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No Visão Crítica, Nelson Marconi, Roberto Dumas e Roberto Gianetti da Fonseca debatem a melhor resposta do Brasil às ameaças de taxação de Donald Trump. Eles afirmam que o Governo precisa buscar o apoio de empresários e grandes economistas para negociar com os Estados Unidos de forma "madura", evitando escalar a crise e proteger a economia brasileira de impactos ainda maiores.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/2fZlFTpCPxc

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Transcrição
00:00Professor Nelson Marconi, para o senhor, estudando a economia brasileira e vendo as relações Brasil-Estados Unidos,
00:08eu acho que, não sei o que o senhor considera também, se houve ou não surpresa da forma como foi caminhada,
00:13que teria tarifas, a gente sabe, isso faz parte também de um jogo doméstico do Trump.
00:18É bom lembrar que ele não está falando só para o público externo, principalmente está falando para o público interno,
00:24dentro de uma visão de economia sui gêneros, porque ele desenha um cenário econômico dos Estados Unidos que nunca vai ocorrer.
00:30É uma volta ao passado, num passado que não existiria muito.
00:34O caso de algumas indústrias, o caso dos automóveis, das montadoras, acho que é o exemplo melhor, um dos melhores.
00:40Mas, professor Nelson Marconi, como é que fica isso?
00:43E nós, nessa história toda, como vamos responder?
00:45Vamos dar uma de policarpo quaresma, do ultranacionalismo, não vamos mais usar expressões em inglês do nosso cotidiano,
00:52só o tupi-guarani, alguma coisa do tipo, né?
00:55O grande clássico do Lima Barreto, o Leio, o trece de fim de policarpo quaresma,
01:00ou vamos sentar de forma madura, afinal somos uma das maiores economias do mundo,
01:04e discutir com os Estados Unidos.
01:05Boa noite para todo mundo que está nos assistindo.
01:08Boa noite, Mila.
01:09Boa noite.
01:10Lácer, boa noite.
01:11Roberto, eu, o Dumas, desculpe, eu entendo que essa medida do Trump realmente é uma coisa absolutamente deslocada,
01:21concordo com vocês completamente, quer dizer, ele está usando um instrumento de política de desenvolvimento,
01:27que você tem que usar de várias formas, não, dessa que ele está usando, né?
01:30Já foi usada na história, não sei se hoje, como que seria para ela dar certo,
01:35mas ele está usando para discutir política, né?
01:39Está certo?
01:39É uma coisa absolutamente inusitada, é o que o Dumas falou.
01:43Ele está pegando um instrumento de comércio para tentar impor uma questão política da soberania do país,
01:54de que o que deve decidir em relação a isso, para um processo que está sendo encaminhado no judiciário.
01:58O Steve Bannon falou hoje, né?
02:00Está certo?
02:00Vocês tirem o processo que a gente tira as tarifas, quer dizer, é uma coisa que não tem absolutamente...
02:05Não é negociável.
02:07Não, e o Steve, primeiro já é uma loucura você pensar o Steve Bannon falando o nome do governo americano.
02:12Rest my case, não é tupi-guarani, mas falando o Steve Bannon já deu para entender.
02:17Então, e aí você imagina, quer dizer, ele está falando em nome do governo americano, né?
02:21Certo?
02:21Segundo, que é uma coisa absolutamente realmente impensável, né?
02:25Então, o que a gente vai ter que fazer?
02:27Nós vamos ter que negociar isso, concordo plenamente com vocês, de forma dura.
02:32O Itamaraty tem que entrar muito firme nisso, junto com...
02:35Talvez a ideia do Roberto é muito boa, a sugestão do Alckmin, a Câmara do Comércio Americana, né?
02:40Está certo?
02:41Os empresários...
02:41Eu acho que os empresários têm um papel muito forte nisso.
02:45Não dá para deixar só no governo...
02:47Dos dois lados.
02:48Dos dois lados.
02:49Porque, justamente, o governo americano e o governo brasileiro não têm uma relação que, digamos, é a melhor possível, certo?
02:54Mas tem interesses comerciais muito importantes aí.
02:57Então, a gente deveria fazer com que esse...
03:01O problema é que o governo, às vezes, fala, vamos criar uma comissão.
03:04Quando ele fala, vamos criar uma comissão, já assusta, porque você pode ser quem demora e tal.
03:08Tem que ser uma coisa muito ágil e, realmente, fazer, do ponto de vista da negociação, ir para tentar mostrar o que vai acontecer na economia americana,
03:18porque, a curto prazo, ele vai ter apoio, mas, a longo prazo, isso vai gerar mais inflação, como vocês mesmos falaram.
03:24E, né, ele, ao mesmo tempo, o Brasil tem que sair, né, o Itamaraty, o Ministério do Desenvolvimento, eles têm que começar a buscar outros mercados também.
03:35Porque não me parece que essa tarifa vai se reverter tão rápido em função da motivação dela, que é a política, certo?
03:42O governo não tem que voltar atrás...
03:44Não tem solução política.
03:45Exato, né, não vai voltar atrás no processo...
03:46Não tem solução política.
03:48Não tem solução política, da forma como está colocado.
03:50Só tem solução comercial.
03:52Exato.
03:52Do lado comercial, sim, mas será que, então, eles vão abrir mão disso?
03:56Pois é.
03:56É muito difícil a gente imaginar, mas tem que, realmente, fazer esse, vamos dizer, esse acordo com o empresariado.
04:05Concordo plenamente que foi depois dos BRICS, é óbvio, que o que o Trump está preocupado é com a moeda americana,
04:10que está perdendo espaço na economia internacional, ele está vendo os BRICS.
04:14Fazerem acordos, né, está certo?
04:16E aí, como é que vai ser?
04:18Quem vai bancar?
04:19Quer dizer, o Brasil vai à frente e vai continuar negociando com os BRICS, vai negociar com os americanos.
04:23Tem que fazer tudo junto, eu acho, mas de uma forma muito profissional.
04:26E aí precisa das pessoas que entendem de negociação.
04:30Ajudar o governo, que é o Itamaraty, mas os empresários, vai tentando ir.
04:34Mas é uma situação muito difícil.
04:34Eu chamaria até de grupo negociador e não de comitê.
04:38Exato.
04:39Tem que ser um grupo negociador.
04:40Para já dar a ideia de que a estratégia é que esse grupo, comandado pelo vice-presidente,
04:46que tem autoridade moral e política para falar em nome do país, lidera esse grupo para ir lá negociar.
04:53Exato.
04:54Perfeito, perfeito.
04:55Pensando que vai, do ponto de vista comercial, que vai ter que fazer eles fazendo uma pressão no Trump.
05:00Porque não dá o que negociar política.
05:02Quer dizer, o Supremo Tribunal Federal não vai mudar de opinião e nem o Lula tem condição de intervir.
05:07E nem colocar isso na mesa.
05:09Então isso é absolutamente inegociável.
05:11Ele entrou, se é esse o caminho, não há negócio.
05:14Exato.
05:14A chance, quer dizer, de sucesso, são os empresários americanos mostrando para o Trump a besteira que ele está fazendo.
05:21Até porque, deixa eu colocar um outro ponto aqui importante, Nelson, que é o seguinte.
05:25Grande parte desses produtos que você citou são produtos, Roberto, que são produtos intermediários,
05:34que são usados pela indústria americana na produção de produtos finais.
05:38Outros produtos, exato.
05:39Setor de aço, alumínio, peças e componentes para a indústria automobilística, etc.
05:45Na hora que encarece esses produtos, o produto final americano e essas indústrias que estão lá importando,
05:52elas vão ser seriamente afetadas na sua competitividade.
05:56E vão perder competitividade para outros países que não estão com tarifa.
06:00Então, assim, é tão ingênua essa ideia, que é o último parágrafo da carta,
06:05que diz assim, se vocês vierem produzir aqui, não haverá tarifa.
06:09Isso é de uma ingenuidade.
06:11Como se fosse de uma hora para outra.
06:12Não, e como se fosse alguém da ordem.
06:14Olha, não produza mais no Brasil, vem produzindo nos Estados Unidos.
06:17Quem diz? Isso é o mercado.
06:19Claro.
06:19São as condições de competitividade, qual é a qualidade da mão de obra, qual é o custo da mão de obra,
06:24a tecnologia disponível, a tributação, o financiamento.
06:28São essas condições que levam o empresário a escolher o local da sua fabricação.
06:34E os Estados Unidos hoje não é um local, eu vou até, era, mas hoje não é nem confiável.
06:39Porque na hora que muda as regras de forma aleatória, quem é que vai investir nos Estados Unidos?
06:45Eu não investi em um ambiente desse.
06:46Um ambiente que o cara pega, dá um tapa de um lado, dá um tapa...
06:50Nem o Elon Musk tem confiança mais no trânsito.
06:52Olha o risco da recessão.
06:54Entendeu?
06:54Porque o cara entrou lá e de repente o carro elétrico dele ficou colocado na berlinda.
06:58Sim.
06:59Aliás, um ponto para complementar.
07:01Perfeito.
07:01Eu falei uma vez, um trabalhador que trabalha com aço semilaminado, ele acaba utilizando
07:0866 trabalhadores com aço laminado.
07:12Para transformação.
07:13Para transformação de carro, aeronave, eletrodoméstico, máquinas e equipamentos.
07:19Então isso é inflação na veia.
07:21Sim.
07:21E tem um ponto que Trump, claro, não posso chegar e falar que o Trump não entende, não
07:25é isso.
07:26Mas ele está com um problema na balança comercial.
07:29O teu problema é balança comercial ou o teu problema é a China?
07:33Porque balança comercial, por identidade macroeconômica, que a gente adora comentar
07:38isso daí, significa que o país está poupando pouco.
07:41Agora, o beautiful bill, big beautiful bill, que vai gastar 3,3 trilhões, vai aumentar
07:51o déficit fiscal dos Estados Unidos.
07:53De uma dívida de 36 tri.
07:56Exatamente.
07:56Já chega assim.
07:57Já vai para a cento e lá vai pedra.
07:59Impagável, impagável.
08:00Já sabe que aquilo só vai rolar infinitamente.
08:02E aí ele queria, vamos pensar o seguinte, depreciar o dólar.
08:07Gente, mas vamos lá, eu já tenho minha idade.
08:10Eu lembro do acordo de plaza em 1985.
08:14Ronald Reagan falou, olha, os G5 mais os Estados Unidos, Alemanha Ocidental, França,
08:20Reino Unido, Japão, Canadá e Estados Unidos, tem que entrar vendendo dólar para depreciar
08:26o dólar porque eu quero mudar minha balança comercial.
08:28Só que morria Konstantin Tchernenko, morria Yuri Andropov, morria Konstantin Tchernenko,
08:37Yuri Andropov, Leonid Brezhnev, entrava Gorbachev.
08:42Quem é esse cara?
08:43Eu não sei.
08:44Bom, então vamos fazer a Guerra Fria.
08:46Aumentou o gasto fiscal.
08:47Aumentou o gasto fiscal, foi o início dos déficits gêmeos.
08:51Então, a despeito da depreciação do dólar e a apreciação das moedas do G5,
08:57Ronald Reagan acabou com déficit nas contas externas maior ainda, da ordem de 5%.
09:03Então, isso é uma falha de conhecimento de macroeconomia.
09:07Crônica.
09:08Básica.
09:08E crônica.
09:09Não é com tarifa que você resolve isso.
09:12É poupando.
09:14É a mesma coisa, você está em pleno emprego.
09:16Eu te dou mais dinheiro.
09:18O que vai acontecer se eu estou em pleno emprego e não consigo produzir?
09:21Ora, eu vou comprar do vizinho.
09:24Para transformar o economês em uma linguagem bem padrão.
09:27Ou seja, se você não poupar, você vai continuar com essa guerra por muito tempo.
09:33Então, nós vamos voltar aqui quase que semanalmente para dizer com essas políticas tarifárias
09:38que ele quer endereçar o que ele fez uma análise correta.
09:43Estou em déficit comercial, mas o remédio que ele está usando é completamente equivocado.

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