Prefeitura de SP quer policiais dentro dos ônibus após ataques

Jovem Pan News

ontem

A Prefeitura de São Paulo acompanha com atenção a onda de vandalismo no transporte público. O prefeito Ricardo Nunes anunciou que policiais vão atuar dentro dos ônibus nas linhas da capital. A repórter Camila Yunes traz detalhes da medida. Acompanhe a análise de Ana Beatriz Hirsh, Monica Rosenberg e Márcia Dantas em Tempo Real.

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00:00Se a Prefeitura de São Paulo, gente, acompanha com atenção aquela onda de vandalismo no transporte público.

00:06O prefeito Ricardo Nunes anunciou que policiais vão trabalhar dentro dos ônibus, nas linhas da capital.

00:13Camila Iunes vai chegar agora pra contar pra gente os detalhes dessa medida.

00:18Camila, essa situação já foi protocolada? Vão ter policiais suficientes pra colocar dentro dos coletivos?

00:25Oi, Márcia. Muito boa tarde pra você, pro Bruno, pra todos que nos acompanham aqui em Tempo Real.

00:34Olha, Márcia, a ideia da Prefeitura de São Paulo é colocar cerca de 200 policiais dentro dos ônibus,

00:41naquelas linhas e regiões onde há maior incidência desses crimes, desses vandalismos que têm acontecido.

00:50Essa ação vai acontecer ali no âmbito também da operação delegada.

00:55Por isso, quem vai coordenar todo esse trabalho é o vice-prefeito, o coronel Melo Araújo.

01:00A operação delegada, ela acontece aqui na cidade de São Paulo justamente pra reforçar o policiamento.

01:05São policiais militares que estão de folga, mas que na folga acabam recebendo um extra pra trabalharem.

01:13E quem arca justamente com esse salário, com esse valor extra, é a Prefeitura.

01:17Então, a ideia é colocar esses policiais pra reforçar a segurança dentro dos ônibus

01:24e assim tentar coibir essas ações que têm assustado os paulistanos.

01:29Quem deu essas declarações, quem explicou um pouco mais sobre esse projeto,

01:34é o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, durante uma coletiva de imprensa.

01:37A gente, inclusive, separou um trechinho da fala dele. Vamos acompanhar.

01:40Então, existe um efetivo grande da polícia militar atuando, existe um efetivo grande da polícia municipal.

01:47E eu pedi pro vice-prefeito, o coronel Melo Araújo, que é o que coordena a nossa operação delegada,

01:53pra que a gente possa colocar alguns policiais da operação delegada dentro dos ônibus.

01:58E o vice-prefeito, o coronel Melo Araújo, está tratando disso,

02:01junto com a ESP Trans, pra poder, nos próximos dias, isso ser iniciado.

02:06Então, nas linhas onde a gente tem o maior número de ataques,

02:10a gente terá também os policiais militares da operação delegada.

02:13Lembrando que a operação delegada é aquela operação que o policial militar trabalha na sua folga,

02:17armado, fardado, e a prefeitura é que remunera.

02:20Bom, Márcia, segundo a gestão municipal, até agora foram registrados cerca de 530 ataques,

02:35como eu disse, a Zona Sul é a região que concentra o maior número, seguida aí, portanto, da Zona Oeste.

02:41A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo diz que 16 pessoas já foram detidas

02:47por suspeita de envolvimento nesses ataques.

02:50A gente lembra também que, no início da semana, a Polícia Civil deu uma coletiva de imprensa

02:55pra esclarecer os desdobramentos de todos esses casos.

02:59Na ocasião, a polícia disse que um funcionário público da CDHU foi detido também por suspeita de envolvimento

03:07e ele teria confessado a participação em 17 ataques aqui na capital paulista e também na região metropolitana.

03:15A polícia, as autoridades ainda não sabem quais são as motivações pra esses ataques.

03:22Inicialmente se falava, né, sobre a possibilidade de desafio na internet,

03:26também sobre um possível envolvimento de facções criminosas,

03:29mas, aparentemente, essas possibilidades foram descartadas.

03:33E a polícia trabalha justamente com a possibilidade com duas linhas de conflitos entre empresas de ônibus

03:39e também a possibilidade de brigas sindicais.

03:43Fato é que isso ainda não está esclarecido e agora a Prefeitura aqui de São Paulo

03:48tenta encontrar mecanismos para coibir essas ações.

03:51Márcia e Bruno.

03:52Obrigada, Camila Yunis, pelas informações direto aqui de São Paulo.

03:57Eu vou abrir essa discussão também para as nossas comentaristas,

03:59a Mônica Rosenberg e a Ana Beatriz Rich, começando pela Mônica.

04:04Mônica, me parece enxugar um pouco o gelo, colocar policial dentro de ônibus.

04:08É tipo colocar policial dentro de escola, quando a situação é muito mais complexa

04:12e tem muito mais camadas, né?

04:14Mas pode ser uma medida que vai tratar um pouco mais a segurança pública,

04:18deixar pelo menos uma falsa sensação de segurança para quem anda no coletivo.

04:22Qual a sua opinião?

04:23Márcia, é pior até do que colocar policial na escola,

04:27porque o policial dentro da escola, pelo menos ele está participando da ação

04:30e ele pode ter uma ação de prevenção.

04:32Um policial dentro do ônibus só vai perceber que está havendo um ataque ou uma agressão

04:36na hora que ele tomar uma pedrada.

04:39Se colocassem policiais numa motoca do lado do ônibus,

04:43acompanhando o trajeto do ônibus, seria mais eficiente.

04:46Mas dizer que um policial ali dentro do ônibus vai poder reagir,

04:49até vai colocar em risco os passageiros se ele de dentro do ônibus quiser fazer alguma coisa.

04:55Precisamos de inteligência, precisamos de pensamento de prevenção.

04:59Como é que a gente faz para reduzir isso?

05:00E fica a dica para essas empresas que fazem aqueles filmes protetores,

05:05façam uma grande ação, deem de presente e digam,

05:08nós estamos protegendo vocês, coloquem aquele filme protetor em todos os ônibus.

05:12Isso sim reduz e façam investigação, vamos descobrir de onde estão vindo esses ataques.

05:17Mas botar um policial dentro do ônibus realmente não vai resolver nada.

05:21Ana, você compartilha da mesma opinião e o que eu queria saber também de você

05:26em relação à segurança pública.

05:29Essas medidas aí não foram apresentadas nenhuma investigação,

05:34nenhuma realmente uma resolução para esse problema.

05:38a Camila acabou de dizer que não houve ali uma investigação que disse

05:42ah, realmente, isso aqui está motivando os ataques.

05:44Não está faltando por parte da segurança pública mais resolução

05:49e realmente é isso que a opinião pública quer também?

05:53Pois é, Márcia, eu pensava exatamente isso enquanto eu ouvia a nossa repórter falar.

05:57Porque veja, até agora, e foram mais de 800 ataques,

06:01apenas aí nem dois meses, e ninguém tem ainda uma linha única de investigação.

06:08Ou seja, não se sabe a razão, o motivo desses ataques,

06:12o que é absolutamente preocupante ao se considerar a quantidade deles.

06:17E aí eu concordo com a Mônica quando ela diz que o policial dentro de cada ônibus

06:23não vai resolver a situação.

06:25Primeiro, porque muitas vezes esses ataques são de fora para dentro.

06:29O agressor, o criminoso, ele nem entra no ônibus.

06:33Segundo, que será que esses policiais vão ter um treinamento adequado

06:37para agir nos momentos em que for necessário?

06:41Será que isso não é só uma tentativa da Prefeitura de mostrar algum tipo de ação,

06:45enquanto, na verdade, o problema é muito mais complexo

06:49e talvez eles não estejam destinando esforços suficientes para resolvê-lo?

06:53A minha pergunta é essa, acho que se for assim, policial dentro do ônibus,

06:57aí vão começar a atacar o ponto de ônibus,

06:59aí vai ter que deixar um policial também no ponto de ônibus.

07:02E assim a gente cerca a cidade, se é que isso é possível, e não resolve a causa.

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