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Transcrição
00:00Após o ataque dos Estados Unidos ao Irã no último final de semana, o mundo ficou em estado de atenção máxima.
00:08Entre agradecimentos de Benjamin Netanyahu a Trump e ameaças do Irã como resposta aos bombardeios,
00:15o secretário-geral da ONU alertou para um ciclo de destruição no Oriente Médio.
00:21Iranianos se reuniram em protesto nas ruas de Teherã para repudiar a participação dos Estados Unidos.
00:27Na Times Square, norte-americanos condenaram a ofensiva de Trump e pediram o fim da guerra.
00:34Depois de a Casa Branca afirmar que Trump quer diálogo, mas que apoia a mudança de regime no Irã,
00:41mísseis contra bases militares dos Estados Unidos no Catar e no Iraque foram lançados.
00:47Segundo Israel, as ações provam que o Irã é um estado terrorista.
00:52Já Trump definiu a retaliação como resposta fraca.
00:56Em meio à piora do conflito, os preços do petróleo despencaram e o valor da ureia,
01:02fertilizante usado pelo agronegócio brasileiro, disparou, trazendo incertezas para a economia global.
01:09O Visão Crítica desta noite debate os recentes desdobramentos do conflito entre Israel e Irã
01:16e qual deve ser o futuro do Oriente Médio após as últimas decisões dos dois países.
01:32Visão Crítica
01:33Olá, estamos começando mais uma edição do Visão Crítica, hoje discutindo diplomacia no Oriente Médio,
01:42suas repercussões da crise no Oriente Médio na economia internacional e, por tabela, sempre reflexões, repercussões aqui no Brasil.
01:51Hoje, temos aqui no estúdio Roberto Luiz Trosser, doutor em Economia pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo
01:59e, de forma remota, estão conosco, Paulo Velasco, professor de Política Internacional da UERJ,
02:06Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e o professor Paulo Feldman, professor de Economia da Faculdade de Economia e Administração da USP,
02:15aqui de São Paulo. Agradeço a aceitação dos convidados do nosso convite aqui para a participação do Visão Crítica
02:22e começo com o Trosser aqui no nosso estúdio. E coloco ao senhor o seguinte, eu sei que nós estamos indo no calor da hora,
02:30é difícil a gente saber o que vai acontecer amanhã, mas em termos de economia internacional,
02:35quais as preocupações principais que esse conflito traz nesse momento histórico?
02:39Bom, se esse conflito acabou, se foi a guerra dos 12 dias, eu acho que nós estamos melhor agora,
02:48quando você tinha ameaça do conflito, é algo que te preocupava. Se o conflito acabou, quer dizer, nós estamos melhor que antes.
02:56Mas não se sabe, se acabou, você tem dois regimes, assim, belicistas, né?
03:02Então, a chance de você ter um acirramento dos problemas existe.
03:09Hoje, né, assim, o preço do petróleo despencou, depois disso, a bolsa, todas as bolsas dispararam, né?
03:18O que é mais provável que você tenha, é que você tenha mais volatilidade nos preços do petróleo.
03:24E essa volatilidade é ruim, porque quando você tem volatilidade, isso tem um impacto na inflação,
03:34não só na inflação, assim, nos transportes, todo mundo, sempre quando tem volatilidade, tenta se proteger.
03:42Então, vai para cima o custo de transporte, isso acaba indo para a inflação americana,
03:47para a inflação europeia, para a inflação brasileira, mais inflação são os juros mais altos, né?
03:54Os juros do mundo, como um todo, estão subindo, né?
03:58Então, juros mais altos e perigosos.
04:01Então, eu diria, mas, assim, o primeiro impacto, eu diria isso.
04:05Eu diria, por enquanto, os mercados estão otimistas a esse respeito.
04:11O professor Paulo Velasco, eu colocaria para o senhor a seguinte questão.
04:18Em termos de relações internacionais, né?
04:21Essa guerra já tem até nome, o que é raro, guerra, segundo o presidente norte-americano, dos 12 dias.
04:29E já tem até uma declaração, menos de trégua momentânea, ninguém sabe até quando,
04:35e provavelmente não se sabe se haverá um acordo, porque sequer declaração de guerra houve de parte a parte,
04:42o que também me parece uma coisa sui generis, pelo que eu pouco conheço dessa questão.
04:47Eu pergunto ao senhor, nesse momento que nós estamos vendo agora,
04:50o que é possível dizer em termos de geopolítica e das repercussões internacionais
04:56desse conflito entre Irã e Israel?
05:00Em primeiro lugar, Marco, agradeço o convite, é um prazer participar aqui do programa.
05:06Acho que a primeira conclusão óbvia é a fragilidade do Irã.
05:10O Irã revelou, ao cabo destes 12 dias de conflito, uma vulnerabilidade muito importante
05:14do ponto de vista militar, um país praticamente sem capacidade de defesa antiaérea,
05:19o que permitiu a Israel controlar uma parte importante do espaço aéreo iraniano
05:24e fazer ali sobrevoos e ataques com grande facilidade, sem qualquer resistência por parte do Irã.
05:29E isso naturalmente revela um país que vive há alguns anos uma crise socioeconômica muito robusta,
05:36um país que vive, do ponto de vista interno e doméstico,
05:40uma série de protestos também que já vem de muito tempo contra o regime de Jayatolás,
05:44apesar, claro, do ataque norte-americano ter provocado também manifestações contra os Estados Unidos,
05:49mas existe, como a gente sabe, uma parcela importante da cidade iraniana
05:53que questiona o regime já há bastante tempo, pelo fato de ser um regime opressor,
05:57a violência contra as mulheres e por aí vai, combinado com a crise socioeconômica.
06:02E o Irã também é um país que tem perdido muita força do ponto de vista geopolítico,
06:06marco por conta da fragilidade de parceiros ali do entorno regional, médio-oriental,
06:12o enfraquecimento do Hezbollah após os ataques de Israel no ano passado,
06:16o enfraquecimento do Hamas depois desse período todo de guerra desde outubro de 2023,
06:20o enfraquecimento dos UTIs no Iêmen atacados pelos Estados Unidos de maneira importante
06:25desde o início deste ano, a queda do Bashar al-Assad na Síria, o Assad era um alawita aliado
06:32do regime dos Jayatolás no Irã.
06:34Então o Irã, claro, acho que é o ator que revelou maior vulnerabilidade nesses 12 dias de conflito,
06:40apesar hoje do presidente Mazud Pesekian ter falado em vitória iraniana e resistência do Irã.
06:46Certamente isso é uma retórica vazia, porque o Irã sai muito mal desse cenário
06:51em termos de força, em termos de projeção, de envergadura e musculatura militar.
06:57Israel mostra mais uma vez a importância do seu poderio militar, seu poderio bélico,
07:03conseguindo fazer ataques importantes, sofrendo muito menos com o revíde à resposta iraniana,
07:10por toda a sua capacidade de defesa, mas acho que o ator-chave nisso tudo são os Estados Unidos,
07:15geralmente esse é o player fundamental nas questões do Oriente Medio, para bem ou para mal,
07:21mas é sabido que o Trump não queria uma guerra prolongada ali entre Israel e Irã,
07:26e deixou muito claro que depois do ataque ali no sábado contra as guerras nucleares,
07:31era importante que as duas partes encerrassem as tensões.
07:34O Trump, como a gente sabe, ele se elege no ano passado, falando mais uma vez em America First,
07:40Estados Unidos primeiro, e isso naturalmente apontava para os Estados Unidos que se desengajaria
07:45de conflitos internacionais mundo afora, e não tinha interesse certamente em participar
07:49de uma guerra prolongada ali entre Israel e Irã.
07:52Então, foi um ataque pontual no sábado contra as centrais nucleares,
07:56que pelo visto não foi um ataque tão devastador quanto afirmado pelo Trump.
08:00Muito do que o Trump fala a gente não pode descrever,
08:02a gente sabe que ele fala e depois ele volta atrás em muitas questões,
08:06mas nesse ponto sim, é claro que ele não tinha interesse em se engajar numa guerra,
08:11e numa guerra prolongada, porque parte da sua base de apoio trumpista,
08:15isolacionista, não queria Estados Unidos nesse conflito,
08:19embora houvesse outros neoconservadores, falcões, que até queriam.
08:23Mas acho que o player decisivo para cessar fogo foi dos Estados Unidos.
08:26Com relação a prognósticos, Marco, o Oriente Medio é uma área instável por definição,
08:32não dá para dizer que cessar fogo vai perdurar por muito tempo,
08:35eu particularmente sou cético, sempre que se pensa em relações de Israel e Irã,
08:39a tendência é de hostilidades, é de incerteza, é de antagonismos,
08:43que podem voltar a resultar nos próximos meses, ou até mesmo semanas,
08:47em algum tipo de rusga, em algum tipo de confrontação mais uma vez,
08:50como já vimos no ano passado, e voltamos a ver agora, nesses últimos 12 dias.
08:56Perfeito. Professor Paulo Fedmo, em termos econômicos,
08:59eu sei que nós somos, como eu disse anteriormente, meio no calor da hora,
09:03mas as repercussões iniciais, alguns chegavam a recordar a crise de 1973, faz tempo,
09:12foi o primeiro choque, depois tivemos o segundo choque do petróleo,
09:15no final da mesma década, e teve efeitos enormes na economia internacional,
09:20e no caso brasileiro, também.
09:22Nós não sabemos efetivamente, como o próprio disse o professor Velaço,
09:26o que vai acontecer, se realmente chegamos a um momento de paz,
09:30ou se teremos, daqui a pouco, novos conflitos.
09:32Apesar disso, eu perguntaria ao senhor, em termos econômicos,
09:36que é possível esperar do que poderá acontecer,
09:39dentro de algumas hipóteses de trabalho,
09:41que nós, como os pesquisadores, sempre fazemos,
09:44mas no campo econômico, que reflexos poderá ter na economia internacional?
09:49Boa noite, Vila. Muito obrigado pelo convite.
09:52Veja, como você mencionou, há 50 anos atrás, tivemos as primeiras crises do petróleo,
10:03mas o mundo mudou muito nesses 50 anos.
10:08E o que acontece é o seguinte, diversas crises aconteceram,
10:14principalmente nos anos mais recentes,
10:16tivemos crises importantes que pareciam que iam demorar
10:24e que iam afetar muito a economia mundial,
10:29mas que, no final das contas, não aconteceu.
10:35Então, por exemplo, tivemos uma refinaria que explodiu há pouco tempo atrás,
10:39no Oriente Médio, houve uma preocupação geral,
10:42as bolsas caíram, na época o dólar se valorizou,
10:46agora não sei se, diante do que está acontecendo nos Estados Unidos,
10:49não sei se o dólar voltaria a se valorizar,
10:52mas o fato é que mesmo, todas essas crises que acontecem,
10:57envolvendo petróleo, refinarias de petróleo, principalmente naquela região,
11:02elas acabam terminando em poucos dias.
11:05E o mercado volta ao normal muito rapidamente.
11:08Então, eu acho muito difícil que venhamos a ter crises
11:15como aquela que tivemos em 1979, se eu não me engano,
11:20que decomplicou o preço do petróleo e dos combustíveis.
11:25Foi uma coisa inesquecível para quem, como eu, vivia naquela época,
11:32porque aquilo provocou com que o mundo todo tivesse que se preparar
11:39para novas crises, e inclusive os países não fabricavam automóveis econômicos.
11:45E justamente uma das razões do sucesso do Japão
11:48é que o Japão era o único país do mundo que naquele momento
11:52fabricava cargos muito econômicos.
11:55A indústria automobilística japonesa, com isso, explodiu pelo mundo
11:59e o Japão acabou se tornando a terceira maior potência do mundo.
12:03Eu estava muito longe disso há 40, 50 anos atrás.
12:07Então, veja, o medo de que o preço do petróleo suba muito
12:12é uma coisa antiga, mas que agora deixa de existir.
12:19Por quê? Vamos, então.
12:21Primeiro, porque há esse fato de que o mundo já está preparado
12:24e sabe que em pouco tempo o preço do petróleo volta ao normal.
12:28Segundo, os países estão se preparando
12:32para usar novas formas de energia.
12:36E o petróleo e a gasolina vêm sendo muito condenados,
12:41isso há 10 anos atrás, pelo menos, quando saiu o Acordo de Paris,
12:46que estimulou fortemente os países a que abandonassem o uso do petróleo
12:52para evitar as emissões de CO2, porque descobriu-se,
12:58e isso também é mais recente, isso tem cerca de 30 anos,
13:02descobriu-se que o CO2, a emissão de CO2,
13:06era muito nefasta para o ambiente
13:08e a principal razão do aquecimento global.
13:12O Acordo de Paris, então, exigiu, pediu aos países,
13:16mais de 100 países, que diminuíssem as suas emissões.
13:21Infelizmente, os Estados Unidos saíram do Acordo de Paris agora.
13:25Mas, de 2015 para cá, quando o Acordo de Paris,
13:30que está fazendo exatamente 10 anos agora,
13:33vários países começaram a tomar providências importantes
13:36para abandonar o petróleo.
13:38Países como Noruega praticamente abandonaram completamente,
13:40um grande produtor de petróleo que praticamente deixou de produzir petróleo.
13:44Isso aconteceu em vários países europeus
13:47que passaram a proibir o uso de petróleo, gasolina,
13:51para diminuir as emissões.
13:52O Brasil é um dos países que melhor se preparou para isso.
13:56O Brasil hoje é um grande produtor de energia solar,
14:01um grande produtor de energia eólica,
14:03que nós estamos nos preparando justamente para diminuir o uso da gasolina.
14:09temos uma riqueza incrível, que é o etanol.
14:14Quer dizer, digamos, no caso de que haja um conflito,
14:18eu acho impossível, mas é um conflito muito sério,
14:21que cabe com o abastecimento de petróleo no mundo,
14:24o Brasil não será muito prejudicado.
14:26Porque o Brasil, felizmente, tem esses recursos naturais e tem o etanol.
14:31O etanol no Brasil é uma realidade incrível,
14:34porque todos os postos de gasolina do país abastecem com etanol,
14:38todos os caros brasileiros estão preparados para usar o etanol.
14:41Isso é o único no mundo.
14:43Agora, então, por tudo isso, na minha opinião,
14:47o mundo caminha para abandonar o petróleo.
14:51Está andando mais devagar do que nós esperávamos,
14:54principalmente porque alguns países, como a Rússia,
14:58resolveram não aderir a isso.
15:00Abertamente, a Rússia declara que ela não vai abandonar o petróleo.
15:06Lamentavelmente, mais recentemente,
15:09o presidente Donald Trump falou algo parecido.
15:12E ele elogiou os produtores de petróleo
15:15e ele acha que o petróleo tem que continuar-se a produzir petróleo,
15:21porque as emissões de CO2 serão resolvidas de outras formas, segundo ele.
15:26Como sempre, ele nunca fala as formas
15:28e diz que ele sabe que tem uma solução para acabar com as emissões de CO2,
15:32mas não diz qual é, como sempre.
15:34Mas era para estarmos, então,
15:38muito mais adiantados na redução de emissões de CO2
15:41e deveríamos ter tornado o petróleo menos importante.
15:46Aconteceu um fato também muito importante,
15:49contribui para essa continuidade do petróleo,
15:52que foi quando a Rússia invadiu a Ucrânia.
15:56A Rússia invadiu a Ucrânia e tomou uma série de medidas
16:00para impedir que os países europeus usassem o gás natural,
16:06que ela era um dos grandes produtores.
16:09E, com isso, ela dificultou a vida de alguns países europeus,
16:14principalmente a Alemanha,
16:15que, por conta disso, entrou numa crise muito séria
16:19de três a quatro anos para cá.
16:21A Alemanha, diga-se de passagem,
16:23era um país que estava muito bem,
16:25na época da Angela Merkel,
16:27era uma das economias mais desenvolvidas e avançadas do mundo,
16:31mas enfrentou muito bem a pandemia,
16:34mas, depois disso, aconteceu a guerra da Ucrânia
16:37e a Alemanha, a França, vários países europeus
16:41se prejudicaram com a falta de abastecimento de gases,
16:48principalmente do gás natural e de outros derivados do petróleo.
16:52Então, tiveram que tomar providências
16:54e a velocidade de substituição do petróleo
16:59nessas economias também diminuiu.
17:02Então, o petróleo é uma incógnita, realmente,
17:05porque o petróleo é um problema e uma incógnita.
17:10É um problema porque ele é o principal emissor de CO2.
17:14O planeta precisaria eliminar isso.
17:17Mas, por outro lado, há países como a Rússia, principalmente,
17:20mas também alguns países árabes,
17:22que dizem que não vão parar a produção de petróleo
17:26e não dão atenção para esses pedidos
17:31e para o Acordo de Paris, etc.
17:33Então, eu acho que aquelas crises que nós tínhamos,
17:38como você disse, nos anos 70,
17:41essas não vão acontecer mais.
17:42O preço do petróleo é multiplicar por 10.
17:45O que nós vamos ter, eventualmente poderemos ter,
17:48na medida em que haja algum estremecimento
17:50no Oriente Médio novamente,
17:52vai acontecer o que aconteceu agora.
17:55O preço do petróleo sobe por um dia,
17:57ou dois no máximo,
17:58mas depois ele passa a voltar ao normal.
18:02Eu tenho a impressão de que isso é o que a gente pode esperar.
18:08Portanto, em relação aos impactos sobre a economia mundial,
18:12desta vez, eles praticamente não existiram.
18:16Não é que foram muito pequenos,
18:18eles não existiram.
18:19O mundo voltou ao normal em pouquíssimo tempo,
18:22menos de uma semana.
18:23Então, eu acho que a tendência talvez seja essa,
18:28também porque os analistas econômicos do mundo inteiro
18:31aprenderam que essa é a regra.
18:35Não há que se temer eventuais conflitos
18:37que eles vão provocar crise,
18:39porque tem uma outra razão importante.
18:42O que o Irã anunciou no primeiro momento,
18:44que ele ia fechar o estreito de Hormuz,
18:46por onde passa 20% do petróleo mundial,
18:49na hora se verificou que isso era um black.
18:51Sim.
18:52Porque se o Irã faz isso,
18:54ele vai prejudicar a si mesmo
18:56e vai prejudicar aos outros países árabes da região
19:00que precisam passar o seu petróleo
19:02por aquela região,
19:03pelo estreito de Hormuz, para exportar.
19:06Isso seria uma espécie de suicídio econômico.
19:09Eles vão ser os maiores prejuicados
19:10para que eles vão fazer isso.
19:13E não fizeram.
19:14Então, e nem vão fazer outras vezes,
19:16porque quando há uma diminuição na produção de petróleo,
19:20pode subir o preço.
19:21Mas eles são os maiores prejuicados,
19:24porque isso gera uma diminuição do consumo,
19:27gera uma preocupação maior com descoberta
19:30de novas fontes de energia
19:32e uso de outras fontes.
19:34Então, não é interessante para os grandes produtores de petróleo
19:38que se criem dificuldades para o petróleo.
19:41Perfeito.
19:42Porque isso vai ser o grande estímulo
19:44para que se desenvolvam novas fontes de energia.
19:47Sim.
19:47Então, eu não acredito
19:48que nós venhamos a ter crises muito sérias
19:53no futuro próximo.
19:55Mesmo que haja uma extensão do conflito,
19:58o mundo já aprendeu
20:00que não se deve esperar
20:03por grandes aumentos no preço do petróleo.
20:05Perfeito.
20:07Trócio, se você queira fazer justamente algumas observações.
20:09Primeiro, gostei da análise do Feldman,
20:13do Velasco também.
20:14Perfeito.
20:14Mas, assim, Brasil é um exportador líquido de petróleo.
20:18Quanto mais caro tiver o petróleo no mundo,
20:20melhor para o Brasil.
20:21Quer dizer, vão entrar pela mesma quantidade de exportação,
20:26vão entrar mais dólares aqui.
20:28E, se você tiver falta de petróleo no resto do mundo,
20:32quer dizer, nós vamos exportar mais ainda.
20:33Quer dizer, desde um ponto de vista macroeconômico,
20:38petróleo mais caro são mais dólares aqui,
20:41mais dólares entrando aqui.
20:42uma valorização do real.
20:45Uma valorização do real é a inflação para baixo.
20:48Quer dizer, você vai ter uma pressão para cima
20:50por conta do preço do petróleo mais alto,
20:54mas uma pressão para baixo em todos os bens dolarizados.
20:58Então, eu não acho que isso seja algo para preocupar.
21:03Se você me permite, como professor de história,
21:06na guerra da Ucrânia,
21:08quer dizer, a Ucrânia,
21:10o mundo inteiro perdeu,
21:12quer dizer, você teve uma desastraração do PIB mundial,
21:15mas aqui no Brasil foi festa.
21:17Quer dizer, o preço do petróleo subiu,
21:19ajudou o Brasil.
21:21O preço das commodities,
21:23quer dizer, a Ucrânia começou a exportar menos commodities,
21:27também subiu.
21:28Então, para o balanço de pagamento brasileiro,
21:31foi ótimo.
21:32Tem um ditado que diz
21:34que na crise uns choram e outros vendem lenços.
21:39Então, o Brasil, nessa crise, é vendedor de lenços,
21:43não é chorão.
21:44Eu acho que não é tão ruim assim.
21:48Eu acho que você tem outros problemas da economia mundial.
21:50Quer dizer, acho que esse problema do Irã,
21:52mesmo que você tenha um agravamento,
21:55não é tão ruim assim para o Brasil.
21:57Ao contrário, não é ruim para o Brasil.
21:59Eu acho que tem outros riscos maiores na economia mundial
22:04que têm que ser encarados.
22:06Mas eu isso olharia com mais tranquilidade.
22:09Gostei da análise de substituição.
22:12E acho que também, além de produzir alternativas,
22:15vim um pouquinho do lado da demanda.
22:16Acho que cada um de nós tem que fazer esforço
22:20para consumir menos CO2,
22:22andar mais em transporte público,
22:24mais em bicicleta, mais a pé.
22:26A gente estava falando de saúde antes de começar o programa.
22:32Acho que cada um de nós tem que fazer a nossa parte
22:34pela saúde e do ambiente.
22:37Professor Paulo Velasco,
22:39na sua primeira resposta,
22:42eu fiquei pensando em dois pontos que o senhor destacou.
22:46Um, causou estranheza para mim,
22:48eu não sou especialista na região,
22:51mas a facilidade com que Israel venceu as defesas aéreas,
22:55especialmente do Irã.
22:57Eu não sei, ele vendia que teria defesas tão eficientes
23:00que lembrava um pouco o episódio de Saddam Hussein
23:03no Iraque, décadas antes,
23:06que também aquilo ruiu com muita facilidade.
23:09Claro que não tanto no caso do Irã,
23:11porque o governo, tudo indica,
23:13ainda, ao menos momentaneamente, continua forte.
23:16Mas, primeiro, se não causou estranheza ao senhor
23:18esse rápido controle, especialmente aéreo,
23:20por parte de Israel, do espaço aéreo iraniano.
23:23E, segundo, a questão do que pode acontecer,
23:29em termos geopolíticos na região.
23:32O senhor destacou que Israel mostrou outra vez
23:37a força que tem.
23:38E é inequívoca, todo mundo assistiu isso e viu.
23:41Claro que tem o apoio norte-americano,
23:43mas tem a presença de Israel nisso,
23:45isso é evidente.
23:47Quer dizer, como é que fica aquela possibilidade
23:48dos acordos de Abraão,
23:50aquela proximidade que acabou havendo diplomática
23:54em certo momento com a Arábia Saudita
23:55e outros países do Golfo?
23:57São essas duas questões.
23:58Que tendências vai ter em relação a isso?
24:01E se não causou estranheza,
24:02entre aspas, não sei se a expressão é minha correta,
24:05a facilidade de Israel nesse conflito?
24:08É, pontos excelentes, Marco.
24:10Primeiro, o Irã tem uma capacidade militar
24:13muito importante também.
24:14Claro que não é equiparável à de Israel.
24:17Israel tem uma capacidade muito maior,
24:19é armamento mais moderno,
24:20até por conta dos acordos de defesa
24:22que tem com os Estados Unidos
24:23e todos os recursos que vêm dos Estados Unidos
24:25para fortalecer sempre a musculatura
24:27bélica israelense.
24:29Mas o Irã não é um ator qualquer
24:31na geopolítica do Oriente Médio
24:32em termos militares.
24:34Ele tem um programa autôctone
24:35de mísseis e drones muito importante,
24:37inclusive vende, como a gente sabe,
24:39mísseis e drones para a Rússia.
24:40A Rússia tem usado mísseis e drones iranianos
24:43na campanha ali na Ucrânia.
24:44O que aconteceu, de alguma maneira,
24:47é que Israel já vinha se preparando
24:48para essa ofensiva agora de junho de 2025,
24:52desses últimos 12 dias.
24:54E no ano passado fez uma série de ataques
24:55muito pontuais, mas importantes,
24:58contra a defesa antiaérea iraniana.
25:03O Irã tinha as plataformas de defesa S-300,
25:06que são de fabricação russa.
25:08Não é plataforma de defesa antiaérea
25:10de última geração, mas é um armamento importante
25:14para se defender justamente de aeronaves inimigas.
25:17Mas Israel, no ano passado,
25:18ele foi justamente atacando de maneira estratégica,
25:20sem chamar muita atenção,
25:22e praticamente isso não era noticiado internacionalmente.
25:24Mas Israel foi minando essa capacidade de defesa
25:26antiaérea iraniana,
25:28preparando o terreno para justamente,
25:30algum tempo depois, e foi agora,
25:31neste mês de junho,
25:33iniciar uma ofensiva aí já mais robusta,
25:35mais contundente,
25:37e conseguindo sobrevoar com muita facilidade
25:39uma parte grande do espaço aéreo do país,
25:41sobretudo a parte mais ocidental do Irã,
25:45exatamente onde estão também as centrais nucleares
25:47que deveriam ser atacadas.
25:49Então, pegou sim um pouco de surpresa,
25:52mas podemos justificar exatamente dessa maneira.
25:54Israel já vinha se preparando,
25:56e ao longo do ano passado a gente viu muitas rusgas,
25:58muitos embates militares ali,
26:00mas o Israel muito estrategicamente pensados
26:02para destruir essas plataformas S-300 que o Irã tinha.
26:06Com relação à geopolítica do Oriente Medio,
26:09e ali é sempre um cenário muito complexo,
26:12Israel demonstra força, sem dúvida alguma,
26:15com essa ofensiva contra o Irã,
26:17mostra mais uma vez toda a sua envergadura
26:20em termos estratégicos militares,
26:22mas cria problemas com o mundo árabe.
26:25A situação de Israel hoje, em relação ao mundo árabe,
26:28é muito pior, Marco, do que aquela que víamos
26:31no primeiro governo do Donald Trump,
26:33quando o governo Trump costurou os acordos de Abraão,
26:36que levaram países como Bahrein e Emirados Árabes
26:39a estabelecerem relações diplomáticas com Israel.
26:42Árabe Saudita não chegou a estabelecer,
26:44mas houve avanços no diálogo ali entre Riad e Tel Aviv.
26:48Por pouco, na verdade,
26:49a Árabe Saudita não estabelece relações com Israel,
26:51e eu arriscaria a dizer, inclusive,
26:53que foi o 7 de outubro de 2023
26:55que impediu esse estabelecimento,
26:57porque o ataque do Hamas ali naquele dia
27:00levou a essa contra-ofensiva israelense,
27:02com toda a sua contundência e crueldade
27:07na visão dos árabes.
27:09Então, o mundo árabe se uniu,
27:11rechaçando e condenando o modo como Israel
27:13está operando ali em Gaza,
27:15entendendo que é abuso de toda sorte,
27:17e o mundo árabe tem abraçado a ideia
27:18de que se trata de um genocídio
27:21e prática de crimes de guerra.
27:23Então, a imagem de Israel hoje no mundo árabe
27:25é muito pior do que aquela que vimos há alguns anos,
27:28quando, justamente, o Trump conseguiu,
27:30no seu primeiro mandato,
27:31costurar os acordos de Abraão.
27:32Isso é um fato bastante claro.
27:34Inclusive, vimos os países árabes
27:36também se manifestando contra
27:38as ofensivas israelenses ao Irã.
27:40Mesmo desafetos históricos do Irã,
27:44como é o caso da Arábia Saudita,
27:46se posicionaram contra Israel,
27:48condenando as ações do Israel.
27:50Nós tivemos há alguns anos
27:51a retomada de relações,
27:52muito recentemente, na verdade,
27:54a retomada de relações diplomáticas
27:55entre a Arábia Saudita e a Irã.
27:56Depois de sete anos sem terem relações,
27:59esses dois rivais ali no Oriente Médio,
28:02a Arábia Saudita como líder do mundo sunita
28:04e o Irã como líder do mundo xiita,
28:07retomaram relações diplomáticas.
28:08Então, o Irã tem hoje uma relação melhor
28:10do que a que já teve
28:12com os países árabes do Golfo Pérsico.
28:14Israel tem uma imagem muito ruim hoje
28:17com o mundo árabe em geral,
28:19inclusive países do mundo árabe
28:20com quem tem relações diplomáticas,
28:22como Emirados Árabes, Bahrein,
28:23e até mesmo outros, Jordânia e Egito,
28:26também condenaram e condenam o modo
28:29como Israel tem conduzido a ofensiva
28:31na faixa de Gaza já há bastante tempo.
28:35Como o ritmo sempre do tempo na televisão
28:37é tudo muito rápido,
28:40nós já estamos indo para o último terço
28:43do nosso encontro aqui do Visão Crítica.
28:47Eu perguntaria, então,
28:48dentro dessa perspectiva,
28:49ao professor Feldman,
28:50que lembrou, para quem nos acompanha,
28:52nos anos 70, como o Brasil é um país
28:54que o Ivan Lessa dizia,
28:56esquece a cada 15 anos
28:58o que ocorreu nos últimos 15.
28:59Então, só para lembrar,
29:00os mais jovens especialmente,
29:02que nos anos 70,
29:03teve os dois choques de petróleo
29:04e o Brasil foi duramente atingido,
29:06pois importava a maior parte
29:08do petróleo que consumia.
29:10Os postos de gasolina chegaram
29:12a ficar fechados sábados e domingos,
29:14só para vocês verem
29:15o que aconteceu aqui no Brasil.
29:18E aí teve início,
29:19na presidência Ernesto Gásio,
29:21o programa do Proálcool.
29:23E também a descoberta
29:25na plataforma de Santos e Campos
29:27da extração submarina de petróleo
29:31no Brasil.
29:31Outra plataforma,
29:32e isso acabou mudando a história
29:34antes do pré-sal,
29:35que já é do século XXI.
29:37Então, só para lembrar,
29:38para vocês que nos situam,
29:39e lembrar que quando o Trostner,
29:41o Dr. Trostner,
29:42lembrou da exportação,
29:44lembrar que o petróleo bruto,
29:45muitos não sabem,
29:46é o maior item de exportação
29:47do Brasil.
29:48Então, quando você olha,
29:50eu estava vendo,
29:50inclusive, esses dias,
29:52a pessoa fala da soja,
29:53fala,
29:54soja é importante,
29:55é o segundo,
29:55e por aí vai.
29:56Mas está lá o petróleo bruto,
29:58só para situar quem nos acompanha.
30:00Então, eu coloco ao professor Feldman,
30:02vamos tentar fazer o mais sintético possível,
30:05para a gente rodar
30:06com os nossos convidados.
30:10Sendo assim, professor,
30:11como que nós podemos imaginar,
30:13já que imaginava-se,
30:16para alguns,
30:16uma guerra mais longa,
30:17um conflito mais longo.
30:18Parece que é o que não vai ocorrer,
30:20não deve ocorrer.
30:21E os reflexos, portanto,
30:22da economia não vão ser tão severos.
30:24O senhor mesmo lembrou,
30:25inclusive,
30:25outros tipos de crise,
30:27como do final de 2008,
30:30não teve um reflexo tão grave
30:31como se imaginava.
30:32Até foi grave,
30:33basta ver os reflexos no Brasil.
30:35Em síntese, eu coloco ao senhor.
30:37E aí, quer dizer,
30:38como é que o Brasil
30:39pode ser atingido por isso,
30:41para o bem ou para o mal?
30:45Veja, Vila,
30:46o Brasil está diante
30:49de uma oportunidade incrível
30:51que nós nunca tivemos.
30:54Temos que saber aproveitar,
30:57porque nós somos o campeão mundial
31:00de perda de boas oportunidades.
31:03dessa vez não podemos perder.
31:05Por quê?
31:06Porque o futuro energético do planeta
31:09será baseado em energia solar
31:13e energia eólica,
31:16que vem dos ventos.
31:17O país que tem
31:19a maior exposição solar do mundo
31:23somos nós.
31:24O país que tem
31:26a maior parte do litoral
31:29totalmente aproveitável
31:31em termos de ventos
31:33para a geração de energia eólica
31:35somos nós.
31:36Então,
31:37nós podemos ser
31:39o grande
31:41produtor,
31:43já somos,
31:44de energia
31:44que vem de formas naturais
31:47no mundo.
31:49Praticamente, já somos.
31:51Porque, além disso tudo,
31:53do sol e dos ventos,
31:54nós temos a produção
31:56das hidrelétricas,
31:58que é baseada em água.
32:00Se você considerar
32:01água, sol e vento,
32:03nenhum país do mundo
32:04tem essa quantidade
32:06de energia gerada
32:07a partir dessas três fontes.
32:08No nosso caso,
32:10passa 70%.
32:12A nossa energia elétrica
32:13vem dessas fontes.
32:15Então,
32:16nós temos que aproveitar
32:18esse fato.
32:19Por quê?
32:20Porque existe um outro aspecto
32:22para o qual nós não estamos
32:24dando bola.
32:25Tudo bem que mudou,
32:26as coisas mudaram
32:27com a guerra da Ucrânia.
32:28Mas,
32:29até então,
32:30os países europeus
32:31falavam,
32:32e há uma decisão
32:33da comunidade europeia,
32:35de que
32:35não será permitida
32:38a entrada
32:38de produtos
32:39que foram produzidos
32:41com uso
32:42e emissão
32:43de CO2
32:44na Europa.
32:46E que a Europa
32:47só iria
32:48adquirir produtos
32:49produzidos
32:50com fontes renováveis.
32:51então,
32:52não tem lugar
32:53melhor no mundo
32:54do que nós
32:55para fornecermos
32:57para o mundo inteiro,
32:59começando pela Europa,
33:00que já declarou
33:01que isso é fundamental
33:03para ela.
33:03Por exemplo,
33:04o aço
33:05brasileiro,
33:06hoje,
33:07do jeito que está,
33:08nós não podemos,
33:09não poderemos
33:10vender para a Europa
33:11quando isso
33:12entra em vigor,
33:12porque o nosso aço
33:13ainda é produzido
33:16com carvão
33:17e outras fontes
33:18poluentes.
33:19Mas é uma coisa
33:20muito fácil
33:20para o Brasil mudar
33:21essa sistemática.
33:23Então,
33:23o que eu quero te dizer,
33:25Gila,
33:25é o seguinte,
33:26isso é uma dádiva
33:29que nós temos.
33:30Ela cai do céu,
33:32mas precisamos
33:33ter um plano.
33:34Se não tivermos
33:36um plano estratégico,
33:39muito bem elaborado,
33:41descrevendo as várias etapas
33:43de como que nós
33:44poderemos chegar
33:45a ser o grande
33:46hub
33:47de energia
33:48do mundo,
33:49nada vai acontecer.
33:51E é isso
33:52que sempre falta
33:53no Brasil.
33:54Se você reparar,
33:55o Brasil nunca planeja
33:56nada.
33:56Por isso,
33:57ele também não chega lá.
33:59Então,
34:00a primeira coisa
34:01fundamental
34:02é termos um plano
34:04diretor,
34:05um plano estratégico
34:06que defina
34:06como que o Brasil
34:07pode se transformar
34:09no grande
34:10hub energético
34:11do mundo,
34:11em primeiro lugar.
34:12Segundo lugar,
34:13nós estamos vendo
34:14um absurdo
34:15incrível.
34:16Olha só,
34:18nós somos um dos maiores
34:19produtores de energia
34:20elétrica
34:21que vem
34:22do Sol,
34:24do mundo.
34:25Mas,
34:26isso precisa
34:27de um equipamento.
34:28São os equipamentos
34:29fotovoltaicos.
34:31Através do equipamento
34:32fotovoltaico,
34:33você transforma,
34:34então,
34:34o Sol
34:35em energia elétrica.
34:38O Brasil não sabe
34:39fabricar esses equipamentos.
34:41Praticamente,
34:42tudo que a gente usa aqui,
34:43e é muito,
34:44vem da China.
34:45Nós temos que importar
34:46da China
34:47e não temos capacidade
34:49tecnológica
34:51para fabricar.
34:52A mesma coisa
34:53no caso do vento.
34:54Nós somos um dos grandes
34:56geradores de energia eólica,
34:58mas aquelas turbinas
34:59que todo mundo já viu
35:01que ficam girando
35:02as hélices,
35:04nós não sabemos fabricar
35:05absolutamente nada.
35:07Temos que importar
35:08também
35:09da China.
35:11Então,
35:11veja,
35:12e o Brasil não tem
35:12uma política industrial
35:13que diga,
35:15olha,
35:15nós vamos agora
35:16fabricar equipamento
35:17fotovoltaico
35:18e vamos fabricar
35:19as turbinas
35:19de geração
35:20de energia eólica.
35:22Essas coisas mínimas
35:24não caem do céu.
35:25Isso não cai do céu.
35:26Nós precisamos
35:27de plano
35:28para isso.
35:29Precisamos
35:29de uma política industrial
35:30que incentive
35:31os empresários
35:33brasileiros
35:33a fabricarem
35:34esse tipo
35:35de equipamento
35:36e que seja
35:37fabricado
35:39e vendido
35:40no Brasil.
35:41Lamentavelmente,
35:42Vila,
35:43a gente teve
35:43uma época
35:44que nós tivemos
35:45reserva de informática
35:46no passado
35:47e isso criou
35:48uma imagem
35:48muito ruim
35:49contra reservas
35:50de mercado.
35:52Mas nós deveríamos
35:54fazer uma reserva
35:55de mercado
35:55agora
35:56para esses tipos
35:57de equipamentos
35:58porque o mundo
35:58inteiro vai precisar
35:59usar isso
36:00e não pode ser
36:01que todo mundo
36:02vá ter que depender
36:02da China
36:03e o Brasil
36:04é que tem
36:04as melhores
36:05oportunidades
36:06por causa
36:06do mercado
36:06interno.
36:07Temos escala
36:08para gerar
36:10esses produtos
36:11e com custo
36:12baixo,
36:13com qualidade
36:13boa,
36:14etc.
36:15Mas uma reserva
36:16de mercado
36:17seria fundamental
36:19pelo menos
36:19por um curto
36:20período
36:20para ajudar
36:21esses segmentos.
36:22Então,
36:23eu acho
36:24que nós temos
36:24um futuro
36:25maravilhoso
36:26pela frente
36:27mas ele
36:28não vai acontecer
36:29se não
36:30houver
36:30um plano
36:31claro
36:32que dê
36:33as diretrizes
36:34para os empresários
36:35que ele dê
36:36incentivos
36:37para que
36:37fabriquem
36:38esses equipamentos
36:38que ele
36:39reduza
36:40o imposto
36:40de importação
36:41que ele
36:42crie
36:42financiamento
36:43um plano
36:44industrial
36:44uma política
36:45industrial
36:45o Brasil
36:46não tem
36:47essa
36:48cultura
36:49de planejar
36:50se você
36:51reparar
36:52nada é
36:52planejado
36:53no Brasil
36:53a gente
36:54ao máximo
36:55consegue planejar
36:56o superávit
36:58fiscal
36:58ou o déficit
36:59fiscal
36:59com muita
37:01dificuldade
37:02além disso
37:03o que se ouve
37:05falar de plano
37:05no nosso país
37:06nada
37:07nós não planejamos
37:09nada
37:09é um país
37:10que não planeja
37:11não tem futuro
37:12quem cresceu
37:13no mundo
37:14os países
37:14que avançaram
37:15muito
37:15nesses últimos
37:16anos
37:16China
37:17Coreia do Sul
37:18Japão
37:19foi porque
37:20tiveram planos
37:22muito bem
37:22elaborados
37:23e planos
37:24de longuíssimo
37:25prazo
37:25a China
37:26faz planos
37:27estratégicos
37:27para os próximos
37:2830 anos
37:29e fiscaliza
37:31o cumprimento
37:31do plano
37:32então é
37:33isso que
37:34falta
37:34pro Brasil
37:35seria uma pena
37:36se novamente
37:38nós perdêssemos
37:39uma grande
37:39oportunidade
37:40mas infelizmente
37:42estamos em
37:43vias de
37:43porque
37:44não se fala
37:45em plano
37:46disso
37:46ninguém fala
37:47e sem plano
37:48nós não vamos
37:49chegar a lugar
37:49nenhum
37:50justamente
37:51com essa
37:52questão
37:53doutor
37:54Trosser
37:55colocada
37:57pelo professor
37:57Paulo Félio
37:58pra gente
37:59fechar
37:59nessa conversa
38:01de hoje
38:01dá pra ser
38:02otimista
38:03eu sei que é
38:04fácil
38:04perguntar
38:05pra onde
38:06nós vamos
38:07quer dizer
38:07nessa conjuntura
38:08nova
38:09que nós estamos
38:10vivendo
38:10no século
38:1121
38:11alguns
38:12sentem saudades
38:13da guerra fria
38:14que era tudo
38:14mais simples
38:15afinal
38:15via União Soviética
38:16e Estados Unidos
38:17agora o mundo
38:18é muito mais
38:18complexo
38:19a economia
38:20brasileira
38:20também é muito
38:21diversificada
38:22não era do passado
38:23dá pra ser
38:24otimista
38:25eu acho que dá
38:26sim
38:26tenho certeza
38:27que dá
38:28eu acho que tem
38:29que mudar
38:29um pouco
38:30
38:30contrapondo
38:32o que o
38:32Paulo Félio
38:33falou
38:33primeiro
38:34a gente tem
38:35o setor
38:35agrícola
38:36Embrapa
38:37mais uma
38:38série de
38:39infraestrutura
38:41quer dizer
38:41algo que dá
38:42certo
38:42no Brasil
38:43deu certo
38:45então
38:45eu acho
38:46que tem
38:47a Embraer
38:48também
38:49outro exemplo
38:50de planejamento
38:51que dá certo
38:51Brasil exporta
38:53aviões
38:54eu acho que
38:55nós temos que
38:56fazer alguns
38:56ajustes
38:57primeiro
38:58eu acho
38:59política
38:59cambial
39:00no Brasil
39:02você mudou
39:03de um regime
39:04de câmbio fixo
39:05para um
39:06câmbio volátil
39:07não existe
39:08setor
39:09agrícola
39:10setor industrial
39:11que possa
39:11conviver
39:12com essas taxas
39:13quer dizer
39:13a indústria
39:14tem que importar
39:15insumos
39:16a indústria
39:17integrada
39:17é a indústria
39:18mundial
39:18e exportar
39:19produtos
39:20e
39:21não consegue
39:23em vez
39:24de você
39:25ter um
39:25currency
39:25ban
39:26uma coisa
39:26assim
39:26que flutue
39:28conforme a
39:28produtividade
39:29da economia
39:30você tem
39:30um câmbio
39:30que depende
39:31muito mais
39:32de condições
39:33políticas
39:34uma declaração
39:35infeliz
39:36de algum
39:36ministro
39:37alguma coisa
39:37faz o câmbio
39:38disparar
39:39votar
39:40mas assim
39:41quem está
39:41na outra
39:42ponta
39:42é ruim
39:43então eu acho
39:43que
39:44só para
39:45política
39:45industrial
39:46acho que
39:46a primeira
39:46coisa
39:47é a moeda
39:49o dinheiro
39:49sabe
39:50se você não
39:51tem
39:51e essa
39:51estabilidade
39:52você não
39:52tem
39:53segundo
39:54eu acho
39:55que nós
39:56temos
39:56avanço
39:57sim
39:57muito
39:58aquém do que
39:59podia ser
39:59eu acho
40:00que na
40:00questão
40:01fiscal
40:02está todo mundo
40:02olhando
40:03para o primário
40:03mas não está
40:04vendo a
40:04conta de
40:05juros
40:05esse ano
40:072025
40:08se você
40:10soma
40:10saúde
40:11educação
40:11e justiça
40:13os três
40:14e multiplica
40:16por dois
40:16vai ser menos
40:17do que a gente
40:17gasta em juros
40:18a gente tem
40:19que olhar
40:20para a conta
40:20de juros
40:20melhor
40:21tem gastos
40:22em juros
40:22que a gente
40:23não precisaria
40:25ter
40:26por exemplo
40:26custo de carregamento
40:28de reservas
40:29depósitos compulsórios
40:31remunerados
40:32uma série
40:32coisa
40:33então acho
40:33que a gente
40:34tem que olhar
40:34um pouquinho
40:34mais
40:35concordo
40:36com o Paulo
40:36que tem
40:38que fazer
40:38ajustes
40:39mas esses
40:39ajustes
40:40podem ser
40:40feitos
40:41e o Brasil
40:42pode
40:42crescer
40:43mais
40:44e eu
40:46acho
40:46que o Brasil
40:47pode mais
40:48é questão
40:50de
40:50aquela vontade
40:52a gente está vendo
40:53a copa
40:54dos times
40:55de futebol
40:57e assim
40:58mais do que técnica
40:59qualquer coisa
41:00é aquela vontade
41:01de ganhar
41:01está faltando
41:02um pouquinho
41:02disso
41:03no Brasil
41:03professor
41:05Paulo
41:06Feldo
41:07com base
41:08perdão
41:09professor
41:10Paulo Velasco
41:11com base
41:11que disse
41:12o professor
41:13Paulo Fédimo
41:14o doutor
41:15Troster
41:15qual é a sua visão
41:16quer dizer
41:17olhando também
41:18essa questão
41:19mais geral
41:19do mundo
41:20do nosso
41:21futuro
41:22aqui
41:22que é por ser
41:23que ninguém
41:23aqui
41:23está no oráculo
41:25de Délfis
41:26não temos
41:26pitoniza
41:27mas o que é possível
41:28desenhar
41:29como possibilidades
41:30mais otimistas
41:32e eventualmente
41:33problemas
41:33que possamos ter
41:34acho que a gente
41:36tem algumas oportunidades
41:37o Brasil
41:38ele
41:39é um ator
41:40de peso intermediário
41:42na cena internacional
41:42mas tem alguns ativos
41:44que certamente
41:44nos colocam
41:45em uma postura
41:46muito especial
41:47o Brasil tem
41:48uma matriz
41:48energética
41:49invejável
41:50para uma parte
41:50dos países
41:51desenvolvidos
41:52e temos um lugar
41:54de fala
41:54muito determinado
41:55em qualquer discussão
41:56ambiental e climática
41:58não por acaso
41:58seremos a sede
42:00da COP30
42:01que tem tudo para ser
42:02uma reunião muito marcante
42:03desde a COP de Paris
42:05há exatamente 10 anos
42:06isso colocou o Brasil
42:07uma postura de destaque
42:08na cena internacional
42:09o Brasil em termos diplomáticos
42:11ele dialoga muito bem
42:12tanto com parceiros
42:14tradicionais
42:14do norte global
42:15quanto com países
42:17do chamado sul global
42:18então ele nos coloca
42:19também uma posição
42:19para ganhar oportunidades
42:21temos a China
42:22desde 2009
42:23como o maior parceiro
42:24comercial brasileiro
42:25que compra
42:25do Brasil
42:26fundamentalmente commodities
42:27energéticas
42:28metálicas
42:29e alimentícias
42:31e temos os Estados Unidos
42:32como segundo maior parceiro
42:34e aí já com uma compra
42:35um pouco mais diversificada
42:36mas a gente tem condições
42:37sim de dar um salto
42:38de posição na cena global
42:40tentar ampliar
42:41sua participação
42:41no comércio mundial
42:43para isso claro
42:44temos que buscar
42:44melhorar os arranjos
42:46e os acordos comerciais
42:48em que estamos inseridos
42:49para colocar
42:50melhores condições
42:52de inserção
42:52dos nossos produtos
42:53mundo afora
42:54temos aí o acordo
42:55Mercosul União Europeia
42:56que pode entrar em vigor
42:57isso certamente
42:58dará ao Brasil
42:58possibilidades
42:59de ampliar
43:00sua fatia de participação
43:01no comércio mundial
43:02mas claro
43:03o Brasil é um país
43:04que tem uma defasada
43:05em termos tecnológicos
43:07em termos de desenvolvimento
43:08pesquisa
43:09inovação
43:09e acho que esse é um caminho
43:11que temos que também seguir
43:12e temos que valorizar
43:13seguindo aí
43:14os passos de outros
43:15atores do sul global
43:16como a Índia e a China
43:17que tem uma participação
43:18muito grande
43:18por exemplo
43:19na produção de patentes
43:21no desenvolvimento
43:22tecnológico
43:23o Brasil ainda está um pouco
43:24defasado
43:24tirando alguns setores
43:25foram lembrados aí
43:27alguns pontos
43:29de desenvolvimento do Brasil
43:30a Embraer
43:30por exemplo
43:31a Embraer
43:32a Fiocruz
43:33mas a gente escolhe
43:34um pouco a dedo
43:35mas enfim
43:36é um país que tem possibilidades
43:37temos que saber aproveitar
43:38as oportunidades que aparecem
43:40em termos diplomáticos
43:41acho que o Brasil sabe
43:42se mexer em vários tabuleiros
43:44embora o mundo não seja
43:45um cenário fácil
43:46hoje em dia
43:46pelo contrário
43:47o Vila é um mundo
43:47muito fraturado
43:48marcado por tensões
43:50antagonismos
43:50mas o Brasil tem
43:51uma habilidade diplomática
43:52que permite
43:53ao mesmo tempo
43:54no ano passado
43:55presidir o G20
43:56esse ano presidir o BRICS
43:57presidir a COP30
43:59tudo isso tem que ser valorizado
44:00pelo país
44:01na busca de oportunidades
44:03que nos coloquem
44:03numa posição melhor
44:04na cena internacional
44:05lembrando a quem nos acompanha
44:08que vai ter reunião
44:09aqui no Brasil
44:10do BRICS
44:11e o Irã
44:11faz parte agora
44:13do BRICS
44:13certamente na declaração
44:15dada no final
44:16da reunião
44:17vai ser tocada
44:18nessa questão
44:18que é uma
44:20questão bem espinhosa
44:21nós estamos indo
44:22realmente para o final
44:24do nosso encontro
44:25de hoje
44:25então temos três minutos
44:27nós vamos ter de ser
44:28exatamente
44:29um minuto
44:30vai ser como eu brinco aqui
44:31já que estamos falando
44:32de Oriente Médio
44:33salomônico
44:34vamos fazer uma divisão
44:35salomônica
44:36um minuto para cada um
44:37dos nossos convidados
44:38peço por favor
44:39concisão
44:40e vou pedir o seguinte
44:41a cada um de vocês
44:42se é possível
44:43indicar ao nosso público
44:45um livro
44:45que possa auxiliar
44:47pode ser em geral
44:48é uma pergunta de improviso
44:50não combinei com
44:50nenhum dos nossos convidados
44:52um livro que pudesse
44:53auxiliar em entendimento
44:54do que está ocorrendo
44:55pode falar de dois
44:56mas falar um
44:57já está muito bom
44:58eu falaria
44:59eu perguntaria
45:00ao professor Paulo Fedro
45:01dentro dessa concisão
45:02de um minuto
45:02o senhor teria a sugestão
45:04de um livro
45:06para quem possa acompanhar
45:07o que está acontecendo
45:08foi bom que você fez
45:13essa pergunta
45:14porque existe um livro
45:15incrivelmente importante
45:17e tão importante
45:18que os escritores
45:20que é o Acemoglu
45:23e o Johnson
45:25dois professores
45:26de universidades americanas
45:27importantes
45:28ganharam o prêmio Nobel
45:30principalmente por conta
45:31desse livro
45:32que se chama
45:33Poder e Progresso
45:34Poder e Progresso
45:37é um livro
45:37que conta
45:38a história do mundo
45:40nos últimos mil anos
45:41com base
45:44na tecnologia
45:45e quem é que
45:47acabou
45:48triunfando
45:50em cada momento
45:51e quem triunfou
45:53triunfou
45:54porque dominava
45:55a tecnologia importante
45:56naquela era
45:57só um exemplo rápido
46:00Portugal
46:00por exemplo
46:01e a Espanha
46:02porque dominavam
46:03a navegação
46:04naquela época
46:05vela
46:06foram os líderes
46:08para os descobrimentos
46:10e então
46:11ou seja
46:12conheciam uma tecnologia
46:14então
46:14esse livro
46:15é muito importante
46:16porque ele mostra
46:17quem ganha
46:19e quem perde
46:20com as tecnologias
46:21e o livro
46:22tem um capítulo
46:23especial
46:24sobre inteligência
46:25artificial
46:26aonde ele comenta
46:28que
46:28os autores
46:30estão muito
46:31preocupados
46:32porque acham
46:33que
46:33os empregos
46:35que serão gerados
46:36com a inteligência
46:37artificial
46:38são muito
46:39pequenos
46:40em quantidade
46:41pequena
46:41diante da massa
46:43enorme
46:44de empregos
46:44que serão eliminados
46:45então eu recomendo
46:47fortemente
46:48esse livro
46:48Poder e Progresso
46:50autores
46:51Acemoglu
46:52e Johnson
46:53Doutor Trosser
46:55Shattletown
46:56A Saga do Endurance
46:58é sobre
46:59um livro
47:00sobre o navio
47:01que ficou encalhado
47:02na Antártida
47:03em 1914
47:05é muito interessante
47:07como a realidade
47:08foi mudando
47:09e como foi
47:09um livro gostoso
47:10de ler
47:11mas mostra bem
47:12o que é
47:13política econômica
47:14é como você
47:15se ajusta
47:16a mudanças
47:17nas condições
47:18então
47:19e gostoso de ler
47:20eu recomendo
47:21sem restrições
47:22Professor Paulo Velasco
47:25Como tem esse ano
47:27além dessas confusões
47:29no Oriente Médio
47:29em curso
47:30temos a cúpula
47:31do BRICS
47:32no Rio de Janeiro
47:32daqui a duas semanas
47:33indico como leitura
47:34um livro intitulado
47:36O Mundo Pós-Americano
47:37escrito por um acadêmico
47:39norte-americano
47:40de origem indiana
47:41chamado Farid Zakaria
47:43esse livro foi publicado
47:44no Brasil
47:44em 2008
47:45pela Companhia das Letras
47:46em 2007
47:47nos Estados Unidos
47:48O Mundo Pós-Americano
47:50traz uma análise interessante
47:52sobre a ascensão da China
47:53ascensão da Índia
47:54o declínio relativo
47:55do poder dos Estados Unidos
47:57enfim
47:57e como o mundo
47:58de fato
47:59de lá pra cá
47:59ele tem mudado
48:01em termos geopolíticos
48:02de maneira muito significativa
48:03ajuda inclusive
48:04a entender partes
48:05do drama no Oriente Médio
48:06e a realidade de poder
48:07que temos em curso agora
48:09recomendo a leitura
48:10O Mundo Pós-Americano
48:11bem
48:12eu
48:13antes de
48:14eu vou agradecer
48:15claro
48:15aos nossos convidados
48:16o dos três
48:16eu li
48:17O Mundo Pós-Americano
48:18de Zakaria
48:19que também
48:19era correspondente
48:20não sei
48:21da Newsweek
48:21salvo engano
48:22e
48:23é um grande pesquisador
48:24é um belo livro
48:25e além dos dois
48:26livros colocados aqui
48:28agradecer
48:29muito
48:29aos nossos convidados
48:31ao Roberto Luiz
48:31Trosser
48:32doutor
48:32em economia
48:34aqui pela FEA
48:34pela Faculdade de Economia
48:35e Administração
48:36da USP
48:37remotamente
48:38ao professor
48:39Paulo Velasco
48:40professor de Política Internacional
48:42da UERJ
48:43e o professor
48:44Paulo Feldman
48:45aqui da FEA
48:46da Economia
48:46da USP
48:47e agradecendo
48:48a todos vocês
48:49que nos acompanharam
48:50e convidando
48:50amanhã
48:51no mesmo horário
48:52às 22 horas
48:53ao novo
48:53Visão Crítica
48:54até
48:55A opinião
49:01dos nossos comentaristas
49:02não reflete
49:03necessariamente
49:04a opinião
49:04do Grupo
49:05Jovem Pan
49:06de Comunicação
49:06Realização
49:11Jovem Pan News

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