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  • 19/06/2025
No Visão Crítica, os economistas Juliana Inhasz e Jason Vieira debatem a escalada dos preços do petróleo diante do confronto entre Israel e Irã. Analisam como o bloqueio potencial do Estreito de Hormuz e os riscos de interrupção na oferta global pressionam os combustíveis, impactando a inflação e a economia brasileira.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/vQ7LmS9odhw

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Transcrição
00:00Professora Juliana, professora, eu sei que no momento nós estamos no calor da hora, ainda é difícil a gente ter uma resposta assertiva, direta.
00:08Mas, a princípio, quais são, nessa conjuntura, os impactos desse conflito na economia mundial?
00:14Bom, na economia mundial, Vila, em primeiro, boa noite, é um prazer estar aqui com vocês.
00:19Na economia mundial, o primeiro impacto, claro, a gente tem um aumento do risco bem generalizado,
00:24porque todo esse conflito traz uma percepção de que a gente pode ter, primeiro, interrupções em algumas rotas
00:32que são importantíssimas para o comércio mundial, especialmente para um produto que é essencial para todo mundo, que é petróleo.
00:39Então, as possibilidades de paralisação, tanto no canal de Suez, quanto no estreito de Hormuz,
00:46faz com que a gente possa ter interrupções na forma como o petróleo, especialmente, se espalha pelo mundo,
00:54assim como outros tantos tipos de produtos que são essenciais, usam essas rotas, esses caminhos,
01:00porque encurtam bastante o tamanho das rotas, o tempo de transporte.
01:06Então, esse tipo de interrupção pode, primeiro, gerar um aumento de preços globalizado.
01:11Então, tem um aumento do risco se isso realmente acontecer.
01:16Existem muitas especulações também nesse momento, mas, sem dúvida, se esses caminhos,
01:21se esses canais forem realmente interrompidos, a gente acaba tendo não só o aumento do risco,
01:27quanto o aumento do custo de mercadorias que são importantíssimas, eleva os preços mundialmente.
01:33Isso tem reflexos, tanto para os países desenvolvidos, quanto para países emergentes como os nossos.
01:39E aí, um dos reflexos, e certamente a gente ainda vai conversar muito disso hoje,
01:43é o aumento de uma taxa, ter uma taxa de juros eventualmente mais elevada,
01:47ou mais elevada durante, alta durante um período maior de tempo, com mais persistência,
01:53justamente refletindo essa precificação do risco que acontece dentro desse cenário,
01:59e inflação maior aí mundo afora.
02:03Jason Vieira, para você, mesma questão, quais são os possíveis impactos na economia mundial?
02:09Lembrando a quem nos acompanha, que lá atrás, em 1973, faz um certo tempo,
02:15Santos foi até campeão paulista, faz muito tempo,
02:19quando veio a guerra de 73, teve um impacto muito grande na economia mundial,
02:25com a quadruplicação num prazo muito curto do preço do petróleo,
02:29e o Brasil foi um dos países atingidos.
02:31Nós chegamos a ter, até no governo Geisel, falando para os mais novos,
02:35momentos que os postos de gasolina, nos finais de semana, ficavam fechados.
02:38Eu passo a bola para você, Geisel.
02:41Na sua avaliação, quais poderão ser os impactos na economia mundial?
02:44A comparação com 73, eu estava no projeto, estava prestes a chegar no mundo naquela época,
02:50a comparação com 73, ela tem uma certa relevância,
02:53mas há uma diferença bastante significativa daquele momento,
02:57porque os produtores mundiais, primeiro que não havia o número de jazidas descobertas
03:02que nós temos hoje em dia, e nem tecnologias para gerar o nível de produtividade
03:05que o setor de petróleo tem hoje.
03:08E mais importante, naquela época, você tinha um poder real da falta de comunicação,
03:15e é o que muda em relação ao mundo hoje em dia.
03:17Hoje, nós temos a velocidade de comunicação muito maior,
03:21nós conseguimos entender e, talvez até relativizar os eventos de maneira mais acelerada,
03:27e não ter impactos como teve, por exemplo, a guerra da Ucrânia.
03:31A guerra da Ucrânia, ela tinha um impacto maior, porque ela tinha um impacto real
03:34na transmissão de gás para a Europa, ela tinha problemas na questão de trigo, milho,
03:40tudo isso que era produzido naquela região, enquanto o Irã, ele hoje,
03:44por conta de todas as sanções que ele sofre, ele é um produtor que ele responde
03:49na faixa de 0,2% da produção mundial.
03:52Mas, realmente, o grande problema é o estreito de Hormuz e qualquer interrupção de rota.
03:59Porque vamos lembrar o seguinte, o impacto inicial de preço maior do petróleo,
04:03ele é diretamente do combustível, porque ele é o transmitido mais rapidamente,
04:09porque é o que se agrega menos valor quimicamente do petróleo.
04:14O problema é que o petróleo mais caro, as pessoas não imaginam o quanto da cadeia produtiva
04:20do petróleo, as pessoas dependem hoje em dia.
04:23Ou seja, da roupa que a gente veste, do computador que a gente usa, de medicina,
04:31tudo que se pode imaginar, nós dependemos do petróleo e as pessoas não sabem disso.
04:35As pessoas imaginam que a produção do petróleo é meramente para transportes,
04:40e não, ela está intrinsecamente conectada ao mundo moderno.
04:44Então, o temor é de que essa manutenção, dessa instabilidade na região,
04:50ou a transformação disso num evento com maiores dimensões,
04:55Deus queira que isso nunca aconteça,
04:58isso possa se converter.
05:00Primeiramente, nessa incerteza que afeta as decisões de política humanitária,
05:05tivemos duas importantes hoje, tanto da FOMC quanto do Copom,
05:08o Copom deu um recado duro, que tudo bem, tem um recado ao governo também que foi dado ali,
05:14mas o recado é de que as incertezas estão pesando nas decisões de política monetária.
05:18E nos Estados Unidos a mesma coisa, ainda não se sabe, por exemplo,
05:21o impacto das tarifas que vão acontecer nos preços nos Estados Unidos,
05:25e não se sabe o impacto da guerra, se ela vai avançar.
05:29E só lembrando o seguinte, há um problema em relação ao preço do petróleo?
05:33Há, mas ao mesmo tempo temos que lembrar que o petróleo não chegou nem aos preços do começo do ano,
05:37que estavam próximos a 80, eles chegam ali próximos e tal,
05:41ainda não é um problema.
05:43Pode se tornar um problema? Pode.
05:45Mas os produtores de petróleo já estão numa situação também
05:48que eles estão precisando fazer caixa faz muito tempo,
05:51e estavam se programando para aumentar a produção.
05:53Daí que a gente viu o petróleo caindo para 58 recentemente.
05:57Agora vamos aguardar, tudo isso depende do quão complicado esses eventos vão se desenrolar.
06:04Perfeito.

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