- 22/05/2025
Os convidados do Visão Crítica avaliaram se a economia brasileira tem especificidades próprias. Segundo o professor Nelson Marconi, o governo federal tem uma “meta de inflação irrealista”.
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NotíciasTranscrição
00:00A pergunta que eu faço a você é o seguinte, a economia brasileira tem especificidades
00:04nossas mesmo, que essa construção teórica da economia que nós conhecemos, especialmente
00:11no mundo nacional, não dá conta, ou seja, porque uma taxa de juros tão alta, sempre
00:15entre as maiores do mundo, agora deve ser a terceira, creio, não tem uma resposta na
00:21economia, e só explicando a quem nos acompanha, que seria uma contração econômica, o país
00:25crescer menos, e crescer menos significa diminuir a massa salarial, aumentar o desemprego,
00:30e assim sucessivamente.
00:31Aqui em Pindorama é diferente?
00:33Pois é, não é diferente, nós temos um problema estrutural, aliás, esse termo é horroroso,
00:40mas é o que eu posso usar, no que se refere aos gastos públicos e às contas públicas.
00:47Se você observar, tem uma estatística mais cruel ainda, provavelmente nos últimos 30
00:53anos, o Brasil figurou como um país com as maiores taxas de reais de juros de curto
00:59prazo do mundo.
01:01Ou ele era primeiro, segundo ou terceiro lugar desde 92, 93.
01:07Porque a gente não resolveu o problema estrutural ainda nessa economia brasileira.
01:12Neste período, os gastos públicos cresceram a média de 6% em termos reais ao ano.
01:18Quer dizer o seguinte, 6% acima da inflação.
01:21Se a inflação foi 5,5%, 6% nesse período, porque já foi um pouco mais levadinha lá
01:27atrás, 6,5%, a gente está falando que os gastos públicos estão crescendo 12% ao ano,
01:32e aí praticamente eu estou dobrando esse gasto público a cada, sei lá, 7 anos.
01:37Para você ter uma ideia, o gasto com a Previdência vai chegar a um trilhão de reais esse ano.
01:44Eu citei os números dos outros gastos.
01:47Então a gente tem um problema no crescimento do Estado brasileiro, no volume do Estado,
01:53dos gastos públicos no Brasil, que torna muito difícil resolver um problema macroeconômico
02:00em geral no país.
02:01O Delfi Neto falava uma coisa magnífica, o Brasil está ficando inadministrável, ele
02:06dizia.
02:07O Felipe Salto esteve aqui e citou esse dado, a rigidez orçamentária de mais de 95%.
02:15Então o presidente assume o seu mandato e ele pode, quem sabe, controlar um tanto dos
02:215%, porque um tanto dos 5% não é obrigatório, mas se ele não gastar, não acende a luz.
02:28E tem as emendas, né?
02:29E tem as emendas.
02:31E tem as emendas e por aí vai.
02:33Então praticamente ele não tem recurso nenhum.
02:35Essa estrutura orçamentária rígida é um absurdo.
02:40A forma como o gasto evolui no Brasil é insustentável no tempo.
02:45E aquilo que o André coloca aqui de preocupação que é a cabeça do investidor.
02:51O que vai ser o ano que vem?
02:52O que vai ser daqui dois anos?
02:54A gente está o tempo todo nesse curto prazismo para tentar fazer o equilíbrio fiscal.
03:00E essa conta vai para juros.
03:02E a gente não resolveu esse problema.
03:04E a gente quer ter juros muito baixos no Brasil e eu não sei por que caminho.
03:08Não se esqueça que a produtividade do trabalho no Brasil anda de lado.
03:12Então com produtividade do trabalho andando de lado, com rigidez orçamentária e com gasto
03:17crescendo, algum lugar aparece o problema.
03:21Ou lugar é juros alto.
03:23Nelson, pegando esse gancho que o Márcio destacou.
03:28Nesse cenário, e lembrando que, insisto, que 2026 é um ano eleitoral.
03:33E tem as suas especificidades, certamente, né?
03:36Como sempre, a cada quatro anos isso ocorre, uma novidade.
03:39Como é que nós ficamos?
03:41Porque a taxa de desemprego de 7% da série histórica, em termos do primeiro trimestre,
03:47é a menor, né?
03:48Portanto, é um resultado bastante positivo.
03:51A inflação, quando é...
03:52O pessoal, muitas vezes, que assiste o programa fala,
03:54como vocês falam que a inflação está 5 vírgula não sei o quê?
03:57Eu não vejo isso no mercado.
03:58Não, nós falamos a inflação no conjunto, né?
04:02Está um pouco descontrolada, mas não é uma tragédia.
04:06As reservas cambiais são extremamente significativas que nós temos.
04:11A taxa de crescimento é grande.
04:13Portanto, dá um cenário bastante positivo.
04:16Ou será que nós estamos vivendo uma situação como, em 2010, o Brasil cresceu 7,5?
04:22Não crescia 7,5 há 24 anos, né?
04:25Cresceu 7,5.
04:26E aí, o próximo quadriênio, a situação foi se complicando até chegar a zero.
04:31E 2015, 2016, foi o pior bienio da história econômica republicana.
04:35Então, será que nós estamos caminhando por um cenário desse tipo?
04:38Ou seja, uma aparente bonança ou uma momentânea funcionamento da economia razoavelmente bem
04:45para um momento de crise daqui a pouco?
04:47Porque, quando vocês falam, é importante quem nos acompanha,
04:50gastos públicos têm de lembrar onde estão os investimentos, né?
04:53Porque uma coisa é os gastos carimbados.
04:56Como disse o Márcio, de saúde, educação, tudo aquilo que a Constituição determina.
05:01E a questão de investimento, como é que fica?
05:03Quer dizer, para você, como é que fica esse cenário?
05:06Olha, realmente é um cenário que hoje, você olhando assim, ele parece que está mais ou menos tranquilo, né?
05:12Tranquilo não, mas enfim, todos esses indicadores que você falou, exatamente.
05:15Acontece que a gente tem aí uma taxa de juros que é muito alta e que pressiona fortemente a dívida pública, né?
05:22Em parte, essa taxa de juros, o problema é o fiscal, em parte, do meu ponto de vista,
05:26é que a gente tem uma meta de inflação que é absolutamente irrealista, né?
05:30Quer dizer, a gente tem uma meta de inflação de 3%, o Chile tem, a Colômbia tem,
05:34você olha a inflação deles, todos eles estão em 5%, 4%, ninguém chega em 4%.
05:39A gente teria que ter um, eu defendo fortemente que a gente tem uma meta de inflação de 4%, certo?
05:45Lógico que precisa negociar isso direitinho, explicar o porquê para o mercado.
05:49Você não muda isso de um dia para a noite, lógico que você, por aumentar, diminuir, a meta é fácil.
05:54Aumentar a meta é muito complicado, mas isso cria uma disfunção muito forte.
05:59E aí o governo acaba compensando do lado fiscal e isso cria um impacto forte sobre a dívida pública.
06:06A dívida pública vai continuar crescendo em função dos juros, em função da expansão dos gastos
06:10e vai chegar uma hora que essa taxa de juros vai impactar o mercado mais fortemente.
06:15Eu digo mercado produtivo, por enquanto ela tem um delay, ela tem um tempo que demora para surtir esse resultado.
06:22Então, se do outro lado o governo está gastando, uma hora isso fica insustentável,
06:28porque tanto o gasto de um lado primário como o gasto com juros vão pressionar a despesa e a dívida pública.
06:34Uma hora esse ciclo estoura, está certo?
06:36Quando é, eu não sei.
06:37A minha impressão é que do ponto de vista político, o governo tem um cálculo que ele deixa a taxa de juros alta
06:43e ele entende que com isso, isso vai conseguir diminuir um pouco a inflação, certo?
06:49Esse ano.
06:50E vai abrir espaço para ele gastar mais no ano que vem do ponto de vista fiscal, certo?
06:55Quer dizer, diminuir a taxa de juros no ano que vem e conseguir gastar um pouco no fiscal.
07:00Só que ele está arriscando por causa que a variável de ajuste que é a dívida pública,
07:05você vai, o país vai continuar crescendo.
07:09E está achando que a inflação vai cair e tal, etc.
07:11Para mim, o governo não trabalha implícita.
07:14Quer dizer, ele diz que a meta é 3, mas ele trabalha no teto, certo?
07:19Ele está trabalhando perto do teto, que são os 4, 4,5, é isso que ele quer chegar.
07:24Então, pode ser que o ano que vem ainda não estoura, certo?
07:27Mas, a continuar nessa atuada, a dívida pública no futuro vai subir muito
07:32e aí isso vai gerar um desequilíbrio muito forte na economia.
07:35Como você falou sobre investimento e tudo mais.
07:37Pobre de quem foi eleito em 26, né?
07:39Vai ter trabalho.
07:40Aí é que é o problema.
07:41André, pegando essa questão da dívida pública, né?
07:46Porque quem nos acompanha, eu acho que é necessário um certo didatismo
07:50de entender o que é a dívida pública.
07:53Porque ela é rolada todo dia, né?
07:56E aí entra o mercado.
07:58Que é esse ser que não foi até hoje, ninguém sabe se alto ou baixo,
08:01ou gordo ou magro, qual é a idade.
08:03Mas existe o mercado.
08:04Ele tem colete.
08:05E tem colete, é verdade.
08:07Se você é gordo ou magro, você é gordo ou baixo.
08:09Tem razão.
08:10Então, a questão que se coloca é o seguinte.
08:14Essa questão de rolar a dívida.
08:16Algumas questões não poderiam ser pensadas, porque, claro,
08:19só é possível, é natural você comprar os sítios do governo,
08:23se aquela taxa de juros apresentada, ela é, para o investidor,
08:29ela é boa, né?
08:30Em uma linguagem muito vulgar.
08:33Agora, e se a gente começar a pensar uma discussão que sumiu do Brasil,
08:37mas em certo momento eu lembro ter visto,
08:38de mudar o perfil da dívida pública.
08:41Ou seja, aquilo que é, grosso modo, para pagar em 10 anos,
08:45pagar em 12, o que é para pagar em 15, pagar em 18.
08:49Ou seja, para fazer com que...
08:51Porque grande parte dos recursos que o governo tem,
08:54numa linguagem também mais simples, é para pagar a dívida pública.
08:56O grosso é pagar a dívida, quase tudo, né?
08:59Vai um monte lá de dinheiro para a dívida pública.
09:01O que para o seu José e a dona Maria, ele não entende.
09:05Ele quer saber, ter possibilidade de viver melhor do que...
09:09Porque antigamente você vivia melhor que os seus pais,
09:12e os seus filhos iam viver melhor que você.
09:14Esse foi o desenvolvimentismo do Brasil.
09:17Foi sempre assim.
09:18Isso foi interrompido em certo momento.
09:20Então, agora tem essa dívida pública que ninguém falava.
09:23Está aí presente já há algumas décadas.
09:25Como enfrentá-la?
09:26Como ter uma taxa de juros que seja boa para o mercado e boa para o país?
09:32Bem, primeiro, só lembrando do Fileto que você falou, né, Marcio?
09:38Eu fiz uma frase, eu acho que ele falava assim,
09:40o Brasil não é um país, é um acampamento, né?
09:42Para falar que, assim, as instituições não funcionam,
09:45tudo é muito frágil aqui.
09:47Sobre a rolagem da dívida,
09:48você não consegue fazer isso por vontade do Tesouro Nacional.
09:51Você tem que combinar com o outro lado, esse alongamento, mudar, né?
09:55Teve coisas já boas que aconteceram com o Brasil,
09:57que agora estão um pouco menos adequadas.
10:00Você pega os indexadores da dívida pública,
10:02você pega um tempo atrás,
10:04era quase tudo indexado a câmbio, né?
10:06Aí dava um choque no câmbio,
10:08a dívida pública explodia.
10:09Já não temos isso, conseguimos limpar isso.
10:11O Tesouro Nacional, de forma muito hábil,
10:13foi fazendo esse trabalho.
10:16Você teve um...
10:17Era tudo pós-fixado.
10:18Aumentou a parcela do que é pré-fixado,
10:20que a ótica do governo faz sentido.
10:22Você teve algumas melhorias nesse tipo.
10:25Só que o problema do Brasil,
10:27tentando resumir demais uma questão bem complexa no fundo,
10:30é que existe um equilíbrio...
10:33Não vou dizer perverso, porque não é bem isso,
10:36mas é o seguinte equilíbrio.
10:38Por exemplo, o Brasil tem uma das maiores taxas,
10:41como fala,
10:42se cobra muito imposto no Brasil.
10:44Carga tributária.
10:45Carga tributária, desculpa.
10:46Eu fiz a conta faz algum tempo,
10:50no final do ano passado,
10:51a dívida pública estava...
10:54Pagamento de juros nos últimos 12 meses
10:55estava botando 890 bi,
10:57era uma coisa assim que estava.
10:58Você que acompanha, às vezes...
10:59É, 806.
11:01Aí eu fiz uma conta de padrão,
11:02que é da seguinte ordem.
11:03Eu falei,
11:04vamos pegar qual é a população
11:06e idade econômica,
11:08que pode trabalhar.
11:10Peguei, dividi a dívida,
11:12para saber quanto cada um de nós,
11:13porque essa dívida o governo pagou,
11:15quem pagou foi a gente.
11:17No fundo é isso.
11:18Eu queria saber.
11:19Quanto cada um de nós pagou de dívida?
11:21E aí eu fiz a conta de trás para frente.
11:22Ou seja,
11:23quanto eu preciso ter guardado
11:24para que ganhe de juros
11:26a porcentagem
11:27ou quanto eu gastei dinheiro?
11:29Qualquer brasileiro com 300 mil reais,
11:31parabéns,
11:31você não é mais um pagador de juros,
11:33você é um receptor de juros.
11:35Então existe um cálculo aí,
11:36bastante perverso,
11:37que é o seguinte,
11:37não se quer mudar isso,
11:39porque no limite,
11:41pago muito imposto sim,
11:42mas o que você recebe de volta
11:43da forma de juros
11:44é suficientemente alto
11:45para você falar,
11:46bem,
11:46é ruim,
11:47mas está bom.
11:48Por que eu estou colocando
11:49essa forma muito dura?
11:50É renda de uma parte,
11:51boa parte da classe média,
11:53tal, etc.
11:54Muita gente.
11:54Lógico.
11:55E tinha outras formas,
11:56isso daí virou mais otimizado,
11:58talvez com o plano real,
12:00eu lembro falando com o meu pai,
12:03ele falava assim,
12:04na época da hiperinflação,
12:06eu colocava o dinheiro
12:06no overnight,
12:07no final do mês,
12:08eu tinha o dinheiro
12:10para pagar a empregada
12:11da casa,
12:12do médico,
12:12eu falava,
12:12nossa,
12:12que legal,
12:13o Estado brasileiro
12:13te dava uma empregada
12:14mais...
12:14Deixa eu só falar,
12:15desconectou o seu microfone,
12:17só um minutinho,
12:18eu vou só passar depois,
12:20voltamos para você,
12:21André,
12:21desculpe.
12:23Márcio,
12:23a minha geração,
12:24ela falava em dívida externa,
12:27ixi,
12:28o que eu ouvi falar
12:28de dívida externa,
12:29tal,
12:30vamos suspender,
12:31vamos dar calote,
12:32não vamos pagar,
12:33e aí falava-se em dívida externa,
12:35todo mundo reunia,
12:36punha em camiseta,
12:37faixas e por aí vai.
12:39Bem,
12:40hoje ninguém fala
12:40em dívida externa,
12:41é um assunto,
12:43fala-se em dívida pública,
12:44então é interessante
12:44que nós trocamos a dívida,
12:47tal.
12:49Alguns falam em relação
12:50à dívida pública,
12:51a Márcio,
12:52que comparado ao PIB,
12:53a do Brasil,
12:54não sei se é 88%,
12:56não sei aproximadamente
12:57qual é agora,
12:59e a do Japão,
13:01é três vezes a do Brasil.
13:02Claro que as nossas economias
13:03são distintas,
13:04e de outros países também.
13:06E alguns falam
13:07que é conservadorismo
13:08pensar nisso,
13:09nós temos que pensar
13:10na expansão econômica.
13:11Eu lembro que esse argumento
13:13é parecido
13:13quando no passado
13:14se falava,
13:15não vamos pensar
13:16na inflação,
13:16a inflação de 30%,
13:1840% ou não é bom,
13:19o que importa
13:19é que tem emprego,
13:20etc.
13:20A lógica
13:22é mais ou menos
13:22a mesma,
13:23é curioso.
13:24Eu coloco para você
13:26justamente essa questão.
13:27Como é que fica isso,
13:29essa questão
13:30da dívida pública?
13:32Como é que nós
13:32devemos enfrentá-la?
13:34Porque vai chegar
13:34o momento
13:35que o país
13:36vai ficar paralisado,
13:38vai puxar um freio
13:38de mão,
13:39porque a questão
13:40da dívida pública
13:40vai assumir
13:41uma proporção fabulosa.
13:43E aí?
13:44Pois é,
13:45excelente pergunta,
13:47é muito recorrente
13:48essa ideia,
13:48nos Estados Unidos
13:49a dívida pública americana
13:51está em torno
13:51de 120% do PIB,
13:53com essa movimentação
13:56do Trump lá,
13:56deve subir,
13:57inclusive no final
13:58da década,
13:59deve ir para mais
13:59de 130% do PIB.
14:02No Brasil,
14:03no conceito
14:04do Banco Central,
14:05porque tem dois conceitos
14:06de dívida bruta
14:07do governo central,
14:10no conceito
14:11do Banco Central
14:11está em torno
14:12de 76% do PIB,
14:13no do FMI
14:14deve estar mais
14:15de 86%,
14:1688%.
14:17Que inclui a dívida
14:17do Banco Central.
14:18Que inclui o...
14:19Exatamente.
14:20Bom,
14:21é um assunto mais técnico,
14:22mas o que é mais interessante
14:24é que o perfil
14:25da nossa dívida
14:26é muito ruim.
14:28A nossa dívida
14:28é muito curto-prasista.
14:30A nossa dívida
14:30deve ter...
14:31A grande parte dela
14:32deve estar vencendo o quê?
14:33Quatro anos,
14:34mais ou menos.
14:35A do Japão
14:35é dívida de longuíssimo prazo.
14:38Além dela ser
14:38uma remuneração muito alta,
14:40o custo financeiro
14:41da dívida,
14:42que são juros,
14:42é muito alto no Brasil,
14:44ela também vence
14:45num período muito curto
14:47de tempo.
14:48Então, nós temos
14:49uma dívida
14:49que a gente está,
14:51de novo,
14:51fazendo a metáfora,
14:52enxugando gelo,
14:53porque a dívida
14:54está vencendo o tempo todo
14:56na economia brasileira.
14:58Então, não dá
14:58para comparar
14:59o tamanho da dívida
15:01brasileira
15:01quanto o Japão
15:02pelo percentual,
15:04mas pela qualidade,
15:05pelo perfil,
15:06pela maturidade
15:06e denominação da dívida.
15:08E isso a gente
15:09não consegue resolver
15:10no Brasil,
15:11enquanto a gente
15:13não gerar
15:13superávites primários
15:15elevados o suficiente
15:17para não só reduzir
15:19o nível da dívida
15:20relação ao PIB,
15:21como ao mesmo tempo
15:22substituindo
15:23esses títulos
15:24de curtíssimo prazo
15:26por títulos mais longos.
15:27O que o superávite primário
15:28explica, por favor,
15:29para dizer por quê?
15:30A simples diferença
15:32entre o que o governo
15:33arrecada
15:34e o que o governo gasta.
15:35E essa diferença
15:36entre o que o governo
15:37arrecada
15:38e o que o governo gasta,
15:39hoje está mais ou menos
15:41como meta
15:42para o final do ano
15:43de déficit zero,
15:44primário zero.
15:46Mas aquilo que o André
15:48e o Nelson colocaram,
15:49o déficit nominal,
15:50que é o déficit
15:51incluindo o pagamento
15:52de juros da dívida,
15:53está em torno de sete
15:55e vai rumo
15:56a oito, nove novamente
15:58com a quantidade
15:59de medidas expansionistas
16:01fiscais
16:02que o governo
16:02vem anunciando.
16:03Como, por exemplo,
16:04essa mudança
16:05na tarifa social,
16:08incluindo 100 milhões
16:09de famílias
16:10no programa
16:10de tarifa social,
16:13que tem uma grande parte
16:13que vai ter gratuidade,
16:15entre outros.
16:17A expansão,
16:18vale-gás,
16:19pé-de-meia,
16:20tantos programas sociais,
16:23nós vamos ter aí
16:24algum descontrole
16:25no tempo
16:25e daí, obviamente,
16:27o primário
16:28fica difícil
16:28de ser vencido.
16:29Mas o déficit primário
16:31brasileiro
16:32muito abaixo
16:33ou superávit primário,
16:35se for zero,
16:35zero, alguma coisa,
16:37essa diferença
16:37entre o governo
16:38mercado e gasta
16:39não está sendo
16:40suficiente
16:40para honrar
16:42os compromissos
16:42de dívida no Brasil
16:43e a dívida vai subir.
16:45E essa é uma questão,
16:47só colocando
16:48mais uma questão
16:48para você
16:49e eu passo
16:49aos demais
16:50convidados,
16:51Márcio.
16:53É como,
16:54porque parece
16:55uma questão
16:56que vem,
16:57aonde ela nasceu?
16:59Isso nasceu
17:01no plano real,
17:03nasceu
17:03no governo
17:04Lula 1
17:04ou se esse
17:06é um fenômeno
17:07mais posterior,
17:09mais recente.
17:11Em que momento
17:12isso a gente
17:13pode dizer
17:14que isso começou
17:15que explicaria,
17:17portanto,
17:17a permanência
17:19disso,
17:19se a gente pudesse
17:20desenhar no tempo?
17:21Eu acho que
17:22o Brasil
17:23passou um longo
17:24período de tempo,
17:25dos anos 80
17:26para cá
17:26e depois da
17:27Constituição de 88
17:28em particular,
17:30sem fazer grandes
17:31reformas estruturais.
17:33Reforma na estrutura
17:34de gastos,
17:35avaliação da qualidade
17:36dos gastos
17:37no Brasil,
17:38reforma tributária,
17:40reforma administrativa
17:41e vale lembrar
17:42também,
17:43a gente sempre
17:44esquece
17:44e coloca debaixo
17:46do tapete,
17:46a questão
17:47das estatais
17:48no Brasil,
17:48algumas delas
17:49gerando
17:49desequilíbrio
17:50financeiro,
17:51como os
17:52correios que
17:53geraram
17:53prejuízo
17:54de 2,6
17:55bilhões
17:55no ano passado,
17:56o que é
17:57inadmissível,
17:58inclusive é
17:59contra a lei
17:59das estatais,
18:00a lei 13.303
18:02de 2016,
18:04que diz que
18:04o acesso
18:05a serviços
18:06à sociedade
18:06deve acontecer
18:08de forma
18:08economicamente
18:09sustentável
18:10e não foi
18:11respeitado
18:12esse princípio
18:13e o Brasil
18:13vai gastando.
18:14então,
18:15desde lá,
18:16o Brasil
18:16não conserta
18:17a casa,
18:18tanto do lado
18:19dos gastos
18:19quanto do lado
18:20das importantes
18:21reformas,
18:22como privatizações,
18:23reforma administrativa,
18:24reforma tributária
18:25e entre tantas outras.
18:27André,
18:28aí eu vou passar
18:29um assunto
18:30politicamente
18:31tão tranquilo
18:32de resolver.
18:33Precisamos fazer
18:33algumas dessas
18:34reformas
18:35que o Márcio
18:36apontou.
18:36Uma delas
18:37sempre é a discussão
18:38da Previdência.
18:39teve uma reforma
18:40recente,
18:41teve reforma
18:42já no governo
18:43Lula 1,
18:44se a gente for
18:44lembrar as reformas
18:45desse século.
18:47Ela,
18:47na sua leitura
18:48e olhando
18:48essa situação
18:49das contas públicas
18:50e a discussão
18:51da dívida pública,
18:52etc,
18:53tal,
18:53tudo que nós vimos aqui,
18:55ela é para ontem?
18:57Olha,
18:57eu acho que essa questão
18:58está muito mal colocada.
19:00Na seguinte razão,
19:01o gasto previdenciário
19:02no mundo
19:03vai ter que subir.
19:05É isso que se trata.
19:06Então,
19:07eu vou fazer
19:07um exercício aqui
19:08para exagerar o raciocínio
19:09só para a gente pensar
19:09junto com as questões.
19:11Vamos supor que hoje
19:11tem cinco pessoas
19:12trabalhando para uma pessoa
19:13aposentada.
19:14Então,
19:14cinco pessoas vão gerar
19:15excedente.
19:16Eu não estou falando
19:16nem de pagar a Previdência,
19:17estou falando
19:18excedente mesmo.
19:19Trabalho,
19:20almoço,
19:21Uber,
19:22qualquer coisa,
19:22né?
19:23Cinco para um.
19:24No futuro,
19:24você vai ter cinco pessoas
19:25aposentadas,
19:27cinco pessoas aposentadas
19:28para uma pessoa
19:28trabalhando.
19:29Você percebe que o nível
19:30de estresse sobre essa pessoa
19:31vai ter que ser
19:32necessariamente maior?
19:34Por que eu estou falando isso?
19:35Porque a gente tem
19:36uma situação que se acha
19:37que é dinheiro o tempo todo
19:39o problema.
19:39E não é dinheiro
19:40o tempo todo o problema.
19:42O que você precisa fazer?
19:43Isso que é a angústia
19:44que eu tenho gigantesca
19:45com o Brasil,
19:45eu estava falando um pouco
19:47nesse sentido antes,
19:48na minha fala anterior,
19:50é que a gente vai precisar
19:51gerar um aumento
19:52de produtividade hoje
19:53para que se tenha
19:55lá na frente.
19:55Porque o que vai acontecer
19:56lá na frente,
19:56eu já vou dizer o que vai acontecer.
19:58Da mesma forma
19:58que a gente abandonou
19:59muitas crianças,
20:00a marginalidade,
20:01porque tinha muito filho
20:03no Brasil,
20:04eu lembro também
20:04de falar do professor Delfi,
20:05ele estava discutindo isso
20:07numa época,
20:08a gente vai abandonar
20:08os velhos.
20:09É isso que se trata,
20:10a gente está contratando
20:11para daqui a 15, 20 anos
20:13ter um contingente
20:15de idosos
20:16desassistidos.
20:18Porque a gente aumentou
20:19a produtividade,
20:20vai ter que ficar fazendo
20:20sempre a reforma da Previdência,
20:21sempre a reforma da Previdência.
20:23Tem coisas que poderiam
20:23ser um pouco mais elegantes
20:25no Brasil
20:25que fazer uma reforma
20:27da Previdência
20:27com um nome que merece,
20:28ou seja,
20:29militares e poder judiciário.
20:30Para começar,
20:31a elegância.
20:32Vai resolver o problema?
20:33Não vai.
20:34Porque o problema
20:35é dessa ordem física,
20:36é um para cinco,
20:36depois cinco para um.
20:37Diz que se trata.
20:39E a gente fica discutindo
20:40essas coisas meio bestas
20:41no Brasil,
20:41a gente fica com os debates.
20:44Eu estava falando hoje,
20:45só para fechar o rastro,
20:46antes que eu acho
20:46que o som caiu,
20:48que é isso,
20:49a carga tributária é elevada,
20:51mas se paga tudo isso
20:51dos juros.
20:52Então,
20:52se você tiver 300 mil reais,
20:54você parou de pagar juros
20:55em termos relativos
20:55e começa a receber.
20:56Ou seja,
20:56a tua carga tributária
20:58no final
20:58é uma loucura
21:00esse país.
21:01Mas é que está.
21:02Isso daí
21:03se deve,
21:04na minha opinião,
21:05a uma falta
21:06da construção
21:06de uma ideia de projeto.
21:07Gasta-se muito,
21:08como o Márcio colocou,
21:09na questão de situação,
21:10sem dúvida alguma.
21:12Mas qual que é o projeto?
21:13Porque o que acontece
21:14é que o governo
21:15tenta aliviar a atenção
21:16para cima
21:16com o pagamento de juros
21:17e para baixo
21:18com o gasto público.
21:20Como se fosse um pelego,
21:21que eles falam
21:21em uma linguagem
21:22mais sindicalista,
21:23para tentar aliviar
21:25essa atenção o tempo todo
21:26e não se sai do lugar.
21:27Falta projeto.
21:28Sem projeto,
21:29você não vai para lugar nisso,
21:31na vida de um país
21:31ou de uma pessoa.
21:32É disso que se trata.
21:33Então,
21:34para responder a tua pergunta
21:35da Previdência,
21:37o problema não é dinheiro.
21:38O problema é projeto.
21:39Porque o que a gente
21:40está fazendo é,
21:41daqui a 15 anos,
21:42vai ter um monte de velhinho
21:43com uma receita rosa
21:44na mão,
21:45pedindo dinheiro
21:45em qualquer farol.
21:46É isso que vai se tratar.
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