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  • 22/05/2025
Márcio Holland e Nelson Marconi, professores de economia da FGV, e André Perfeito, economista, analisaram no Visão Crítica o atual cenário da economia brasileira.

Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=42gTVLnYN9k

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Transcrição
00:00A economia brasileira pode crescer pouco acima de dois por cento neste ano, segundo o último relatório Focus, divulgado pelo Banco Central.
00:10Essa é a média das avaliações feitas por analistas do mercado financeiro.
00:15O governo federal, por outro lado, aposta em uma alta de dois vírgula quatro por cento no PIB brasileiro neste ano.
00:22Analistas já estão revendo essas projeções, mas alertam.
00:26Esse crescimento não é sustentável e pode cair nos anos seguintes.
00:32Enquanto isso, a população sofre com a disparada de preços, que é confirmada pelo aumento na inflação.
00:40Atualmente, em cinco vírgula cinquenta e três por cento no acumulado de doze meses, de acordo com o IPCA.
00:47Na feira e no supermercado, os valores assustam.
00:51Neste ano, tem destaque as altas em alimentos como a batata, o tomate e o pó de café, presente em praticamente todos os lares do país.
01:01Para tentar controlar a inflação, o Banco Central, que é a autoridade monetária do país, endureceu um instrumento mais básico ao seu dispor, os juros.
01:11A taxa Selic foi elevada para catorze vírgula setenta e cinco por cento ao ano.
01:17E o presidente do BC, Gabriel Galípolo, já avisou.
01:21A Selic seguirá alta por um período bastante prolongado.
01:25E é claro que a manutenção dos juros altos gera críticas políticas do governo e da oposição.
01:32O Visão Crítica desta noite debate justamente essa diferença de visões.
01:38Olhando para a economia, quem tem razão?
01:40O otimismo do governo ou o realismo do BC?
01:55Visão Crítica
01:57Olá, estamos começando o nosso Visão Crítica.
02:02Hoje discutindo a conjuntura econômica brasileira.
02:05Temos três convidados.
02:08Doutor Márcio Roland, doutor em economia, professor da FGV, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda.
02:16André Perfeito, mestre em economia política, economista-chefe, sócio da BCE.
02:21E o Nelson Marconi, doutor Nelson Marconi, professor e coordenador do Fórum de Economia da FGV.
02:27Muito obrigado por vocês terem atendido o meu convite.
02:30E a primeira questão, eu passaria ao doutor Márcio Roland, a seguinte questão.
02:36Eu estava dando uma olhada rápida em alguns dados.
02:39Em dezembro do ano passado, o dólar chegou a 6,26.
02:43Hoje está, hoje em maio, em 5,64.
02:49Dá a impressão ao analista que estiver correndo com os dados, que a situação melhorou muito.
02:53Entre dezembro do ano passado e maio desse ano, se olharmos só o câmbio.
02:59É por aí, doutor?
03:01Não.
03:02A economia, infelizmente, não melhorou muito da perspectiva não só dos fatos, dos dados correntes, como das projeções em geral.
03:10Ao contrário, há uma deterioração aí na margem dos indicadores da economia.
03:15O dólar chegou ali, acima de 6, no final do ano passado, só para lembrar, por conta, em grande medida, de uma crise causada domesticamente por uma insegurança, uma incerteza muito grande pelo lado fiscal.
03:28Ainda não estava colocado o problema da política tarifária do Donald Trump.
03:35Aí era um problema doméstico, local.
03:39O Brasil estava vivendo uma insegurança muito grande com relação ao que aconteceria com a economia, com a questão fiscal em geral.
03:47O mercado ficou muito nervoso com isso.
03:49O prêmio de risco subiu muito e aí, certamente, a moeda desvalorizou.
03:53O que aconteceu foi, essa sobrevalorização acaba tendo uma correção.
03:58Isso é muito comum em economia, o mercado reage, faz uma overreaction, depois ele corrige um tanto mais.
04:04E agora sim, nesse início de ano, já tem agora o adicional, toda essa incerteza em torno da política econômica lá nos Estados Unidos,
04:15a partir do tarifácio do Trump, associada a uma reacomodação da economia brasileira a um novo ciclo de crescimento, mas agora com juros muito altos.
04:26Por favor, André Perfeito.
04:28Eu estava olhando também alguns dados.
04:31Esse momento de dezembro, alguns falavam até de ataque especulativo à moeda e tal, custou em termos de reservas, eu até anotei, 24 bilhões.
04:42Que é uma coisa fabulosa.
04:43Em certo momento da história do Brasil, eu conversei com o falecido professor Afonso Celso Pastore, quando ele assumiu o Banco Central, acho que em 1982, eu perguntei, como é assumir o Banco Central sem ter um centavo?
04:55Não tinha absolutamente nada tal.
04:58Nós vivemos uma situação basicamente muito distinta nos tempos contemporâneos.
05:01Mas perdendo um mês, cerca de 24,13 bilhões de dólares, me parece um exagero.
05:06Na sua análise, houve um ataque especulativo ou, mais ou menos, como diz o professor Roland, que tenha havido essa incerteza, esse medo do mercado e a falta de economia fundamental de previsibilidade?
05:20Olha, eu acho que teve a condição de alguns fatores.
05:22O Márcio colocou aqui, acho que de uma forma muito correta, que foi um mal-estar auto-infligido.
05:27A gente fez isso com a preocupação da questão fiscal.
05:31E aí tem uma história para contar, que é o seguinte, o ministro Fernando Haddad começou a fazer uma série de medidas que tinham a ver com o lado da Receita.
05:38Isso daí gerou um sentimento, poxa, vai resolver tudo pelo lado da Receita o tempo todo.
05:42E ficou-se de apresentar alguma proposta mais clara no lado das despesas, mas essa discussão ficou impedida porque era no eleitoral.
05:50Então tem um negócio do calendário ali que destrinchou no meio, para assim dizer, o conjunto das expectativas.
05:56E bem, eu sou todo no mercado financeiro, essa é a minha trincheira propriamente.
06:05E assim, a gente brinca no mercado financeiro, se você não está comprado, você está vendido.
06:09Tem uma hora que você não aguenta mais, você tem que virar a mão e fazer isso.
06:12E só para falar do câmbio, que é uma coisa que a gente tem que pensar, que eu acho que até o professor Nelson,
06:16num tema que trata muito, bateu 6, agora está 5,60 e alguma coisa agora.
06:2364 hoje.
06:24Eu fico lembrando que em 2003, quando o Lula entrou, estava quanto? 3 reais?
06:28Vai, 3 e pouco.
06:302, vai, quase 3 reais.
06:3120 anos depois está 6?
06:33Então cabe-se perguntar também o quanto do real, na verdade, não está sobrevalorizado, levando diferença na taxa de juros.
06:40E eu explico isso rapidamente por quê.
06:43Essa apreciação que a gente está tendo aqui agora, ela vai continuar, na minha opinião.
06:47Eu acho que tem a tendência do real se apreciar mais, porque o diferencial de juros vai continuar elevado, de um lado.
06:52E tem uma situação também que eu acho que comercialmente o Brasil pode ter alguma vantagem.
06:57Mas o que eu queria colocar é que esse ferimento alto imposto que a gente fez, que se traduziu nessa disparada...
07:04Porque a impressão que dá quando você lê que o Brasil ia quebrar, né?
07:07Era quebrar, era isso que estava se falando.
07:09Na época era isso, o Brasil quebrou.
07:11Que, nitidamente, é um exagero.
07:13Nesse sentido, eu não consigo saber se é ataque especulativo ou uma espécie de histeria muito típica de um mercado nosso,
07:21que está toda hora num nível de excitação elevadíssimo por conta de um juro que não tem limite, não tem sentido.
07:28Então, só para colocar essa provocação, para a gente não entrar numa coisa que é muito fácil...
07:34Porque, por exemplo, o câmbio sai agora, vai de R$ 5,60, não cai.
07:37Que nem eu estou falando.
07:38Vai para R$ 7,00, né?
07:40Bater aqui o madeira do lugar.
07:42Muita gente vai falar, está vendo?
07:43O Brasil está ruim.
07:44Mas R$ 7,00, levando em conta que estava R$ 2,80, em 2003?
07:49Então, o que pensar nisso?
07:50É uma questão mais profunda, eu acho.
07:52O professor Nelson Marconi, vou colocar uma questão que, de vez por outra, sempre aparece no debate político.
07:58Na verdade, é mais de uma década.
08:00Uma década e meia, especialmente.
08:02Quando passamos a ter reservas cambiais consideráveis.
08:06Hoje, eu vi que nós temos em torno de R$ 336 bi, o que é um volume fabuloso.
08:12Alguns falam assim, isso é um excesso.
08:16Não precisaríamos de ter R$ 336 bilhões de reservas.
08:21Poderíamos utilizá-las.
08:22Isso alguns que não conhecem certos mecanismos da economia no campo da política.
08:26Que a política nem sempre conhece a economia.
08:28Aí, o entendimento fala, poxa, podemos utilizar desses recursos, em parte, internamente, para obras públicas e etc.
08:36É possível fazer isso?
08:37Temos reservas em excesso?
08:38Como o senhor analisa?
08:40Olha, eu acho que a gente tem, como a gente sempre falou, no final do ano passado, a gente gastou R$ 24 bi para conter um ataque,
08:49não diria um ataque especulativo, mas um movimento especulativo que foi fundamentado, como vocês falaram, pela situação fiscal.
08:54E a gente precisa lembrar que, na verdade, foi um anúncio muito desastrado de uma isenção do imposto de renda,
09:00que tem uma contrapartida do outro lado que não estava calculada.
09:03Então, você abriu espaço aí para um, eu diria, um movimento especulativo e que gastaram R$ 24 bi.
09:10Porque esses R$ 24 bi, se não tivesse tido isso, a gente poderia ter usado eles para fazer um fundo soberano, na verdade.
09:18Está certo?
09:18Ver o mecanismo que daria para fazer isso.
09:19Para aí, sim, fazer, ver projetos, está certo?
09:22Fazer empréstimos, etc.
09:24Que pudessem viabilizar mais exportações, mais crescimentos, inclusive aumentar as reservas.
09:30Então, eu digo assim, não é que você vai usar as suas reservas para fazer um fundo de investimento,
09:35mas tem espaço para você pegar R$ 20, R$ 30 bi e fazer um fundo,
09:39que você pega R$ 20, R$ 30 bi de dólares, são R$ 180 bilhões de reais.
09:44Olha o que dá para fazer com isso.
09:46Mas, óbvio, você tem que fazer bem feito.
09:47Você tem que ter uma programação de projetos muito adequada.
09:52Mas eu não sou o contrário à ideia, não.
09:55Só para colocar o negócio dos R$ 24 bilhões, engraçado, o BC vendeu R$ 24 bi, agora caiu o câmbio.
10:01Para falar que o Banco Central acertou o trade no final das contas.
10:03Todo mundo comprou o dólar lá atrás e perdeu o dinheiro agora.
10:06Isso para dizer que muito do mercado fica nessa histeria, eu tenho que tomar algum cuidado,
10:11porque o mercado não fala a verdade.
10:13Ele fala o que está no mal-estar só.
10:18Professor Márcio Rolando, o primeiro trimestre, não saiu,
10:21acho que aí no fim do mês deve sair o resultado do primeiro trimestre,
10:25mas estima-se que o crescimento tenha sido surpreendente, né?
10:30Frente ao primeiro trimestre do ano passado.
10:33Mas tem sempre aqueles que desenham o cenário que o Brasil vai acabar amanhã, né?
10:37O Brasil está para acabar amanhã desde o dia 22 de abril de 1500,
10:41quando o Cabral aqui chegou, né?
10:43Então, sempre tem essa...
10:45Surpreendeu para o senhor esse crescimento provável que não saiu ainda do primeiro trimestre?
10:50Olha, a economia brasileira está tendo um dinamismo realmente surpreendente.
10:55Vale lembrar que, nos últimos anos, as projeções do mercado todas fracassaram, né?
11:01Havia projeções de crescimento, acho que em 2023, de 0,9%, 0,7%, uma coisa assim,
11:06e veio mais de praticamente 3% e por aí vai.
11:09E a economia está com esse impulso ainda, né?
11:15A taxa de desemprego ainda está relativamente baixa,
11:18deu uma acomodada, mas ainda está relativamente baixa.
11:21Eu acho que o efeito do ciclo, né?
11:26Do aperto monetário por parte do Banco Central ainda não foi totalmente sentido.
11:31Ainda esse ciclo acabou agora há pouco, estará acabando, né?
11:36E a taxa de juros em termos reais já está aí, indo para 9% em termos reais ao ano,
11:42com a Selic em 14,75%.
11:45Então, esse aperto vai ser sentido nos próximos trimestres, né?
11:50Provavelmente, a economia brasileira vai sentir, vai via crédito, via investimentos,
11:55entre tantos outros fatores, e, de fato, a economia vai passar por um processo de acomodação,
12:00particularmente no segundo semestre, até porque no primeiro semestre
12:04ainda tem a atividade agrícola contribuindo bastante, no segundo trimestre, principalmente, né?
12:10Então, a economia está com esse impulso ainda.
12:13Eu diria, é surpreendente, porque os juros já vêm subindo há um tempo,
12:18que a economia ainda continua com essa vitalidade,
12:21mas, ao mesmo tempo, o impulso fiscal também não está brincando, tá?
12:27O Brasil está tendo impulsos fiscais de forma muito relevante.
12:32Desde a PEC da Transição, lá em final de 2022,
12:36que nós contratamos uma expansão de gastos sociais,
12:41nem vou discutir a legitimidade ou não deles, mas algo impressionante.
12:45Em 2022, a gente falava de um gasto de Bolsa Família,
12:51vou dar só uma ordem geral aqui, de 40, 45 bilhões de reais,
12:56nos últimos 12 meses, a gente está falando de 180 bilhões,
13:01só para arredondar, tá?
13:03É um aumento muito significativo de gasto do Bolsa Família nesse período.
13:07O BPC, que é o Benefício da Prestação Continuada,
13:11também está batendo quase 100 bilhões, né?
13:13O seguro-desemprego e abono salarial em economia com baixa taxa de desemprego
13:20continua crescendo de forma relevante.
13:23Então, a gente tem um impulso do lado de gastos públicos
13:27que continua aquecendo a economia brasileira, né?
13:30Isso não é sustentável, não é sustentado no tempo
13:33e o aperto monetário está quase como enxugando esse gelo, né?
13:39Posso complementar?
13:39Claro, claro, claro.
13:40Eu concordo com o Márcio aqui, eu acho que tem uma questão que é a seguinte,
13:45quer dizer, se você tem uma taxa de juros real tão alta,
13:48como o André mesmo estava falando, acho que o Márcio concorda, não sei,
13:51e tem uma economia crescendo desse jeito,
13:54alguma coisa tem que estar puxando esse crescimento.
13:57E aí o que está puxando o crescimento é realmente o fiscal,
14:00quer dizer, eu acho que de um lado o Banco Central está apertando a taxa de juros,
14:05mas do outro lado o restante do governo está como se estivesse tentando compensar isso.
14:10Então, a gente está com o pé na geladeira, a cabeça no forno, certo?
14:14Do lado você corta aqui e do outro lado você está gastando.
14:17Quer dizer, isso que o Márcio falou, a despesa social,
14:19se a gente compara realmente em 2024 com quanto era em 2022,
14:25junto a essas despesas sociais todas, eu acho que tem que ter benefícios sociais,
14:28logicamente, mas cresceu 50% em termos reais, nas minhas contas,
14:32janeiro, outubro de 2024, contra janeiro, outubro de 2022.
14:36Quer dizer, então o governo pisou no acelerador, está fazendo crédito,
14:38está fazendo crédito consignado, está fazendo um monte de mecanismos
14:43para tentar estimular o nível de atividade.
14:45E tem o agro que tem uma taxa de juros muito mais baixa, logicamente,
14:48então aí vai ser o impacto da taxa de juros alta sobre o agro é menor.
14:53Então, acho que é isso que está explicando esse crescimento que a gente está tendo.
14:56E André, pegando então por aí, quer dizer que nós temos,
15:01numa linguagem mais vulgar, um crescimento que não é sustentável
15:05e que é aparente, não está bem estruturado e podemos lá na frente,
15:10em 2027, termos uma crise?
15:13Olha, eu acho que o que o Márcio colocou,
15:16o mercado errou muito a projeção de PIB, né?
15:20Para baixo, veio o PIB maior do que o esperado.
15:22Eu acho que o mercado vai errar para cima.
15:23E eu digo por quê, eu estou muito pessimista para 2026.
15:27Isso se deve a uma dinâmica da alavancagem de famílias de empresas,
15:32ou seja, a dívida das famílias de empresas, que está no patamar gigantesco.
15:34Então, tem uma parte que é gasto social, concordo,
15:37que tem um impulso fiscal absolutamente relevante,
15:40mas se você pega a massa salarial do Brasil, está no patamar altíssimo.
15:44O problema é que o rendimento médio real das pessoas sobe
15:47e, simultaneamente, o comprometimento com a dívida dela também está subindo muito alto.
15:51Com a taxa de juros desse tamanho, da mesma forma que eu dei essas metáforas
15:56que falam que o governo é que nem família, né?
15:57É um negócio que é um pouco complicado.
15:59Mas levando em conta que família é igual família,
16:01o que eu quero dizer com isso é o seguinte,
16:03o orçamento de famílias e empresas pode implodir por dentro na persistência desses juros.
16:07Eu acho que a gente vai estar contratando uma crise séria.
16:10E dar consignado, empréstimo consignado agora,
16:13é colocar um prego no caixão.
16:14Porque você está dando mais corda para a pessoa se focar.
16:17Não é que vai pegar essa dívida,
16:19ah, tenho agora uma linha de crédito,
16:21para pagar ninguém vai pagar.
16:22Então, assim, a gente está vendo um problema de uma economia
16:24que está acelerando talvez mais forte do que deveria nesse momento
16:28e a imagem que o Nelson fez é correta.
16:32Eu diria nem a cabeça da geladeira e o pé no forno, né?
16:35A gente está acelerando e puxando o freio de mão ao mesmo tempo.
16:38O que a gente tem é cantando pneu com um carro que não sai do lugar gastando gasolina.
16:42Então, você tem uma energia gigantesca nisso.
16:46Então, eu estou preocupado para 2026, já 2026.
16:48E por isso que eu tenho a projeção de que vai cair os juros no Brasil mais cedo do que o mercado pensa.
16:53Porque quando começar a ficar evidente,
16:55tudo bem, o PIB do primeiro TRI cresceu 0,8 no último mês, o IBCBR, né?
17:00Foi 0,8, se não me engano.
17:01Não, agora o primeiro TRI?
17:02Não, não, no último mês, março.
17:04Ah, em março, sim, março sim.
17:05Em março cresceu 0,8, que é um número bom.
17:06Mas o setor agro, que se fala muito e tem que comemorar, especialmente por conta dessa dinâmica de inflação,
17:13que tem grupo de alimentação, tem que lembrar que a contribuição no PIB, pelo sistema de contas nacionais, é irrisório.
17:20Sim, 10%.
17:21Com 15% agro, nem mexe o PIB.
17:24Como também caiu 11% ano passado, nem mexeu o PIB, esse negócio.
17:27É 10% do PIB.
17:29Então, mas quando você pega na contas nacionais trimestrais, o IBJ, esse peso fica relativizado.
17:36O pessoal não acha que a agricultura tem essa função toda aqui.
17:40Nesse número, especificamente, né?
17:42Mas eu estou preocupado que individualmente de família e empresa é uma loucura.
17:46Sim.
17:47O que está acontecendo agora.
17:48Eu acho que vai ter muito problema de empresas no Brasil e vai ser rápido isso.

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