulatório
00:05:36e de instrumento de política monetária.
00:05:38E aí eu vejo três erros. Primeiro, essa
00:05:45questão jamais deveria ter ido para o
00:05:47Supremo Tribunal Federal. Dois, não sou
00:05:51especialista em direito constitucional,
00:05:55ela também não deveria ir no
00:05:56legislativo, porque é prerrogativa do
00:05:58Ministério da Fazenda, o IOF. Segundo
00:06:02erro, tem um erro na minha concepção do
00:06:05ministro Haddad, porque se ele é um
00:06:08instrumento de política monetária, isso
00:06:10é de caráter do Banco Central e não do
00:06:12Ministério da Fazenda. Como ele é de
00:06:16instrumento de política monetária, é
00:06:18óbvio, o André tem toda razão, no final
00:06:20das contas, a preocupação é onde vou
00:06:22arrumar dinheiro, que é arrecadar. Mas
00:06:24como na legislação diz que ele é um
00:06:26instrumento de política monetária, ele
00:06:28não deveria ser confundido com o
00:06:30instrumento de política de arrecadação.
00:06:33Porque aí você está afetando o câmbio,
00:06:35crédito e juro, que é prerrogativo do
00:06:39Banco Central e não do Ministério da
00:06:40Fazenda. Então, esse embrólio todo é
00:06:46quem vivemos tempos complicados da
00:06:48política, né? Então, assim, ele é
00:06:51regulatório, né, André? Você conhece
00:06:53bem, sempre foi usado o IOF, porque o
00:06:54Ministério da Fazenda não precisaria
00:06:55para o Congresso alterar imposto, porque
00:06:59normalmente você teria que ir para as
00:07:00duas casas, dois terços e fazer
00:07:02mudança tributária. Perfeito. Então,
00:07:05assim, eu vi no momento da divulgação do
00:07:09Ministro da Fazenda, parecia que ele
00:07:13falou, vou tirar o pulo do gato da
00:07:16cartola. Tanto que houve reação
00:07:18contrária do Banco Central. Faltou
00:07:20combinação, na minha opinião. Me mostrou um
00:07:23certo desespero arrecadatório para tentar
00:07:27fechar a conta prometida no arcabuço fiscal.
00:07:33Vou passar para o Paulo Nogueira Batista
00:07:36Júnior. Paulo, na sua opinião, como é que
00:07:40fica essa questão do IOF? Houve esse
00:07:43atropelo político, né? Toda essa discussão.
00:07:45As coisas são complicadas nesse momento
00:07:47que o governo tem minoria no parlamento,
00:07:49especialmente na Câmara dos Deputados,
00:07:51onde a situação é pior para o governo.
00:07:52Mas no Senado também não é fácil, mas na
00:07:55Câmara é pior. Por outro lado, necessidades
00:07:57fiscais são do conhecimento de todos, nós
00:08:00já discutimos também aqui. A questão de
00:08:032026, que alguns já estão adiantando o
00:08:06calendário eleitoral para 2025, isso tanto
00:08:09na oposição como no governo. E no meio
00:08:11dessa embrolhada toda, foi acionado o
00:08:16Supremo Tribunal Federal, que é um poder
00:08:18inerte, ele só age quando provocado. No
00:08:20sentido jurídico, da expressão, para quem
00:08:22nos acompanha, né? E foi provocado e, por
00:08:26sua vez, por um partido político e pelo
00:08:28governo, né? E ele respondeu. Agora, a
00:08:31grande questão é que a gente não sabe
00:08:32como é que vai terminar essa pendência.
00:08:35Eu passo para você, Paulo, qual a sua
00:08:37opinião sobre essa questão, essa
00:08:39polêmica e para onde vamos em
00:08:41relação à questão do IOF?
00:08:44Bom, meu lugar, boa noite a todos.
00:08:46Obrigado pelo convite, Vila, e é uma
00:08:49satisfação estar aqui para conversar com
00:08:51você, com o Manfred e com o André.
00:08:54Olha, eu diria o seguinte, que a solução
00:08:56que o Supremo deu foi satisfatória, que
00:08:59preservou uma prerrogativa do Executivo,
00:09:02que é alterar o IOF. No meu modo de ver,
00:09:07havia uma invasão de competência do
00:09:08Executivo por parte do Congresso e se
00:09:12restabeleceu uma certa ordem. O Supremo
00:09:16deu quase em todos os pontos ganho de
00:09:19causa para o Executivo, né? Agora, existe
00:09:22uma situação que foi mencionada pelo
00:09:24Manfred, eu não cheguei a pegar a
00:09:26primeira intervenção do André, que eu
00:09:28tive uma dificuldade de entrar, mas quando
00:09:30eu vi o Manfred, ele deu uma, fez um
00:09:33ponto importante, que é o seguinte, a
00:09:35situação fiscal, ela é difícil, em
00:09:38parte, por causa do arcabouço fiscal. Eu
00:09:42estou entre os economistas, vários, que
00:09:44na época da formulação do arcabouço,
00:09:47apelamos para que ele fosse o mais
00:09:48flexível possível. Por que que o
00:09:52arcabouço fiscal teria que ter uma
00:09:53rigidez maior que o arcabouço
00:09:54monetário, regime de metas? Foi o que
00:09:57acabou acontecendo. Fizeram um arcabouço
00:09:59fiscal, que é uma espécie de calabouço
00:10:02fiscal, com metas ambiciosas, um
00:10:05intervalo de confiança estreito, regras
00:10:08para gasto. Então, o governo se meteu
00:10:11numa camisa de sete varas, ele próprio,
00:10:14né? Ele próprio fez isso, né? Agora, no
00:10:16momento que o Haddad fez, me pareceu o
00:10:20que ele podia, né? Ele conseguiu usar o
00:10:25IOF, né? Conseguiu a vitória no Supremo
00:10:30e algum efeito fiscal isso será também,
00:10:33né? Positivo, do ponto de vista do
00:10:35fechamento das contas. O que eu acho,
00:10:38viu, Vila, é que nós temos o pior
00:10:39congresso da história, né? Essa que é
00:10:41verdade. Um congresso lamentável, que se
00:10:45rege pelos piores interesses e tumultua o
00:10:48país, tumultua a política econômica,
00:10:51tumultua o controle da política fiscal
00:10:53e faz estragos recorrentes. Não só esses,
00:10:57mas, por exemplo, a questão do marco
00:10:59ambiental, do licenciamento ambiental que
00:11:01foi aprovado, o aumento do número de
00:11:04deputados, que o Lula corretamente vetou,
00:11:07entende? O executivo fica o tempo todo
00:11:10corrigindo as barbaridades, tentando
00:11:12corrigir as barbaridades que o congresso
00:11:14faz.
00:11:17Nesse sentido, deixa eu passar justamente
00:11:20para o André. Muitos analistas
00:11:25referendo ao que o Paulo está apontando,
00:11:28esse é um dos piores congressos da
00:11:29história republicana, né? Eu digo história
00:11:33republicana para quem nos acompanha,
00:11:34porque durante o império tinha o congresso
00:11:36e o congresso daqui a pouco já está quase
00:11:38completando o parlamento brasileiro
00:11:40duzentos anos, né? Só que nós tínhamos
00:11:43um parlamento diferente do império, o
00:11:45senado era vitalício, aí uma lista
00:11:46trêplice por imperador que escolhia,
00:11:49era eleito pelo voto censitário,
00:11:51segundo a renda, e funcionava assim o
00:11:54senado. E a câmara era eleito
00:11:57diretamente pelo nomútil, havia um
00:11:58sistema de descolonamento de eleitores,
00:12:00só para as pessoas que nos acompanham
00:12:02compreenderem. Na República é que foi
00:12:05ampliando o colégio eleitoral,
00:12:07especialmente nos tempos mais recentes.
00:12:10Bem, André, justamente pegando
00:12:13essa questão, alguns falam que o Brasil
00:12:16tem um encontro marcado com a crise em
00:12:182027. O encontro marcado é um grande
00:12:23livro do Fernando Sabino, no tempo que se
00:12:24lia nas escolas. Hoje ninguém lê nada.
00:12:26Isso no colegial, no ensino médio. E eu
00:12:31fiquei pensando assim, se isso encontra o
00:12:33mercado com 2027, como não vai ter
00:12:35dinheiro nem para pagar os gastos
00:12:37obrigatórios, segundo alguns, e até o
00:12:39próprio governo em certo momento falou
00:12:41isso, será que não é um bug do milênio?
00:12:43Os mais novos, no ano 2000, ia dar um pau
00:12:47danado nos computadores. Então ficou
00:12:50aquele medo, agora vai, aquela... Não
00:12:53aconteceu nada. Então, eu não tô dizendo
00:12:56que não vai acontecer, e não quero que
00:12:58ninguém seja pitonista, mas eu
00:13:00pergunto aos três. Primeiro, o André,
00:13:02será que não é um bug do milênio? Nós
00:13:03temos um encontro marcado com a crise
00:13:05em 2027? Eu digo isso porque as medidas
00:13:07autoratadas agora podem ser entendidas
00:13:09com medidas programáticas e até
00:13:12chegarmos a uma situação mais
00:13:14favorável lá na frente daqui a dois
00:13:16anos. É exagero dizer isso? Bem, eu vou
00:13:19tentar colocar algumas falas aqui, né?
00:13:21Primeiro o seguinte, né? O fato do
00:13:24Congresso ser o pior o Congresso da
00:13:25história, isso é irrelevante na
00:13:26seguinte perspectiva, é o Congresso
00:13:28que foi eleito pelo povo brasileiro,
00:13:29né? Estabelecer aqui o que é dado,
00:13:33e não quero com isso falar mal do
00:13:35povo brasileiro, é as coisas que se
00:13:37tem. O que é importante colocar isso
00:13:40pela perspectiva é o seguinte, eu
00:13:43concordo com o Paulo, que ele falou
00:13:46assim, que de fato, e também com o
00:13:48Manfred, né? No sentido de que não
00:13:50teve nada efetivamente legal no uso do
00:13:53IOF, mas também pedir que eu ache que
00:13:57está respeitando o espírito da lei do
00:14:00IOF, por isso mesmo ele é determinado
00:14:02de forma extra legal, fora do
00:14:05legislativo e sim no executivo, ou
00:14:07eventualmente que nem era antigamente
00:14:09no Banco Central, por conta do caráter
00:14:11regulatório, ou seja, está querendo se
00:14:12arrecadar, também é verdade. É óbvio que se
00:14:15quer arrecadar. Agora entra numa discussão
00:14:17que aí eu acho interessante com o
00:14:19encontro marcado que você colocou,
00:14:20Vila, que é o seguinte, quando o Lula
00:14:23ganhou agora, essa última eleição, não
00:14:25foi um, nem dois, nem três, nem quatro,
00:14:28foi dezenas de economistas na Faria
00:14:30Lima que falavam, não, não se preocupa,
00:14:32esse congresso é mais de centro-direita.
00:14:35Centro-direita? Da onde é centro-direita?
00:14:38Esse congresso está gastando como se
00:14:39não houvesse amanhã, e de forma
00:14:41ineficiente. Então assim, se tem alguma
00:14:44coisa que se pode se dizer de direita
00:14:46do congresso, é alguma pálida menção a
00:14:50conceitos vagos do ideário do
00:14:54liberalismo, qualquer coisa do tipo, mas
00:14:56mesmo assim não é. Então assim, o que me
00:14:58preocupa nessa situação é o seguinte,
00:15:00vamos supor que o presidente Lula não
00:15:03ganha a eleição em 26, acho que é uma
00:15:05hipótese que ainda existe, apesar da
00:15:07movimentação que está tendo ultimamente,
00:15:09né? Acho que é isso. Então vamos supor o
00:15:11Tarcísio, só para colocar alguns nomes
00:15:13aqui. Se o Tarcísio entrar com o congresso
00:15:15que nem esse, ele não consegue aplicar o
00:15:17próprio projeto que em tese ele vai ter que
00:15:20defender. Então esse congresso é uma
00:15:22armadilha para qualquer um. Do jeito que
00:15:24está armado, é um perigo isso daí que está
00:15:26colocado mesmo. Porque eu não teria
00:15:28problema discutir com um liberal que
00:15:30falasse, não, tem que cortar, vou colocar
00:15:32uma coisa que se fala muito ultimamente,
00:15:34tem que congelar durante seis anos o salário
00:15:36mínimo. Se debate, se entende, ah, faz
00:15:38sentido, não faz sentido, o efeito é esse
00:15:41e por aí vai. Mas da forma que está o
00:15:44congresso é disfuncional e mais do que
00:15:47disfuncional, vamos também ser franco,
00:15:49da maneira de uma forma que eu exijo,
00:15:50exijo não, mas que eu acho que é importante
00:15:52ter uma franqueza a respeito da intenção
00:15:54do IOF, o congresso está jogando para
00:15:57quanto pior, melhor. É nítido que é isso.
00:16:01Agora, como isso daí vai se articular para
00:16:02esse encontro com, lá em 27, né, é um
00:16:07problema sério. Por quê? Porque que nem o
00:16:11Paulo também colocou ali, na fala dele,
00:16:15a respeito do arcabouço. Bom ou mal, foi
00:16:18aprovado esse arcabouço. Esse que é o
00:16:21ponto. Quer se mudar o arcabouço, não tem
00:16:22problema, vai ter que comprar a briga
00:16:23política a respeito disso. Até segunda
00:16:26ordem, o ministro Haddad está fazendo, na
00:16:28minha opinião, o que ele pode fazer, é
00:16:30resolver, que nem eu falei, a conta-erro
00:16:32das contradições entre Congresso e Palácio
00:16:34do Planalto, através de um aumento de
00:16:36arrecadação. E a sociedade que não gosta,
00:16:39ou faz pressão junto aos seus deputados
00:16:41e senadores de direita, e aí eu quero
00:16:44ver se é de direita mesmo esses deputados
00:16:45e senadores, ou fica esse jogo, deixa que
00:16:49eu deixo, né? Que é isso que está vivendo
00:16:51o Brasil, né?
00:16:52Manfred, e aí, temos um encontro marcado
00:16:55com a crise em 27?
00:16:56Olha, primeiro, eu quero concordar com o
00:16:59André, se é pior ou melhor o Congresso,
00:17:02o Congresso foi eleito. Se eu não me
00:17:05engano, não tem nenhum lá que não foi
00:17:06eleito. Então, eles representam o escopo da
00:17:11sociedade brasileira. A segunda coisa, viu,
00:17:15Vila? Meus tempos de trader de mercado,
00:17:20eu não acredito em previsão. Porque se eu for
00:17:24acreditar em previsão de economista, nós
00:17:26podemos ficar felizes. Não vai ter o roubo em
00:17:282027, porque eles não acertaram nem o PIB
00:17:30na pesquisa Focus.
00:17:32De 23, de 24?
00:17:34Nem uma vez, nem câmbio. E agora em 25,
00:17:36vamos ver, né? No câmbio, eles não acertam
00:17:37faz muito tempo, e juros muito menos.
00:17:39A gente sabe que Deus inventou o câmbio
00:17:41para deixar o economista humilde, né?
00:17:42Porque ele só erra essa porcaria.
00:17:44É verdade, mas parece que os modelos
00:17:46matemáticos vieram para errar mais ainda, né?
00:17:48É.
00:17:49Mas, então, se for por esta questão,
00:17:52eu acho que a gente pode ficar tranquilo.
00:17:54E eu tenho uma visão, Vila,
00:17:58particularmente, junto com o professor,
00:18:02que essa geração mais nova formada em
00:18:04economia, de uns tempos para cá,
00:18:07eles são formados numa teoria de
00:18:10pensamento único, e eles vivem em blocos.
00:18:14Então, eles separam economias em bloco.
00:18:17E eles são incapazes de ver uma
00:18:19conjuntura do bloco completo.
00:18:21O que eu estou querendo dizer com isso?
00:18:22Eles discutem a despesa como se não
00:18:26tivesse identidade com a receita.
00:18:29Então, sempre é corte, mas não fala
00:18:31da arrecadação.
00:18:34Então, assim, eles destruíram a identidade
00:18:36contábil, né?
00:18:38Então, se der um balanço contábil
00:18:40para esses economistas mais novos,
00:18:42de uns 30 anos de idade para 20 e poucos,
00:18:45porque eles falam todos a mesma coisa.
00:18:47Então, assim, a demanda não tem nada a ver
00:18:48com a oferta.
00:18:51Primeiro é a demanda, depois tem a oferta,
00:18:53mas elas não se conversam.
00:18:56E tem o negócio da despesa e da receita.
00:18:58Então, toda a conversa...
00:18:59Eu concordo com o André.
00:19:00Uma coisa é a narrativa, outra coisa é a prática.
00:19:02Toda a conversa é vamos cortar a despesa,
00:19:04vamos cortar a despesa, vamos cortar a despesa.
00:19:07Como se a despesa não tem nada a ver com a receita,
00:19:09a receita não tem nada a ver com a despesa.
00:19:10Quer dizer, se eu pegar uma balanço da minha empresa,
00:19:11quer dizer, a identidade de uma receita
00:19:14a ver com a despesa...
00:19:15Tudo bem, a receita pode ser maior que a despesa ou não.
00:19:19Sim.
00:19:20Agora, o Congresso é meio esquizofrênico,
00:19:22que ao mesmo tempo que encheu o saco
00:19:23com esse negócio do IOF
00:19:25e solta uma pauta bomba,
00:19:27a comissão aprova a isenção dos 5 mil
00:19:31do Imposto de Renda.
00:19:34Então, assim,
00:19:35no meu entendimento,
00:19:37e eu concordo com o que o André e o Paulo falaram
00:19:41e concordo mais com o André,
00:19:42o que foi acertado no arcabouço
00:19:44que está escrito lá é esse.
00:19:48Perfeito.
00:19:48E percebeu, sim.
00:19:51E aí tem que dar
00:19:52um ponto positivo para o ministro Haddad,
00:19:55que percebeu
00:19:56que ele tinha uma previsão
00:19:58de receita irreal no começo.
00:20:02E agora percebeu que
00:20:04para a meta ser cumprida,
00:20:06precisa de receita.
00:20:07Agora,
00:20:10o problema do embrólio,
00:20:12na minha opinião,
00:20:13é que
00:20:13o IOF jamais deveria ter sido
00:20:16uma questão de Congresso.
00:20:21Aí você volta à questão
00:20:22que você falou que é o Banco Central
00:20:24que...
00:20:24Não fui eu que redigi
00:20:26a norma do IOF,
00:20:28é como está.
00:20:29Sim.
00:20:30E aí ele tem que respeitar.
00:20:32E eu concordo com o André,
00:20:33mesmo que seja do Banco Central,
00:20:35é arrecadatório.
00:20:36Agora, ele tem um porém,
00:20:39porque ele pode distorcer câmbio,
00:20:42como na época que saiu,
00:20:43deu uma distorcida
00:20:44no mercado no dia seguinte,
00:20:48porque você começa a fazer conta.
00:20:49Então, assim,
00:20:50precisaria ter uma combinação.
00:20:52Agora,
00:20:52não é questão
00:20:53para o Congresso Nacional
00:20:54deliberar sobre o IOF.
00:20:56muito menos
00:20:58e parar no Supremo.
00:21:02Porque ele foi criado
00:21:03como regulatório.
00:21:06Agora,
00:21:07uma coisa
00:21:08é o que a gente
00:21:09acha que deve ser, né?
00:21:12Eu brinco sempre
00:21:13que é o grande filósofo
00:21:14Garrincha, né?
00:21:15Precisa combinar com os russos.
00:21:17Então, assim,
00:21:18a discussão econômica,
00:21:20hoje,
00:21:20os caras falam
00:21:21o que tem que fazer.
00:21:22Eu posso.
00:21:24A gente pode aqui,
00:21:26junto com o Paulo,
00:21:26Gil, com o André,
00:21:27se ele começar o número,
00:21:28faz isso, faz aquilo,
00:21:29acerta lá.
00:21:30Tá,
00:21:30e combina como
00:21:31com a realidade?
00:21:33Perfeito, perfeito.
00:21:34Porque no mundo
00:21:35dos modelos econômicos
00:21:36não tem força política, né?
00:21:37Como não tem dinheiro também.
00:21:39Sim, sim.
00:21:41Paulo,
00:21:42e aí, Paulo,
00:21:43temos encontro
00:21:44marcado em 2027
00:21:45com a crise?
00:21:47Ou até com o caos?
00:21:48Porque é uma crise
00:21:49que caminha para o caos
00:21:50quando alguns desenham o cenário.
00:21:51Eu não acho que seja um caos,
00:21:54mas é que tem uma confluência
00:21:55de fatores
00:21:56que colocam dificuldades
00:21:58para o ano de 2027.
00:22:00Uma é o ciclo político,
00:22:02o ano de eleições de 2026.
00:22:06Em todos os anos eleitorais,
00:22:09há sempre uma tendência
00:22:10a afrouxar controles
00:22:11para tentar eleger o sucessor
00:22:14ou reeleger o presidente.
00:22:15Isso aconteceu
00:22:16em quase todos os governos brasileiros
00:22:19quando enfrentavam eleições.
00:22:21mas o que agrava a situação
00:22:24é que a esse ciclo político
00:22:26se sobrepõe
00:22:27uma ação deletéria do Congresso.
00:22:29Esse Congresso não é centro-direita,
00:22:31não é nada.
00:22:32É fundamentalmente fisiológico,
00:22:34interessado em coisas pequenas,
00:22:37faz um discurso de austeridade,
00:22:39só atrapalha a política fiscal do governo.
00:22:43E sobre o IOF,
00:22:44eu queria voltar a ele brevemente,
00:22:46não é a princípio constitucional
00:22:48que o IOF seja regulatório.
00:22:50Não está na Constituição isso,
00:22:52contrariamente ao que às vezes se diz.
00:22:55Pode ser que na legislação infraconstitucional
00:22:57isso seja mais ou menos claro,
00:22:59mas mesmo aí há controvérsias.
00:23:02Então, de novo,
00:23:03o que o Congresso fez
00:23:04com relação a...
00:23:06tentando derrubar o decreto do governo,
00:23:09foi um negócio absurdo.
00:23:10Uma invasão de competência,
00:23:12tanto que o Supremo
00:23:13deu razão fundamentalmente
00:23:15ao governo nesse ponto.
00:23:16Agora, o Villas,
00:23:18o arcabouço,
00:23:19o que eu disse?
00:23:21O arcabouço está aí.
00:23:22Claro, ninguém vai tentar mexer no arcabouço agora.
00:23:24O que eu estou dizendo é que,
00:23:25olhando em retrospecto,
00:23:27aqueles economistas,
00:23:29como eu,
00:23:30recomendaram insistentemente
00:23:32que se definisse um arcabouço
00:23:33o mais flexível possível,
00:23:35estavam provavelmente certos
00:23:37que o governo se meteu
00:23:38em uma camisa de sete varas.
00:23:39está agora lutando
00:23:41com gambiarras
00:23:43e medidas fiscais,
00:23:44algumas duvidosas,
00:23:46para tentar corrigir o erro.
00:23:48Então, lição para o futuro.
00:23:49O governo tem que liderar os processos,
00:23:53tem que fazer propostas
00:23:54que levem em conta
00:23:55as dificuldades reais dos problemas,
00:23:57dos problemas que o governo enfrenta,
00:24:00no campo fiscal,
00:24:00no campo monetário.
00:24:02Outro exemplo,
00:24:03Vila,
00:24:04nós deveríamos ter,
00:24:05o governo Lula
00:24:06deveria ter modificado
00:24:07o regime de metas
00:24:09na saída.
00:24:11Então, nós temos
00:24:11uma meta de inflação
00:24:12irrealista,
00:24:143%,
00:24:14um intervalo de confiança
00:24:17estreito demais.
00:24:18No início do governo
00:24:20teria sido possível fazer isso.
00:24:21O próprio presidente Lula
00:24:23disse isso,
00:24:24mais de uma vez,
00:24:26disse que poderia
00:24:27elevar um pouco
00:24:29o centro da meta
00:24:30e ampliar um pouco
00:24:31o intervalo de confiança
00:24:32para dar mais flexibilidade
00:24:33ao governo.
00:24:34Mas não.
00:24:35Não tiveram a meta de inflação
00:24:36irrealista,
00:24:37fixada no governo Temer,
00:24:39meteram a política fiscal
00:24:41no arca-bolso
00:24:41rígido demais
00:24:43e agora o governo,
00:24:44apesar disso,
00:24:45o governo está produzindo
00:24:46resultados bons.
00:24:47Os dados macroeconômicos
00:24:48brasileiros
00:24:49são de bons
00:24:50para razoáveis,
00:24:51no geral.
00:24:52E mesmo a questão fiscal,
00:24:55o resultado primário,
00:24:57o déficit primário
00:24:57não é tão grande.
00:24:58O consolidado do setor público
00:24:59é algo como 0,7%,
00:25:010,8% do PIB.
00:25:02O problema está
00:25:03na conta de juros
00:25:04que o governo
00:25:06paga.
00:25:06E essa, por sua vez,
00:25:08reflete em grande medida
00:25:09a política monetária
00:25:10do Banco Central,
00:25:11que, por sua vez,
00:25:12está apertada
00:25:13pelo regime de metas
00:25:14irrealista
00:25:15que foi herdado
00:25:16do governo Temer.
00:25:17Entende?
00:25:17Então, eu não digo
00:25:20que seja caos,
00:25:21eu acho que a economia
00:25:22brasileira tem pontos
00:25:23positivos,
00:25:25o crescimento da economia,
00:25:27esse ano vai ser
00:25:28o quarto ano
00:25:29de um crescimento
00:25:30na faixa de 3%,
00:25:31um pouco menos
00:25:32esse ano,
00:25:33desemprego caiu,
00:25:34salários reais
00:25:34subiram,
00:25:35a inflação está acima
00:25:37do teto da meta,
00:25:37mas não está fora
00:25:38do controle,
00:25:40o balanço de pagamentos
00:25:41está razoavelmente
00:25:42controlado,
00:25:43então não tem, assim,
00:25:44grandes problemas
00:25:45macroeconômicos,
00:25:46o que não significa,
00:25:47entretanto,
00:25:48que o governo
00:25:48saia com a eleição
00:25:49garantida,
00:25:50uma reeleição garantida,
00:25:52porque muita coisa
00:25:53importa para o eleitor
00:25:55para além do
00:25:57estreitamento
00:25:58macroeconômico.
00:26:00É, André,
00:26:02justamente eu estava,
00:26:03quando o Paulo
00:26:04estava dizendo,
00:26:04eu estava pensando
00:26:05nesses dados
00:26:05macroeconômicos,
00:26:07a taxa de desemprego
00:26:08a menor da série histórica,
00:26:11saldo considerável
00:26:12da balança comercial,
00:26:13reservas,
00:26:14cerca de 360,
00:26:16BIA,
00:26:16aproximadamente de dólares
00:26:18e tal,
00:26:19a massa salarial
00:26:20que cresceu,
00:26:22a inflação,
00:26:23quando se fala,
00:26:24é que eu vivi
00:26:24inflação de quatro dígitos,
00:26:26eu sou do passado,
00:26:27mas não é que eu queira
00:26:29que a inflação
00:26:29perca o controle,
00:26:31mas há uma inflação
00:26:32na área de alimentos,
00:26:33porque eu vou ao supermercado,
00:26:34se é até o preço
00:26:34do pãozinho,
00:26:35que é por quilo,
00:26:36vai lembrar,
00:26:36não mais por unidade,
00:26:38e eu percebo,
00:26:39claro,
00:26:39que os preços
00:26:40estão subindo,
00:26:41mas no geral,
00:26:42não há nada
00:26:43que fosse um caos,
00:26:44o câmbio
00:26:45a cinco e cinquenta,
00:26:47cinquenta e dois,
00:26:48cinquenta e três,
00:26:50quando o câmbio
00:26:50chegou artificialmente
00:26:51numa espécie de ataque,
00:26:53a seis e vinte e cinco,
00:26:56alguns meses atrás,
00:26:57tinha gente que falava
00:26:58que ia chegar a sete,
00:26:59eu acho que ele devia,
00:27:00a pessoa que até comprou
00:27:02muitos óleos
00:27:02esperando que ia chegar a sete,
00:27:04hoje está a cinco e cinquenta,
00:27:05tal,
00:27:05a bolsa está razoavelmente bem,
00:27:08os indicadores,
00:27:10e eu podia lembrar
00:27:11mais alguns indicadores macros,
00:27:13então essa história
00:27:14de que o Brasil
00:27:15vai acabar amanhã,
00:27:17parece um certo exagero,
00:27:18até um grande empresário,
00:27:20numa entrevista
00:27:20que vai ficar célebre,
00:27:22ele fez tantas críticas
00:27:23à economia brasileira,
00:27:24apesar de dados
00:27:25tão favoráveis,
00:27:26quando perguntaram
00:27:27o domicílio fiscal dele
00:27:28onde era,
00:27:29era no Uruguai,
00:27:30bacana,
00:27:31grande compromisso,
00:27:33sentimento de pertencimento
00:27:35com o Brasil,
00:27:36mas eu estou dizendo isso
00:27:37e fiz esse entróito
00:27:38para discutir a questão
00:27:40do renúncia fiscal,
00:27:41e aí brevemente
00:27:42eu passo para você,
00:27:43André,
00:27:43e para vocês três,
00:27:44em certo momento,
00:27:46falava,
00:27:46isso só da União,
00:27:47não estamos falando
00:27:47dos estados
00:27:48nem das prefeituras,
00:27:49é um escândalo,
00:27:50é pornográfico
00:27:51a renúncia fiscal,
00:27:52falava em trezentos bi,
00:27:53depois passou para quatrocentos,
00:27:55quinhentos,
00:27:55seiscentos, setecentos,
00:27:56ultimamente falando
00:27:57de oitocentos bi,
00:27:58já que é uma questão
00:27:59arrecadatória em relação
00:28:00ao IOF,
00:28:01como foi discutido,
00:28:02porque não enfrentar
00:28:03a questão da renúncia fiscal,
00:28:04certamente ela nos resolve amanhã,
00:28:06e aí,
00:28:07não seria um caminho?
00:28:09Bem,
00:28:09vamos lá,
00:28:10eu vou assim,
00:28:11tentar apimentar um pouco
00:28:13o programa,
00:28:13se me permite a provocação,
00:28:16Paulo,
00:28:18eu entendo perfeitamente
00:28:18o que você colocou,
00:28:20eu entendo a respeito
00:28:21da questão
00:28:22da meta de inflação,
00:28:25mesmo da meta fiscal,
00:28:27só que é difícil também saber
00:28:29qual seria hoje
00:28:30a situação,
00:28:31caso tivesse mudado
00:28:32em relação
00:28:32aos valores
00:28:34que são as metas
00:28:35do que está sendo colocado,
00:28:37por que eu estou colocando isso?
00:28:38Porque às vezes
00:28:39a impressão que eu tenho
00:28:40que existe um tipo de,
00:28:42de achar que poderia ser
00:28:47mais só desse jeito,
00:28:48eu acho que a gente pode
00:28:49enfrentar isso,
00:28:50e eu estou aqui agora
00:28:50para falar um negócio
00:28:51que é o seguinte,
00:28:52todo mundo que está achando
00:28:53que o mundo vai acabar amanhã,
00:28:54o Brasil vai acabar amanhã,
00:28:55desculpa,
00:28:55não vai,
00:28:56e se vai continuar
00:28:56perdendo dinheiro,
00:28:57se continuar apostando
00:28:59dessa forma,
00:29:00eu falei isso
00:29:00da última vez que eu estive aqui,
00:29:01e a questão é o seguinte,
00:29:03eu não estou com
00:29:04os últimos números,
00:29:05vamos supor que o déficit
00:29:06do Brasil esse ano
00:29:07vai ser o quê?
00:29:070,7% do PIB,
00:29:08vai?
00:29:090,9% que seja,
00:29:10se você pegar
00:29:12o déficit projetado,
00:29:14o déficit primário
00:29:14projetado pelo FMI
00:29:15para as economias centrais,
00:29:18esse ano,
00:29:182025,
00:29:19está em 2%,
00:29:20basta entrar na internet
00:29:22World Economic Outlook
00:29:24e dar uma olhada
00:29:25nas projeções
00:29:26de déficit primário,
00:29:28resultado primário,
00:29:30é 2%,
00:29:30dos países emergentes
00:29:32é 4% do PIB,
00:29:34então,
00:29:34francamente,
00:29:34falar de 0,7%,
00:29:350,9%,
00:29:36parece que
00:29:38o Brasil
00:29:38virou
00:29:39geleia,
00:29:41mas não é,
00:29:42e eu insisto
00:29:42nessa hipótese
00:29:43para a gente tomar cuidado,
00:29:45porque muita gente,
00:29:46que nem você
00:29:46brincou agora,
00:29:48entrou nessa discussão
00:29:49que vai para 7 reais
00:29:50o câmbio,
00:29:51lembrando que Deus
00:29:52inventou o câmbio
00:29:53para deixar o economista
00:29:54humilde,
00:29:54mas o Brasil
00:29:57visto de fora
00:29:58não está
00:29:59necessariamente ruim,
00:30:01claro que agora
00:30:02a gente está com
00:30:02essa discussão
00:30:02do Trump,
00:30:04teve hoje
00:30:04a fala do presidente
00:30:06Lula,
00:30:07o pronunciamento,
00:30:07vamos ver como vai reagir isso,
00:30:09mas até segunda ordem,
00:30:10a impressão minha
00:30:11é que o Brasil
00:30:12vai ganhar para o W.O.
00:30:13O que eu quero dizer com isso?
00:30:14O mundo europeu
00:30:15está com problemas
00:30:16sérios,
00:30:17o mundo emergente
00:30:19europeu também,
00:30:20vamos,
00:30:20está tendo uma guerra
00:30:21ali do lado,
00:30:21uma questão seríssima,
00:30:23você pega o mundo asiático,
00:30:24também tem questões
00:30:25da lei difícil
00:30:26e o próprio
00:30:26Estados Unidos,
00:30:28isso que eu acho
00:30:29interessante,
00:30:29eu acho que a gente
00:30:32vai ter que,
00:30:33agora vou provocar mesmo,
00:30:35eu acho que a gente tem
00:30:35que arranjar uma solução
00:30:36para o Trump,
00:30:37porque eu quero dizer
00:30:37para uma solução
00:30:38para o Trump,
00:30:39Paula,
00:30:39de repente você pode me ajudar,
00:30:41que eu li muito texto
00:30:42seu sobre esses assuntos
00:30:44aqui que é importante,
00:30:47desde que os americanos,
00:30:48agora vou citar
00:30:49o Charles de Gaulle,
00:30:50adquiriram esse privilégio
00:30:51exorbitante
00:30:52de emitir o dólar,
00:30:53teve o choque Nixon,
00:30:55depois teve o acordo
00:30:56do Plaza,
00:30:57e agora eles estão
00:30:57encaminhando para a mesma
00:30:58coisa,
00:30:59o que o Trump
00:31:00quer fazer,
00:31:01anotem isso,
00:31:02o que o Trump
00:31:03quer fazer é
00:31:03desvalorizar o dólar,
00:31:06é disso que se trata,
00:31:07não adianta nada
00:31:08subir em 30,
00:31:0950%
00:31:09a tarifa do Brasil
00:31:11se o dólar
00:31:11subir 50%.
00:31:12E o que significa
00:31:13isso para quem
00:31:14nos acompanha,
00:31:15é importante ser explicado,
00:31:16a desvalorização
00:31:17do dólar.
00:31:18O que os Estados Unidos
00:31:19estão precisando
00:31:20é resolver um problema
00:31:20de transações correntes,
00:31:22eu não lembro exatamente
00:31:23o valor,
00:31:24mas está em menos 5%
00:31:25do PIB
00:31:26a transações correntes,
00:31:27ou seja,
00:31:27os Estados Unidos
00:31:28estão,
00:31:28ele está,
00:31:29vamos assim,
00:31:30consumindo mais do mundo
00:31:33do que ele aguenta,
00:31:34vou colocar essa forma
00:31:34bem genérica aqui,
00:31:36que é até meio errado
00:31:37falar desse jeito,
00:31:37mas enfim,
00:31:38coloquei dessa forma.
00:31:39Então eles vão precisar
00:31:40desvalorizar,
00:31:42então cabe a nós,
00:31:43brasileiros,
00:31:43sermos mais inteligentes
00:31:44a respeito desse jogo,
00:31:46e entrar nessa discussão,
00:31:48isso que me irrita
00:31:49com o Congresso atual,
00:31:50que concordo demais
00:31:52com o Paulo e com o Manfred,
00:31:53aqui colocamos,
00:31:54e com você também,
00:31:54Vila,
00:31:55que você colocou,
00:31:55nesse sentido,
00:31:56se é mal,
00:31:57ruim,
00:31:58isso até pode ser questionado
00:32:00por várias outras
00:32:01questões,
00:32:02mas nitidamente
00:32:03é fisiológico,
00:32:04nitidamente,
00:32:05não tem como você
00:32:06ponderar de outra forma,
00:32:08é isso que se trata,
00:32:10e como você discutir,
00:32:11fazer uma discussão
00:32:11de adulto
00:32:12sobre temas importantes
00:32:13da nação
00:32:14nesse momento,
00:32:15fica difícil mesmo,
00:32:17e pode ficar pior
00:32:18para isso,
00:32:19e eu insisto
00:32:19nessa tese,
00:32:20porque é o seguinte,
00:32:20os dados econômicos
00:32:21do Brasil,
00:32:21de fato,
00:32:22o PIB está crescendo
00:32:23mais forte do que esperado,
00:32:24a taxa de desemprego
00:32:25está menor do que esperado,
00:32:26você tem uma situação
00:32:27de,
00:32:29tem vários outros indicadores,
00:32:31balanço comercial,
00:32:32a gente está,
00:32:33né,
00:32:34levando,
00:32:34está indo,
00:32:35tem uma reserva internacional,
00:32:37a gente está fazendo,
00:32:38a tempestade
00:32:41é um copo d'água,
00:32:42que nem falou um banqueiro
00:32:43esses dias,
00:32:43faz um tempo já,
00:32:45e eu subscrevo,
00:32:46a gente colocou o nariz
00:32:48dentro do copo d'água
00:32:49e está achando
00:32:49que está morrendo
00:32:50afogado no meio
00:32:51do Pacífico,
00:32:52francamente,
00:32:53não se trata disso,
00:32:54e eu estou falando
00:32:55isso para você
00:32:55ganhar dinheiro,
00:32:56para não entrar
00:32:57nesse ruído,
00:32:58né,
00:32:59que acabou o negócio
00:33:00que não acabou,
00:33:01e por fim,
00:33:01só para fechar
00:33:01meu raciocínio,
00:33:02que eu acho
00:33:02que é importante
00:33:03desse aspecto,
00:33:05existe uma leitura
00:33:08que aí tem a ver
00:33:09com esse fiscalismo
00:33:10o tempo todo,
00:33:11que não articula
00:33:12receita e despesa,
00:33:14que é muito ruim
00:33:17a forma que a gente
00:33:19endereça essa questão,
00:33:20porque um liberal,
00:33:21eu entendo,
00:33:22um homem ortodoxo,
00:33:23uma economista ortodoxa,
00:33:24que vê a economia
00:33:25pelo lado da oferta
00:33:26e vai querer fazer
00:33:28todas as discussões
00:33:28do lado da oferta,
00:33:29ok,
00:33:29eu entendo um economista
00:33:31heterodoxo,
00:33:32mais,
00:33:32enfim,
00:33:33mais desenvolvimentista,
00:33:34querendo discutir
00:33:34pelo lado da demanda,
00:33:36isso é uma discussão
00:33:36que a gente pode ter,
00:33:37eu posso chamar,
00:33:38pegar um economista liberal,
00:33:40ou mais,
00:33:40a gente discute,
00:33:41ó, vai dar tal oferta,
00:33:42só que do jeito
00:33:43que está colocado
00:33:44a discussão hoje em dia
00:33:45no Congresso,
00:33:45estou apelando
00:33:46para os congressistas
00:33:47que estão nos assistindo,
00:33:48pelo amor de Deus,
00:33:49vocês têm que começar
00:33:50a tratar isso
00:33:51de forma mais organizada,
00:33:53não tem nem como
00:33:53construir a discussão,
00:33:55é assustador o que o Congresso
00:33:57está fazendo nesse sentido,
00:33:59agora,
00:33:59por outro lado,
00:33:59a gente precisa nitidamente
00:34:00entender que,
00:34:01dadas as balizes do jogo,
00:34:03o Haddad está fazendo
00:34:04o que pode,
00:34:05de novo,
00:34:06isso é uma ideia,
00:34:06ele está resolvendo
00:34:07a conta erro
00:34:08do Congresso com o Planalto,
00:34:09e aí,
00:34:11vai ser esse jogo,
00:34:12e agora com o Trump ainda,
00:34:14e com essa história de Pix,
00:34:15bem,
00:34:15depois eu falo,
00:34:15senão a gente vai ficar
00:34:16aqui o tempo todo.
00:34:17Até 25 de março
00:34:18entrou na discussão internacional,
00:34:20vocês imaginam,
00:34:21que nível,
00:34:22que nível,
00:34:23diriam alguns,
00:34:24Manfred,
00:34:24essa questão,
00:34:25então,
00:34:26bem,
00:34:27precisa arrecadar,
00:34:28a situação é difícil,
00:34:29ali,
00:34:29acolá,
00:34:30bem,
00:34:30e a renúncia fiscal,
00:34:31como é que entra,
00:34:33que são valores astronômicos,
00:34:36e que envolvem
00:34:36privilégios políticos,
00:34:38e também nos estados,
00:34:39eu não citei o valor
00:34:40dos estados,
00:34:41São Paulo tinha,
00:34:42em certa época,
00:34:4385 bi,
00:34:44nem sei se é esse ainda,
00:34:46por ano,
00:34:47de renúncia,
00:34:48renúncia é o seguinte,
00:34:49não paga os impostos,
00:34:51só para quem
00:34:51nos acompanha,
00:34:52né,
00:34:53e as prefeituras também
00:34:54tem esse incentivo,
00:34:56que fica para algumas vezes
00:34:58a de eterno,
00:34:59né,
00:34:59Manfred,
00:35:00como é que nós ficamos nisso?
00:35:02Olha,
00:35:02Vila,
00:35:02primeiro eu só lembrar,
00:35:04quem está nos assistindo,
00:35:05que os estados e municípios
00:35:07gastaram mais que a União,
00:35:09isso pouco é divulgado,
00:35:12gastaram muito mais que a União,
00:35:14e é pouco divulgado,
00:35:16a renúncia é aquele caso
00:35:17do direito adquirido,
00:35:18você faz um incentivo
00:35:20para determinado setor
00:35:21naquele momento,
00:35:23para ver aumentar a demanda,
00:35:26aí fica lá,
00:35:26aquelas coisas do Brasil,
00:35:28famosas jabuticabas,
00:35:29por quê?
00:35:29Você cria,
00:35:31fica,
00:35:32o Congresso aprova,
00:35:34aí o setor beneficiado
00:35:35não abre mão,
00:35:39e aí que começa
00:35:40o redemoinho da renúncia fiscal,
00:35:43chegou nesse ponto,
00:35:43e são todos os governos,
00:35:45independente dos partidos,
00:35:48que já tiveram
00:35:49no Executivo,
00:35:52então é complicado,
00:35:54esse Congresso que a gente tem hoje,
00:35:56vai querer negociar
00:35:57a renúncia fiscal,
00:35:58sendo que eles representam quem?
00:36:01Eu costumo dizer o seguinte,
00:36:02no Congresso Nacional
00:36:03representam um monte de lobbies,
00:36:06os únicos que não estão
00:36:07representados somos nós,
00:36:08que é do jogo político,
00:36:13eu não estou dizendo
00:36:14que não deveria,
00:36:16então assim,
00:36:16como você vai negociar,
00:36:17e o Paulo lembrou bem
00:36:19no começo,
00:36:20com o ano eleitoral
00:36:21em 2026,
00:36:23o Congresso vai querer
00:36:24discutir renúncia fiscal,
00:36:26porque assim,
00:36:26dependendo do setor,
00:36:28se voltar atrás,
00:36:29está beneficiando
00:36:30o governo atual,
00:36:32dependendo do setor,
00:36:33se não voltar atrás,
00:36:34está tentando
00:36:35beneficiar a oposição,
00:36:37eu acho muito complicado,
00:36:38e eu queria,
00:36:41concordo plenamente
00:36:42com o André,
00:36:42eu queria levantar
00:36:43mais duas questões
00:36:44que o André
00:36:45colocou,
00:36:47uma é a seguinte,
00:36:49os economistas
00:36:50descobriram esse ano
00:36:51que quando a economia
00:36:52cresce,
00:36:53a arrecadação sobe,
00:36:55ela é recorde
00:36:56de arrecadação real
00:36:57esse ano,
00:36:58não é nominal.
00:36:59Então,
00:36:59eu fiquei besta,
00:37:02porque a álgebra
00:37:03às vezes não funciona.
00:37:05Então,
00:37:05é impressionante
00:37:06o nível de abadorismo
00:37:07da discussão
00:37:08de algumas pessoas.
00:37:09Mas é que está,
00:37:09de novo,
00:37:10só para insistir
00:37:10no teu ponto aqui.
00:37:11É recorde de aumento real,
00:37:12não nominal,
00:37:13real,
00:37:14acima da inflação
00:37:15para o preço.
00:37:15Perfeito.
00:37:16Voltamos à questão,
00:37:17é isso,
00:37:17essa é a boa discussão.
00:37:19Onde que o mundo
00:37:20vai acabar
00:37:20se a arrecadação
00:37:21é trilionária?
00:37:22Então.
00:37:24Sabe o que parece?
00:37:25Eu aumentei a despesa
00:37:26e não aparece dinheiro
00:37:27de lugar nenhum.
00:37:29É aquilo que eu falei,
00:37:29divida em bloco,
00:37:30vamos discutir aqui
00:37:31e lá,
00:37:32não tem nada a ver.
00:37:33E eu queria
00:37:35apimentar mais um pouco
00:37:37que é o seguinte,
00:37:38nós somos um caso raro
00:37:39no mundo.
00:37:40Eu que fiz mestrado
00:37:41em administração pública,
00:37:45orçamento é público
00:37:45no Brasil,
00:37:46não é,
00:37:46é secreto.
00:37:49Tiraram a prerrogativa
00:37:50do executivo
00:37:51do orçamento público.
00:37:53Orçamento público,
00:37:53a palavra está dizendo,
00:37:54é discutido publicamente.
00:37:58Perfeito.
00:37:59Quer dizer,
00:37:59é um caso esquizofrênico,
00:38:01o orçamento é secreto.
00:38:04O executivo perdeu
00:38:05totalmente
00:38:06o poder
00:38:07sobre o orçamento.
00:38:10Está na mão do Congresso
00:38:12e não foi nesse governo,
00:38:13para dizer a verdade.
00:38:16Perfeito.
00:38:17Você vê a...
00:38:18Você vê a discussão, né?
00:38:22Uma tentativa
00:38:23das emendas lá,
00:38:24o que que já deu?
00:38:26E que a entre o nove
00:38:26que o dinheiro pediu
00:38:27é só a transparência, né?
00:38:28Sim.
00:38:29Só a transparência,
00:38:30não pediu nada de mais.
00:38:30É.
00:38:31Zero de mais.
00:38:32Eu pergunto você,
00:38:33como historiador,
00:38:34o orçamento diz que é público.
00:38:36É.
00:38:36Manda a peça do orçamento.
00:38:38Sim.
00:38:38Seja para a Câmara Municipal,
00:38:40para a Assembleia Legislativa
00:38:42ou para o Congresso.
00:38:45E está na mão
00:38:46do orçamento secreto,
00:38:48não público.
00:38:49Isso é uma exorbitância.
00:38:52Perfeito.
00:38:52E para terminar,
00:38:53em questão dos Estados Unidos,
00:38:56ele lembrou bem,
00:38:57fora isso, né, André,
00:38:59há uma outra questão
00:39:01que é muito falada
00:39:02todo santo dia aqui
00:39:04que precisa ter
00:39:06uma paciência
00:39:08para...
00:39:09que eu não tenho mais,
00:39:10que vai ter o calote
00:39:11da dívida pública.
00:39:14E, assim,
00:39:15comparada com as dívidas públicas
00:39:17de países muito mais ricos
00:39:20que o Brasil,
00:39:21Japão,
00:39:21mesmo hoje
00:39:22os países da OCDE,
00:39:25mesmo o caso europeu
00:39:26que vai aumentar os gastos,
00:39:27e falar do Tio Sam,
00:39:29então,
00:39:29que é a maior dívida
00:39:30do planeta,
00:39:32parece que nós vamos
00:39:33entrar em calote.
00:39:34Então, fica...
00:39:36Você usa um truque
00:39:37matemático,
00:39:39eu, como quase fui um engenheiro,
00:39:42né,
00:39:42todo mundo aqui estudou
00:39:43no ensino médio,
00:39:44tem as condições normais
00:39:45de temperatura e pressão,
00:39:47que era feito na química
00:39:48para a gente facilitar
00:39:49que a temperatura e a pressão
00:39:51são constantes.
00:39:52Então, o economista
00:39:53faz cálculo com o CNTP,
00:39:54né,
00:39:55ele pega os dados de hoje,
00:39:57põe uma progressão
00:39:58e diz,
00:39:582030 vai estar
00:40:0090% da dívida.
00:40:02Agora saiu até do
00:40:03Pop Tesouro.
00:40:05O Pop Tesouro
00:40:06colocou 84%
00:40:07para 2035.
00:40:09Sim.
00:40:09O FMI,
00:40:10só que é o seguinte,
00:40:11quer dizer que
00:40:12eu não preciso fazer
00:40:13mais nada na vida,
00:40:14quer dizer,
00:40:14tudo que está constante
00:40:15hoje e amanhã
00:40:16não pode mudar.
00:40:17Deixa eu passar
00:40:20para o Paulo.
00:40:21Paulo,
00:40:23como é que fica
00:40:23essa questão
00:40:24na sua leitura
00:40:25da renúncia fiscal?
00:40:28Olha,
00:40:28esse é um tema
00:40:28importante que você levantou,
00:40:31Vila,
00:40:32porque a renúncia fiscal,
00:40:34as inúmeras renúncias fiscais
00:40:37que existem
00:40:37nos orçamentos
00:40:39no Brasil
00:40:39são uma peça
00:40:41importante
00:40:41do problema fiscal brasileiro.
00:40:44Agora,
00:40:44como disse o Manfred,
00:40:45é fácil
00:40:47de introduzir
00:40:48uma isenção fiscal,
00:40:50difícil retirar,
00:40:52porque o beneficiário,
00:40:54o empresário,
00:40:55o setor
00:40:55econômico,
00:40:57o beneficiário
00:40:57da isenção
00:40:58não quer abrir mão dela,
00:41:00se acostuma com ela
00:41:01e resiste,
00:41:03então é mais fácil
00:41:03criar do que retirar
00:41:05e você vai acumulando
00:41:06isenções,
00:41:07o que prejudica
00:41:08o orçamento,
00:41:10a situação fiscal.
00:41:11E outro ponto
00:41:13é esse que o Manfred
00:41:14também levantou,
00:41:16que se agravou
00:41:17muito no governo
00:41:17Bolsonaro,
00:41:19que foi a invasão
00:41:20dos passos orçamentários
00:41:21do governo federal
00:41:22pelo Congresso,
00:41:24com emendas
00:41:25parlamentares
00:41:26de valor crescente,
00:41:27com baixa transparência,
00:41:28com baixa eficiência,
00:41:30não todas,
00:41:31mas uma grande
00:41:32parte delas.
00:41:33Então,
00:41:34nós temos
00:41:34um tudo
00:41:35que se faz
00:41:35de errado,
00:41:37depois fica
00:41:38muito difícil
00:41:38de reverter.
00:41:39agora eu vejo,
00:41:40viu,
00:41:40por que eu concordo
00:41:41com o que foi dito
00:41:42aqui por todos nós,
00:41:44eu acho,
00:41:44não há uma situação
00:41:45caótica brasileira,
00:41:47porque mesmo
00:41:48esses problemas
00:41:49complicados
00:41:49que nós temos,
00:41:51excesso de renúncia
00:41:51fiscal,
00:41:53enriquecimento
00:41:54do orçamento
00:41:56federal
00:41:56por causa
00:41:57do crescimento
00:41:58de emendas
00:41:58parlamentares,
00:42:00tudo isso
00:42:00pode ser enfrentado.
00:42:02Eu vejo,
00:42:02por exemplo,
00:42:02que o Flávio Dino
00:42:03está conduzindo
00:42:05muito bem
00:42:06essa discussão
00:42:06das emendas
00:42:07no Congresso.
00:42:07E o governo
00:42:10federal,
00:42:11o governo Lula,
00:42:11meio que saiu
00:42:12das cordas,
00:42:13sabe,
00:42:13Vila?
00:42:14Está agora
00:42:14chamando a atenção
00:42:16da sociedade,
00:42:17olha,
00:42:18o Congresso
00:42:18não está permitindo
00:42:21que certas coisas
00:42:22importantes
00:42:23sejam feitas,
00:42:24o Congresso
00:42:24está solapando,
00:42:26isso já está
00:42:26tendo efeito,
00:42:27o Congresso
00:42:27ficou mais
00:42:28na defensiva
00:42:29agora,
00:42:30e, por exemplo,
00:42:32até onde eu percebi,
00:42:33não criou
00:42:34grandes dificuldades
00:42:35na tramitação
00:42:36da mudança
00:42:37do imposto
00:42:37de renda,
00:42:38com o parecer
00:42:41do Arthur Lira,
00:42:43não preciso ver
00:42:44os detalhes,
00:42:45mas, pelo que eu vi,
00:42:46preservou-se a orientação
00:42:47geral do governo.
00:42:49Então,
00:42:50eu creio que
00:42:51o governo
00:42:52não pode ficar
00:42:53intimidado,
00:42:54sabe,
00:42:55ele tem,
00:42:56se ele tem propostas
00:42:56boas,
00:42:57propostas que beneficiam
00:42:58a população,
00:43:00ele tem que
00:43:01trazer a opinião
00:43:02pública,
00:43:02olha,
00:43:02não querem
00:43:04tributar
00:43:04os mais ricos,
00:43:06nós propusemos,
00:43:07eis a nossa proposta,
00:43:08o Congresso
00:43:09vai rejeitar isso,
00:43:11quando o sistema
00:43:12tributário brasileiro
00:43:13é super injusto,
00:43:15e nós sabemos
00:43:15disso,
00:43:16há décadas
00:43:17que ele é injusto,
00:43:18não vão deixar
00:43:18corrigir,
00:43:20então,
00:43:20os congressistas
00:43:21que se denomem
00:43:23aos boas,
00:43:23entende,
00:43:24Vila?
00:43:25Quem é
00:43:25que não quer
00:43:26ter um sistema
00:43:29tributário
00:43:29mais justo
00:43:29no Brasil?
00:43:30Porque esses congressistas
00:43:31todos são candidatos
00:43:32na reeleição,
00:43:33ou pelo menos
00:43:33grande parte deles,
00:43:34então,
00:43:36eles não têm interesse
00:43:36também em ficar
00:43:37mal na foto,
00:43:38daí que eu acho
00:43:39que o governo
00:43:40tem que parar,
00:43:40Vila,
00:43:41de ficar em conversas
00:43:42de bastidor
00:43:43e trazer para público
00:43:45as confrontações
00:43:46que existem
00:43:47com esse congresso
00:43:48fisiológico
00:43:49que atrapalha
00:43:50enormemente,
00:43:50não estou dizendo
00:43:52que o governo
00:43:52está indo
00:43:52maravilhosamente bem,
00:43:54não,
00:43:54estou fazendo aqui
00:43:55apologia do governo
00:43:55federal,
00:43:56mas ele
00:43:57atrapalha menos
00:43:59a situação econômica
00:44:01e fiscal brasileira
00:44:02do que o congresso
00:44:02na minha opinião.
00:44:04Nós estamos
00:44:05indo quase já
00:44:06para o nosso
00:44:07último terço,
00:44:10um pouco menos
00:44:10que isso,
00:44:11que agora é futebol,
00:44:12primeiro terço,
00:44:13segundo terço,
00:44:14terceiro terço,
00:44:14tudo é futebol,
00:44:16e eu queria até
00:44:16começar com o nosso
00:44:18convidado,
00:44:19o Paulo Nogueira
00:44:20Batista Júnior,
00:44:21que está remoto,
00:44:22ele começando com a questão,
00:44:23eu passo
00:44:24para o Manfredo
00:44:26e depois para o André.
00:44:27o Paulo Nogueira
00:44:28Batista Júnior escreveu
00:44:30algum tempo atrás
00:44:31e eu li,
00:44:32o Brasil não cabe
00:44:33no quintal de ninguém,
00:44:35eu não sei se ele é
00:44:35pitoniza,
00:44:37ele estava já prevendo
00:44:38o que ocorrer
00:44:39nos tempos atuais,
00:44:40e tal.
00:44:41Então,
00:44:42eu queria saber
00:44:43até a mega cena,
00:44:45se você puder
00:44:45dar uma indicação
00:44:46de alguns números.
00:44:47Mas,
00:44:48eu pergunto para você,
00:44:49começando por você,
00:44:50eu quero agora
00:44:51passar para o tarifaço
00:44:52e a gente fecha
00:44:53a nossa conversa
00:44:53de hoje aqui.
00:44:55Como é que você viu
00:44:55a questão do tarifaço,
00:44:57a justificativa,
00:44:58o pseudo justificativa,
00:45:00não importa,
00:45:00a econômica,
00:45:02as referências
00:45:02às questões políticas
00:45:04e até questões
00:45:05que foram menores,
00:45:07como até
00:45:07da 25 de março
00:45:08sendo um grande
00:45:09problema mundial.
00:45:10Como é que você
00:45:11analisa isso?
00:45:14Bem,
00:45:14quando eu dei
00:45:15ao meu penúltimo livro
00:45:16o título
00:45:16de O Brasil
00:45:17Não Cabe no Quintal
00:45:18de Ninguém,
00:45:18eu estava apontando
00:45:19para coisas
00:45:20desobjetivas.
00:45:21O Brasil é um dos maiores
00:45:22países do mundo
00:45:23em termos de território,
00:45:24em termos de população,
00:45:25em termos de PIB.
00:45:26Faz parte de um grupo
00:45:27de apenas cinco países,
00:45:29os quatro,
00:45:30Brasil, Rússia,
00:45:31Índia, China
00:45:31e Estados Unidos,
00:45:32que estão entre os dez
00:45:33maiores territórios,
00:45:34populações e PIBs.
00:45:36Então,
00:45:36é um gigante o Brasil.
00:45:37Qual é o problema,
00:45:38Vila?
00:45:39É que muitos
00:45:40brasileiros
00:45:41influentes
00:45:42cabem no quintal
00:45:43de qualquer um.
00:45:44Então,
00:45:45o descompasso
00:45:46entre o Brasil,
00:45:47seu tamanho objetivo,
00:45:48e a mentalidade
00:45:49de grande parte
00:45:50das elites brasileiras,
00:45:51que é muito acanhada.
00:45:53Então,
00:45:53por exemplo,
00:45:53agora vem esse desafio
00:45:54monumental,
00:45:56que é o governo Trump,
00:45:57que inicialmente
00:45:58não tinha focado
00:45:59muito no Brasil,
00:46:01estava focando
00:46:02em outros países,
00:46:03agora se voltou
00:46:03também para o Brasil.
00:46:05mas esses tarifatos
00:46:07do Trump
00:46:07em cima do Brasil,
00:46:09ameaçado,
00:46:10porque ainda não aconteceu,
00:46:11está previsto
00:46:12entrar no primeiro
00:46:13de agosto,
00:46:13em vigor,
00:46:14e essas medidas
00:46:15anunciadas
00:46:16ou praticadas
00:46:17pelo governo
00:46:18Trump,
00:46:18no meu modo de ver,
00:46:20enfraquecem
00:46:21os Estados Unidos,
00:46:22criam problemas
00:46:23para os países
00:46:24que são atingidos
00:46:25por essas medidas,
00:46:26pelas ameaças,
00:46:27claro,
00:46:28mas fundamentalmente
00:46:30quem está sendo atingido
00:46:30são os Estados Unidos.
00:46:32Os Estados Unidos
00:46:32estão tendo custos
00:46:33econômicos
00:46:34com essas políticas
00:46:35tarifárias
00:46:36do governo Trump,
00:46:38os Estados Unidos
00:46:39estão perdendo
00:46:39prestígio,
00:46:41perdendo credibilidade,
00:46:43porque,
00:46:44a maneira como
00:46:45o governo Trump
00:46:47justifica as medidas
00:46:48tarifárias
00:46:49é tosse,
00:46:50para dizer o mínimo,
00:46:51às vezes é ridícula,
00:46:52entende?
00:46:53Eu nunca vi,
00:46:55os Estados Unidos
00:46:55estão em declínio,
00:46:56a gente sabe,
00:46:57já há algum tempo,
00:46:58mas o declínio
00:46:59se acentuou muito
00:46:59agora com o governo Trump,
00:47:01eu nunca vi
00:47:01um governo
00:47:02tão incompetente
00:47:03em matéria econômica
00:47:05como esse governo Trump,
00:47:07é a carta
00:47:08que o Trump
00:47:09mandou o Lula,
00:47:10carta aberta,
00:47:11é uma carta
00:47:12completamente maluca,
00:47:14porque vincula
00:47:15um tema tarifário
00:47:16a questões políticas
00:47:17internas do Brasil,
00:47:19o caso Bolsonaro,
00:47:21e também
00:47:21os interesses
00:47:22das plataformas,
00:47:23as mídias sociais
00:47:24americanas
00:47:24que estariam sendo
00:47:25contrariadas
00:47:26por ordens do Supremo,
00:47:28você vê o linguajar
00:47:29daquela carta
00:47:30e de várias outras
00:47:31que ele mandou
00:47:32para vários outros países,
00:47:33era o nosso primário,
00:47:34primário,
00:47:35e eu vou dizer
00:47:36que o Brasil,
00:47:37representado nessa questão
00:47:38pelo Lula,
00:47:40se comportou bem
00:47:40no primeiro embate,
00:47:42compare a resposta
00:47:43do Lula
00:47:43à carta do Trump,
00:47:46a resposta do Lula
00:47:46é uma coisa digna,
00:47:48bem pensada,
00:47:49firme,
00:47:50sem ser bravateira,
00:47:51enquanto que o
00:47:52presidente americano
00:47:53simplesmente
00:47:54se tornou,
00:47:56se comportou
00:47:56como desvairado,
00:47:57olha,
00:47:58eu vou te dizer,
00:48:00o que está acontecendo
00:48:01com o governo Trump
00:48:02é muito ruim
00:48:03para os Estados Unidos,
00:48:04mas de certa maneira
00:48:04é bom para nós,
00:48:06viu,
00:48:06por quê?
00:48:07Porque o imperialismo
00:48:08americano está
00:48:09explicitando
00:48:09a sua verdadeira face,
00:48:11porque o Trump
00:48:12não acredita em hipocrisia,
00:48:14então ele está mostrando
00:48:15o que é
00:48:15o poder imperial americano
00:48:17quando desafiado,
00:48:19não é?
00:48:20O poder imperial americano
00:48:21está indefensivo,
00:48:22mas quer partir para o ataque
00:48:23para tentar anular
00:48:26a vantagem que outros
00:48:27países estão tendo
00:48:27sobre eles,
00:48:28exatamente a China,
00:48:29né?
00:48:30Então,
00:48:31é um cenário muito
00:48:31complicado esse,
00:48:32mas que tem o seu lado
00:48:33positivo, sabe?
00:48:35Porque o Trump
00:48:35ajuda os brasileiros
00:48:37e os países também
00:48:38a perceberem que
00:48:40os Estados Unidos
00:48:41são um problema,
00:48:43um problema para o mundo,
00:48:44entende?
00:48:44Não a estrela guia
00:48:46que alguns brasileiros
00:48:48desalizados
00:48:48consideravam que
00:48:50os Estados Unidos
00:48:50fossem,
00:48:51né?
00:48:52Manfred.
00:48:56Olha,
00:48:57para completar,
00:48:58eu queria
00:48:59voltar para a questão
00:49:01americana,
00:49:03que o André
00:49:04lembrou bem
00:49:05que
00:49:05o objetivo
00:49:07é desvalorizar
00:49:08o dólar
00:49:09e nos últimos dias
00:49:11tem valorizado,
00:49:12não desvalorizado.
00:49:15E aí você perguntou
00:49:16por quê?
00:49:16existe uma visão
00:49:19eu diria
00:49:20neocolonial,
00:49:22o tempo colonial
00:49:23já acabou,
00:49:26achando que
00:49:27um superávit
00:49:28ou um déficit
00:49:29de balanço
00:49:29de pagamento
00:49:30seria uma coisa
00:49:33ruim
00:49:33ou uma coisa
00:49:33boa.
00:49:36E
00:49:37na visão
00:49:38dita liberal,
00:49:40tem um negócio
00:49:40muito interessante
00:49:41que eu queria
00:49:42levantar aqui
00:49:43para as pessoas,
00:49:44passam na Câmara
00:49:45dos Deputados
00:49:46Americanos hoje,
00:49:47depois de dois dias
00:49:48e passou no Senado,
00:49:50a lei dos
00:49:50stable coins,
00:49:52que são
00:49:53moedas
00:49:53cripto,
00:49:55tipo,
00:49:56você vai lembrar
00:49:56o padrão ouro,
00:49:57mas modificado.
00:50:00E é uma coisa
00:50:00muito interessante,
00:50:01porque a visão
00:50:03dos Estados Unidos
00:50:03é que é um país
00:50:04liberal sem intervenção
00:50:06do Estado.
00:50:06e o secretário
00:50:09do Tesouro
00:50:10americano
00:50:10percebeu
00:50:11que desde que
00:50:12começou esse negócio
00:50:13de tarifa,
00:50:13eles estão com
00:50:13problema de financiamento
00:50:15nos Treasuries.
00:50:17Tanto que
00:50:18os leilões
00:50:20de título americano
00:50:21esse ano
00:50:21estão aparecendo
00:50:22no Brasil
00:50:22dos anos 90,
00:50:24porque estão
00:50:24encurtando a dívida.
00:50:25Só se vende
00:50:26título de 10 anos,
00:50:27ninguém quer comprar
00:50:28os de 30,
00:50:28os de 30
00:50:29têm subido
00:50:29o rendimento.
00:50:31E o stable coin,
00:50:33por detrás
00:50:34de facilitar
00:50:36e inovar
00:50:37com as moedas
00:50:38cripto,
00:50:40na legislação
00:50:41diz o seguinte,
00:50:41como ela tem
00:50:42que ter um lastro
00:50:43em dólar
00:50:44e em Treasuries,
00:50:47ou seja,
00:50:48todo mundo vai poder
00:50:49fazer stable coin,
00:50:50empresa privada,
00:50:51parece que todo mundo
00:50:52vai ter só moeda,
00:50:52mas está embutido
00:50:55que para ele fazer
00:50:55stable coin
00:50:56ele vai ter que
00:50:56comprar título
00:50:57do Tesouro.
00:50:59E seria o lastro?
00:51:00E seria o lastro,
00:51:01porque ele já percebeu
00:51:02que tem problema
00:51:02de financiamento.
00:51:04eu fiquei pensando
00:51:06esses dias
00:51:07se isso fosse
00:51:08no Brasil.
00:51:10Estaria a mídia
00:51:11toda dizendo
00:51:11que é uma baita intervenção
00:51:13em cima
00:51:14do financiamento
00:51:15do Tesouro Nacional.
00:51:18Então isso mostra
00:51:19que a coisa
00:51:19é problemática.
00:51:21E o secretário
00:51:22do Tesouro americano
00:51:22já percebeu isso daí.
00:51:25O déficit americano
00:51:26que vem desde
00:51:27o Reagan para cá,
00:51:29ele se sustenta
00:51:30por duas razões.
00:51:31A primeira
00:51:32é porque tem
00:51:32a moeda reserva.
00:51:33ainda tem.
00:51:36E a segunda
00:51:37que ele sempre
00:51:38tapou o buraco
00:51:39com financiamento
00:51:40vindo do dinheiro
00:51:41do exterior
00:51:41para o mercado
00:51:43financeiro americano,
00:51:44não só para os treasuries.
00:51:46e na proposta
00:51:50lá inicial
00:51:50do Build for Day
00:51:52tinha um...
00:51:55tinha um...
00:51:57esqueci como é que chama,
00:51:58não é uma norma,
00:51:58tinha um artigo lá
00:51:59que o 199
00:52:00foi muito debatido
00:52:02no exterior,
00:52:03pouco saiu
00:52:04esse comentário aqui,
00:52:05que tinha uma taxação
00:52:07sobre investimento estrangeiro
00:52:10no mercado americano
00:52:11que poderia aumentar
00:52:12o imposto de renda
00:52:13dos estrangeiros
00:52:14a hora que bem quisesse.
00:52:15E saiu,
00:52:16tiraram.
00:52:17Isso já estava provocando
00:52:18saída de capital
00:52:19dos Estados Unidos.
00:52:21É?
00:52:23Que é muito maior
00:52:24do que um IOF
00:52:24de 3,38
00:52:26para 3,5.
00:52:27ou de um IOF
00:52:29de remessa
00:52:29de um e-mail
00:52:30para 3,5
00:52:31e os economistas
00:52:32aqui dizendo
00:52:32que vai ter controle
00:52:33de capital.
00:52:35É...
00:52:36ou 0,0041
00:52:38para 0,082
00:52:39no crédito,
00:52:40que vai dar
00:52:40desintermediação
00:52:43do sistema
00:52:43de crédito.
00:52:45Sendo que
00:52:46quem conhece
00:52:47o mercado financeiro
00:52:47sabe que qualquer IOF
00:52:49quem paga
00:52:49é o cliente.
00:52:51Normalmente é repassado.
00:52:52Então,
00:52:53é...
00:52:54eu concordo
00:52:55com o Paulo
00:52:56e...
00:52:58eu também não vou falar
00:52:59das elites brasileiras
00:53:00porque você está aqui
00:53:01como historiador
00:53:03é a elite
00:53:04que a gente tem hoje.
00:53:05A elite
00:53:05que a gente tem hoje
00:53:06ela...
00:53:08ela não anda
00:53:09na rua
00:53:09no Brasil
00:53:10porque ela só anda
00:53:11na rua em Miami.
00:53:14Então,
00:53:14o que o Brasil
00:53:15perdeu,
00:53:15na minha opinião,
00:53:17eu não tenho
00:53:18solução para isso.
00:53:20Eu discuto
00:53:21bastante isso
00:53:22com o professor.
00:53:23A gente já foi
00:53:24muito criativo.
00:53:25o Brasil perdeu
00:53:26sei lá,
00:53:28desde o plano real
00:53:28para cá
00:53:29total capacidade
00:53:31de planejamento.
00:53:34E falta
00:53:34para o Brasil
00:53:35hoje
00:53:35que não tem planejamento.
00:53:37Todas as coisas
00:53:37que acontecem
00:53:38no Brasil hoje
00:53:39desde o Congresso
00:53:40e eu não vou
00:53:41culpar o ministro
00:53:42da Fazenda
00:53:42porque ele tem
00:53:43que cumprir
00:53:44as metas.
00:53:44É tudo pensado
00:53:45para amanhã.
00:53:47Sim.
00:53:47e para finalizar
00:53:50a grande
00:53:51a grande
00:53:52briga
00:53:52que vai ser
00:53:53neocolonial
00:53:54no mundo
00:53:54que já está mostrando
00:53:55é a questão
00:53:55das terras raras
00:53:57e 70%
00:53:59da oferta
00:54:00das terras raras
00:54:00estão na mão
00:54:01da China.
00:54:02Mas o Brasil
00:54:03tem lítio,
00:54:05cobre,
00:54:05urânio
00:54:06e tem um monte
00:54:10de investimento
00:54:10estrangeiro aqui
00:54:11e eu fico me
00:54:12perguntando
00:54:12para variar
00:54:14tudo na base
00:54:17da
00:54:17entropia
00:54:19mas o que o país
00:54:21vai ganhar com isso
00:54:22eu não vejo
00:54:23lugar nenhum.
00:54:24Sim, sim.
00:54:26É uma oportunidade
00:54:26mais uma janela
00:54:28de oportunidade
00:54:28para o Brasil.
00:54:30Perfeito,
00:54:31perfeito.
00:54:32Deixa eu passar
00:54:33André
00:54:33uma questão
00:54:34simples,
00:54:35tranquila,
00:54:36tarifácio
00:54:37como é que você
00:54:38está vendo
00:54:39tudo isso
00:54:40desde a carta
00:54:41que não seguiu
00:54:42os ritos diplomáticos
00:54:44tradicionais
00:54:44foi postado
00:54:45numa rede social
00:54:46do próprio
00:54:47presidente da república
00:54:48não há conflito
00:54:49de interesse lá
00:54:49e tudo aquilo
00:54:53as últimas
00:54:54nem embaixador americano
00:54:56tem no Brasil
00:54:56uma coisa assim
00:54:57inacreditável
00:54:58tem um carregado
00:54:58de negócio
00:54:59e todos os últimos
00:55:00contatos
00:55:01últimos acontecimentos
00:55:02como é que você avalia?
00:55:03Bem,
00:55:04que o Donald Trump
00:55:04é conhecido pela
00:55:05deselegância dele
00:55:06isso daí é notório
00:55:07mas o que eu quero
00:55:09colocar aqui
00:55:09em uma perspectiva
00:55:11o Paulo colocou
00:55:12de forma absolutamente
00:55:13correta
00:55:13o quanto vai machucar
00:55:14os Estados Unidos
00:55:15tudo isso que está
00:55:16sendo feito
00:55:16o Manfredo também
00:55:17colocou
00:55:17nessa perspectiva
00:55:18também
00:55:19eu estou aqui
00:55:20para dizer que é
00:55:21exatamente isso
00:55:21que ele quer
00:55:22ele quer
00:55:23exatamente
00:55:24esse tipo
00:55:25de caos
00:55:25pode parecer
00:55:26meio
00:55:27estranho
00:55:28falar isso
00:55:29mas se a ideia
00:55:30é desvalorizar
00:55:30o dólar
00:55:31os Estados Unidos
00:55:32tentou
00:55:32no Obama
00:55:34o processo
00:55:35de pantativismo
00:55:36que foi jogar
00:55:36não vou entrar
00:55:37no detalhe aqui
00:55:37muito
00:55:38mas sim
00:55:38jogaram a taxa de juros
00:55:39para zero
00:55:40negativa
00:55:41a taxa de juros
00:55:41dos Estados Unidos
00:55:42para ver se desvalorizava
00:55:43o dólar
00:55:43não desvalorizou
00:55:44então assim
00:55:45é esse jogo
00:55:46só que o problema
00:55:47é isso que o Manfredo
00:55:48colocou
00:55:48eu achei muito interessante
00:55:49colocar do stablecoin
00:55:51que é o seguinte
00:55:51na hora que você diminui
00:55:53a demanda por dólar
00:55:53você diminui
00:55:54simultaneamente
00:55:55a demanda por títulos
00:55:56na hora que você diminui
00:55:57a demanda por títulos
00:55:58o juros sobe
00:55:59se o juros sobe
00:56:00num montante
00:56:01de uma dívida
00:56:01que eles têm
00:56:02isso daí pode tornar
00:56:03potencialmente
00:56:03explosivo e perigoso
00:56:04para ele e para o resto do mundo
00:56:05por isso que eu acho
00:56:06que nós
00:56:07enquanto mundo
00:56:07temos que arranjar
00:56:08uma solução
00:56:08para o Trump
00:56:09porque pode parecer
00:56:11curioso
00:56:12e até irônico
00:56:13nesse momento
00:56:13mas o Brasil
00:56:14é um dos maiores
00:56:14credores dos Estados Unidos
00:56:16da América
00:56:16me interessa muito
00:56:17que os Estados Unidos
00:56:18continuem pagando
00:56:19a dívida deles
00:56:20muito bem
00:56:20obrigado
00:56:21se não me engano
00:56:21é o sétimo oitão
00:56:22por aí
00:56:23detentor de traga
00:56:24exatamente
00:56:25por aí mesmo
00:56:26eles são os dez maiores
00:56:27então
00:56:28eu acho que esse
00:56:29que é o jogo que está posto
00:56:30agora sobre as tarifas
00:56:32efetivamente
00:56:32eu não sei se o Trump
00:56:33vai colocar isso
00:56:34em vigor não
00:56:35eu sou do grupo
00:56:36de economistas
00:56:37que acha que
00:56:38no dia 1º de agosto
00:56:39quando ele for apertar
00:56:40o botão
00:56:40para todo mundo
00:56:42ele vai falar
00:56:42ah não
00:56:42sabe o que é difícil
00:56:44do Trump
00:56:44isso é o que me incomoda
00:56:45porque eu entendo
00:56:46um presidente
00:56:47colocar desse jeito
00:56:48malucão
00:56:49fazendo essas coisas
00:56:50eu até entendo isso
00:56:51agora o que eu não consigo
00:56:53entender
00:56:54bem
00:56:54malucão nesse sentido
00:56:55sem querer ser deselegante
00:56:57o Nixon não era
00:56:58uma pessoa simples
00:56:59ele fez aquele choque
00:56:59daquele jeito
00:57:00você teve também
00:57:01o Reagan
00:57:01que também não era
00:57:02uma pessoa simples
00:57:03e por aí vai
00:57:04nos Estados Unidos
00:57:04agora o que me incomoda
00:57:06do Trump
00:57:07que é difícil
00:57:08isso daí é um tema
00:57:09muito caro
00:57:09a direita conservadora
00:57:11é o seguinte
00:57:11eu não sei se ele
00:57:12está fazendo isso
00:57:13só para esconder
00:57:14a história do Epstein
00:57:15que ele está
00:57:16provavelmente envolvido
00:57:18no grupo
00:57:18que estava numa lista
00:57:20de
00:57:20que violentou
00:57:22jovens
00:57:23dezenas e dezenas
00:57:25dezenas
00:57:26então esse que é o problema
00:57:27do Trump
00:57:28eu não sei se ele
00:57:28e qual chave
00:57:30ele está o tempo todo
00:57:31me permite isso
00:57:32um segundo dia
00:57:32você tem razão
00:57:33você já viu a discussão
00:57:34de um papai
00:57:35do pessoal do Maga
00:57:36ele prometeu
00:57:38trazer isso aí
00:57:40esse que é o negócio
00:57:40então agora
00:57:41só para fechar
00:57:41eu não sei se ele
00:57:42vai aprovar isso daí
00:57:43quando ele apertar
00:57:44o botão e tributar
00:57:45todo mundo
00:57:45tudo bem
00:57:45vai ser 50
00:57:46mas todo mundo
00:57:47foi 30
00:57:48então na verdade
00:57:48é 20
00:57:49em termos relativos
00:57:50se o dólar
00:57:50deprecia
00:57:51isso daí
00:57:52quer dizer que o real
00:57:53fica mais forte
00:57:54se o real
00:57:54fica mais forte
00:57:54pode gerar
00:57:55outras dinâmicas
00:57:56como por exemplo
00:57:57a inflação
00:57:57ficar mais sob controle
00:57:59e o juro cai
00:57:59e por aí vai
00:58:00eu não acho
00:58:01que ele aperte esse botão
00:58:02ele está querendo
00:58:02que o mundo
00:58:03desvalorize o dólar
00:58:04para ele
00:58:04se ele tem que fazer isso
00:58:05não sei se ele vai conseguir
00:58:07e por isso
00:58:08eu amo
00:58:09o mercado financeiro
00:58:10tem muita coisa
00:58:11para a gente ganhar dinheiro
00:58:12sugiro fortemente
00:58:13que vocês fiquem atentos
00:58:14também com isso
00:58:14que não é
00:58:15comprar dólar
00:58:16na minha opinião
00:58:17não
00:58:18é um conselho
00:58:20a quem está nos acompanhando
00:58:22
00:58:23inclusive se fazermos
00:58:25a evolução
00:58:26do dólar
00:58:27e não em valores reais
00:58:29mas desde
00:58:31primeiro de janeiro
00:58:322003
00:58:33e a cotação
00:58:35que tem hoje
00:58:36é 22 anos
00:58:37depois
00:58:38quem achou
00:58:39que ia ganhar
00:58:40comprando a 4 dólares
00:58:41era 4 dólares
00:58:42só para colocar rapidamente
00:58:44eu falei isso
00:58:44da outra vez
00:58:45que eu estava aqui
00:58:45o Brasil paga tantos juros
00:58:47que é caro
00:58:48ficar vendido em real
00:58:49é muito caro
00:58:50e nesse sentido
00:58:51o Paulo
00:58:51com a indignação dele
00:58:52sobre o nível de juros aqui
00:58:53confirma essa hipótese
00:58:55porque assim
00:58:55é caríssimo
00:58:56ficar vendido em real
00:58:57é uma loucura
00:58:58esse negócio
00:58:58enfim
00:58:58é verdade
00:58:59bem
00:59:00nós estamos
00:59:00caminhando para o final
00:59:02acho que temos mais
00:59:03um minuto
00:59:04quanto?
00:59:05um minuto
00:59:05então estamos caminhando
00:59:06para o final
00:59:07eu acho que a discussão
00:59:08que nós tivemos aqui
00:59:09vamos continuar
00:59:10claro
00:59:11porque é bom lembrar
00:59:11como agora o André
00:59:13voltou a destacar
00:59:14precisa ver
00:59:15se no dia 1º de agosto
00:59:16essas tarifas
00:59:17serão colocadas
00:59:18em prática
00:59:19de 50%
00:59:19por quê?
00:59:20porque em outros países
00:59:21houve negociação
00:59:22o caso da Indonésia
00:59:24que tinha a questão
00:59:24do PIX também
00:59:25da Indonésia
00:59:26e etc
00:59:27foram dezenas
00:59:28de países
00:59:29é bom lembrar
00:59:29que não é só
00:59:30o caso brasileiro
00:59:31mas o caso brasileiro
00:59:32tem particularidades
00:59:33porque afinal
00:59:34o comércio
00:59:35por exemplo
00:59:35não há nenhuma justificativa
00:59:36comercial
00:59:37tendo em vista
00:59:38que os Estados Unidos
00:59:39tem um superávit
00:59:39fabuloso
00:59:40de relações comerciais
00:59:42com o Brasil
00:59:42aí tem questões
00:59:43políticas
00:59:43internas
00:59:44tem a questão
00:59:45das big techs
00:59:46e por aí vai
00:59:46nós voltaremos
00:59:47certamente
00:59:48no visão crítica
00:59:49discutindo essas questões
00:59:50mas o importante
00:59:51que eu insisto
00:59:52é a gente
00:59:52fugir
00:59:53daquela mania
00:59:54que nós temos hoje
00:59:55desde com redes sociais
00:59:56que todo mundo
00:59:57precisa ter opinião
00:59:58sobre qualquer assunto
00:59:59eu por exemplo
01:00:00tenho milhares de assuntos
01:00:01que eu não tenho opinião
01:00:02alguma
01:00:02porque eu não sei
01:00:03então a ideia nossa
01:00:04é colocar essa discussão
01:00:06que vai acompanhar você
01:00:07não só até o dia 1º de agosto
01:00:09a tendência é que essa questão
01:00:10ocupe durante todo o ano
01:00:11pode ter reflexos eleitorais
01:00:13decisivos ou não
01:00:14ninguém sabe
01:00:15porque há 3 semanas atrás
01:00:17o quadro era 1
01:00:18hoje mudou
01:00:19é outro
01:00:19e o visão crítica
01:00:20analisa a conjuntura ali
01:00:22no calor da hora
01:00:23e traça tendências
01:00:24do que é possível
01:00:25traçar como tendência
01:00:26então eu queria agradecer
01:00:27muito os nossos convidados
01:00:29aqui no estúdio
01:00:30o André
01:00:31o André Perfeito
01:00:32foi super legal
01:00:33a nossa conversa
01:00:34agradecer muito
01:00:36o Manfred
01:00:36que colocou questões
01:00:38interessantíssimas
01:00:40e agradecer o nosso
01:00:41colega
01:00:42o Paulo Nogueira
01:00:43Batista Júnior
01:00:44a participação
01:00:45é importante
01:00:46temas que foram destacados
01:00:48e questões que serão
01:00:49exploradas
01:00:49nos nossos próximos
01:00:50encontros
01:00:51e agradeço especialmente
01:00:52a todos vocês
01:00:53os convido
01:00:54na próxima terça-feira
01:00:55o Novo Visão
01:00:56o Crítica
01:00:57às 22 horas
01:00:57mas amanhã
01:00:58não esqueço
01:00:59nesse mesmo horário
01:01:00o Só Vale a Verdade
01:01:02até
01:01:02A opinião
01:01:05dos nossos comentaristas
01:01:06não reflete
01:01:07necessariamente
01:01:08a opinião
01:01:09do Grupo Jovem Pan
01:01:10de Comunicação
01:01:11Realização Jovem Pan
01:01:17do Grupo Jovem Pan
01:01:18do Grupo Jovem Pan
01:01:18do Grupo Jovem Pan

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