- ontem
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NotíciasTranscrição
00:00Ainda falta mais de um ano para a eleição de dois mil e vinte e seis, mas o clima de polarização política vem se acentuando em Brasília e a relação entre governo federal e Congresso só se deteriora.
00:14A derrubada do aumento no IOF escancarou novamente os problemas na articulação. Mesmo liberando mais de um bilhão de reais em emendas, o Planalto saiu derrotado. E o pior, parlamentares aliados votaram contra ou não compareceram à sessão.
00:32Essa crise entre governo e oposição só está piorando, mas o Planalto tenta baixar a fervura e já começa a falar em conciliação. Quais os rumos para a política brasileira e quais os possíveis desfechos para essa crise?
00:49O Visão Crítica desta noite debate justamente esse momento de tensão que atinge o Brasil, colocando holofotes sobre decisões do governo e da oposição.
01:02Visão Crítica
01:12Olá, estamos começando o Visão Crítica de hoje, debatendo justamente essa tensão crescente, cada vez mais crescente entre governo e oposição, tendo como teatro principal o Congresso Nacional.
01:26Hoje temos entre os nossos convidados a deputada Adriana de Ventura, deputada pelo Partido Novo aqui do Estado de São Paulo, o deputado Ivan Valente pelo PSOL do Estado de São Paulo e, remotamente, o professor Marco Aurélio Nogueira, professor titular de Teoria Política da Unesco.
01:43Agradeço os nossos convidados a ser aceito o nosso convite e passo para a deputada Adriana a seguinte questão.
01:49Bom, a senhora acha que essa tensão que está ocorrendo entre o Executivo e o Legislativo, especialmente manifestando esse teatro no Congresso Nacional, é consequência de quê?
02:01Por que essa tensão é cada vez maior e provavelmente, sem nenhum exagero, pode ser desde 88, com a promulgação da carta de 5 de outubro, seja o momento mais tenso entre a crise e entre os poderes?
02:13Por que a deputada, que considerações a deputada tem? Quais as razões dessa crise?
02:18Bom, primeiramente, um prazer estar aqui na visão crítica, Ivan, o Marco Aurélio. Olha, eu vejo várias razões, mas eu acho que é um somatório que começa, na verdade, quando a gente vê três poderes que não se respeitam.
02:36Três poderes que, na minha visão, falham por mil questões, assim, não é uma questão só e não é nem de achar culpado.
02:45Mas a gente tem hoje um Executivo que não consegue fazer uma boa gestão, e qualquer que seja Executivo, governo A, governo B, governo C, hoje, especialmente, refém de um Congresso, refém de um Parlamento, que, na minha visão, aprova muita coisa, mas sem a devida responsabilidade.
03:04Então, eu já falava isso desde a outra legislatura, eu estou no meu segundo mandato, no primeiro, eu já achava absurdo as coisas que aconteciam, porque o Congresso aprova qualquer coisa e não tem nenhum tipo de consequência ou responsabilização se aquilo vai ou não dar certo.
03:19O segundo ponto que eu quero chamar atenção, porque daí eu passo para os colegas também, para eles tecerem outras considerações, é que eu falei do Executivo, falei do Legislativo e também a gente viu o Judiciário, que, na minha visão, também avança sobre outras questões.
03:34Então, quando a gente tem uma Constituição que foi construída com base em três poderes harmônicos, independentes, e a gente está falando que da Casa do Povo emana os outros poderes,
03:46quando você vê também uma Casa do Povo que não atende a população, que não cumpre o seu papel de representar o povo, na minha visão, porque as coisas que aprovam, na última votação que a gente teve, por exemplo,
03:58já aumenta de deputado, 80% da população brasileira é contra, eles vão lá, aumentam do mesmo jeito. Então, eu acho que nós estamos, sim, numa crise e não repensar as instituições.
04:07Nossas instituições, na minha visão, estão corroídas por querendo poder, querendo dinheiro, uma passando por cima do outro e não respeitando os fundamentos da democracia,
04:19que é manter as instituições independentes e respeitosas. A gente não vê mais respeito nem no Congresso, nem entre os poderes.
04:27É um passando por cima do outro.
04:30Eu vou passar ao deputado Ivan Valente, só lembrando que quando a deputada Adriana Ventura faz referência, esse aumento.
04:36Nós tínhamos, eu já estou usando o verbo no passado, 513 deputados. A partir da eleição do ano que vem, foi para 531. E por quê?
04:45Porque houve uma mudança populacional, o que é normal, deslocamento, alguns estados diminuíram a população e o número de eleitores.
04:52Outros estados aumentou a população e o número de eleitores.
04:55Então, houve uma solução pseudo-salomônica, que foi a seguinte, os estados que perderam a população e o número de eleitores mantêm a mesma representação,
05:06como se não tivesse ocorrido um deslocamento populacional.
05:09E aqueles que receberam, aumentou a população e o número de eleitores, aumentaram o número de deputados.
05:15Consequentemente, alguns estados maiores, como São Paulo, que tem 70 deputados friais, que é o limite constitucional, acaba sendo ainda mais sub-representados.
05:24Essa é uma discussão que outras vezes nós vamos trazer aqui ao visão crítica, que é super importante.
05:29Deputado Ivan Valente, que crise é essa?
05:32Olha, a crise que nós estamos vivendo é uma crise muito grave.
05:36E vou dizer por quê.
05:38Nós tivemos um regime militar de 21 anos, com tortura, assassinatos políticos, fim da liberdade, liberdade de expressão.
05:49E nós tivemos uma década de grandes conquistas.
05:52Que foi a campanha das diretas, que botou o povo na rua, entende?
05:56Foi a constituinte, que foi um grande feito histórico, que nós tivemos.
06:03A melhor constituição que a república já teve, por mobilização social.
06:09Tivemos depois o processo normal de eleições e a circulação do poder, entende?
06:18Uma estabilização da democracia que nós nunca tivemos na história da república, né?
06:23Então, a gente tem que tomar cuidado quando a gente quebra a legalidade.
06:28Então, isso é uma questão muito importante.
06:32Então, o que acontece é o seguinte.
06:33Primeiro, o Brasil, apesar de ter feito uma constituinte boa, correta,
06:38criar um sistema único de saúde no Brasil, é uma revolução.
06:43Criar um plano nacional de educação, Adriana, plano, estava lá.
06:48Eu sou autor do primeiro plano nacional de educação.
06:51Fernando Henrique mandou depois.
06:53Porque ele não queria o plano para não ter prazos e metas de financiamento.
06:59Então, porque isso exige que você tenha uma resposta para isso, entendeu?
07:06E você teve, então, todo um processo de subdesenvolvimento do Brasil
07:10que precisa arrancar e alavancar para o futuro.
07:13Porque nós somos 213 milhões de habitantes.
07:16E mesmo melhorando muita coisa, ainda há muita demanda reprimida e tal.
07:24Agora, o que aconteceu aqui no Brasil foi que o revezamento aconteceu até o impeachment da Dilma.
07:32Porque aquilo foi um golpe parlamentar, minha opinião.
07:37Por quê?
07:38Porque não teve crime de responsabilidade.
07:40Não teve crime de responsabilidade.
07:41As pedaladas não foram feitas?
07:42A pedalada não é crime de responsabilidade.
07:45A pedalada acontece em prefeitura e Estado.
07:47E na União você sempre dá um jeito.
07:49Se eu for ver o próprio Temer, pedalou depois.
07:51Agora, o crescimento da extrema direita no Brasil, e ela vem do trumpismo.
07:57Ela vem do Steve Bannon, da criação da lógica, do ódio, da intolerância e das fake news.
08:05Isso vem desde 2013, culminou em 2018, o exército brasileiro,
08:12que parecia estar conformado com a ideia de estar fora,
08:16ou constitucionalmente com as suas funções,
08:19com o Vilas Boas Correia, inclusive, e tem de todos os outros que chegaram agora
08:23na tentativa de golpe de Estado.
08:26Só um parêntese, deputado.
08:27O Vilas Boas Correia não, porque é aquele célebre jornalista, inclusive.
08:31É jornalista.
08:32O general Vilas Boas.
08:34O general Vilas Boas.
08:35Obrigado pela correção.
08:36Mas eu quero dizer assim, o Vilas Boas, ele estava ali.
08:40O Bolsonaro, o dia que ganhou, falou assim,
08:42obrigado por tudo, você é o responsável.
08:44Não é isso.
08:45Ele era o chefe do exército brasileiro.
08:47Abriu as portas para o Bolsonaro, que era um outsider do exército.
08:52Foi expulso.
08:53Entende?
08:53Então, o que acontece?
08:55A elite se abraça a isso.
08:58O Bolsonaro é eleito nessa onda, como o Trump foi eleito nos Estados Unidos.
09:03Entende?
09:03E você começa a conspurcar a democracia, a trabalhar de uma forma, entende?
09:11Que é destrutiva do ponto de vista da democracia.
09:15Até concordo com a nossa companheira do Partido Novo.
09:22Porque, do ponto de vista da estabilidade das instituições, Adriana,
09:28eu digo para você o seguinte.
09:30Primeiro, o executivo executa.
09:33Ele não pode executar o orçamento hoje, que é a peça-chave da nação.
09:38Ele está proibido.
09:39Nós temos um semi-presidencialismo falso.
09:42Se você virar um parlamentarismo, sabe o que vai acontecer?
09:46A mesma coisa da crise na França e na Espanha também.
09:49Pior, porque aqui nós temos uma pulverização de partidos.
09:52Entende?
09:53Eles querem mandar sem ter programa e sem ter projeto.
09:56Só mandar.
09:57Fisiologismo, clientelismo.
09:59Segundo, só para concluir.
10:01Eu estou querendo dizer o seguinte.
10:02O judiciário, entende?
10:05Se critica muito o STF.
10:07Ele pode cometer erros.
10:09Mas o que dá noção é o comando da constitucionalidade.
10:16Entendeu?
10:16Então, ele vai examinar.
10:19Se ele é acionado, ele vai examinar a constitucionalidade da coisa.
10:22Ele pode tomar uma decisão ou outra.
10:24Entende?
10:25Mas ele tem que justificar constitucionalmente por que ele tomou.
10:29E o legislativo, aí eu estou lá há muito tempo e vou dizer para você.
10:36Partidos que não têm programa, não têm projeto, recebem de empresários agora do mega fundo partidário.
10:45E é o seguinte, eles se bolsonarizaram.
10:49Entende?
10:49Isso é que criou essa crise funcional.
10:53Porque o Bolsonaro perdeu, ele tentou o golpe de Estado.
10:57E esse núcleo central do centrão, bolsonarizado, entende?
11:04Ele continua ameaçando a República.
11:06Aí eu não estou nem falando dos bolsonaristas raízes, entendeu?
11:09Porque eles são figuras que defenderam a tortura, entendeu?
11:15A antidemocracia, o golpe de Estado.
11:19Então, fica difícil mesmo governar.
11:22E o Lula foi eleito, entende?
11:24Por 2% dos votos, entende?
11:27Foi 59.
11:28E você tem uma maioria parlamentar que é conservadora mesmo.
11:33Então, tem uma instabilidade que está aí.
11:36Agora, nós devemos conviver com a instabilidade.
11:39Perfeito.
11:39E a democracia que resolve é o povo.
11:42Eu vou passar para o professor Marco Aurélio.
11:44Só lembrando, por isso que vocês precisam entrar no Google,
11:47olhar a condição brasileira, quando o deputado Ivan Valente está falando sobre o STF,
11:51que é na cabeça, ou capto, se preferir o latim, do artigo 102,
11:56o guardião da Constituição é o Supremo Tribunal Federal.
11:59Está lá explícito, claro, não é interpretação.
12:02É literal.
12:03Professor Marco Aurélio Nogueira, muito obrigado por ter aceito o nosso convite.
12:06Professor Marco Aurélio, na sua leitura,
12:09como alguém que já escreveu, refletiu, pensou muito sobre o Brasil,
12:13que crise é essa que nós estamos vendo agora, professor?
12:19Boa noite.
12:20É uma satisfação estar aqui.
12:22Cumprimento os deputados, Adriana e Ivan Valente.
12:26E eu diria o seguinte, Vila,
12:28eu acho que nós temos uma crise grave,
12:31talvez inédita, na vida brasileira das últimas décadas.
12:34Mas eu acho que nós precisamos,
12:38para poder fazer uma avaliação serena e criteriosa dessa crise,
12:45distribuir as responsabilidades.
12:49Não é isso ou aquilo que está ocasionando a crise.
12:54É uma totalidade de questões.
12:57E eu começo, eu tenho muito pouco tempo para me referir a isso,
13:01eu começo lembrando o seguinte,
13:03nós estamos no Brasil vivendo mais ou menos no mesmo ritmo do mundo.
13:10E do mundo que se transformou muito.
13:13E a repercussão dessas transformações mundiais,
13:17que são impulsionadas basicamente por uma exacerbação do sistema capitalista.
13:24E por outro, por uma inovação tecnológica pulminante,
13:29ela acabou por produzir, no mundo todo e particularmente no Brasil,
13:33uma sociedade de outro tipo.
13:36E eu falo isso sem entrar muito em detalhes,
13:40mas enfatizando que essa sociedade de novo tipo
13:44é composta muito mais por indivíduos do que por grupos ou classes sociais.
13:50Os grupos e as classes existem, como existirão sempre.
13:55Mas o que move a vida hoje são escolhas individuais,
13:59que fazem com que a dinâmica social seja incrementada,
14:05fique muito viva, muito ativa.
14:08As redes são uma expressão disso.
14:10Esse ponto da transformação social é importante
14:15porque, no meu ponto de vista,
14:17os políticos brasileiros, executivo, legislativo e mesmo o judiciário,
14:23não compreenderam o caráter dessa mudança.
14:26Eles continuam funcionando como se o Brasil fosse o mesmo
14:31de 30, 40, 50 anos atrás.
14:34Haja vista o clientelismo que graça no Congresso Nacional.
14:40O Congresso Nacional, hoje, é um apanhado de gestores clientelistas.
14:48Não são propriamente representantes do povo,
14:52como reza a Constituição,
14:54mas são clientelas profissionalizadas,
14:59com assessorias, com uma série de vantagens
15:03para poder operar nesse ambiente.
15:06Eu falo isso basicamente para concluir e para dizer assim,
15:10nós estamos vivendo hoje um momento de crise do sistema presidencial,
15:15porque não é que o Congresso clientelista esteja acendendo uma fogueira.
15:23Essa fogueira, as brasas dessa fogueira,
15:25também estão sendo assopradas pelo Executivo,
15:29porque o Executivo não tem um bom ministério,
15:32o Executivo não se comunica bem com a população,
15:35o Executivo não esclarece o que ele pretende fazer
15:40e por que ele está propondo coisas incessantemente,
15:44como todo governo deve fazer.
15:46Só que os governos precisam explicar para a população
15:49o que é que está sendo proposto.
15:51Isso não está acontecendo.
15:53É como se nós estivéssemos assistindo hoje
15:56a um governo cansado,
15:58a um governo que não tem mais oxigênio
16:02para se colocar na arena pública.
16:06Comunica mal, explica mal,
16:09interfere pouco e quase sempre mal
16:11nas discussões que correm no país.
16:14E quando os dois poderes de três estão muito fracos,
16:19o terceiro se fortalece.
16:22Então, o aumento de poder do Judiciário
16:24tem a ver com a fraqueza dos outros dois poderes.
16:29Tudo vai para o Judiciário
16:32porque nem o Executivo nem o Legislativo
16:34conseguem resolver as questões.
16:37E não conseguem resolver as questões,
16:39primeiro, porque não compreendem a sociedade atual,
16:42e segundo, porque não tem programas claros
16:46a serem apresentados para a população
16:49de modo a organizá-la
16:51para fazer os movimentos que forem necessários.
16:55Perfeito, perfeito.
16:57Nessa primeira rodada foram levantadas várias questões.
17:00Eu passo para a deputada Adriana Ventura.
17:03A deputada disse em certo momento
17:05o governo está refém.
17:07Palavras da deputada.
17:09E, no meio da rodada,
17:13nós vivemos uma crise, foi dito, inédita,
17:16que nós estamos vivendo agora.
17:18A pergunta é qual o caráter da mudança do Brasil,
17:22se é que temos mudança,
17:23porque temos permanência.
17:24O clientelismo é uma permanência histórica na República.
17:27não temos mudança.
17:30E há uma crise,
17:31o próprio senhor Marco Aurelio lembrou,
17:33do sistema presidencial, na leitura dele.
17:35Eu passo a deputada.
17:38O governo está refém?
17:39Por quê?
17:40Que crise é?
17:40Volta a questão da crise.
17:42A senhora está lá no centro do furacão,
17:45lá no Congresso Nacional.
17:47Como é a sua leitura dessa crise?
17:49Desse governo refém?
17:51Refém de quem?
17:52Do legislativo?
17:54Que legislativo é esse?
17:55Por quê?
17:55Eu falo que o governo está refém,
17:59eu acho,
18:00desde a minha primeira legislatura.
18:03Porque eu presencio muitas situações
18:06onde o poder do legislativo,
18:09ele capturou o orçamento,
18:11boa parte do orçamento discricionário.
18:12Você é contra isso?
18:14Eu sou contra isso.
18:15Sim.
18:15Eu não vejo problema da discussão do orçamento
18:18desse debate.
18:19Agora, quem executa é o executivo.
18:22Então, eu falava isso antes,
18:24continuo falando.
18:24E o que realmente me incomoda,
18:27até porque sou uma voz bem dissonante
18:29em relação às emendas,
18:30eu acho que o deputado Ivan também,
18:32esse mau uso de dinheiro público
18:35sem vinculação à política pública
18:37por justamente essa questão
18:39de irrigar com o ral eleitoral
18:42e pensar no próprio umbigo,
18:44fora os outros ralos que vão.
18:46Eu sempre fui muito crítica com isso,
18:47sem transparência,
18:48e aquele balcão de negócio
18:50que acontece no Congresso.
18:52Então, isso,
18:54eu não vou atribuir a este governo,
18:56ao governo passado,
18:57porque o sistema está corrompido deste jeito.
19:00Ou eu ouço parlamentares falando,
19:01ah, não, se não pagarem emendas extras,
19:03nós não vamos votar.
19:05Eu fico pensando,
19:05como é que um parlamentar,
19:06que foi eleito,
19:07pode falar isso?
19:08Está lá para fazer isso?
19:09Não cumpre o seu papel
19:10e vai só votar se receber emenda extra?
19:13Eu acho isso uma aberração.
19:15Outra coisa,
19:15quando eu falei que é refém,
19:16e eu volto a dizer que é refém,
19:19porque qualquer,
19:20esse diálogo,
19:22uma coisa era
19:23quando algum parlamentar
19:24em algum ministério,
19:25que era sadio,
19:27dentro desse presidencialismo que temos,
19:30ele vai lá no ministério,
19:31consegue alguma coisa
19:32para a sua localidade,
19:34mas era uma outra relação.
19:36Hoje em dia,
19:36nós temos o legislativo,
19:38primeiro,
19:39os parlamentares em si,
19:41muitos foram calados,
19:42porque hoje tudo se conceita,
19:44o processo legislativo
19:45foi completamente alterado,
19:47os grandes debates
19:48e a grande participação
19:49de parlamentares
19:50não existe mais,
19:51muitos parlamentares
19:52são calados,
19:53se concentram
19:54o excesso de poder
19:55nos caciques partidários,
19:57que é isso que acontece,
19:59que determinam
19:59quem recebe
20:00e como recebe,
20:01tanto de fundo eleitoral,
20:02como também de emendas,
20:04sem nenhuma transparência.
20:06Então,
20:06eu acho que essa questão
20:08torna o legislativo
20:09uma coisa perigosa.
20:11Primeiro,
20:11porque a gente tem
20:12513 deputados,
20:13futuramente,
20:14infelizmente,
20:15531,
20:16acho que é um bom debate,
20:17pode me chamar,
20:18mas hoje o executivo
20:21para fazer alguma coisa,
20:23cada vez mais
20:24ele é asfixiado.
20:25Eu percebo isso,
20:26vi isso no governo Bolsonaro,
20:27vejo isso no governo Lula,
20:29por quê?
20:30E não há uma boa relação mesmo.
20:32A régua subiu,
20:33então se antes
20:34o deputado ia lá
20:35conseguir um asfalto
20:36para a sua cidade,
20:37alguma coisa,
20:38hoje uma cidade pequena
20:40recebe 20, 30, 40,
20:4150 milhões,
20:42de uma maneira
20:44completamente discricionária,
20:46sem vinculação
20:47à política pública
20:48e o básico não é feito.
20:50É interessante,
20:51antes eu vou passar
20:52para o deputado Ivan Valente,
20:55mas é uma observação minha,
20:56posso estar errado,
20:57não há nenhum problema,
20:59mas dois extremos,
21:00não que são extremistas,
21:02dois extremos
21:02do campo político
21:03e seremos
21:04por estarem mais distantes,
21:06o Partido Novo e o PSOL
21:07em algumas críticas
21:08são semelhantes
21:09ao que está ocorrendo.
21:11Eu acho importante
21:12isso,
21:12você que nos acompanha,
21:14é entender,
21:15quer dizer,
21:15são partidos
21:16que têm
21:17uma leitura ideológica
21:18e para ter leitura
21:20de ideologia
21:20é fundamental em partido,
21:22parece absurdo,
21:23mas tem de ser assim,
21:24é que no Brasil
21:24existe uma coisa
21:25chamada centrão
21:26que a gente não sabe
21:27o que é,
21:28uma invenção brasileira,
21:29então o Partido
21:29tem de ser
21:30a sua visão de mundo
21:31e a sua construção ideológica,
21:32o Partido Novo
21:33tem a sua visão de mundo
21:34assim como o PSOL
21:35tem a sua.
21:36Eu passo justamente
21:38ao deputado Ivan Valente,
21:40quer dizer,
21:41nessa situação,
21:42na sua leitura
21:42já com uma
21:43larga experiência
21:44lá em Brasília,
21:46essa permanência,
21:48o que chama atenção
21:49no caso da história
21:50do Brasil,
21:51não é a mudança
21:51que é rara,
21:52é a permanência,
21:53por exemplo,
21:54do clientelismo
21:55refletido hoje,
21:56como a deputada
21:57Adriana lembrou,
21:58nas emendas parlamentares
22:00milionárias,
22:01valores que ninguém
22:02sabe para onde vai,
22:03como vai,
22:04se efetivamente
22:05a obra é realizada
22:07e que tem
22:08acusações muito graves
22:10sobre o mau uso
22:11dos recursos públicos.
22:12Como é que fica isso?
22:13Como é possível
22:14um governo,
22:16independente de qual seja,
22:17pode ser o anterior
22:17ou atual ou futuro,
22:19ter um,
22:20sobra 4% do orçamento,
22:22um quarto é sequestrado
22:23pelas emendas parlamentares.
22:25Deputado?
22:26Exatamente.
22:27Vamos arrematar logo
22:28essa questão aqui,
22:30porque isso aqui
22:31é capaz de ter unanimidade
22:32pelo menos entre a gente.
22:34mas eu quero dizer
22:35para você o seguinte,
22:36como eu sou um parlamentar
22:37de vários mandatos,
22:38eu quero dizer o seguinte,
22:39eu nunca entrei
22:40no Ministério
22:41para pedir emenda,
22:42nem no tempo do PT,
22:44nem do Fernando Henrique,
22:45eu sou um deputado
22:48de partidos programáticos,
22:51ideológicos,
22:52eu tenho um programa
22:53para cumprir
22:54de mudança social,
22:56de compromisso
22:57com os de baixo,
22:58de compromisso
22:59com os pobres,
23:00tem um lado
23:01na sociedade.
23:03Então,
23:03a minha divergência
23:04com a Adriana
23:05vai ser econômica
23:06no programa.
23:08Aí nós temos
23:08uma divergência
23:09muito séria,
23:10porque ela está
23:12do lado
23:13dos de cima,
23:14e eu estou
23:15dos debates
23:15dos lados de cima.
23:17o debate é bom,
23:18o debate é bom.
23:19E aí ela vai dizer
23:20que o IOF
23:21vai criar emprego
23:23e pá, pá, pá,
23:24mas nem se a gente
23:25conversa daqui a pouco.
23:26Vamos falar primeiro
23:27das emendas, né?
23:28Sim, sim.
23:29Então, eu digo
23:29para você o seguinte,
23:31há nove anos atrás,
23:33que quando você criou
23:35as emendas impositivas,
23:36elas não eram impositivas,
23:38então tinha uma negociação
23:39com o Congresso
23:40e o deputado ia lá
23:41e tal,
23:42também cargos
23:44no Executivo,
23:45eles tinham muito interesse,
23:46eles não tinham
23:46mas muito cargos.
23:47Teve um do União Brasil
23:49que rejeitou
23:49ser ministro agora,
23:51entende?
23:52Mas ele não rejeita
23:54as emendas não,
23:55entende?
23:55Por quê?
23:56Porque as emendas
23:57viraram impositivas,
23:58mas não é só isso.
23:59Aquelas que eram
24:00sete milhões
24:01em 2016
24:02viraram
24:03trinta e oito
24:04agora,
24:04quarenta e seis
24:05e o total
24:06com emenda
24:07de comissão,
24:08emenda de
24:09de Estado,
24:12entende?
24:12Vai ser
24:13sessenta bilhões,
24:14ou seja,
24:14mais de um quarto
24:15até
24:16das despesas
24:17discricionárias.
24:18O que é que
24:19eles estão fazendo?
24:20Eles estão se renovando
24:21no mandato
24:22e vai acontecer
24:23o que o Luiz Guimarães
24:24fala.
24:25Viu esse Congresso ruim?
24:26O próximo vai ser pior.
24:28Então,
24:29essa questão
24:30é o seguinte,
24:31hoje as emendas
24:32servem
24:33a fazer benefícios
24:35para prefeitos
24:36com caixinhas à parte,
24:38eu nem vou entrar
24:38nisso aqui agora,
24:40tá?
24:41E,
24:41mais do que isso,
24:42entende?
24:43o prefeito
24:44vai apoiá-lo,
24:45então ele está
24:45reeleito
24:46e o próprio
24:47Congresso
24:48será
24:48uma
24:49repetição
24:51desse
24:51com adendos,
24:52entende?
24:53Então,
24:53partidos
24:55que têm
24:56programa,
24:56ideologia
24:57e tal,
24:58vão ter
24:58mais dificuldade,
24:59vai ter que ir à luta
25:00e etc.
25:01E é o que nós fazemos.
25:03Agora,
25:03o que que acontece?
25:05Quem tem que executar
25:06o orçamento
25:07é o executivo
25:07tem um plano geral,
25:09o Lira falou
25:10o contrário,
25:11ele falou o seguinte,
25:12os deputados
25:12conhecem melhor
25:13o Brasil,
25:14não tem planejamento
25:15central,
25:16isso é uma vergonha,
25:17um escárnio,
25:18entende?
25:19Isso é violar
25:20a democracia
25:21e o que existe
25:23entre os três poderes,
25:24por isso que o pessoal
25:25foi duas vezes
25:26ao Supremo,
25:28entende?
25:28E ganhou,
25:29ganhou contra
25:30o orçamento secreto,
25:31eu fiz duas reuniões
25:33com o Freixo
25:34e com o Molon,
25:36entende?
25:36com a ministra Weber,
25:39entende?
25:40Que acabou dando
25:41o fim da legislação.
25:42Eles não cumprem,
25:43a Diana sabe,
25:44eles não cumprem
25:45a legislação
25:46e agora o Flávio Dino
25:48ou os outros ministros,
25:49eles querem só
25:50transparência,
25:52rastreabilidade
25:53e fiscalização,
25:54eles não querem,
25:55eles querem emenda PIX,
25:56entende?
25:57Então, veja,
25:57por quê?
25:58Porque isso limita
25:59o poder deles,
26:00então,
26:01isso é que afronta
26:02o STF,
26:03não é o contrário,
26:04o STF que está se metendo.
26:06Entende?
26:06Isso é mentira.
26:08Entende?
26:08Então,
26:09o que acontece
26:09é o seguinte,
26:10e sabe que eles
26:11estão decidindo hoje,
26:12o Alcolumbre
26:13e o Lira
26:14na televisão,
26:15que partidos
26:16que não têm
26:17ultrapassado
26:18a cláusula
26:18de barreira,
26:19ou seja,
26:20nós já até
26:20ultrapassamos,
26:21nós temos cinco
26:22e tanto lá
26:22com a federação,
26:24mas eles podem
26:24subir a barreira
26:26para dez,
26:27entende?
26:28Aí não pode
26:29entrar no Supremo.
26:30Isso é,
26:31isso é,
26:31isso é de um
26:32autoritarismo absoluto,
26:36então,
26:37eu fico para outra rodada,
26:40porque eu falei,
26:41eu quero dialogar
26:42com o professor Marco Aurélio,
26:44porque eu concordo com ele
26:45com a primeira parte,
26:47que foi a mudança
26:48na base da sociedade brasileira,
26:50ou seja,
26:51o que você tinha,
26:53o que era um trabalhador
26:54na produção,
26:56o que era o comércio,
26:57os serviços,
26:58agora,
26:59com a internet,
27:01com a informatização,
27:03com a robotização,
27:05com as big techs,
27:07entende?
27:08Mudou muita coisa,
27:09então,
27:10os partidos,
27:11mesmo os de esquerda,
27:12precisam assimilar
27:13uma mudança,
27:15e o que que mudou aí
27:16nas consciências,
27:17nos corações e mentes,
27:19mas continua
27:19o desafio,
27:21como é que nós vamos
27:22eliminar a desigualdade
27:24social do Brasil,
27:25que é aberrante,
27:27é a pior do mundo,
27:29entende?
27:30E tem sempre
27:30uma boa desculpa
27:32para rico
27:33não pagar imposto.
27:34Então,
27:35antes de eu passar
27:36para o professor Marco Aurélio,
27:37com a licença do professor,
27:39eu passaria para a deputada,
27:40porque a senhora
27:41foi provocada,
27:42a deputada,
27:43pelo deputado Ivan,
27:44dizendo que a senhora
27:45representaria
27:46o andar de cima.
27:48Deputada,
27:48a senhora representa
27:49o andar de cima,
27:50os andares intermediários,
27:52o Luz e a Barro.
27:52Olha, eu espero que represente
27:53o andar de cima, sim,
27:55assim como o andar de baixo,
27:56também,
27:56eu acho que o cidadão brasileiro,
27:58que é menor das minorias.
27:59Eu realmente tenho
28:01uma visão de mundo
28:02diferente,
28:03do deputado Ivan Valente,
28:05eu acho isso sadio,
28:07mas eu discordo frontalmente,
28:08porque a nossa preocupação
28:09é com o indivíduo.
28:11A gente luta
28:11quanto privilégio,
28:12a gente nunca fica votando
28:14pauta corporativista,
28:16que na minha visão
28:16tem objetivos eleitoreiros
28:20claros,
28:21e essa pseudo ajuda
28:22do pobre,
28:23quando na verdade,
28:24na hora do rombo
28:25do INSS,
28:26pelo que eu entendi,
28:27na visão do PSOL,
28:28o cidadão brasileiro
28:29tem que pagar,
28:30todo cidadão,
28:31inclusive o mais pobre
28:32foi bobado,
28:33a questão do IOF,
28:34quando vocês entram lá
28:35e querem derrubar
28:37o que,
28:38vocês vão contra
28:39o que o Congresso fez,
28:40eu acho isso
28:41uma afronta
28:41à população brasileira,
28:43porque na minha visão,
28:44o mais pobre
28:44está pagando uma conta,
28:46está sendo onerado.
28:47Então,
28:47é uma visão de mundo
28:48diferente,
28:49que a gente não vai mudar
28:49a nossa maneira de ver,
28:50então vai ser trefe,
28:51encarrega,
28:52a coisa vai ficar
28:53voltando e salando.
28:54Agora,
28:55em relação ao STF também,
28:56a minha visão
28:57é muito diferente,
28:58porque ali ele deveria
28:59ser guardião da Constituição,
29:00não vou polemizar aqui,
29:01porque o assunto
29:01não é esse,
29:02mas, por exemplo,
29:03ele não deveria decidir
29:05monocraticamente tudo,
29:06deveria ser uma sessão plenária,
29:08onde todos,
29:08então,
29:08ele está passando
29:09dos alens também,
29:11então,
29:11eu acho que a gente
29:11tem que ter uma discussão
29:12do papel institucional
29:14e constitucional
29:15de cada poder,
29:17porque na minha visão
29:17não há respeito
29:18entre eles
29:19e cada um
29:20está falhando
29:21na sua função
29:22princípua
29:23que a Constituição
29:24determina.
29:25Eu vou passar
29:26para o professor
29:26Marco Aurélio,
29:27professor Marco Aurélio,
29:28justamente pegando
29:29o gancho
29:30dos dois deputados,
29:31a deputada Adriana
29:32e o deputado Ivan.
29:33Há um desequilíbrio
29:34hoje,
29:35na sua leitura
29:36como acadêmica
29:37entre os três poderes,
29:38quer dizer,
29:38aquela concepção
29:39construída pela Constituição
29:41de 88,
29:42a mais democrática
29:43da história republicana.
29:44Se a gente olhar
29:451891,
29:461934,
29:4837,
29:4946,
29:5067,
29:52a emenda
29:52constitucional número 1
29:53de 69,
29:54que na prática
29:54é uma nova Constituição,
29:56a de 88,
29:57inegavelmente,
29:57se nós compararmos,
29:58é a mais democrática
29:59da história republicana.
30:00Então,
30:00na sua leitura,
30:02deputado,
30:02esse desequilíbrio
30:03existe?
30:04Se existe,
30:05como enfrentar
30:06para que volte
30:07a ter uma relação
30:08harmônica,
30:08eles são independentes
30:09entre si,
30:10sabemos,
30:11entre esses poderes?
30:12Bom,
30:14antes de tudo,
30:15Vila,
30:16eu quero dizer
30:18que eu acho
30:18que nós estabelecemos
30:20aqui um campo comum
30:21de reflexão,
30:23eu e os dois deputados,
30:25e creio que você também,
30:27que é o fato
30:27de que o sistema
30:28não está funcionando.
30:30O sistema
30:31não está funcionando
30:32em boa medida
30:33porque
30:33a qualidade
30:35dos integrantes
30:36dos três poderes
30:38decaiu muito
30:39nos últimos anos,
30:40em particular
30:41no Congresso,
30:42seja pela via
30:44do clientelismo,
30:45que é uma reprodução
30:47do Brasil arcaico
30:49diante de uma sociedade
30:50que se modernizou muito
30:53nos seus núcleos
30:54mais vigorosos,
30:57mais vibrantes,
30:58e também porque
30:59o Congresso Nacional
31:01tem uma baixa qualidade
31:03técnica
31:04e política
31:06na maioria
31:07dos seus integrantes.
31:08Então,
31:09aí nós temos já
31:10um primeiro problema
31:11que uma das pernas
31:13do sistema
31:14está falhando.
31:17A outra peça,
31:18a outra perna
31:19que é o executivo,
31:21falha também,
31:22em parte
31:22porque ele
31:23aceita
31:24as chantagem
31:25do Congresso
31:26e faz isso
31:27por não ter
31:28muitas opções.
31:29É bem verdade,
31:30se trata de um governo
31:31minoritário
31:33e que não conseguiu
31:34ou não soube
31:35se tornar
31:36majoritário
31:37ou minimamente
31:39majoritário.
31:40E por que ele não conseguiu?
31:42Vamos lembrar
31:43que em 2022,
31:46o Lula
31:46apareceu
31:47como comandante,
31:49como piloto
31:50de uma frente
31:51democrática
31:52anti-autoritária
31:53e foi eleito
31:54por isso.
31:56Só que,
31:57a partir do momento
31:58em que ele
31:58toma posse,
32:00por conta
32:01das diversas
32:02contingências
32:03políticas,
32:04ele não fez
32:05nenhum movimento
32:06para dar
32:08envergadura
32:09a essa frente
32:10democrática
32:11que o elegeu.
32:12Pelo contrário,
32:13ele se entregou
32:14ao Congresso,
32:15ele aceitou
32:16as chantagem
32:17do Congresso,
32:18ele formou
32:19ministérios
32:19muito ruins,
32:21com poucos
32:22representantes
32:23qualificados
32:25e poucos
32:26representantes
32:27dessa frente
32:28democrática
32:29que o elegeu.
32:30Então,
32:31a segunda
32:31perna
32:32do sistema
32:33também falha.
32:35E o judiciário
32:36foi lembrado aí,
32:38creio que
32:38pela deputada
32:39Adriana,
32:41ele age
32:41de forma
32:42autocrática,
32:44de forma
32:44monocrática,
32:45que no fundo
32:46não deixa
32:46de ser uma versão
32:48do autoritarismo.
32:49São ministros
32:50que decidem,
32:51não um colegiado.
32:53E isso acontece
32:54em partes,
32:56talvez,
32:57eu não tenho
32:58condições
32:58de falar isso,
32:59em parte
33:00por desvios
33:01de personalidade
33:02dos ministros,
33:03como todos nós
33:04têm as suas
33:05características
33:06pessoais,
33:08e em parte
33:08pela sucessão
33:10de demandas
33:11que são feitas
33:12ao Supremo Tribunal.
33:14Ou seja,
33:15aqueles que deveriam
33:16resolver os problemas
33:18do país,
33:19o Executivo
33:20e o Legislativo,
33:21não o fazem.
33:23São incompetentes
33:24para fazer isso.
33:25E transferem
33:26para o Judiciário
33:28uma solução
33:29que o Judiciário
33:30não pode ter.
33:31Porque não se trata
33:33apenas de respeito
33:34ou de falta
33:36de respeito
33:36à Constituição.
33:37se falta
33:38de muito,
33:39se trata
33:40de muito mais
33:41coisas
33:42do que isso.
33:43Então,
33:43o deputado
33:44Valente,
33:45Ivan Valente,
33:47fala assim,
33:47bom,
33:48como que nós vamos
33:48acabar com a desigualdade?
33:51Eu não tenho
33:51a mínima ideia
33:52de como
33:52isso será feito,
33:54mas eu tenho
33:54certeza
33:55de que com
33:56esse sistema
33:57presidencial
33:58do jeito que está,
33:59não haverá
34:00qualquer avanço
34:01em termos de redução
34:02da desigualdade.
34:04eu tenho certeza
34:05também
34:05que não é
34:07pelo incremento
34:08do assistencialismo
34:10que nós vamos
34:11reduzir a desigualdade.
34:13Porque nós não
34:14podemos correr
34:15o risco
34:16de transformar
34:17a população
34:18brasileira
34:18numa maioria
34:19de dependentes
34:20do Estado.
34:22Isso não é
34:22legítimo,
34:24isso não é
34:25correto.
34:26As pessoas
34:26não podem viver
34:28a sua vida inteira
34:29dependendo
34:30de Bolsa Família
34:31ou de qualquer
34:32outra bolsa
34:33ou de qualquer
34:34outra ajuda
34:35do Estado.
34:38De forma
34:39pontual,
34:40nenhum problema
34:41com relação
34:42a isso.
34:43Mas nós
34:44precisamos
34:44de uma reforma
34:46social
34:46que tenha
34:47caráter estrutural.
34:49E não é
34:50falando
34:51de os que estão
34:52em cima
34:52e os que estão
34:53debaixo
34:53que a gente
34:54vai conseguir
34:55falar isso,
34:56fazer isso.
34:57Não é
34:57fazendo
34:58a contradição
35:00entre
35:01super-ricos
35:02e super-pobres.
35:03Essa contradição
35:04não faz sentido
35:05para resolver
35:06a questão
35:07da desigualdade.
35:08Nós precisamos
35:09reformar
35:10o presidencialismo,
35:12modificar
35:12completamente
35:13o quadro
35:14partidário
35:15brasileiro,
35:16que é um quadro
35:17de pouquíssimos
35:18partidos programáticos,
35:20como o deputado
35:22falou,
35:23e muitos
35:24partidos
35:24que não têm
35:25programa nenhum.
35:27Então,
35:27esses partidos
35:28que compõem
35:29a grande maioria
35:30do Congresso
35:31não fazem nada
35:32para o bem
35:33do país.
35:34Esse é um
35:35grande problema.
35:36Um presidencialismo
35:38harmonioso
35:39depende de partidos
35:40políticos
35:41e nós não temos
35:42esses partidos.
35:43Então,
35:43esse presidencialismo,
35:45como eu escrevi
35:46no final de semana
35:47passada
35:48no Estadão,
35:49é um presidencialismo
35:50inoperante,
35:52que não funciona
35:53nem como
35:53um presidencialismo,
35:55nem como
35:55um regime
35:56de governo,
35:57por falhas
35:58dos poderes
35:59que o integram.
36:01Deputada,
36:02deixa eu passar,
36:03eu vou passar,
36:03claro,
36:04vou passar para o governo,
36:05mas deixa eu passar,
36:06claro,
36:06vamos lá,
36:07a deputada Adriana Ventura.
36:09Bom,
36:09o professor Marco Aurélio
36:13lembrou,
36:14e a senhora também
36:14já tinha tocado
36:15nessa questão,
36:16dessa,
36:17uma ação
36:18de chantagem
36:19que ocorre
36:20lá no parlamento,
36:21né?
36:21Ele tocou
36:22em algumas questões
36:23também,
36:23o professor Marco Aurélio,
36:24do assistencialismo,
36:25porque eu sei
36:25que são questões
36:26que o Partido Novo
36:27destaca.
36:28Eu passo
36:29a senhora,
36:30quer dizer,
36:30essa crise
36:31que nós estamos vivendo,
36:32é uma crise
36:33do sistema,
36:34pode ser,
36:34presidencialista,
36:36alguns advogam
36:37o semipresidencialismo,
36:38com eleição direta
36:39de presidente da república,
36:41mas com o primeiro-ministro,
36:42tal qual o exemplo
36:43francês
36:44e com algumas distinções,
36:45o exemplo português,
36:46né?
36:47Eu passo para a senhora,
36:48como é conviver
36:49nesse cotidiano?
36:51Certamente a senhora
36:51é muito pressionada,
36:52as pessoas demandam
36:53a senhora,
36:54querem as emendas,
36:55falam,
36:55o deputado tem emenda,
36:57a senhora não,
36:57como é que é?
36:58A senhora,
36:59eu votei na senhora,
37:00etc,
37:01tal.
37:01Então,
37:02esse cotidiano
37:03em que vocês estão
37:04dentro do congresso,
37:05dentro da Câmara dos Deputados,
37:06que é a Casa do Povo,
37:07como é que fica
37:07essa questão
37:08de assistencialismo,
37:09chantagem,
37:10pressão,
37:11como é que esse dia a dia?
37:13Olha,
37:14para deputados,
37:15assim,
37:15que tem voto,
37:16né?
37:16De conceitual mesmo.
37:18É,
37:18é voto de opinião.
37:19É voto de opinião,
37:20exatamente.
37:21A gente é pressionado
37:23muitas vezes,
37:24muitas vezes as pessoas
37:25falam,
37:25não,
37:26porque o deputado tal
37:27mandou X milhões
37:28para cá,
37:29eu falei,
37:29escuta,
37:29a gente não é medido por isso,
37:30a gente vai lá,
37:31trabalha.
37:32hoje existe uma pressão enorme
37:35e infelizmente
37:36os deputados
37:37não precisam
37:38de mais nada
37:38para se eleger,
37:39porque realmente
37:40as emendas já
37:41fazem o trabalho
37:42dentro dos corrais,
37:43dentro do clientelismo
37:44que já falamos.
37:45Eu acho que
37:46a grande questão aqui
37:47é como sair disso,
37:50né?
37:50Porque com visões
37:51de mundo diferente ou não,
37:53eu acho que o objetivo ali
37:54devia ser claro,
37:55todo mundo devia ter apanhado
37:56para,
37:57para o bem comum,
37:59para deixar um país melhor
38:00para as próximas gerações.
38:01O que eu vejo
38:02objetivamente falando
38:03é um show de horror,
38:05eu vejo deputados federais
38:07sustentando vereadores
38:08para ficar alimentando
38:09os corrais
38:10e os prefeitos,
38:11eu vejo prefeitos,
38:13entidades,
38:15tal,
38:15passando pires
38:16para deputado o dia inteiro,
38:17eu acho isso um escândalo,
38:19porque a gente concentra
38:20todo o dinheiro em Brasília,
38:21dá um poder enorme
38:22para deputados
38:23que vão ficar se elegendo
38:2420, 30,
38:25sei lá quantos anos
38:26que vão ficar ali,
38:28porque dinheiro
38:28tem de sobra para isso,
38:29e todo mundo vai lá
38:30para passar pires
38:31e está bom,
38:31eu te mando tanto
38:32e vocês trabalham
38:33para mim na próxima eleição.
38:34Então, quer dizer,
38:35é um ciclo horroroso
38:37que não tem nada
38:38de virtuoso
38:38e que parece
38:40que se perpetua.
38:42E isso,
38:43na minha visão,
38:44só piora,
38:45porque cada vez mais
38:46o sistema fica fechado
38:48e quem está mandando
38:49no país hoje
38:50são cinco,
38:51seis caciques partidários,
38:52gente.
38:53Isso é um terror,
38:54porque contam voto,
38:56eu não quero voltar
38:57de novo naquele assunto
38:58porque a gente vai
38:59fazer uma sessão
39:00específica para isso
39:01do homem de deputados,
39:02mas ali foram contemplados
39:04os estados,
39:04eu não estou nem falando
39:05pelo fato de ser
39:05uma deputada de São Paulo
39:06que ficou muito indignada
39:08com o que aconteceu,
39:09mas ali estados
39:10que não cresceram nada,
39:11que não deveriam ter
39:12outro deputado,
39:13deram deputados
39:14para esses estados
39:15para terem o número
39:15de votos para aprovar,
39:16isso é uma aberração.
39:17A gente criou cidadãos
39:19de primeira,
39:19segunda e terceira categoria,
39:21cidadão não vale
39:22mais a mesma coisa,
39:23cidadão de outro estado
39:23vale dez vezes mais
39:24que um cidadão paulista,
39:25é um absurdo.
39:26Então, voltando aqui
39:27só para a gente finalizar,
39:29o que eu vejo hoje
39:31no Congresso
39:31é que os deputados em si
39:34é a reeleição
39:36e o próprio umbigo
39:37que está contando agora,
39:38o futuro, a educação
39:40e infelizmente
39:42a questão da autonomia
39:43de fazer com que a pessoa
39:45saia da pobreza,
39:46porque a visão do Partido Novo,
39:48isso para mim é muito claro
39:49e falo especialmente por mim,
39:51eu sou professora universitária,
39:52eu trabalho para dar autonomia
39:55para as pessoas
39:55e acho que qualquer escola pública
39:57tem que dar autonomia
39:58para as pessoas serem independentes
39:59e sair da rampa da pobreza,
40:01esse é o objetivo,
40:02deixar as pessoas independentes,
40:03então quando eu ouço
40:04o professor Marco Aurélio
40:07falar da questão
40:07do assistencialismo,
40:08é uma coisa que a gente
40:09ataca muito,
40:10uma coisa é ser pontual
40:11para você ensinar a pescar
40:14e fazer sair da pobreza,
40:15outra coisa é manter esse ciclo,
40:17hoje nós temos estados
40:18no nosso país
40:19que 80, 90% vive de Bolsa Família,
40:22vive de Bolsa isso,
40:23Bolsa aquilo,
40:24hoje em dia
40:25no nosso estado de São Paulo
40:27a gente não consegue,
40:28tem emprego que não consegue
40:29ser preenchido,
40:30porque as pessoas não querem ir
40:31porque estão perto
40:32em Bolsa Família
40:33ou então porque o filho
40:34recebe IP de meia
40:35e se for registrado
40:37não pode trabalhar
40:38porque o filho perde,
40:38perde,
40:39a gente tem incentivos perversos,
40:41então a gente precisa
40:42rediscutir isso também.
40:44Deputado.
40:45Bom, agora eu quero falar
40:46para o telespectador,
40:48porque primeiro
40:49eu vou convidar
40:50o professor Macquarie
40:51para passar um mês
40:51lá em Brasília
40:52no meu gabinete.
40:54Já está convidado,
40:55hein, deputado?
40:55Ele tem uma visão
40:57meio ingênua
40:58do que são aqueles deputados,
41:00entendeu?
41:00E do que são
41:01aqueles partidos.
41:03Eu quero só dar
41:03dois exemplos.
41:04Sim, sim.
41:05Quando a Dilma
41:06foi deposta,
41:08teve ministro...
41:09A Constituição
41:10determinava aquilo,
41:11deputado.
41:12Ela foi deposta.
41:14Tinha ministro
41:15que estava dois dias antes,
41:17no cargo,
41:19e depois ele passou
41:20para o Temer
41:20dois dias depois.
41:21Ele virou ministro
41:22do próprio Temer.
41:24Veja você,
41:25esse é o centrão,
41:27tá?
41:28É essa a questão.
41:30Todos apoiaram o Temer.
41:32O Temer tinha
41:33dois por cento
41:34de popularidade,
41:35dois,
41:35e não foi empitimado
41:37com aquela questão
41:38do Joe Wesley,
41:39lembra?
41:40Tá.
41:40Segundo,
41:41sobe o Bolsonaro.
41:42O Bolsonaro falou,
41:42sou outsider,
41:44oito mandatos.
41:45Eu sou outsider,
41:46eu não quero saber
41:47do centrão.
41:47O Lira veio
41:48para o meu lado ali,
41:49da esquerda,
41:50e falou assim,
41:50eu não aguento
41:51aquela zoeira
41:52com aqueles caras
41:53filmando o tempo todo,
41:55entende?
41:55Essa extrema direita
41:56e tal.
41:57Até que eles caíram
41:58no colo do Lira,
41:59que ele ia ser
42:00empitimado,
42:00porque ele estava
42:01ameaçando a democracia,
42:02chamou o Xandão
42:04de canalha,
42:05fez comício
42:06da porta do quartel,
42:07ele queria dar
42:07um autogolpe
42:08três anos antes,
42:09em 2021,
42:10entendeu?
42:11Então,
42:12veja,
42:12isso é o governo,
42:14o centrão entrou,
42:15dominou totalmente
42:17o Bolsonaro,
42:18o Bolsonaro falou,
42:19só quero me eleger,
42:21entende?
42:22O orçamento
42:22é de vocês,
42:23foi isso que ele
42:24entregou totalmente
42:25o Bolsonaro.
42:26Sabe por quê,
42:26Adriano?
42:27Eu vou dizer para você,
42:28o Lula fez bem
42:29entrar no Supremo,
42:30mas não é nem
42:30para ganhar o IOF só,
42:32que é legal
42:33e condicional
42:34e vai ganhar,
42:35entende?
42:36Mas é porque
42:36ele ficaria desmoralizado,
42:38porque tem no Congresso
42:41hoje uma visão
42:42que é tocada
42:43pelo bolsonarismo
42:44e que o centrão
42:46aderiu,
42:47que é a seguinte,
42:48o Congresso
42:49pode derrubar
42:50qualquer medida
42:50do Supremo
42:51e qualquer medida
42:52do Executivo
42:53desde que ele tenha
42:54a maioria.
42:54Não,
42:55não é verdade.
42:57Se você rompe
42:58com a Constituição,
42:59o Supremo,
43:00por exemplo,
43:01a questão
43:01do marco legal
43:03dos indígenas,
43:05certo?
43:06Já foi decidido,
43:089 a 2,
43:09eles votaram na PEC
43:10lá porque eles têm
43:10maioria e eles acham
43:11que derrubaram a PEC.
43:13Como assim?
43:14Entende?
43:15Você vai decidir
43:15uma questão constitucional
43:16que foi amplamente
43:17discutida,
43:19entende?
43:19Assim,
43:20a questão do IOF,
43:21eles podem ter
43:22maioria parlamentar,
43:24mas eles não podem
43:25usar um instrumento
43:26que não seja
43:27constitucional,
43:29que é o decreto
43:30que permite
43:31ao Executivo,
43:33decreto.
43:34Agora,
43:34se é lei,
43:34é outra coisa,
43:35tem maioria para aprovar
43:36a lei,
43:36etc e tal.
43:38Então,
43:38isso é uma usurpação,
43:40vou dizer mais,
43:42o senhor Hugo Mota,
43:44veja,
43:44foi,
43:45fez uma reunião,
43:47o Marco Aurélio,
43:49fez uma reunião
43:50com o Haddad,
43:52entende?
43:52O Algo Lumbri,
43:54todos os líderes
43:55e tal,
43:56falaram assim,
43:56vamos negociar o IOF.
43:58Eu estou sabendo de tudo,
43:59vamos negociar o IOF.
44:01Vai cair isso aqui
44:02do IOF,
44:03isso aqui vai ficar,
44:04até um terço
44:06que ia ficar.
44:07Mas,
44:07então,
44:07vamos votar
44:08as bets,
44:10entende?
44:10Um aumento
44:11para as bets,
44:11que é essa jogatina
44:12que corrompe
44:13a juventude
44:14e a adolescência
44:15de 12% para 18%,
44:17entende?
44:18Vamos falar
44:19das mega isenções fiscais
44:22que o pessoal
44:23sempre votou contra
44:25desde 2012,
44:2710%,
44:27entende?
44:28Quem falou
44:30que era 600 bi
44:31de isenções?
44:32O próprio Mota
44:33na entrevista coletiva,
44:35entende?
44:35Ele fez,
44:37e sim,
44:37vamos sim taxar
44:38LCI e LCA
44:40do agro
44:41e da indústria.
44:41Por quê?
44:42Artigo da Miriam Leitão.
44:44Sabe quanto
44:45eles já recasaram?
44:461 trilhão
44:47e 700 bilhões.
44:50Isso.
44:50Fora o Pronaf,
44:51que é 500 bi,
44:53entende?
44:53Eles arrecadaram isso
44:55e para investimento
44:56eles não gastam
44:57nem 40%,
44:58eles não querem pagar
44:595%.
45:00Mas isso foi acordado
45:02na reunião.
45:03De repente,
45:04eles chamam
45:05uma reunião
45:05às 11h45,
45:0823h45 da noite,
45:11no dia seguinte,
45:13semana de São João,
45:14que ele mandou
45:14todo mundo para casa,
45:16entende?
45:17que sabe o que ele fez?
45:18Falou,
45:18aqui não vota nada,
45:19mas sabe por que
45:20que ele fez isso?
45:20Porque no dia seguinte
45:22ele veio para São Paulo
45:23numa entrevista
45:24aqui no jornal Valor
45:26com o Capital Financeiro,
45:28entendeu?
45:28E depois ele voltou
45:29para Brasília,
45:30reuniu os líderes
45:31do Centrão,
45:32o novo foi excluído,
45:33o pessoal também,
45:34entendeu?
45:35E vamos falar,
45:36ó,
45:37não tem mais votação,
45:39entendeu?
45:40Não vai ter votação
45:41nenhuma,
45:42sabe por quê?
45:43Ele recebeu
45:43uma chamada
45:44que o Congresso
45:46é formado
45:47por mais de
45:47300 empresários,
45:50né?
45:51Marcorelli,
45:51isso não muda
45:53no Brasil
45:53e cada vez
45:54piora mais,
45:55então eles não
45:56têm compromisso
45:57com o povo.
45:59E a segunda questão,
46:00aí eu quero discutir,
46:02outro dia,
46:03o Rei do Ovo,
46:04o Rei do Ovo,
46:05um dos mais trilionários aí,
46:07falou o seguinte,
46:08tem que acabar
46:09com o Bolsa Família,
46:10porque eu não tenho
46:10mais mão de obra,
46:12pá, pá, pá e tal,
46:12entende?
46:13E um deputado,
46:14lá o Napoleão
46:15de Hospício,
46:16do PL,
46:18falou,
46:18arrematou com a
46:19seguinte questão,
46:21as pessoas que recebem,
46:23em que estão
46:23na mão do Bolsa Família,
46:25não terão mais
46:26o direito de voto,
46:28enquanto receber,
46:29caçar a cidadania,
46:30isso é do PL,
46:32veja você,
46:33isso é um atentado
46:34à democracia,
46:36à cidadania,
46:36esses são os deputados
46:39lá do Congresso Nacional,
46:41a grande maioria,
46:42porque eu não generalizo nada,
46:44eu discuto com deputados
46:45que têm ideologia,
46:47programa,
46:48projeto, etc,
46:49mas aí falta
46:50caráter e compromisso,
46:52aí quando você fala,
46:53peraí,
46:54eu fui da reforma tributária
46:57inteira,
46:58e agora eu sou do GT
46:59do Imposto de Renda,
47:01eu vou lá,
47:01discuto,
47:02eu dou todos os números
47:03aqui que dizem
47:05como é que você
47:05tapa o buraco,
47:06como é que você vai
47:07investir no PAC,
47:08como é que você vai
47:09investir na saúde pública,
47:13eu fui autor
47:13do primeiro plano nacional
47:15de educação,
47:16nós trabalhamos
47:17três décadas
47:18com 10% do PIB,
47:20não passa de 5% do PIB,
47:23aí eu quero dizer o seguinte,
47:24como é que você forma
47:25gente para alavancar
47:27para o futuro,
47:28como fizeram o Japão,
47:30a Coreia,
47:31que saiu de uma guerra,
47:32o Japão que saiu
47:32de uma guerra,
47:33se você não tem,
47:35não é,
47:35isso é até,
47:36eu não sei,
47:37eu acho perverso
47:38dizer que as pessoas
47:39não precisam do Bolsa Família,
47:41o Bolsa Família
47:42é um exemplo
47:43para criar só
47:44dignidade,
47:46quem vai para a carteira
47:47assinada,
47:48quer ir para a carteira
47:49assinada,
47:49deputado perfeito,
47:50tem igualdade social,
47:52perfeito,
47:53eu vou pegar a sua
47:54provocação boa
47:55para a discussão
47:56e passo para o professor
47:57Marco Auré,
47:58que está convidado,
47:59aí o Congresso Nacional,
48:02meu colega Marco Auré,
48:03e aí,
48:04qual são as suas considerações
48:06sobre as nossas questões?
48:07não comprei uma maquininha,
48:12não discorde em nada,
48:15eu já estive no Congresso
48:17e acompanho bem de perto
48:19o que acontece lá,
48:21e a minha concordância
48:22com os dois deputados,
48:24no que diz respeito
48:24à qualidade da representação,
48:27é total,
48:28eu acho que esse é um dos nossos
48:30grandes problemas,
48:31eu falei,
48:32quando eu falei da crise
48:33do regime presidencial,
48:35eu comecei justamente
48:36pelo Congresso,
48:38um Congresso onde os partidos
48:40com opinião
48:41são minoritários
48:43ou pouco expressivos,
48:45não consegue...
48:48É que...
48:49Ah, é que houve...
48:51Caiu só a conexão,
48:52eu vou passar para a Adriana,
48:53daqui a pouco nós voltamos,
48:54claro,
48:55ao professor Marco Aurélio Nogueira,
48:59eu vou colocar uma questão
49:01bem rápida,
49:02eu peço, por favor,
49:03que vocês respondam
49:04um minuto.
49:06E por que a pergunta?
49:07O que votou e por que?
49:09A deputada Adriana Ventura
49:11votou contra ou a favor do EF
49:13e por que?
49:15Olha, naturalmente,
49:18eu votei pela derrubada
49:20do decreto,
49:21achei afrontoso esse aumento
49:24que não foi debatido,
49:25que não foi...
49:26A sociedade civil não foi incluída
49:29e é um aumento de tributação,
49:31o Brasil já tem
49:32a maior carga de tributação
49:33do mundo,
49:35devolve pouco em serviços
49:36e é um governo
49:37que não faz a lição de casa,
49:39só quer aumentar a receita,
49:40receita, receita.
49:41E quando a gente vai
49:42para o lado
49:43de cortar gasto,
49:44de fazer a lição básica,
49:46que não tem nada a ver
49:47a chegar no cidadão,
49:48tem a ver
49:49com realmente
49:50parar com o cabide
49:51de emprego,
49:52a gente viu
49:52que o governo Lula
49:53saiu de 27 ministérios
49:55para 40
49:55e por aí vai.
49:57Então, é um governo
49:58que fica com a torneira aberta
50:00e agora vai ser reeleição
50:01a qualquer preço.
50:01Então, votei sim
50:03pela derrubada,
50:04primeiro pelo processo,
50:06processo legislativo
50:07que absolutamente
50:08não existe,
50:09essa negociação também
50:10do executivo
50:11com o Congresso,
50:13essa relação
50:13vai muito mal,
50:15muito mal.
50:16As coisas não são debatidas,
50:17na verdade,
50:18os líderes debatem,
50:19põe todo mundo
50:20para votar,
50:20manda votar sim ou não
50:21e infelizmente
50:22poucos partidos vão,
50:24estudam e sabem
50:24exatamente
50:24o que está votando.
50:25Eu vou passar
50:26para o deputado Ivan,
50:28mas antes eu queria
50:29rapidamente perguntar
50:30também,
50:31é que as duas questões
50:31eu vou passar também
50:32ao deputado Ivan.
50:34Renúncia fiscal,
50:35o senhor a favor
50:36ou contra?
50:37Olha,
50:38o que a gente...
50:39E dizem que,
50:39só lembrando,
50:40desculpe deputada,
50:41o valor último
50:42já era grande
50:43e foi subindo,
50:43chegou a 800 bi
50:45e a União
50:46falta os 27 unidades
50:48da federação
50:49e os mais de 5.500
50:50as prefeituras.
50:52O senhor a favor?
50:53Não,
50:54não por várias razões.
50:55a gente tem que ver
50:56o objetivo de cada um
50:58e isso precisa ser
50:59reaviliado
51:00periodicamente.
51:01O problema é que
51:01coisas às vezes
51:02que são feitas
51:03por um período
51:03para resolver uma situação
51:05duram uma eternidade
51:07e não são revistas.
51:09Eu acho que essa
51:09que é a grande questão.
51:10Então,
51:10quando vocês falaram
51:11de 800
51:11e a gente vê
51:12toda essa questão
51:13dos gastos tributários
51:14e desses benefícios
51:16e outras coisas,
51:17a gente percebe
51:17como a gente precisa
51:18fazer uma revisão.
51:19Agora,
51:20quando você entra,
51:20por exemplo,
51:20na Comissão Mista
51:21de Orçamento,
51:22o Ivan deve saber
51:24disso também,
51:25não há um debate profundo
51:26sobre as prioridades
51:27do nosso país,
51:28como dinheiro é gás,
51:28como não é.
51:29Então,
51:29assim,
51:30a gente precisa
51:31de qualidade de debate
51:32para essa revisão,
51:33mas eu sou contra.
51:35Rapidamente,
51:36deputado Ivan,
51:37que nós estamos tentando
51:38a conexão outra vez
51:39com o professor Marco Aurélio.
51:40Duas coisas,
51:41deputado.
51:42A favor ou contra o IOF,
51:43o senhor votou,
51:45ou,
51:45e a segunda questão,
51:46é a favor ou contra
51:47a renúncia fiscal?
51:48Bom,
51:49sou radicalmente
51:49contra a renúncia fiscal,
51:51só em caso
51:52de cesta básica
51:54e análises
51:55caso a caso
51:56em benefício
51:57do povo.
51:58Eu vou dar o exemplo
51:59dos 17 setores,
52:01que há dois anos
52:02atormentaram
52:03o Haddad aí,
52:04e nós dizem,
52:06não,
52:06nós queremos uma prorrogação,
52:08não sei como a Adriana
52:08votou.
52:09Votei contra,
52:10sabe por quê?
52:11Era por 10 anos,
52:13era por 10 anos.
52:15Eles fizeram,
52:15foram,
52:16o Supremo,
52:17fizeram guerra,
52:19os lobbies porraram.
52:21O que aconteceu?
52:21Passou,
52:22porque o governo
52:23não aguentou a pressão.
52:24E o IOF?
52:25O IOF,
52:26eu só quero dizer
52:26duas coisas,
52:27do Bolsonaro,
52:28o IOF era 6,38,
52:30tá?
52:30Agora?
52:31No Lula era 3,
52:32é 3,
52:33e o Lula,
52:34o que o Haddad
52:35fez foi 3,5
52:36do IOF.
52:38Então,
52:38veja,
52:39tem vários álimes
52:40que vão dizer o seguinte,
52:41esse é um imposto
52:42regulatório,
52:43não é arrecadatório,
52:44no Bolsonaro
52:46ele não era arrecadatório,
52:48o Guedes,
52:49que é o rei
52:50do ajude fiscal,
52:51por que que ele não acabou
52:52com o IOF lá?
52:53E sabe o que ele fez?
52:54Quando chegou no fim
52:55do mandato,
52:56ele falou,
52:56agora vai cair
52:57o porcento ao ano,
52:58por isso que está
52:593% a menos.
53:00Deixa eu aproveitar,
53:01só colocar uma questão,
53:03daqui a pouco vem,
53:04nós estamos fazendo
53:04o possível do possível
53:06para falar com o professor
53:06Marco Aurélio,
53:07passo para a deputada Adriana
53:09uma outra questão,
53:10rápida e depois
53:11ao deputado Ivan.
53:12Lobby,
53:13a senhora é pressionada
53:14pelos lobbies?
53:15Eu digo,
53:15para quem nos acompanha,
53:16lobby,
53:16o que é lobby?
53:17É um grupo de pressão,
53:18vai discutir uma coisa lá,
53:20vai ser aprovado ou não
53:21um projeto,
53:22e os lobbies,
53:23que não são regularizados
53:24no Brasil e deveriam ser,
53:25como em outros países
53:26são regularizados,
53:27vai conversar com os deputados,
53:28olha,
53:29votem a favor do que
53:30eu estou defendendo,
53:31x, y, z,
53:32não importa.
53:32A senhora tem a impressão
53:36dos lobbies?
53:36Como a senhora lida com isso?
53:38Por favor.
53:39Olha,
53:40eu acho que a gente precisa
53:42ter transparência
53:43nas relações que existem
53:44no Congresso,
53:45até para ver o que é republicano
53:46e o que não é republicano.
53:48Eu acho legítimo,
53:49quando vai o nosso gabinete,
53:52as pessoas vão discutir projetos
53:54ou representando associações,
53:56entidades,
53:57para discutir o projeto tal,
53:58que chegam ali,
53:59eu falo,
53:59cadê a nota técnica?
54:00Que aqui leva os argumentos,
54:02isso eu acho legítimo.
54:03Agora,
54:04tem algumas pressões
54:04que não são legítimas.
54:06Quando começa a ter ameaça,
54:08a ter algum tipo de proposta
54:11que passa do limite do aceitável,
54:13uma coisa é explicar,
54:14porque a gente lida
54:15com diversos temas,
54:16os temas são diversos
54:18e às vezes a realidade é outra.
54:19Então,
54:19eu acho isso sadio.
54:20Acho que é um trabalho
54:21que precisa ser transparente.
54:24Eu acho que a exigência
54:24é ser transparente
54:25e ter regras claras
54:27do que pode e do que não pode,
54:28porque senão,
54:29a gente sabe que tem muita coisa
54:30não republicana
54:31que acontece também.
54:32Deputado Ivan,
54:33o mais sucinto possível
54:35que eu tenho que passar
54:35para o senhor Marco Aurélio
54:36fechar.
54:37Isso é rápido para mim,
54:39você tem que falar outra coisa,
54:41porque lobby nem passa
54:42perto do meu gabinete
54:43ou do pessoal,
54:44nem passa.
54:45Então,
54:46o problema é o seguinte,
54:48pego da Big Techs,
54:49quando tentaram fazer
54:50a regulação de rede,
54:52eles foram lá
54:53e mataram a pau,
54:54entende?
54:55Até o Lira
54:56era favorável
54:56ao relatório
54:57do Orlando Silva.
54:59Estava para votar,
55:00estava pronto para votar.
55:02Pelo amor de Deus,
55:03sabe por quê?
55:04E tolerância,
55:06ódio,
55:07entende?
55:07E manejo de rede
55:09e algoritmo,
55:12entende?
55:12Não só ganha voto,
55:14ganha likes,
55:15como monetiza.
55:17As pessoas estão ganhando
55:19dinheiro com isso.
55:21As fake news
55:21são um dos grandes problemas
55:23do Brasil hoje.
55:25Nós temos que reclamentar.
55:26O que os lobbies fizeram?
55:27Os três grandes
55:28estavam na posse do Trump,
55:30lá,
55:31do lado do Trump.
55:32Inclusive o Musk,
55:33que pode ser exportado
55:34para ficar no sol de novo.
55:35Eu vou colocar bem rápido,
55:38o professor Marco Aurélio
55:39voltou a ter contato
55:39conosco.
55:40Professor,
55:41como nós estamos
55:41estourando o nosso tempo,
55:44então,
55:44passa rápido,
55:45a boa conversa é assim.
55:46É igual o jogo de futebol,
55:48quando é ruim,
55:48parece que não passa,
55:49quando é bom,
55:50é meteoro.
55:50E aqui foi muito legal,
55:53passou muito rápido.
55:53Temos um minuto e tal.
55:54É uma pergunta
55:55sim ou não,
55:56porque senão
55:57vocês me trucidam aqui
55:59que eu tenho
55:59o problema do tempo.
56:00Professor Marco Aurélio,
56:02o senhor é a favor
56:02ou contra a reeleição?
56:05Eu sou contra.
56:06Eu acho que a reeleição
56:07é um problema
56:08que no Brasil atual
56:10deveria ser eliminado,
56:12porque o incumbente,
56:15como nós falamos,
56:16ele sempre tem
56:17uma vantagem.
56:18E, além do mais,
56:19quando o governo
56:20não vai bem,
56:21o incumbente
56:22também é eleitoralmente
56:23um problema.
56:25E nós,
56:25no Brasil,
56:26estamos cansados
56:27de ver
56:28os mesmos candidatos
56:30se reproduzirem
56:32eleições
56:32após eleições.
56:34Sim.
56:34nós devíamos partir
56:35para algum tipo
56:37de renovação
56:39do quadro
56:40dirigente brasileiro.
56:41Eu só tenho tempo
56:42para sim ou não,
56:43por favor.
56:44Deputado Adriana Ventura,
56:46é a favor
56:46ou contra a reeleição?
56:48Só contra a reeleição.
56:49Contra.
56:49Sim ou não,
56:50por favor, Ivan.
56:51Contra também.
56:52Eu acho que foi um dos grandes
56:53erros do Fernando Henrique.
56:54Agradeço.
56:55Olha,
56:55vocês veem que quando a coisa
56:56é boa,
56:57passa rápido o tempo.
56:59Agradeço muito
57:00a deputada Adriana Ventura
57:01pelo Partido Novo
57:02aqui de São Paulo,
57:04o deputado Ivan Valente
57:05pelo PSOL de São Paulo,
57:07ao nosso colega
57:08Marco Aurélio Nogueira,
57:09professor titular
57:10de Teoria Política
57:11da Unesp.
57:12E agradeço muito
57:13a você que nos acompanhou.
57:14E provando mais uma vez
57:15no Visão Crítica
57:16que é possível
57:17debater,
57:18discordar,
57:19porque democracia
57:19é convivência de contrários.
57:21Nada de lacração,
57:23conflitarismo,
57:24discussão com conteúdo.
57:25Até a próxima,
57:26terça-feira que vem,
57:27às 22 horas.
57:28e amanhã o Só Vale a Verdade
57:30às 22 horas.
57:32Tenho certeza
57:32que vocês vão gostar.
57:33Nós estamos com o
57:34Ministro da Saúde,
57:35Alexandre Padilha,
57:36no Papo de Uma Hora.
57:38Até.
57:39A opinião
57:40dos nossos comentaristas
57:42não reflete necessariamente
57:43a opinião
57:44do Grupo Jovem Pan
57:45de Comunicação.
57:50Realização Jovem Pan News.
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