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Transcrição
00:01As polêmicas envolvendo o aumento do IOF e a taxação de Donald Trump ao Brasil desgastaram ainda mais a relação entre governo federal e Congresso Nacional.
00:12A falta de diálogo entre os dois poderes e as constantes resistências de deputados e senadores quanto às medidas enviadas pelo Palácio do Planalto
00:22tornaram mais difícil a tarefa de alcançar os resultados esperados pela equipe do Presidente da República.
00:30Para o governo, a falta de interesse do Congresso em avançar pautas importantes.
00:36Já para o Congresso, o governo federal está sem rumo e incapaz de realizar os ajustes e reformas necessárias.
00:44Entre discursos de ambos os lados, as soluções para os problemas de articulação entre governo e Congresso seguem indefinidas.
00:52Além da falta de base sólida do Executivo na Câmara e no Senado, quais são as reais origens desse desgaste?
01:01Será que nem mesmo o espaço aberto ao Centrão no primeiro escalão garante algum fôlego ao presidente Lula?
01:07E de que maneira essa relação conflituosa pode acender alertas para as disputas nas eleições do próximo ano?
01:14A análise dessas e de outras questões você acompanha a partir de agora no Visão Crítica.
01:34Visão Crítica
01:35Olá, estamos começando o Visão Crítica de hoje com a participação do deputado Arlindo Quinalha, deputado federal pelo PT de São Paulo
01:47e o deputado Kim Cataguira, deputado federal por São Paulo, pelo União Brasil aqui de São Paulo.
01:54Agradeço os dois convidados terem aceito o nosso convite e começo com o deputado Quinalha.
01:58A pergunta que nós colocamos é, o Brasil segue dividido sobre a resposta a Trump.
02:04Na sua opinião, como deve ser essa resposta?
02:07A primeira é que a iniciativa foi do Trump e a partir daí não há outra alternativa a não ser,
02:16primeiro, analisando as consequências se ele vier aplicar a tarifa de 50%,
02:22mas temos que nos preparar para essa circunstância.
02:25O Congresso aprovou, já, eu diria, divisando uma possibilidade assim, da lei da reciprocidade.
02:36Bem, não é o melhor dos mundos, mas também não é, eu diria, para mim é inimaginável
02:44você subordinar o nosso país aos, digamos, as condições que o Trump inclusive apresenta,
02:51porque ele mente na carta, fala que os Estados Unidos tem um déficit comercial com o Brasil
02:58e, para piorar, ele condiciona a retirada dessa taxação a uma intervenção que ele quer fazer no judiciário brasileiro,
03:10porque o centro que ele coloca é de natureza política, que é a anistia do Bolsonaro e dizendo outra mentira,
03:20que o Bolsonaro está sendo perseguido.
03:22Então, em algum momento ele vai perceber que ele não vai conseguir, vai ter consequências sérias para o Brasil,
03:33como terá consequências sérias para os Estados Unidos.
03:37Então, já foi noticiado, tem mais de 6 mil pequenas empresas que dependem do suprimento de produtos brasileiros.
03:45A inflação ali começa a subir, ele está perdendo popularidade, o judiciário em algum momento sobre assuntos diversos o contraria.
03:59Então, o que surpreende é a análise, por exemplo, do governador paulista, que ele quis culpar o governo Lula,
04:08agora ele se escondeu.
04:09Era tão óbvio que ele estava falando bobagem, que o Trump taxou cerca de 20, 30 países, 25, me parece, inclusive na União Europeia.
04:1921.
04:2021.
04:20Pois é, obrigado.
04:21Então, eu acho que essa fase de exploração política interna, inclusive agora, o que está sobrando é bolsonaristas levantando a bandeira do Trump,
04:36defendendo o Trump, a ponto do Eduardo Bolsonaro se vangloriar de que ele teve essa conversação com o governo americano
04:47e que, portanto, o pai Jair Bolsonaro cumprimenta, fala que o Trump teve muita coragem
04:54e, portanto, eu diria que, para mim, isso é quase mais incompreensível, como é que representante, na condição de eleitos,
05:10defende um outro país, aplaude o que está fazendo com que o Brasil, caso venha a acontecer nessa dimensão,
05:17nós teremos dificuldades, mas nós não vamos dobrar o joelho, isso é uma bobagem imaginar
05:24que um país soberano se submeta à vontade de alguém que se coloca como se fosse um jandame mundial.
05:34Deputado Kim, na sua opinião, como é que o Brasil deve responder às medidas do tarifácio do Trump?
05:40Olha, eu acho que, primeiro, o Trump foi maquiavélico em colocar a questão do Bolsonaro
05:46dentro das suas justificativas para aplicar o tarifácio.
05:51Eu realmente não acredito que o Trump esteja preocupado com o Bolsonaro
05:54ou esteja preocupado com o Supremo Tribunal Federal
05:57ou esteja preocupado com liberdade de expressão no Brasil,
05:59mesmo porque ele aplicou, no mesmo momento, tarifas para outros 21 países.
06:05Então, ele queria aplicar essa tarifa no Brasil de qualquer jeito,
06:07independentemente de situação de Bolsonaro, independentemente de situação de Supremo.
06:10Mas ele coloca, a partir do momento em que ele coloca a condição do Bolsonaro
06:14e o Supremo Tribunal Federal como uma das condições para levantar essas tarifas,
06:18em vez do Brasil estar todo unido, petistas, bolsonaristas,
06:22quem não é nenhum nem outro, em relação a uma reação aos Estados Unidos,
06:26ele faz com que o jogo político dentro do Brasil seja lulistas jogando a culpa no Bolsonaro
06:31e bolsonaristas jogando a culpa no Lula.
06:33Que foi exatamente essa discussão que eu vi no plenário da Câmara
06:36no momento em que a tarifa foi anunciada.
06:39Então, em vez de a gente ter uma reação unificada,
06:42pensando que nós temos um adversário externo e que nós precisamos reagir a ele,
06:46a gente está tratando isso como uma questão política interna
06:49em que se busca encontrar o culpado aqui dentro.
06:52Então, acho que esse é o primeiro ponto.
06:54O segundo ponto, que é frustrante, enquanto brasileiro, constatar isso,
07:00é que nós temos poucos meios para reagir a uma sanção dos Estados Unidos.
07:03A lei da reciprocidade é um instrumento?
07:07É um instrumento.
07:07Mas hoje nós já tributamos os produtos americanos em uma tarifa de, em média, 60%.
07:13Então, nós já aplicamos uma tarifa superior a essa que tem sido aplicada para os Estados Unidos.
07:20E mesmo que a gente aumentasse o imposto de importação sobre produtos americanos,
07:26o impacto para os Estados Unidos também seria muito pequeno.
07:29Os Estados Unidos hoje tem uma relação comercial muito mais próspera, mais ativa,
07:34com os países do Sudeste Asiático.
07:36E ele aplicou uma tarifa para o Sudeste Asiático ainda mais pesada.
07:39E suportou, e vem suportando com o aumento de inflação, como a Orlinda colocou,
07:44dentro dos Estados Unidos, esse desgaste, esse peso e esse ônus econômico para os Estados Unidos
07:49de impor essas sanções para os países do Sudeste Asiático.
07:52Então, infelizmente, eu não vejo o Brasil, de fato, com meios de ação para,
07:57olha, nós temos um instrumento para retalhar a altura e obrigar o Trump a negociar.
08:01A minha esperança é que, assim como essa tarifa foi anunciada aqui no Brasil,
08:07o Trump siga o seu histórico, que tem sido até motivo de chacota internacional,
08:12de ser apelidado de taco, de Trump always chicken out.
08:15O Trump sempre volta atrás, o Trump sempre arrega.
08:18Ele anuncia que vai aplicar uma tarifa, como anunciou agora, não está em vigor,
08:22entra em vigor em agosto.
08:23Mas antes mesmo das tarifas entrarem em vigor, na maior parte dos países em que ele fez isso,
08:28ele negocia, olha, se no Brasil antes estava 10% e eu coloquei 50%,
08:32vamos falar em 20%, vamos falar em 25%, que é o que ele fez na maior parte dos outros países.
08:37E acho que isso vai ficar claro quando, se essa negociação acontecer e, de fato,
08:42essa tarifa cair, baixar, eu acho que vai ficar claro que o Trump não tem nenhuma preocupação
08:47em relação ao Bolsonaro, não tem nenhuma preocupação em relação ao Supremo,
08:50mesmo porque eu não vejo nada internamente acontecendo para ajudar o Bolsonaro
08:53e nem para desgastar o Supremo, não vejo o Congresso...
08:57Acho que tem propostas razoáveis e corretas para frear alguns abusos do Supremo Tribunal Federal,
09:02como considero que seja a PEC para proibir as decisões monocráticas,
09:06como seja instituição de mandato e outras medidas que eu acredito que sejam razoáveis.
09:10Não acho que nenhuma delas vai ser aprovada, porque não vejo o Congresso com essa coragem
09:13de fazer essa limitação e essa arrumação institucional.
09:17Mas acho que mesmo sem isso acontecer, existe uma possibilidade razoável
09:21do Trump voltar atrás e deixar muito claro que o Bolsonaro e o Supremo
09:24nunca foram suas preocupações.
09:26Eu costumo ser, digamos, estrategicamente pessimista em que sentido?
09:34Nós temos que estar preparados.
09:35Que ele pode recuar?
09:37Pode.
09:38Se é o mais provável ou não, pegando o histórico, dá uma esperança que ele possa recuar.
09:44Segunda coisa, é óbvio que petista e bolsonarista nós disputamos, digamos,
09:52posições porque nós somos a favor da solidariedade humana, nós somos favoráveis à distribuição
10:00de renda.
10:01Mas não é justo quem fala assim, não, petista e bolsonarista eu queria ver todo mundo junto.
10:07Não, quem não está junto é bolsonarista.
10:09Nós estamos fazendo a defesa, digamos, até onde é possível neste momento.
10:15Eu diria, há uma análise, eu acho que coincide no diagnóstico, talvez, é que o interesse
10:29do Trump não tem nada a ver, e eu concordo, eu também penso assim, com o Bolsonaro.
10:34O Bolsonaro, para ele, é um instrumento.
10:36No intuito dele poder ter um discurso ideológico, dizendo que o Brasil tem uma ditadura do judiciário.
10:49Mas, na verdade, o alvo do Trump, na minha opinião, a preocupação central dele são
10:55os BRICS.
10:56E quando houve a cúpula dos BRICS aqui no Brasil, no Rio de Janeiro, algumas decisões
11:04cararam fundo, inclusive de investimentos bancados pela China, para fazer o corredor bioceânico,
11:14que vai desafogar do Porto de Santos até Mato Grosso do Sul, chegando ao Peru.
11:20Eu li um texto que agora está me fugindo o nome do autor, onde ele analisa, sob esta
11:34ótica, quando houve a destruição de um gasoduto que estava já pronto entre Rússia e Alemanha.
11:44mais de mil quilômetros de extensão, que foi destruído, e a tese que levanta, eu achei
11:52muito arguta, os Estados Unidos não estão para brincadeira.
11:58Ele não quer que a Alemanha, digamos, tenha uma relação de independência, que na época,
12:07eu diria, não neste governo anterior conservador, era nítido.
12:11A Alemanha sempre procurou liderar, inclusive, a União Europeia e, ao mesmo tempo, manter
12:18uma posição, digamos, de dona do seu próprio destino.
12:23Então, ali, digamos, as ações do Trump ameaçando, falaram, vocês agora vão ter
12:28que pagar para ter a proteção da OTAN.
12:31Ele negocia, entre aspas, impõe para os elenenses, que foram milhados os elenenses, que falam,
12:35olha, eu quero o que gastamos lá, queremos em terras raras.
12:41Então, na minha percepção, na avaliação de hoje, é que o Trump, ele está na ofensiva,
12:51tendo como centro os BRICS.
12:54E um país como o Brasil, ele não toleraria, na cabeça dele, ter esses vínculos internacionais
13:01que dão um grau de independência ao Brasil bem maior.
13:04Veja, os Estados Unidos são o segundo principal país de trocas comerciais.
13:12Primeiro é a China.
13:15E agora passou a ser a Argentina, o terceiro, olha como é que as coisas mudam.
13:19Então, eu gostaria mesmo, porque a terceira coisa, não é só na linha, eu diria, da disputa
13:29e da negociação, mas o Brasil já começou a procurar mercados alternativos.
13:36O Irã, por exemplo, o Irã, a carne está sendo negociada ali.
13:40E o Lula, acho que teve uma percepção correta, que ele estimulando a iniciativa privada brasileira,
13:46empresariado, para falar com o empresariado americano.
13:51Inclusive, aquela, a Anchan, que é uma Câmara de Comércio, que são equivalentes
13:59que existem nos Estados Unidos como no Brasil, fizeram uma nota surpreendentemente forte,
14:07digamos, contrária à posição do Trump.
14:11Então, a disputa política que ele provocou com outra disputa,
14:15mas a disputa lá também está acontecendo.
14:18Passar para você, então, deputado, que é a seguinte questão.
14:21Quer dizer, é bom lembrar, quem nos acompanha, que o Brasil é credor do governo americano.
14:26O Brasil, em ordem, é o décimo terceiro credor do governo americano.
14:31Ou seja, o Brasil tem 212 bilhões de dólares em títulos da dívida pública americana.
14:38A gente tem que lembrar isso, que muitas vezes, nesse debate primário e ideológico,
14:42nem é ideológico, é do nível tão baixo, esquecem de algumas questões econômicas
14:46que devem moldar a discussão política em cima com dados.
14:50O próprio quem lembrou são 21 países que estão sofrendo dessas sanções,
14:55que mais do que tarifas, parece que são sanções,
14:57porque o mundo está se deslocando, Paulo,
14:59continuamente o eixo do capitalismo para a região Ásia-Pacífica.
15:03A grande questão, e você mesmo também tocou aqui,
15:06vai chegar um acordo, não vão ser provenientes de 50%, creio que não,
15:10porque seria uma tragédia também para a economia americana,
15:12com as questões que vocês já destacaram,
15:14com o aumento do custo das matérias-primas,
15:17dos semi-acabados, etc., etc.
15:19Bem, mas isso vai atingir a economia brasileira.
15:23Vamos dizer que, hipoteticamente, como vocês lembraram,
15:25você já é 25%.
15:27Mas isso significa a perda, presumo eu,
15:30vamos ver o que vai acontecer, ninguém sabe,
15:32da perda do mercado, de alguns produtos do mercado brasileiro nos Estados Unidos,
15:37para países que têm uma tarifa inferior, por exemplo, e deve ter.
15:41Nesse caso, como é que nós podemos reordenar o Brasil?
15:44Porque, ao menos o governo Trump, ninguém sabe até quando vai,
15:48pode ser que tenha um impeachment no meio do caminho,
15:49escândalos com os milionários, as festas que o Trump comparecia 25 anos atrás,
15:55que eram super animadas, bem cristãs, né?
15:58Pode ser que aquilo, você sabe como é político.
16:00O Nixon foi eleito em 72, com 66% dos votos.
16:05Dois anos depois, ele acabou renunciando,
16:07porque ia ter um processo de impeachment contra ele.
16:10E o Nixon era muito superior intelectualmente ao Trump,
16:12vale destacar, e tinha uma carreira muito mais importante.
16:15Mas, para colocar para você, deputado,
16:18como é que nós vemos, e pensando em termos de Câmara dos Deputados também,
16:21olhar daqui para frente, que o mundo, até o Trump, até final de janeiro desse ano, era um.
16:26Daqui para frente está mudando, muito rapidamente.
16:29E nós temos que dar a resposta, não adianta ficar só no debate ideológico.
16:32Como é que nós podemos caminhar, na tua opinião?
16:35Eu acho que o primeiro ponto é que, mesmo antes das tarifas do Trump,
16:39o Brasil tem um problema grave, profundo, de não fazer a própria eleição de casa.
16:43Nos últimos 40 anos, quando a gente se compara com os nossos pares,
16:48países em desenvolvimento, a gente ficou para trás.
16:50Ficou para trás em educação, ficou para trás em saúde, ficou para trás em infraestrutura.
16:54Não à toa, a região, mais uma vez reforço,
16:57que mais se beneficiou da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China
17:02foi o Sudeste Asiático, que estava preparado para isso,
17:05que aumentou a sua produtividade, que investiu em educação.
17:07Aliás, um dado interessante e trágico, ao mesmo tempo do PISA,
17:11é que um aluno de uma escola de elite do Brasil,
17:14uma escola que custa seus 15 mil reais,
17:16tem uma nota em matemática inferior do aluno da escola mais pobre do Vietnã.
17:20Então, assim, nós estamos num estado verdadeiramente deprimente.
17:26Da avaliação de 0 a 5 em matemática, 73% dos alunos brasileiros
17:31têm nota 2 ou inferior, que, considerado pelos avaliadores do PISA,
17:37nem suficiente para se exercer a cidadania.
17:40Então, o Brasil ficou muito para trás nos últimos 40 anos.
17:43As barreiras comerciais levantadas entre os Estados Unidos e a China
17:49abriram uma oportunidade para quem não estava no meio dessa guerra exportar,
17:53e foi o caso das exportações do Sudeste Asiático, que dispararam.
17:57Inclusive, no ano retrasado, eu estive no Congresso em Singapura da ASEAN,
18:00na reunião dos países do Sudeste Asiático,
18:02e eles comemoravam justamente essa guerra entre os Estados Unidos e a China
18:07e o quanto isso tinha feito nos últimos 20 anos crescer em 300% das exportações do Sudeste Asiático.
18:12E o Brasil não tem condição, o Brasil não tem competitividade.
18:15O que a gente vê aqui é o contrário.
18:16A gente vê a elite brasileira, os varejistas, a indústria,
18:20trabalharem para que tenha aumento de imposto de importação,
18:23que foi a tal da taxa das blusinhas.
18:24Mas, durante as últimas décadas, o que o setor produtivo brasileiro
18:29pressionou politicamente, trabalhou, militou,
18:33para que a gente reduzisse os nossos custos e aumentasse a nossa produtividade aqui?
18:37O aumento da nossa produtividade, da nossa mão de obra, é pífio.
18:40Tirando do agronegócio, que é 2,5% ao ano,
18:43e os Estados Unidos se tornaram os Estados Unidos da América,
18:45porque durante 100 anos eles tiveram um aumento de produtividade médio
18:48de toda a economia de 2%.
18:49A gente só num único setor tem um bom crescimento,
18:52em todos os outros é praticamente um desastre, com uma exceção ou outra.
18:57Não teve nenhuma preocupação na qualificação da mão de obra,
18:59não teve nenhuma preocupação na construção de infraestrutura,
19:02também que até hoje a gente depende tanto da infraestrutura rodoviária,
19:05que é um erro histórico do Brasil.
19:08Não tivemos investimento também na redução do custo, tanto tributário.
19:13A gente foi fazer uma reforma tributária,
19:15depois de 50 anos de IVA consolidado,
19:18que nós fomos aprovar um IVA no Brasil,
19:20e um IVA ainda com muito mais defeitos e muito mais deficiências
19:23e repetindo erros que outros países que aprovaram o IVA.
19:26Lá atrás já corrigiram e a gente repetiu,
19:29e ainda em vez de fazer um único para simplificar,
19:31ainda dividiu em dois.
19:33Reforma administrativa.
19:36Um servidor público na elite do funcionalismo público federal
19:40entra, passa num concurso com seus 25 anos de idade,
19:44com 30, 32 anos já está chegando no abate-teto.
19:46E aí começa a militância para se aprovar novos penduricários
19:50e o teto vira piso.
19:51E hoje a gente tem um gasto de 15 bilhões de reais
19:53com aquilo que ultrapassa o abate-teto e não deveria ser ultrapassado.
19:57Então, para mim, nós teríamos instrumentos de reagir aos Estados Unidos
20:03e nós teríamos uma economia mais pujante
20:05se a gente nos últimos 40 anos tivesse feito
20:08o que eu chamo de lição de casa,
20:10as reformas estruturantes que a gente precisaria ter feito.
20:13Uma reforma previdenciária verdadeira, estrutural e não conjuntural,
20:17como sempre foi feito.
20:18Há quanto tempo se faz reforma da previdência paramétrica?
20:21Só para mudar os parâmetros com que se aposenta,
20:23mas sem mudar o sistema de repartição.
20:24E o déficit continua.
20:26Aí o próximo governo tem que fazer outra reforma.
20:27Então a gente não muda estruturalmente.
20:29Administrativa.
20:30Nem se debate reforma administrativa,
20:32porque é uma grita de metro
20:33em relação a servidores públicos
20:36que não aceitam nenhuma modificação.
20:37Acho até que recentemente teve um julgamento acertado,
20:42mas demorado,
20:43em relação ao regime jurídico único.
20:45Foi uma decisão do ministro Gilmar Mendes
20:46para declarar a constitucionalidade
20:47de uma coisa aprovada lá no governo Fernando Henrique.
20:51E do outro ponto também, do ponto de vista tributário,
20:53nós temos o maior contencioso tributário do mundo,
20:55as maiores disputas que chegam na justiça.
20:57Esse é outro problema brasileiro.
21:00Nós temos uma cultura de litigância
21:02e somado a essa cultura de litigância,
21:04nós temos uma jurisprudência vacilante.
21:05Então uma justiça que decide de uma maneira um dia,
21:08de outra maneira, no outro dia.
21:09Tribunais que muitas vezes não seguem
21:10a súmula de tribunais superiores,
21:12especialmente nas justiças especializadas,
21:15e que faz com que a gente tenha
21:17um nível de prejuízo só com gasto,
21:20com um processo gigantesco.
21:23Então eu acho, Vila, que infelizmente,
21:25se a gente for pensar no futuro,
21:26a gente tem que arrumar a nossa casa
21:28para ter mais instrumentos para reagir
21:30caso tarifas como essa que foram impostas
21:32aos Estados Unidos contra nós
21:35sejam impostas por outros países,
21:36em outros contextos.
21:37A gente precisa estar forte internamente
21:39e resolver os nossos problemas domésticos
21:41para ter capacidade de responder internacionalmente.
21:43Eu queria colocar uma questão para vocês dois,
21:45aí fazer esse gancho,
21:48aproveitando esse gancho,
21:49que é a seguinte,
21:50essas questões que vocês estão destacando aqui,
21:54nessa nossa conversa,
21:55que eu acho que é muito importante
21:56para qualificar a reflexão de quem nos assiste,
21:58não é feita, ao menos eu acompanho,
22:01de forma tão presente na Câmara dos Deputados.
22:03Podemos falar no Congresso Nacional,
22:05mas vamos falar na Câmara dos Deputados.
22:07Vide, por exemplo,
22:08a imagem que passou no início,
22:09agora aqui do programa,
22:11de um grupo de deputados
22:12que estavam atrás segurando uma faixa
22:15escrito Trump.
22:16Parece que um dos deputados,
22:18segundo o UOL,
22:19tem o codinome,
22:20ou alcunha,
22:21como se falaria no passado,
22:23codinome de caveiro,
22:24espero que seja um codinome,
22:25eu prefiro o codinome beija-flor,
22:27mas os tempos são tão ruins
22:28que o codinome é caveira,
22:31e com Trump,
22:32que é uma manifestação,
22:34claramente,
22:35em outras épocas,
22:36isso nunca ocorreria,
22:37isso é um caso,
22:38para você mais jovem,
22:39isso é o caso de 2025.
22:41Há 20 anos atrás,
22:42há 30,
22:43há 40,
22:43há 50,
22:43seria inimaginável tal coisa,
22:46e hoje as pessoas,
22:46acho que perderam a vergonha,
22:48para falar uma linguagem mais clara.
22:50Porque essas questões mais estruturais,
22:52que nós vamos conversando aqui,
22:53num bate-papo,
22:54de 20 minutos,
22:55não é a temática central da Câmara dos Deputados.
22:59E eu pergunto para o senhor,
23:00porque o senhor foi presidente da Câmara dos Deputados,
23:03e depois Alquim,
23:04qual a razão,
23:05o que tem lá,
23:06que impede que essas questões centrais,
23:08que vão mudar o Brasil,
23:09e tem de mudar,
23:10não sejam as questões centrais da discussão,
23:12a discussão é o banheiro,
23:14se deve ter o dois banheiros,
23:16três banheiros,
23:16eu pergunto,
23:17inclusive,
23:17ao deputado no avião,
23:18e a deputada,
23:20se ela vai ao banheiro,
23:21porque só tem um,
23:21como é que faz?
23:23Então,
23:23por que tu empobrece tanto essa discussão?
23:26O que acontece no Congresso Nacional,
23:28em particular,
23:28na Câmara dos Deputados?
23:31É bem,
23:32é uma pergunta difícil de ser respondida,
23:36mas vamos lá,
23:36vamos pegar o episódio da bandeira,
23:39e da homenagem ao Trump,
23:42nesse momento,
23:43feita por alguns.
23:44Sim.
23:45Teve bolsonarismo,
23:46e falou assim,
23:46esconde isso daí,
23:47não é hora dando uma,
23:49tentando arrumar algo,
23:51que fosse minimamente defensável,
23:53não é defensável,
23:56então,
23:56são pessoas que,
23:58da mesma maneira,
23:59que tem gente no Congresso,
24:02que, às vezes,
24:03me parece,
24:05que se identificam mais com o Estado de Israel,
24:07com o que o seu próprio país,
24:10e a questão do Trump,
24:12a partir da tese,
24:14de que o Bolsonaro é perseguido,
24:16mas quando o Bolsonaro dá o exemplo
24:20de cumprimentar o Trump,
24:22a sua família e outros,
24:25aquilo ali,
24:26eu digo,
24:27é absolutamente chocante,
24:28inaceitável,
24:30é no enfrentamento duro deste,
24:34estes representantes populares,
24:37defendem o outro,
24:39defendem o nosso agressor,
24:41é inacreditável,
24:42então,
24:43é um misto de ignorância,
24:45é um misto de má fé,
24:47é um misto de,
24:48eu diria,
24:49charlatanismo até,
24:51porque pega uma mentira
24:52e quer transformar a verdade,
24:53que não teve tentativa de golpe,
24:55que o Bolsonaro é um santo,
24:56que,
24:57enfim,
24:57tudo isso é mentira,
24:58é que ele está sendo perseguido,
25:00bom,
25:02houve quem dissesse,
25:07no século passado,
25:09que a coisa mais difícil de mudar,
25:11num país e a sua cultura,
25:13num povo,
25:16então,
25:17nós temos hoje um padrão,
25:21porque alguém se elege
25:22porque é policial militar,
25:25alguém se elege porque é delegado,
25:28alguém se elege porque é pastor,
25:30e assim sucessivamente,
25:32então,
25:33é um,
25:34eu diria,
25:35isso,
25:37na minha percepção,
25:39em tempos de mídia social,
25:43então,
25:46esses que agem em função
25:48apenas do seu,
25:51da sua bolha,
25:53eles conseguem votos,
25:56agora,
25:56eu concordo integralmente,
25:57o debate ali está muito rebaixado,
26:00só tem uma,
26:03eu digo,
26:03só tem uma alternativa,
26:05é que através da presidência da Câmara,
26:08e também do Colégio de Líderes,
26:12pelo menos,
26:13se discuta uma pauta,
26:15isso vem sendo tentado,
26:17nas reuniões do Colégio de Líderes,
26:19mas,
26:20invariavelmente,
26:21em todas as reuniões,
26:24se pede para que se paute
26:26a anistia do Bolsonaro,
26:29e tudo mais é feito,
26:31em função,
26:32da circunstância,
26:35eu diria,
26:35política e jurídica,
26:37do Bolsonaro,
26:40ou seja,
26:41há insuficiência,
26:43há falhas,
26:44isso aí,
26:45eu diria,
26:46faz parte de um Congresso,
26:48agora,
26:49quem tem dado a tônica negativa,
26:51para mim,
26:52é a equipe do Bolsonaro,
26:54e eventuais aliados,
26:56por exemplo,
26:57a insistência,
26:58para que,
26:59fosse suspenso,
27:02digamos,
27:02o chamado recesso parlamentar,
27:05o recesso,
27:06só pode acontecer,
27:08quando é votado,
27:10a LDO,
27:11não foi votado,
27:12portanto,
27:13tecnicamente,
27:15regimentalmente,
27:16nós não poderíamos estar,
27:18em recesso,
27:20mas,
27:21aconteceu várias vezes,
27:23você não votar,
27:24então,
27:24você faz o chamado,
27:25recesso branco,
27:27bom,
27:27a tentativa,
27:28dos bolsonaristas,
27:29foi de fazer funcionar,
27:30um recesso branco,
27:32teve que haver,
27:32uma decisão,
27:33do presidente da Câmara,
27:34bem embasada,
27:35que,
27:36ele decidiu,
27:37que não,
27:37não,
27:38e ele tem,
27:38e está fundamentado,
27:39assinado,
27:39por três diretores jurídicos,
27:43ou procuradores,
27:43ali da Câmara,
27:45mas,
27:46por que é,
27:48que o PL,
27:49e o Novo,
27:50me parece que foram,
27:51os dois apenas,
27:53queriam,
27:54não era para debater,
27:55outra coisa,
27:56que não fosse,
27:57homenagear o Bolsonaro,
27:59que não fosse,
28:00para fazer,
28:01esse tipo de disputa,
28:03esse mesmo pessoal,
28:06a partir do Bolsonaro,
28:07que sempre disse,
28:08que direitos humanos,
28:10é direitos humanos,
28:11para bandidos,
28:13nós temos hoje,
28:13o presidente,
28:14da Comissão de Relações Exteriores,
28:16de Defesa Nacional,
28:18entrando,
28:18ele não é o primeiro,
28:19isso está sendo feito,
28:20já há tempos,
28:20eles procuram,
28:21então,
28:21a ONU,
28:23procuram a Comissão Interamericana,
28:25de Direitos Humanos,
28:27então,
28:27de repente,
28:29quando,
28:30o mundo civilizado,
28:31defende os direitos humanos,
28:33por uma motivação,
28:35eles,
28:35então,
28:35passaram,
28:36a defender os direitos humanos,
28:37olha que a coisa mais louca,
28:39negando tudo aquilo que falam,
28:41para tentar proteger o Bolsonaro,
28:43então,
28:44não há coerência,
28:45não há,
28:46é por isso que é difícil compreender,
28:48é lamentável,
28:50mas esse é o fato.
28:52É,
28:52Kim,
28:52você está no segundo mandato,
28:53não é?
28:54Isso.
28:54Segundo mandato,
28:55e mais novo também,
28:56é,
28:57Kim,
28:58você,
28:59pegando esse gancho,
29:00quer dizer,
29:01por que o Congresso,
29:02a Câmara,
29:03em particular,
29:03não debate,
29:04as grandes questões nacionais,
29:06que nós teríamos condições de responder
29:08a medidas do tarifácio,
29:10responder não no sentido de uma mera retaliação,
29:12nada disso,
29:13responder,
29:13eu penso,
29:14com uma proposta econômica,
29:15uma nova visão do Brasil,
29:17etc,
29:17etc,
29:18por que?
29:19E se você,
29:19nessa história toda,
29:20sendo mais novo no segundo mandato,
29:22se decepcionou na Câmara?
29:24Não,
29:24porque eu me decepcionei,
29:25eu tenho a menor dúvida disso,
29:26né,
29:26eu tinha uma expectativa muito maior em relação
29:28à relevância dos debates sendo levados
29:30na Câmara dos Deputados,
29:31e eu acho que o problema também é o bolsonarismo,
29:35mas vai muito além dele,
29:36e aí eu acho que o problema é muito maior e mais estrutural
29:41do que o Arlino está colocando.
29:43Nós temos hoje a maior parte dos deputados,
29:45eu vou chutar 300,
29:47talvez o Arlino tenha o número mais preciso,
29:49mas deputados do que nós chamamos de centrão,
29:51que são parlamentares que não se elegem com proposta,
29:53não se elegem com ideia,
29:54não se elegem com projeto,
29:56é o deputado que se elege basicamente
29:57porque o eleitor não sabe o que faz um deputado federal.
30:00E aí quando o eleitor vê um deputado
30:02inaugurando uma quadra,
30:03uma creche,
30:04asfaltando uma rua,
30:05acha que o deputado está trabalhando.
30:07Isso não é trabalho de deputado,
30:08isso é trabalho de prefeito,
30:09secretário,
30:10governador,
30:10ministro,
30:11presidente da República.
30:12Só que o parlamento,
30:14ele sequestra um pedaço do orçamento,
30:16outro pedaço do orçamento,
30:17o governo utiliza para pagar o parlamento,
30:20para formar a base parlamentar,
30:21tem maioria para aprovar os seus projetos,
30:23e a maior parte dos parlamentares
30:25nem lê o que vota.
30:26Eu falo isso com muita tranquilidade,
30:28eu chego no plenário,
30:28a maior parte dos deputados
30:30não sabe o que está votando.
30:31Olha para o painel,
30:32vê a orientação do líder,
30:34segue o líder,
30:35quando é uma matéria de interesse do governo,
30:37os parlamentares do Centrão,
30:39eles só querem saber
30:40se o governo está pagando,
30:41e se está pagando quanto,
30:42de emenda para a sua base eleitoral,
30:44não quer saber do mérito,
30:45não quer saber daquilo que está sendo votado.
30:48Há, portanto,
30:49esse bloco gigantesco,
30:51majoritário,
30:51na Câmara do Centrão.
30:52E há outro bloco
30:54que são deputados
30:56que não são do Centrão,
30:57que não se elegem com emendas,
30:59que se elegem com voto,
31:00entre aspas,
31:00de opinião,
31:01mas que são absolutamente desqualificados.
31:03Eu vou citar um exemplo.
31:05Nós tivemos recentemente
31:06o voto da sessão do Congresso Nacional
31:08para votar os vetos
31:09em relação ao PL das eólicas offshore.
31:12E tinha um monte de jabuti lá,
31:14que era para discutir
31:15sobre produção de energia elétrica,
31:17eólica,
31:18fora da terra.
31:19E colocaram lá a obrigatoriedade
31:22de se contratar a termoelétrica,
31:23e colocaram lá a obrigatoriedade
31:24de se contratar a pequena central hidrelétrica.
31:26Enfim,
31:27se a gente num leilão hoje
31:29consegue contratar
31:29uma energia de hidrelétrica
31:32a 200 reais o megawatt hora,
31:35numa termoelétrica,
31:36ou numa pequena central hidrelétrica,
31:37isso vai para 450 reais o megawatt hora.
31:41Então a gente estava debatendo lá
31:42um custo de 200 bilhões de reais
31:45na conta de luz
31:46nos próximos 10 anos.
31:47num veto do Lula.
31:50O governo fez um acordo,
31:52os petistas votaram
31:53no Senado,
31:55e salvo engano na Câmara também,
31:57para derrubar esse veto
31:58num acordo com o Centrão.
32:00Os bolsonaristas
32:01votaram
32:02para encarecer a conta de luz,
32:04também para derrubar o veto,
32:06mas eles não participaram
32:07desse acordo com o governo.
32:09Eles só votaram
32:09porque eles não tinham a menor noção
32:10do que eles estavam fazendo.
32:12E depois,
32:13quando a imprensa
32:13bateu nos bolsonaristas,
32:15falando, mas e aí?
32:16Se eles votaram
32:17para aumentar a conta de luz
32:18junto com o PT,
32:19eles nem sabiam
32:20o que eles tinham votado.
32:21Eles não sabem o que é PCH,
32:22não sabem o que é termoelétrica,
32:23não sabem o que é mercado cativo,
32:24o que é mercado livre de energia.
32:25Eles não tinham a menor noção
32:26do que eles estavam falando.
32:27Não sabem o que é eólica onshore,
32:28muito menos offshore.
32:29Então, assim,
32:31é uma mistura
32:32de desinteresse
32:34com a pauta nacional,
32:35porque o que elege o sujeito
32:36é o dinheiro na base dele,
32:38com desqualificação
32:41de gente
32:42que
32:42não precisa de trabalho sério
32:45para se eleger,
32:46porque, infelizmente,
32:47a chancela do eleitor
32:49não é uma chancela de qualidade.
32:53Você ter muitos votos,
32:54ser bem votado,
32:55ou sequer ser eleito,
32:56não significa que você faz
32:58um trabalho sério e competente.
32:59Aliás,
33:00tem uma expressão muito boa
33:01que um deputado já me contou
33:03na Câmara,
33:04de gente que é muito boa
33:05de palco,
33:06é muito boa de trabalho,
33:07é muito boa de articulação política,
33:09de aprovar relatório,
33:10de debater Brasil,
33:11mas é ruim de bilheteria,
33:13é ruim de voto.
33:14E é comum que isso aconteça.
33:16É comum, inclusive,
33:17que...
33:18Eu vou citar um exemplo aqui
33:19de São Paulo.
33:19O deputado Henrico Mizazi
33:20foi meu colega
33:21na última legislatura,
33:23colega do Arlino também.
33:24Um cara muito qualificado.
33:25Fazia um debate,
33:26se dedicava
33:27a questões do saneamento básico,
33:29debatia questões
33:30de infraestrutura urbana
33:31com muita qualidade,
33:33fazia, assim,
33:34um dos trabalhos
33:35mais técnicos e sérios
33:37que eu vi na Câmara,
33:38de debater país mesmo.
33:39Perdeu a eleição.
33:41Porque,
33:41infelizmente,
33:42o debate sério,
33:44técnico de país,
33:46não elege,
33:46não dá voto.
33:47Você tem voto
33:48por outras razões.
33:49Fazer um debate
33:50sério, técnico,
33:52debater questões estruturantes,
33:53porque eu respeito
33:55quem tem uma visão
33:57de mundo diferente da minha,
33:59mas quer alcançar
34:00o mesmo objetivo.
34:01Olha,
34:01eu quero ter um país desenvolvido,
34:02mas eu acho que esse meio
34:03que você está defendendo,
34:05vamos citar uma coisa,
34:06sei que o Arlindo discorda
34:07de mim da independência
34:08do Banco Central,
34:09mas acho que ele concorda
34:11comigo que nós precisamos
34:12ter uma moeda forte.
34:13Claro.
34:13Nós temos uma divergência
34:14de meio.
34:15Claro.
34:15Agora,
34:16o que eu não respeito
34:17é um sujeito
34:18que sequer tem posição
34:19porque ele não tem
34:20nem a qualificação
34:21para ter uma posição.
34:22E esse é o grupo
34:23majoritário na Câmara,
34:24é por isso que a gente
34:24não tem debate de país.
34:26Olha,
34:26é importante essas questões
34:28que estão sendo lembradas aqui
34:29que,
34:30para você pensar,
34:31o ano que vem
34:31tem eleições,
34:32toda a renovação
34:34da Câmara dos Deputados
34:35para ficarmos
34:36no Congresso Nacional
34:38e dois terços
34:39do Senado.
34:40Claro que também
34:41todas as assembleias
34:42das 27 unidades
34:43da federação,
34:45porque nós
34:45desprezamos,
34:46esse é um velho problema
34:47seu,
34:47acho que dos eleitores
34:48brasileiros,
34:49acho que todos,
34:50esquecer a importância
34:52do legislativo.
34:53Você lembra
34:53quem vota
34:54para presidente,
34:55lembra quem você
34:56vota para governador
34:57e até para prefeito
34:58e esquece de quem
34:59vota para vereador,
35:00deputado estadual,
35:01federal e senador também,
35:03não tanto,
35:04mas também.
35:05Mas, Kinalha,
35:05você queria
35:05falar uma observação?
35:07Não, não,
35:08eu...
35:09A observação
35:11que o que enchei
35:12não significa
35:15que eu não percebo
35:16que eu não falei.
35:19Vou te explicar.
35:23Veja,
35:23que é muito pior,
35:25eu não tenho
35:26nenhuma dúvida.
35:28Qual é o problema
35:28da emenda hoje?
35:30Não há nada
35:30mais popular
35:31no Brasil
35:32do que emenda.
35:35Não há nada
35:35mais popular.
35:36emenda parlamentar,
35:37emenda parlamentar,
35:38famigerada.
35:41Eu não me...
35:41Teve...
35:42Quando eu cheguei,
35:43tinha duas
35:44que não apresentavam
35:45emendas ao orçamento,
35:46era eu e o genuíno.
35:48Só que onde você fosse,
35:51te colocava o microfone
35:52na cara,
35:52falou,
35:52o que você trouxe
35:53para a cidade?
35:54E se você não tivesse
35:55levado nada,
35:55você não era nada.
35:56Eu fui relator-geral
35:58do orçamento
35:59em 2011.
36:00Pensando nisso,
36:03eu inventei
36:05algo que apelidei
36:07de emenda
36:09de iniciativa popular.
36:10Não era,
36:11vou explicar.
36:12Sim.
36:13Municípios
36:13até 50 mil habitantes
36:15no Brasil inteiro
36:16receberiam verba
36:17sem precisar
36:18passar por emenda.
36:21Até 5 mil
36:22era 300 mil,
36:23isso há...
36:25há 20...
36:27Quantos anos atrás?
36:2811,
36:29há...
36:3014 anos atrás,
36:31não é isso?
36:32Sim.
36:33Até 5 mil habitantes,
36:35300 mil,
36:36de 5 a 10,
36:37400,
36:38de 10 a 20,
36:39500,
36:40de 20 a 50,
36:41600 mil reais.
36:43Em valores atuais,
36:43seria um valor
36:44bom,
36:45melhor, né?
36:47A única exigência
36:49era o prefeito
36:51e o presidente
36:52da Câmara
36:53chamarem juntos
36:55uma audiência pública.
36:57Para quê?
36:58Para a população
36:59decidir para onde ia,
37:00aquela verba.
37:02Então, você tinha...
37:03Eu tinha dois objetivos.
37:05Primeiro este.
37:06A população entender
37:08que ela tem poder
37:09para trazer as pessoas
37:11para uma participação.
37:13E o segundo objetivo
37:14é que você poderia
37:16fiscalizar
37:17o executivo.
37:19Eu vou fazer uma reforma
37:20nessa escola,
37:21vai ficar em 250 mil.
37:22um mestre de obras,
37:23um pedreiro
37:24experiente
37:26ia falar,
37:26não,
37:27eu faço por 150.
37:29Então,
37:29não é uma maneira
37:29de você fiscalizar
37:30o executivo
37:31e o gasto público.
37:33Comecei com um problema,
37:35é injusto dizer,
37:36porque eu não posso
37:36falar nomes.
37:39Foi bem recebida
37:40a proposta?
37:41Não,
37:42comecei
37:42tendo divergências
37:44no PT.
37:44Já começou ali.
37:47Não,
37:48no PT,
37:48eu tenho que contar,
37:49eu tenho que ser honesto aqui,
37:52o PT,
37:54quem estava contra
37:56e não sei o que,
37:57não sei o que,
37:57todo um debate,
37:58aí exigiram
37:59para eu poder fazer
38:00um acordo
38:01que fosse tudo
38:01para a saúde.
38:03Eu não tinha alternativa,
38:04eu aceitava isso,
38:06contrariado,
38:07ou não passava
38:08na bancada do PT,
38:09por causa de alguns.
38:11Mas,
38:12deu uma divergência
38:14total,
38:14mas,
38:15consegui organizar
38:17e ganhamos.
38:18A Dilma não vetou,
38:19mas depois também
38:19não foi executada.
38:22Eu estou dando
38:22esse exemplo
38:23por causa disso.
38:24Então,
38:26hoje,
38:27começou com o prefeito,
38:29depois vereador,
38:29hoje,
38:30todas as universidades,
38:31hoje,
38:31não tem nenhuma
38:32organização
38:34que possa receber
38:35verba
38:36que não peça.
38:38Que não peça.
38:39Então,
38:39o,
38:40e por que que eu sou
38:41radicalmente contra?
38:42Apesar disso,
38:43nós estamos
38:44digamos,
38:45você é avaliado
38:47se você mandou
38:49ou não emenda.
38:50Hoje,
38:50eu mando,
38:51mas eu já recebi
38:52mais de 70 títulos
38:54de cidadão
38:54pelo interior
38:55paulista.
38:56em todas as homenagens
38:58é porque eu tinha
38:59feito pela cidade.
39:00Em todas,
39:02em todas,
39:03eu falei contra a emenda
39:04e uso exemplos.
39:06Você pega,
39:06por exemplo,
39:07o teto de gastos,
39:08o famigerado.
39:10Durante 20 anos,
39:11estava proibido
39:13de aumentar
39:13um centavo
39:14acima da população
39:15a verba
39:15em várias áreas.
39:17Eu falo,
39:17um deputado
39:18que votou a favor
39:19do teto de gastos
39:20e que trouxe
39:21um milhão
39:21para a sua cidade.
39:22Durante 20 anos,
39:23ele vai impedir
39:25a sua cidade
39:26receber em todas
39:27as áreas,
39:28praticamente.
39:29Ele trouxe dinheiro
39:30para a cidade
39:30ou tirou o dinheiro
39:33da cidade?
39:33Eu queria pegar
39:33esse gancho,
39:34com a sua licença,
39:35que nós vamos voltar
39:36à discussão
39:36do tarifácio,
39:37quem nos acompanha,
39:38mas eu não posso
39:38perder a oportunidade
39:39de perguntar
39:40para quem
39:40se ele também
39:41é cobrado
39:42sob emendas parlamentares
39:43e qual a sua posição.
39:44Ah, não, claro.
39:45Isso aí é...
39:47Todos os hospitais,
39:49todas as escolas,
39:50os governadores,
39:51os governadores não,
39:52só um, né?
39:53O governo do estado,
39:54as prefeituras,
39:56isso todo lugar
39:56que você vai,
39:57todo mundo pede emenda,
39:58pergunta sobre emenda,
40:00a coisa,
40:02como o Kenalha colocou,
40:03uma das coisas preferidas
40:04do veículo de imprensa
40:05local é noticiar a emenda
40:07e eu sou absolutamente contra,
40:08acho que não tinha
40:08que ter um centavo
40:09sequer de emenda parlamentar,
40:11porque,
40:12e isso foi uma experiência
40:13que eu tive logo
40:13no início do mandato,
40:14minha primeira missão oficial
40:15foi a convite
40:16do governo do Japão,
40:17e eu conheci a dieta,
40:19que é o parlamento japonês,
40:20teve até um caso engraçado
40:22que na área aqui
40:23organizaram o nosso itinerário,
40:26né?
40:26E falaram,
40:27bom,
40:27vocês que são deputados jovens
40:29que estão vindo nessa missão,
40:30vamos levar vocês
40:31para conversar com deputados jovens
40:32do parlamento japonês,
40:33né?
40:34E aí a gente foi recebido,
40:36né?
40:36Para o parlamentar,
40:37ele disse,
40:37olha,
40:37aqui eu tenho muita dificuldade
40:38de ter credibilidade,
40:39de levar minhas propostas em frente,
40:41porque eu sou muito jovem,
40:42né?
40:42Eu estava no meu primeiro mandato
40:43aqui no Brasil,
40:44né?
40:44E eu perguntei para ele,
40:45bom,
40:45quantos anos você tem,
40:46né?
40:47Para você ter essa dificuldade
40:48de credibilidade
40:48aqui dentro do parlamento?
40:49A ele,
40:4945.
40:51E aí,
40:51e você,
40:52quantos anos você tem?
40:52Eu,
40:5223.
40:56Esse foi um episódio engraçado,
40:58mas a relação com a emenda
41:00foi que nessa mesma conversa,
41:01eu perguntei sobre como é que
41:03funcionava,
41:04né?
41:04As emendas parlamentares no Japão.
41:06E aí primeiro ele não entendeu,
41:07né?
41:07Como assim,
41:08que emenda parlamentar?
41:09Eu falei,
41:09não,
41:10assim,
41:10o deputado vai lá,
41:11faz uma indicação por orçamento,
41:12no orçamento depois é executado
41:13no estado dele e tal.
41:14E ele perguntou,
41:15tá,
41:17mas o que que é isso?
41:17O que que foi isso aí nesse seu país?
41:19Foi um escândalo?
41:19Foi,
41:20a gente foi presa?
41:20Eu falei,
41:20não,
41:21não,
41:21não,
41:21todo mundo faz,
41:21é legalizado,
41:22é um sistema que existe.
41:24Não,
41:24mas como assim?
41:25Isso pode?
41:26É legal?
41:26É,
41:26é,
41:27então assim,
41:27para mim é isso,
41:28um país sério tem essa postura,
41:30assim,
41:30como assim um parlamentar?
41:32Nos Estados Unidos tem até uma expressão
41:34pejorativa,
41:35né,
41:35para o deputado que,
41:37cujo objetivo é pegar um pedaço do orçamento
41:39e levar para a sua base,
41:41eles chamam de pork barrel,
41:42né?
41:42O Barril de Porco,
41:44né,
41:44como uma coisa de deputados de baixíssimo clero,
41:46né,
41:46gente que não debate uma pauta ideológica,
41:49o interesse maior do seu distrito ou do seu país,
41:52para querer levar uma obra ou outra.
41:55O lobby ali é regulamentado,
41:57inclusive,
41:58né?
41:58É,
41:58não,
41:59o que também aqui é uma hipocrisia gigantesca,
42:02né?
42:02Porque nós temos lobbyistas...
42:02É,
42:02tem projeto para legalizar o lobby,
42:04acho que desde o senador Marco Maciola,
42:07que faz tempo essa história e não...
42:09Se não me engano tem a relatoria do Zaratini,
42:11né,
42:11um projeto de regulamentação de lobby na...
42:13E porque,
42:14assim,
42:14hoje,
42:15né,
42:15nós fingimos que não existe,
42:16né,
42:17para o mundo do direito,
42:19para o mundo dos autos,
42:20mas todo mundo...
42:21E é feio,
42:22né,
42:22falar lobbyista,
42:23não,
42:23agora são diretor de relações institucionais.
42:26E aí,
42:27todas as empresas têm sindicato,
42:29hospital,
42:30escola,
42:30tudo,
42:31tudo tem lobby,
42:32tem pressão,
42:33tem associação,
42:34dentro do Congresso Nacional,
42:35e a gente tem essa hipocrisia de,
42:37ah, não,
42:37não vamos regulamentar,
42:38porque lobby é ruim,
42:39lobby é feio,
42:40e todo mundo recebe lobby,
42:41tem lobbyista no plenário,
42:42toda votação tem lobbyista no plenário.
42:44Comigo eu não deixo.
42:44Quando tem uma matéria de interesse,
42:46hoje em dia,
42:47não sei como...
42:48Não foi presidido por você,
42:49Alino,
42:49mas nas duas legislaturas que eu participei...
42:52Isso é verdade?
42:53É uma escolha uma ação.
42:54Tem outras profissões que entram lá,
42:57e eu...
42:58Agora eu fiquei curioso.
43:01E eu...
43:02E eu...
43:03Eu chegava a parar a sessão
43:05e falar...
43:07Pra botar pra fora...
43:09Os policiais legislativos,
43:11se você conversar,
43:12eles podem te contar...
43:14Porque eles não conseguem segurar o deputado
43:17que entra com o lobbyista.
43:19O deputado,
43:20ele acha que ele fica mais importante
43:22se ele levar um parente
43:24ou um eleitor,
43:25qualquer coisa,
43:26um apoiador,
43:26pra dentro do plenário.
43:27Você falou da dieta.
43:31Eu fui lá,
43:32fui recebido pelo imperador.
43:33Você sabe que é uma divindade.
43:35Sim.
43:36Eu e o imperador.
43:38A vida traz essas situações.
43:41Mas chegou lá no parlamento japonês,
43:43como presidente da Câmara,
43:45eu não fui no plenário.
43:47Você fica na galeria,
43:48Estados Unidos.
43:48Só na América Latina
43:50que os próprios parlamentares
43:52conspurgam
43:53aquele ambiente
43:55que é
43:56pra quem
43:57foi eleito.
43:58Deputado,
43:59só colocar um parênteses
44:00que eu quero voltar ao tarifácio.
44:01Que outras profissões
44:02vão ao plenário
44:03além dos locais?
44:04Eu também fiquei curioso.
44:06Agora você tem que falar.
44:07Você levantou?
44:08Não, não.
44:09Eu falei na justa medida.
44:12Outras profissões.
44:14Tá bom.
44:15Então vou mudar de assunto.
44:16Ofícios diversos.
44:18Aí fica a critério
44:20da mente de cada um.
44:23Perfeito.
44:23A questão do tarifácio
44:25e acho que essa é uma discussão
44:26super importante
44:28e é importante também
44:29essas questões levantadas.
44:30Eu também não tenho nada,
44:31a minha opinião não interessa aqui,
44:33mas eu sou radicalmente
44:34contra a emenda parlamentar.
44:35Nós vamos discutir o orçamento.
44:37Esse é o grande momento
44:37da vida parlamentar.
44:39Em todos os países,
44:40é assim,
44:40é uma grande discussão
44:41do orçamento.
44:41Aqui parece que a discussão
44:43vai empurrando,
44:44fora de prazo
44:45e por aí vai.
44:46Mas o que interessa,
44:47vamos voltar à questão
44:48do tarifácio.
44:50Foram levantados,
44:51por exemplo,
44:51o deputado Kinali levantou,
44:52olha, é um pretexto
44:53falar de Bolsonaro,
44:54Suprema Corte.
44:55A questão é que
44:56os Estados Unidos
44:57querem impor retaliações
44:58ou tarifácio
44:59ou sanções.
45:00Alguns chegam a falar,
45:01olha,
45:02isso parece um bloqueio econômico.
45:03Estou usando a expressão
45:04de grandes empresários brasileiros.
45:06O caso da Embraer,
45:07por exemplo,
45:07que é algo inaceitável,
45:09intolerável.
45:10Não consegue ganhar
45:11a concorrência com a Embraer
45:12e quer ganhar
45:13usando uma linguagem
45:14futebolística
45:14puxando no tapetão,
45:16né?
45:16E como é que fica,
45:17então?
45:18Porque o Brasil vai mudar,
45:19o mundo está mudando,
45:20né?
45:21É bom lembrar que até 1820,
45:22as grandes potências do mundo
45:23era a Índia e a China.
45:25Não vamos imaginar
45:26que fosse a Inglaterra,
45:27a França,
45:28muito menos os Estados Unidos,
45:29que tinha sido,
45:30estava independente
45:31há cerca de 50 anos.
45:32Então,
45:32o mundo está voltando a ser,
45:33provavelmente,
45:34200 anos depois,
45:35o que era
45:35no primeiro quartel
45:38do século XIX.
45:39Bem,
45:40mas o mundo está mudando,
45:42isso é inegável,
45:42os dados econômicos
45:43mostram isso.
45:44Isso não significa
45:45nós ficarmos submetidos,
45:46o Brasil,
45:47agora a China,
45:48fala que tem comunismo aqui,
45:50e essas bobagens do gênero.
45:51Eu pergunto ao deputado
45:52e depois pergunto
45:53ao deputado Kim também.
45:55E agora,
45:55então?
45:57O presidente nomeou
45:59Geraldo Alckmin,
45:59vice-presidente da República,
46:00ministro da Defesa,
46:01ministro do Comércio,
46:02perdão,
46:03para fazer essas negociações.
46:05Tem a questão dos empresários,
46:07etc, etc.
46:08Mas,
46:08como é que as tarifas vão vir?
46:12Qual o valor,
46:12qual a porcentagem?
46:13Não sabemos,
46:14mas virão.
46:15E vai ter que se arreadequar
46:16o comércio do Brasil
46:17com os Estados Unidos.
46:18Isso é inevitável.
46:19E a partir dali,
46:20o que nós podemos projetar?
46:21Vocês ensinaram
46:22em certo momento,
46:23acho que estou com o Kim também,
46:24que o Brasil não tem projeto,
46:26não sabe para onde vai.
46:27Os grandes países do mundo
46:28sabem para onde vão.
46:28Não sei se estou de passagem,
46:30ensinou,
46:30por exemplo,
46:31Coreia do Sul,
46:31já tinha um projeto,
46:33a questão da educação
46:34que você destacou,
46:35por exemplo.
46:36O Brasil não tem projeto,
46:37ao menos na minha lei,
46:38não sei se o deputado
46:39é para aí.
46:41O que nós vamos fazer agora?
46:42Quer dizer,
46:42o tarifácio não pode ser
46:43uma oportunidade
46:44para a gente repensar o Brasil,
46:47as nossas relações comerciais,
46:49como nos colocarmos no mundo
46:50e não ficar só
46:51num discurso vazio.
46:52Aquele nacionalismo
46:53do Policarpo Quaresma,
46:54do Lima Barreto,
46:55de restabelecer o Tupi-Guarani
46:57como língua nacional.
46:58Quer dizer,
46:58a gente tem esse problema também,
47:00né?
47:00A gente tem aquele
47:01Pacheco,
47:03que era um personagem
47:03dos anos 80,
47:05da propaganda,
47:06né?
47:06Aquela Copa do Mundo,
47:07Pachequismo,
47:08Brasil é o melhor país do mundo,
47:09né?
47:10Como é que fica isso?
47:11Quer dizer,
47:12como é que nós podemos
47:13aproveitar esse momento
47:14para dar um passo adiante?
47:16É,
47:17nós temos uma possibilidade,
47:20eu diria,
47:21que pode ser rápida,
47:24que é o acordo
47:25União Europeia-Mercosul.
47:26Que também faz tempo, né?
47:28Faz tempo,
47:30depois de 20 anos
47:31foi feito um acordo,
47:33aí a União Europeia,
47:34sem consultar,
47:36o Mercosul fez
47:38a famosíssima
47:39side letter
47:39e que acrescentou
47:41pelo menos
47:42uns 3, 4 índices
47:43inaceitáveis,
47:44como
47:44compras governamentais,
47:47né?
47:47Eles queriam controlar,
47:49se nós controlávamos
47:50ou não,
47:51a crise climática
47:52a partir deles,
47:54mas também foi negociado.
47:55E agora o Brasil
47:56é o presidente
47:56para a Templo
47:57e este final de ano,
47:59né?
47:59Esse semestre.
48:00Então,
48:01eu avalio
48:03que por causa
48:05da Europa
48:06também,
48:07porque tem problemas,
48:10um acordo internacional
48:10sempre terá problema.
48:12Você tem as clausas
48:13ofensivas
48:14e as defensivas, né?
48:15Então,
48:15é um jogo difícil.
48:17Então,
48:18eu avalio
48:18que isso pode dar
48:20uma oportunidade,
48:21eu diria,
48:22rápida,
48:23pode não ser,
48:26digamos,
48:27em cifras significativas,
48:29porque vai começar,
48:32isso vai sendo ajustado,
48:34mas essa é uma oportunidade.
48:36A outra é o próprio Bix,
48:38né?
48:38Porque já que estamos
48:40sendo,
48:41eu diria,
48:42bucha de canhão,
48:44né?
48:44Para falar um termo
48:45bem popular,
48:46em decorrência da disputa,
48:48esta sim,
48:49figadal entre
48:51Estados Unidos e China,
48:53vamos nos lembrar
48:54que quando o Trump
48:55colocou a tarifa
48:57para 125%
48:58para a China,
49:00a resposta
49:01que a China
49:02deu
49:03foi a mais dura
49:04possível.
49:06O que a China
49:06respondeu?
49:07Nós estamos
49:08preparados
49:09para qualquer guerra.
49:11Quer dizer,
49:11isso não é
49:12um exagero retórico.
49:13Se tem alguém
49:14que não faz
49:15exagero,
49:16é exatamente
49:17o chinês,
49:18né?
49:18Pela sua cultura,
49:19pela sua postura.
49:20Enfim,
49:21então eu acho
49:22que nos Brix,
49:24eu acho que,
49:25porque inclusive
49:26nos Brix vieram
49:27mais cinco,
49:29seis países.
49:30Isso.
49:31Então ali
49:32me parece
49:33que vai,
49:34nós não vamos
49:35voltar
49:35tanto na história
49:38para fazer escambo
49:39e fazer troca,
49:40mas eu diria,
49:43como o que o Trump
49:46não admite
49:47que a troca
49:49entre os Brix
49:50sejam por moedas
49:51nacionais.
49:53Então eu acho,
49:54por exemplo,
49:55que a circunstância
49:59da Rússia
50:00em guerra
50:01com a Ucrânia,
50:03porque a Rússia
50:05pediu
50:06para participar
50:09da OTAN,
50:10lá atrás,
50:11não deixaram.
50:12Mas eu acho
50:13que a Rússia,
50:14quem apostou
50:15que ela iria
50:15quebrar com a guerra
50:16errou feio,
50:17né?
50:18Lá tem pleno emprego.
50:20A Rússia
50:20está crescendo.
50:21Então eu acho
50:22que o Trump
50:23vai fazer
50:24uma grande
50:25aliança
50:26mundial,
50:27não necessariamente
50:29contra ele,
50:29mas a favor,
50:30jamais.
50:31A ponto do Japão
50:32está procurando,
50:33a Coreia do Sul
50:33está procurando
50:34se movimentar.
50:35Então o mundo
50:36está se movimentando.
50:37Então eu acho
50:38que a diplomacia
50:39brasileira
50:40vai jogar
50:40um grande papel.
50:42quanto a projeto,
50:45é difícil
50:47falar
50:47o Brasil
50:48não tem projeto.
50:48Eu acho
50:49que segmentos,
50:50forças políticas,
50:52cada um tem
50:52o seu projeto.
50:54Porque
50:54hoje,
50:57por exemplo,
50:59eu acho
50:59que são
50:59resultados
51:00concretos,
51:01né?
51:01O índice
51:02de Gini
51:02é o menor
51:04desde que começou
51:06a se medir,
51:06se não me engano,
51:07foi em 2012.
51:08nós temos
51:10a menor
51:12taxa de desemprego
51:14desde 2015,
51:15quando a Dilma
51:16chegou no
51:17pleno emprego.
51:19Nós temos
51:20a maior massa
51:20salarial
51:21da história
51:21do Brasil.
51:23Vai ter mais
51:24de 100 milhões
51:24de brasileiros
51:25trabalhando.
51:25Enfim,
51:26dentro da
51:27correlação
51:28de forças,
51:29o governo
51:29Lula vai bem.
51:31Qual é o projeto?
51:33O que
51:34abordou
51:34e eu ainda
51:35não tinha
51:35comentado,
51:38mas
51:38eu tenho
51:40projetos
51:40mais imediatos
51:41que tem
51:41consequência
51:42estratégica
51:43para o país.
51:44A previsão
51:45de renúncia
51:45fiscal
51:46para este
51:46ano
51:47é de
51:47800
51:47bilhões.
51:51É mais
51:51do que
51:52a soma
51:52do orçamento
51:53da saúde,
51:54da educação
51:54e da assistência
51:55social.
51:56E se
51:56colocar
51:57minha casa,
51:58minha vida
51:59e também
52:02tem mais um,
52:05agora me escapou,
52:06somando
52:08todos
52:08esses
52:08orçamentos
52:09passa
52:09apenas
52:10100
52:10bilhões
52:10da previsão
52:11da renúncia
52:11fiscal.
52:13A discussão
52:14tributária
52:15do Brasil
52:15nós temos
52:16que fazer
52:16urgentemente.
52:19Para mim
52:19não tem
52:19exemplo
52:20pior
52:20do que
52:22a tributação
52:24sobre capital
52:25próprio.
52:26É a coisa
52:26mais louca
52:27que pode
52:27imaginar.
52:28É só um
52:28exemplo
52:29que eu
52:29quero dar.
52:30O que
52:30que é?
52:30Um grande
52:31empresário,
52:32muito dinheiro,
52:33ele tem uma
52:33empresa,
52:34ele coloca
52:35digamos
52:35100
52:35milhões
52:36do bolso
52:36dele
52:37naquela
52:37empresa.
52:40Aí ele vai
52:41receber
52:41os juros,
52:43está em lei,
52:44de como
52:46que ele
52:46tivesse
52:47tomado
52:47empréstimo.
52:49Por isso
52:49que a taxação
52:50do capital
52:51próprio.
52:51Ele recebe
52:52aquilo que
52:53ele não
52:53fez.
52:54É uma
52:55loucura.
52:56Enfim,
52:57então a
52:57injustiça
52:58tributária,
53:00eu acho
53:00que este
53:01é um
53:01debate
53:01que o
53:01congresso
53:02deveria,
53:04a mídia,
53:05enfim,
53:05o Brasil
53:06inteiro tem
53:06que discutir
53:07isso.
53:08Porque a
53:08tese é
53:09simples,
53:09quem ganha
53:10mais tem
53:10que pagar
53:10mais para
53:11mim.
53:12Pode
53:13não gostar,
53:14mas vai
53:14ter que
53:14pagar.
53:15Se não,
53:15não
53:15financia,
53:17digamos,
53:18a educação.
53:19Vou dar
53:19um exemplo,
53:20a educação.
53:21O Brasil,
53:24a partir
53:24do Lula,
53:25e agora
53:26nós estamos,
53:27enfim,
53:28o Lula
53:28sozinho fez
53:29mais do que
53:29todos os
53:30ex-presidentes
53:30juntos.
53:31quem
53:32frequenta
53:33o Instituto
53:33Federal,
53:35o Instituto
53:36Técnico,
53:36assim,
53:37chamado
53:37mais antigamente,
53:39até o PISA,
53:41que é aquele
53:41exame mundial
53:42para medir
53:43a qualidade
53:43do ensino.
53:45O Brasil
53:45está lá
53:45embaixo,
53:47mas se
53:47colocar somente
53:49os institutos
53:49federais,
53:50a gente está
53:51ali,
53:52muito próximo,
53:53equiparado
53:54à Coreia do Sul,
53:56que teve um
53:56déspita esclarecido
53:57que apostou
53:58muito
53:58a educação.
53:59Então,
54:00nós temos,
54:01digamos,
54:01aquele
54:03tipo de
54:04Brasil
54:05que já
54:05deu certo.
54:06O Instituto
54:06Federal,
54:07para mim,
54:07é um
54:07desses.
54:09Eu acho,
54:10por exemplo,
54:10que as estatais
54:11brasileiras,
54:12eu sou a favor
54:13de ter estatais
54:14em áreas
54:15estratégicas.
54:16Você falou
54:17do setor
54:17energético.
54:19Bom,
54:19a privatização
54:20da
54:21Eletrobras
54:21é uma empresa
54:22que valia,
54:24já naquela época,
54:25mais de
54:25400 bi
54:26e quem
54:27ficou com ela
54:29gastou menos
54:30de 40 bi.
54:34Ganharam
54:34400 de graça.
54:36Fora
54:36a antecipação
54:38da autorização,
54:41da concessão
54:42de funcionamento,
54:43que dura
54:4430 anos.
54:45Ganharam
54:45um tri
54:45naquela...
54:46Deixa eu só,
54:47eu acho que essa é uma questão
54:48que nós vamos um dia discutir,
54:50melhor,
54:50deputado,
54:51essa questão da
54:51estatização e
54:53desacetização,
54:54que é uma questão
54:55bem polêmica
54:56e quais são os setores
54:57que devem ter
54:58ou não devem ter
54:59setor algum
55:00com a presença do Estado,
55:01os valores,
55:02mas só para não perder o gancho,
55:03porque nós também estamos
55:04indo para o final,
55:04eu queria passar
55:05para o deputado Kim,
55:07é uma pergunta otimista,
55:09justamente esse gancho.
55:11O tarifácio,
55:12quer dizer,
55:13não pode ser uma oportunidade
55:14de a gente repensar
55:15o Brasil
55:16e a gente estar preparado
55:17para...
55:18Porque é bom lembrar
55:18que guerra comercial
55:19sempre teve,
55:20né?
55:21Nós vamos encontrar
55:22na antiguidade
55:22guerra comercial,
55:23mas agora nós estamos
55:24vendo uma coisa
55:25meio anômala
55:25e surpreendente,
55:27né?
55:27Da forma como está
55:28sendo encaminhada,
55:29porque não é pelas
55:30regras tradicionais,
55:31diplomáticas,
55:32comerciais,
55:32em relação ao Brasil,
55:33inclusive não há um
55:34problema comercial
55:35dos Estados Unidos
55:35com o Brasil,
55:36já que é uma balança
55:36superavitária
55:37fabulosa dos Estados Unidos,
55:39mas não é aproveitar
55:40e a gente nos reposicionar
55:42internamente e externamente?
55:44Olha,
55:44olha,
55:45Vila,
55:45primeiro que eu queria
55:46que tivesse mais uma hora
55:47só para eu comentar
55:47o que o Arlindo
55:48acabou de falar,
55:49mas tentando,
55:51né?
55:52resumir o máximo,
55:53né?
55:53Eu não acho que a sua
55:54pergunta tenha sido
55:55só otimista,
55:56eu acho que chegou
55:56no nível de utópica,
55:58né?
55:58De achar que um momento
56:01de crise como esse,
56:02imposto pelo tarifácio,
56:03vai fazer o Brasil,
56:05suas forças políticas,
56:07seu setor privado,
56:08refletir sobre um projeto
56:10de país.
56:11Não deveria?
56:11deveria,
56:12deveria,
56:12com certeza.
56:13Agora,
56:13não vai.
56:15O Arlindo acabou de falar
56:16aqui sobre,
56:18falou,
56:18olha,
56:18tem projeto,
56:19né?
56:20O governo do Lula tem
56:21projeto,
56:22os projetos estão sendo
56:22conduzidos.
56:24O governo federal não tem
56:25projeto,
56:25o Congresso Nacional não tem
56:26projeto,
56:27o único que tem projeto
56:28é quem não deveria,
56:29que é o Supremo,
56:30que os ministros adoram
56:31dar entrevistas sobre
56:32modelos econômicos,
56:33políticas públicas,
56:34o Barroso já falou
56:35sobre vários modelos,
56:36eu vi palestras deles
56:37internacionais,
56:38com várias sugestões
56:39de políticas públicas dele,
56:41que ele não deveria conceder
56:43porque ele é ministro
56:43do Supremo Tribunal Federal.
56:45Então,
56:45o único poder,
56:46né,
56:46que tem projeto
56:47é aquele que não deveria ter.
56:48Dos outros,
56:49do outro lado,
56:50agora você vai ouvir.
56:51Eu ia te fazer uma pergunta
56:52para você,
56:53não,
56:53não,
56:54não,
56:55vai,
56:55vai,
56:55vai,
56:56tranquilo.
56:56E ele citou agora
56:57um ponto que eu concordo,
56:58que são os privilégios
57:00tributários de 800 bilhões de reais.
57:02Mas veja,
57:02isso só reforça o meu argumento
57:04de que o governo federal,
57:05o governo do Lula,
57:05não tem projeto.
57:06Por quê?
57:06Quando o Lula 1 pega o país,
57:09os privilégios tributários
57:10eram 1,6% do PIB.
57:12Quando o Dilma entrega o país,
57:13esses privilégios estão em 6,3%.
57:15Ou seja,
57:16quem criou esse monstro
57:17multibilionário
57:19dos privilégios tributários
57:20foram os governos petistas.
57:22E veja,
57:23também não dá para se falar
57:25dos 800
57:26como se os 800
57:26fossem o dinheiro
57:27diretamente para os mais ricos.
57:29Porque as duas maiores
57:30renúncias tributárias
57:31que a gente tem,
57:32o primeiro é o simples,
57:33ninguém vai mexer no simples.
57:34O segundo são as deduções
57:35do Imposto de Renda,
57:36de Saúde e Educação.
57:37Ninguém vai mexer nisso também.
57:38Então,
57:39o quinto lugar
57:41são as renúncias
57:42para as entidades
57:43de assistência social.
57:44Ou seja,
57:44justamente as entidades
57:45que agem onde o Estado falha,
57:46onde o Estado deveria atuar
57:48e elas suprem isso.
57:49Então,
57:50também não vai ser mexido nisso.
57:51Estão me chamando
57:52mais 30 segundos.
57:53Se a gente for colocar
57:54na ponta do lápis
57:55do que de fato
57:56a elite recebe
57:57desses privilégios,
57:58está ali entre
57:59150 e 200 bilhões de reais.
58:01Que eu topo discutir,
58:01que eu topo acabar.
58:02Mas assim,
58:03quem iniciou isso
58:04com essa visão de mundo
58:05foi justamente
58:06os governos petistas
58:07que criaram,
58:08ampliaram e prorrogaram
58:09esses privilégios
58:10que agora eles dizem combater.
58:11Agora,
58:11deixa eu só falar
58:12para quem nos acompanha.
58:14Se veja como o debate é bom,
58:15porque o deputado Kinalha
58:16está querendo lembrar
58:17e o deputado Kim
58:18também queria continuar
58:19a sua colocação
58:21que eu acho que é muito rica.
58:22Essa discussão
58:23sobre renúncia tributária
58:24é um escândalo,
58:25algo pornográfico,
58:26um absurdo e tal.
58:27Mas foi destacado
58:28uma série de questões
58:30interessantes.
58:31Hoje,
58:31nós já estamos estourando
58:32nosso horário
58:33e o ponto aqui
58:34me lembrou muito bem
58:35de falar,
58:35olha,
58:36o tempo,
58:36e como dizia
58:37um grande locutor esportivo
58:38de São Paulo,
58:39o tempo passa
58:40o feio de lhote
58:40e passa muito rápido
58:41quando a conversa
58:42é muito boa.
58:43Então,
58:43eu queria agradecer
58:44mais muito mesmo
58:45o deputado Arlindo Kinalha
58:46do PT de São Paulo,
58:47o deputado Kim Kataguiri
58:49do União Brasil
58:50aqui de São Paulo
58:51e veja como é rica,
58:52como é possível
58:53fazer boas discussões
58:54olhando a conjuntura,
58:57olhando hoje
58:57e pensando amanhã.
58:59Vamos imaginar
59:00que um dia
59:00nós tenhamos isso
59:01no Congresso Nacional.
59:03Ao menos,
59:03eu espero,
59:04ainda vivo ver isso.
59:05Nos encontramos amanhã
59:06no mesmo horário
59:07às 22 horas.
59:09Até.
59:09A opinião dos nossos
59:12comentaristas
59:13não reflete
59:14necessariamente
59:15a opinião
59:16do Grupo Jovem Pan
59:17de Comunicação.
59:22Realização Jovem Pan
59:24do Grupo Jovem Pan
59:25do Grupo Jovem Pan

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