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No Visão Crítica, Mylenna Souza Lirio e Carlos Braga analisam a melhor estratégia do Brasil diante das taxações dos Estados Unidos. Eles debatem se o país deve aplicar retaliações, avaliando os riscos e benefícios de cada caminho. Os especialistas ponderam que, com uma postura firme e negociação estratégica, Trump pode voltar atrás em suas decisões, evitando um cenário de guerra comercial prejudicial para ambos.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/iUPLu-ocgeE

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00:00Professora Milena, pegando esse gancho do Capaz e do professor Carlos Braga,
00:06caso não ocorra até o dia 1º de agosto uma mudança por parte do governo americano,
00:13o governo brasileiro vai ter de agir de uma forma ou de outra.
00:16Ou taxando os serviços americanos aqui, pode ser chamado de retaliação ou não,
00:21vai ter de fazer algo que vai buscar, provavelmente, continuar as negociações,
00:25mas as taxações entram em campo, para usar a velha linha, as metáforas futebolísticas que são tão presentes no Brasil.
00:33Essa questão, como o governo brasileiro vai responder a tudo isso?
00:37Ou seja, o que eu estou querendo colocar para a senhora é o seguinte,
00:40há sempre o perigo no Brasil daquele nacionalismo exacerbado,
00:46uma espécie de policarpo quaresma do século XXI, célebre personagem do Lima Barreto,
00:51num clássico triste fim de policarpo quaresma.
00:54Ou, para os mais novos, que não conhecem literatura, porque hoje não se lê mais nas escolas brasileiras,
00:59os que gostam de futebol, nos anos 80, tinha o Pacheco,
01:04que era aquele nacionalista que achava que o Brasil ia ganhar todas as Copas do Mundo,
01:08todas que o Brasil perdeu.
01:09Era o Pachequismo e tal, que não é o do Eça de Queiroz, esse é o outro.
01:12Eu pergunto à senhora, como é que nós vamos ter uma posição equilibrada à frente?
01:17O entreguismo de alguns, os que põem Bonemar ganha entreguismo,
01:21como nós falamos nos anos 50 e 60, eu gosto de recordar isso,
01:25com aquele nacionalismo tupiniquim exacerbado, como se o Brasil fosse um país autárquico.
01:31Ou seja, como manter o equilíbrio nesse momento de enorme tensão?
01:35Eu diria que não se mantém.
01:37E aí, por que eu digo isso?
01:39Porque, de alguma forma, essa escolha de Sofia vai ter que acontecer.
01:45Porque as questões de política externa, de relações internacionais,
01:51impactam em muito a nossa política interna, e nós estamos vendo esse encontro aí.
01:55Existe uma disputa pelo espólio bolsonarista, o ano que vem é um ano de eleições,
02:01então, em muito, isso também entra na pauta de como essas forças estão se organizando
02:06para tentar controlar essas informações,
02:11ou dizer que eles estão controlando a pauta do cenário internacional,
02:15que eles estão conseguindo ter uma influência em como as decisões dos Estados Unidos
02:20chegam até o Brasil, né?
02:22Olha, o Eduardo Bolsonaro negociou diretamente com o Marco Rubio e tudo mais,
02:29mas o Brasil vai precisar tomar medidas decisivas com relação a essa economia,
02:37se reunir com os empresários como tem feito.
02:39Não digo que seriam de retaliação, mas algo com relação às taxações vai precisar ser feito,
02:47e eu acredito que o Brasil terá que construir um conjunto de decisões,
02:52ou seja, subsidiar o que pode ser subsidiado por um certo tempo,
02:57tentar sempre a negociação desse prazo,
03:01tentar reverter a medida do Trump,
03:04e aí eu relembro que o professor Capaz mencionou que eu também acredito que o Trump vá mudar de ideia,
03:10na medida que o impacto sobre a sua população vá pesar,
03:14inclusive o lobby do empresariado,
03:16mas que independente de ele voltar ou não na decisão,
03:20o efeito já aconteceu, né?
03:23Lançar a ideia da taxação,
03:25com relação à União Europeia,
03:28inclusive, ele também tinha lançado uma taxação,
03:31mas ele foi dizendo que a negociação estava caminhando,
03:35que a União Europeia estava sendo cooperativa,
03:38e foi mudando o prazo, né?
03:40Então,
03:41esse não é uma movimentação que seria inédita com relação ao Trump.
03:45Então, eu acredito que o Brasil vai ter que buscar essa negociação,
03:49e vai ser de maneira continuada, né?
03:51Aquela diplomacia da altivez do Brasil,
03:54e, infelizmente,
03:55teremos algumas consequências no setor interno,
03:58porque eu não acredito que seja possível administrar esses três pratos, né?
04:02Pensar como administrar a economia,
04:05como impedir que os efeitos sejam tão danosos,
04:09e aí, com relação aos efeitos,
04:11eu tenho que concordar também com o professor Braga,
04:13porque,
04:14claro que os Estados Unidos é um ator muito importante na nossa pauta de exportação,
04:20mas não é também o fim do mundo, né?
04:23A curto prazo,
04:24porque nós já temos buscado outros parceiros já há algum tempo.
04:29O BRICS, diferente do que tentam colocar aí,
04:32não é uma aliança anti-americana,
04:37cheia de governos,
04:39enfim,
04:40de ditadores,
04:41não é isso,
04:42porque você precisa ter relações,
04:44boas relações com todos.
04:45Então, assim,
04:46é um grupo,
04:48de certa forma,
04:48até informal,
04:49o próprio professor Braga,
04:51inclusive,
04:51mencionou as contradições internas,
04:54ou seja,
04:55a Índia com relação à China,
04:57a dificuldade com o Paquistão,
04:59a declaração da reunião do BRICS,
05:01que mencionou a resolução,
05:04e reforçou a ideia de reforma do Conselho de Segurança da ONU,
05:09dessa vez,
05:10teve uma mudança no tom.
05:11Dessa vez,
05:12eles mencionaram que a ideia é aumentar a participação do Brasil e da Índia,
05:19e também colocar uma participação dos países africanos,
05:23não mais mencionar diretamente a África do Sul,
05:26porque existem as contradições internas da discussão com relação à União Africana,
05:30a chegada do Egito,
05:32da Etiópia,
05:33então você tem outros países no BRICS+,
05:37e que vão trazer outras discussões que vão impactar essas decisões enquanto BRICS,
05:43e dito isso,
05:44também dizer que a busca por outros parceiros econômicos não é algo novo,
05:50isso inclusive fundamenta o próprio processo de integração regional,
05:54os próprios países ao longo do tempo,
05:56desde, enfim,
05:57Carvão e Do Aço,
05:58perceberam que a negociação,
06:01ela enquanto grupo,
06:03ela tem uma força maior do que uma negociação unilateral,
06:07dependendo da situação.
06:09Então,
06:09é claro que o BRICS tem uma força com relação a pontos estratégicos,
06:15então a gente vê aí assuntos que têm sido nevrálgicos com relação aos Estados Unidos,
06:20porque a China tem um desenvolvimento muito interessante em energia,
06:27energia em energia,
06:29os carros elétricos,
06:33a Índia com relação a insumos,
06:36então a gente está falando de países que fazem parte de um grupo,
06:41e que em muito pode contribuir com outras tecnologias,
06:45com o avanço de outros estudos,
06:46e isso vai impactar os interesses dos Estados Unidos,
06:49eles não são mais o hegemón em todas as pautas,
06:53então eles estão indo em todos esses países,
06:56vejam bem,
06:57nas últimas semanas nós tivemos reunião dos Estados Unidos com a Índia,
07:03os Estados Unidos foi,
07:05o Trump foi até o Golfo Pérsico,
07:07ele também se reuniu com os ditadores,
07:09então a gente não está falando que é o BRICS,
07:12essa cúpula de ditadores,
07:13eles sabem que nós precisamos,
07:16todos os países,
07:18nesse contexto de cenário internacional,
07:19precisa ter boas relações com todos os países,
07:22mas é o controle dessa discussão que tentam fazer.
07:28Perfeito.
07:29Professor Carlos Braga,
07:31as pessoas nem sempre entendem como é que funciona o comércio internacional,
07:35então no caso do Brasil,
07:37as pessoas acreditam,
07:38não, isso pode estar resolvido o seguinte,
07:40ao invés de exportar,
07:41manda tudo para o consumo interno,
07:43como se fosse uma coisa,
07:44de uma forma muito primária e tal,
07:46nós sabemos que é a questão econômica um pouco mais complexa,
07:50eu coloco ao senhor,
07:52o Brasil hoje não é mais,
07:54o senhor mesmo expôs,
07:55no passado teve uma forte dependência no comércio com os Estados Unidos,
08:00nós temos uma pauta de exportações relativamente diversificada,
08:03se eu estiver errado,
08:04o senhor por favor me corrija,
08:06o que está acontecendo agora,
08:07é uma lição para o futuro do Brasil em termos de comércio internacional?
08:12Certamente,
08:13o que nós observamos é que essas medidas que a administração Trump vem tomando
08:20tem implicações muito significativas para a governança do comércio internacional,
08:28e basta lembrar os Estados Unidos,
08:31foi o grande arquiteto no pós-segunda guerra mundial,
08:35da estrutura de liberalização comercial,
08:40começando com o General Agreement on Tariffs and Trade,
08:44esse acordo do qual o Brasil foi um dos signatários iniciais,
08:51lá em 1947, 48,
08:55e que é um dos pilares da criação da Organização Mundial de Comércio,
09:00o que a administração Trump está fazendo,
09:03é simplesmente contrária às regras da Organização Mundial de Comércio,
09:11muita gente fala,
09:12ah, o Brasil deve apresentar um caso no contexto do sistema de solução de controvérsias
09:20da Organização Mundial de Comércio contra os Estados Unidos,
09:25eu concordo, deve, vai ganhar,
09:28só que tem um pequeno detalhe,
09:29aí tem um sistema de apelação da Organização Mundial de Comércio,
09:35que é parte integral aí do processo de solução de controvérsias,
09:40e esse sistema de apelação,
09:43essa corte de apelação,
09:45está inoperante desde 1999,
09:48porque os Estados Unidos,
09:51desculpem,
09:53desde 2019,
09:55porque os Estados Unidos
09:56deixa de aprovar a substituição de juízes na corte,
10:01então o Brasil pode entrar com um caso contra as tarifas dos Estados Unidos,
10:09vai ganhar com certeza,
10:11só que não vai acontecer nada,
10:12porque o processo não avança,
10:14os Estados Unidos simplesmente vai iniciar uma apelação,
10:19e aí a gente fica num limbo,
10:21até que a corte de apelação volte a funcionar,
10:26que certamente não vai acontecer durante a administração Trump,
10:30né,
10:31então,
10:33como foi mencionado,
10:35o Brasil diversificou a sua pauta exportadora,
10:39né,
10:39hoje o Brasil tem como principal parceiro,
10:43como todos vocês sabem,
10:44a China,
10:45né,
10:45em 2024,
10:4928% do valor das nossas exportações,
10:52foi para a China,
10:53agora,
10:54a grande maioria dessas exportações são commodities,
10:59e,
10:59como eu já disse,
11:00como eu já mencionei,
11:0112% em termos de valor,
11:03para os Estados Unidos,
11:05agora,
11:05quais são as características das exportações,
11:08nossas para os Estados Unidos,
11:11elas têm um valor adicionado,
11:13bem mais elevado do que aquele que a gente observa nas nossas exportações para a China, né,
11:19então,
11:20esse é um dos grandes problemas também,
11:22porque o valor médio das nossas exportações,
11:26o valor unitário é muito mais elevado no caso do mercado norte-americano do que em outros mercados, né,
11:34então,
11:34o que a gente tem que fazer é o que a União Europeia,
11:37nesse momento,
11:38está fazendo, né,
11:39os Estados Unidos já anunciou qual é a tarifa recíproca para a União Europeia, né,
11:45anunciou que será de 30%, né,
11:48a despeito de negociações anteriores,
11:51e também para valer a partir de 1º de agosto,
11:55a União Europeia,
11:56a Comissão Europeia,
11:58basicamente,
11:59diz,
11:59nós não vamos retaliar,
12:01nós estamos preparando a nossa lista de produtos que eventualmente a gente poderia retaliar,
12:08mas nós vamos esperar até o 1º de agosto para ver se isso é para valer ou não, né,
12:14porque todo mundo tem na cabeça a famosa meme que um jornalista do Financial Times atribuiu ao senhor Trump, né,
12:24o acronimo de TACO, né,
12:29Trump Always Ticken Out,
12:31quer dizer,
12:32o Trump sempre se acovarda,
12:34eu acho que isso não é,
12:37vamos dizer,
12:37uma fotografia adequada,
12:39a realidade é que é a total,
12:42vamos dizer,
12:42imprevisibilidade do senhor Trump,
12:46porque como nós vimos no caso do Irã,
12:48recentemente,
12:49como nós vimos no caso dos produtos siderúrgicos,
12:52e agora,
12:53mais recentemente,
12:55com esses anúncios novos sobre tarifas,
12:58ele vem tomando medidas que tenham um impacto significativo,
13:03e o moral da história,
13:05se a gente lembrar do que o Ariano Suassuna costumava dizer, né,
13:10o fanatismo e a inteligência nunca moram na mesma casa,
13:15e é o caso do senhor Trump.
13:18É verdade,
13:19e bela lembrança do Ariano Suassuna,
13:21grande figura.

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