Paulo Velasco analisa a posição do Brasil na nova geopolítica global

Jovem Pan News

anteontem

No Visão Crítica, Paulo Velasco reflete sobre o posicionamento diplomático do Brasil frente à nova geopolítica global, impactada pela guerra no Oriente Médio.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/GWaKtMCYhO0

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00:00Professor Paulo Velasco, com base que disse o professor Paulo Fédimo, o doutor Trostner aqui,

00:05qual é a sua visão, quer dizer, olhando também essa questão mais geral do mundo,

00:11do nosso futuro aqui, que é por ser que ninguém aqui está no oráculo de Délfios,

00:16não temos pitoniza, mas o que é possível desenhar como possibilidades,

00:21mais otimistas e, eventualmente, problemas que possamos ter?

00:24Acho que a gente tem algumas oportunidades, o Brasil é um ator de peso intermediário na cena internacional,

00:33mas tem alguns ativos que certamente nos colocam numa postura muito especial,

00:37o Brasil tem uma matriz energética invejável para uma parte dos países desenvolvidos

00:42e temos um lugar de fala muito determinado em qualquer discussão ambiental e climática,

00:48não por acaso seremos a sede da COP30, que tem tudo para ser,

00:52uma reunião muito marcante desde a COP de Paris há exatamente 10 anos,

00:56isso coloca o Brasil em uma postura de destaque na cena internacional,

00:59nós temos em termos diplomáticos, Vila, ele dialoga muito bem,

01:03tanto com parceiros tradicionais do norte global, quanto com países do chamado sul global,

01:08então ele nos coloca também numa posição para ganhar oportunidades,

01:11temos a China desde 2009 como o maior parceiro comercial brasileiro,

01:15que compra do Brasil fundamentalmente commodities, energéticas, metálicas e alimentícias,

01:21e temos os Estados Unidos como segundo maior parceiro,

01:24e aí já com uma compra um pouco mais diversificada.

01:26A gente tem condições, sim, de dar um salto de posição na cena global,

01:30tentar ampliar sua participação no comércio mundial,

01:33e para isso, claro, temos que buscar melhorar os arranjos e os acordos comerciais

01:38em que estamos inseridos, para colocar melhores condições de inserção dos nossos produtos mundo afora,

01:44temos aí o acordo Mercosul União Europeia que pode entrar em vigor,

01:47isso certamente dará ao Brasil possibilidades de ampliar sua fatia de participação no comércio mundial,

01:53mas claro, o Brasil é um país que tem uma defasada em termos tecnológicos,

01:57em termos de desenvolvimento, pesquisa, inovação,

02:00e acho que esse é um caminho que temos que também seguir e temos que valorizar,

02:03seguindo aí os passos de outros atores do sul global,

02:06como a Índia e a China, que tem uma participação muito grande, por exemplo,

02:09o Vila na produção de patentes, no desenvolvimento tecnológico,

02:13o Brasil ainda está um pouco defasado, tirando alguns setores,

02:16foram lembrados aí alguns pontos de desenvolvimento do Brasil,

02:20a Embraer, a Fiocruz, mas a gente escolhe um pouco a dedo,

02:25mas enfim, é um país que tem possibilidades,

02:28temos que saber aproveitar as oportunidades que aparecem em termos diplomáticos,

02:31acho que o Brasil sabe se mexer em vários tabuleiros,

02:34embora o mundo não seja um cenário fácil hoje em dia,

02:36pelo contrário, o Vila é um mundo muito fraturado,

02:38marcado por tensões, antagonismos,

02:41mas o Brasil tem uma habilidade diplomática que permite,

02:43ao mesmo tempo, no ano passado presidir o G20,

02:46esse ano presidir o BRICS, presidir a COP30,

02:49tudo isso tem que ser valorizado pelo país na busca de oportunidades

02:53que nos coloquem em uma posição melhor na cena internacional.

02:57Lembrando a quem nos acompanha que vai ter reunião aqui no Brasil do BRICS,

03:01e o Irã faz parte agora do BRICS,

03:03certamente na declaração, no final da reunião, vai ser tocada nessa questão,

03:09que é uma questão bem espinhosa.

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