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  • 07/06/2025
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo analisa o atual cenário econômico brasileiro, destacando preocupações com a predominância das visões dos mercados financeiros na condução da política econômica. Ele critica a elevação da taxa Selic e a influência do mercado financeiro sobre o Banco Central, apontando impactos negativos para a economia real e a população.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/n-3t-4hkD0g

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Transcrição
00:00Professor, obrigado, senhor, por ter aceito o nosso convite.
00:04Estamos começando o Só Vale a Verdade.
00:07E a primeira questão, professor, é justamente qual é a análise que o senhor faz sobre a economia brasileira hoje.
00:14Alguns dizem, esse crescimento não tem base sólida.
00:18Outras correndo de economistas dizem o seguinte, não, o Brasil está conseguindo, em três anos consecutivos,
00:25dois mil e vinte e três, dois mil e vinte e quatro e esse ano, um crescimento esse ano um pouco menor do que os dois anos anteriores,
00:32mas é raro nos últimas décadas do Brasil ter um crescimento positivo de dois e meio, três por cento em média.
00:39Outros falam, não, nós vamos ter uma crise logo ali na frente em dois mil e vinte e sete.
00:43Para o senhor, com a sua larga experiência, tanto no campo do executivo, como na reflexão econômica sobre o Brasil,
00:49a economia brasileira vai bem?
00:51Vai de forma razoável, tem crescimento positivo, mas inferior ao que ocorreu no segundo governo Lula,
01:06que a média da taxa de crescimento ficou em torno de quatro e meio por cento, mais ou menos.
01:14E nós tivemos, uma das preocupações do mercado é o superávit primário.
01:18Tivemos superávit primário todos os anos.
01:22Eu estou contando isso porque aí a gente pode baixar para os subterrâneos desse fenômeno
01:28e olhar quais foram os fatores determinantes.
01:33Um dos fatores importantíssimos foi o aumento impressionante das exportações de commodities para a China.
01:43A China é a nossa maior cliente comercial.
01:47E isso ensejou a economia brasileira a acumular reservas de 360 bilhões de dólares,
01:58que ainda estão aí.
02:00Espero que não mexam nelas, porque elas são uma garantia,
02:05ainda que moderada, contra flutuações do câmbio, etc.
02:09E, ao mesmo tempo, a taxa de investimento, a formação bruta de capital,
02:18ou seja, a construção de fábricas, de edifícios, etc.
02:23A construção civil, o investimento subiu para 22% ao ano.
02:29Ele estava em 17%, hoje está ainda abaixo.
02:33Está em torno de 17%, 18%.
02:35A gente tem que se preocupar com a manutenção dessa taxa de investimento.
02:46Porque é isso.
02:47Aí nós vamos entrar numa questão, digamos, bastante conflituosa e contestada,
02:55que é o papel do investimento na circulação da renda.
03:00Quando o empresário investe, ele compra máquinas, ele contrata trabalhadores, etc.
03:10E isso faz com que a renda comece a circular, porque os trabalhadores vão demandar bens de consumo.
03:17E os fornecedores de bens de consumo para os trabalhadores também vão sentir um efeito importante no aumento das suas vendas.
03:25Uma das questões que me deixa perplexo hoje é que essa ideia, esse conceito da circulação monetária
03:38não é levada em conta no debate.
03:43Então, o que você tem hoje?
03:45Você tem a afirmação continuada do risco fiscal,
03:50depois a gente pode falar disso, do risco fiscal.
03:55E a ideia é assim, não pode gastar.
03:59Não pode gastar.
04:01Eu estava vendo hoje umas matérias de economistas dizendo não,
04:05porque a economia está muito aquecida, etc.
04:09Vai ter impacto na inflação, só que a inflação caiu.
04:14A inflação caiu.
04:15Eu vou tentar lhe explicar por quê, ou explicar não, vou tentar dar a minha opinião.
04:22Por que caiu?
04:24Porque a taxa de câmbio caiu de R$ 6,20 para R$ 5,50.
04:34O valor do real em relação ao dólar.
04:36E hoje em dia, dada a estrutura da economia brasileira,
04:42grande exportadora de commodities,
04:44mas grande importadora de bens industriais, intermediários e bens finais,
04:51o impacto de um aumento na taxa de câmbio afeta a inflação.
04:57Afeta a inflação, porque, na verdade, quando você desvaloriza o câmbio,
05:02isso tem impacto no custo das empresas que importam, etc.
05:08Então, esse é um aspecto que a gente tem que sublinhar,
05:14porque para entender quais são as dificuldades da economia brasileira hoje.
05:18Por um lado, você tem esse bloqueio,
05:21esse bloqueio da ação do investimento público,
05:28que é muito importante,
05:32e, na verdade, ele também é um elemento de
05:34transmissão para o setor privado de confiança, etc.,
05:39de vontade de investir.
05:43Mas isso está muito travado.
05:44Então, nós falamos do crescimento nesses últimos anos,
05:48que foi razoável, digamos,
05:52inclusive do ponto de vista do emprego formal.
05:57Eu falo emprego formal, aquele de carteira assinada,
06:01em contraposição ao emprego precário,
06:04cuja participação não é desprezível.
06:07É uma coisa parecida,
06:09estou bem lembrado,
06:11de 40% da população economicamente ativa,
06:15que a gente observa diariamente
06:17o pessoal informal circulando por aí.
06:21Eu, por exemplo,
06:23como eu moro sozinho,
06:26eu peço comida no iFood.
06:28E aí eu desço lá
06:29para conversar com os
06:33motociclistas
06:34ou ciclistas,
06:35e eles dizem não,
06:36mas eles trabalham 12 horas por dia,
06:40no mínimo.
06:41Mas eles dizem não,
06:42mas eu tenho liberdade para escolher,
06:44mais ou menos, né?
06:46Mas esse grupo aí
06:48é um grupo de
06:49de renda muito baixa,
06:52de renda muito baixa, né?
06:54Tem os motoristas de Uber,
06:57meu ex-motorista,
06:59hoje faz Uber,
07:02e eu ajudo muito,
07:03porque a remuneração,
07:06a receita dele
07:07é muito modesta, né?
07:10Então nós temos esse grupo
07:11de
07:12de
07:13trabalhadores
07:14que tem que se entregar
07:17a esse tipo de
07:19de empreendedorismo,
07:22digamos, né?
07:23E eles vão se
07:24se virando,
07:26isso não é
07:27não é próprio só da economia brasileira.
07:30A economia americana
07:31tem um percentual de
07:33trabalhadores informais
07:35muito grande,
07:37né?
07:37Muito grande.
07:39E que não é
07:40se você entrar
07:42no
07:43no
07:45no escritório lá de
07:47política econômica,
07:49que eu estou chamando assim,
07:51porque em inglês
07:51é Bureau of Economic Statistics,
07:54né?
07:55Você entra lá,
07:56você vê que eles apontam
07:58a existência desses
07:5940%
08:01que vivem,
08:02são
08:03muitos deles
08:04são imigrantes, né?
08:06Que agora estão sofrendo
08:08esse ataque
08:09do
08:09do Trump.
08:11Mas
08:12se os imigrantes
08:14forem embora,
08:16eu não sei se as famílias
08:17americanas
08:18vão topar
08:19trabalhar
08:20nas funções
08:21que em geral
08:21é garçom,
08:23entregador de comida
08:25também,
08:26Uber, etc.
08:27Sim, sim, sim.
08:29Agora, no nosso caso,
08:30professor,
08:31sem comparar necessariamente
08:33com os governos
08:34Lula 1 e Lula 2,
08:36mas olhando agora
08:37em 2025,
08:39nesse sentido,
08:39dá pra ser otimista?
08:41Quer dizer,
08:41e olhando o mundo também,
08:42América Latina e o mundo,
08:44quer dizer,
08:44como é que nós estamos?
08:46O senhor lembrou aí
08:46que a taxa de desemprego
08:48é baixa,
08:49esse primeiro trimestre,
08:50deve ter,
08:51da série histórica,
08:51foi a menor taxa de desemprego.
08:53Consequentemente,
08:56a massa salarial
08:57cresceu.
08:59O crescimento do PIB
09:00positivo,
09:012023,
09:022024
09:03e tudo indica
09:04em 2025.
09:05Acima do que foi estimado,
09:07vale lembrar,
09:08no início de 2023,
09:09achava que ia crescer menos
09:11o ano de 2023,
09:12não foi o que ocorreu,
09:13cresceu mais.
09:14E 2024,
09:15a mesma história,
09:16ia crescer menos,
09:17cresceu mais.
09:18E esse ano,
09:19alguns dizem,
09:20especialmente do governo,
09:21que o crescimento
09:22deve ser de 2%,
09:232,5% e tal.
09:24É o que o IBGE
09:26está antecipando
09:27e o Banco Central também.
09:29Sim,
09:29nesse sentido,
09:30com essas reservas
09:31de 360 bilhões
09:33de reais,
09:35com a inflação,
09:36ao menos,
09:36num sentido mais amplo,
09:38relativamente sob controle.
09:39Não há diário de alimentos
09:40que o pessoal reclama muito.
09:42É,
09:42mas você olha
09:43a núcleo,
09:44caiu bem a inflação.
09:45Sim.
09:46Só no núcleo caiu.
09:47E nesse sentido,
09:48nesse quadro,
09:49eu sei,
09:50claro,
09:50que não é só esses dados
09:52que demonstram
09:52se uma economia
09:53está bem ou não.
09:55O senhor acha
09:55que nesse sentido
09:56dá para ser otimista
09:57ou não?
09:58Ou temos alguma bomba
09:59que pode explodir,
10:01como falam alguns,
10:02a dívida pública?
10:03Porque antigamente
10:04nós falávamos
10:05em dívida externa.
10:06Era o nosso grande tema
10:07durante décadas.
10:09Hoje,
10:09ninguém mais,
10:10já de algum tempo,
10:11ninguém fala em dívida externa.
10:12O Brasil é superavitário
10:15do ponto de vista líquido.
10:17Sim.
10:18Quer dizer,
10:18a dívida externa
10:19que ele tem é mínima
10:20e ele está sustentado
10:22por esse estoque de reserva.
10:24Sim,
10:25então agora se fala
10:26na dívida interna.
10:28Como é que fica então?
10:30É possível a gente falar assim,
10:31olha,
10:32as coisas estão bem,
10:34mais ou menos bem,
10:36meio ruim,
10:37ou pode ser que em 2027
10:39o novo presidente
10:40que vai assumir
10:41ou o presidente Lula
10:42se for candidato
10:43à eleição
10:43e vencer as eleições
10:44vai ter,
10:45resolver uma bomba
10:46lá na frente.
10:47Deixa eu falar antes
10:49de fazer uma preliminar
10:50sobre a dívida pública.
10:52Não é?
10:55No mundo inteiro,
10:58as dívidas públicas
10:59funcionam como suporte
11:01do mercado financeiro,
11:03porque são os títulos
11:04mais líquidos
11:05e que na verdade
11:07são de mais fácil
11:08resgate
11:09pelas empresas,
11:13bancos
11:13que têm no seu balanço
11:15muita dívida pública.
11:16As pessoas às vezes
11:17não veem isso.
11:19Por quê?
11:20Porque isso é,
11:21digamos assim,
11:22o lastro
11:23da operação
11:24dos mercados financeiros.
11:26Então,
11:27eu fico assim
11:28um pouco preocupado
11:29porque não há chance
11:32de você ter um calote
11:34na dívida pública
11:35pelo seguinte,
11:37porque como foi,
11:39aconteceu
11:40no
11:42no
11:43Suprime,
11:44na crise
11:45de 2007
11:46e 2008,
11:48né,
11:48no primeiro momento
11:50o Bernanke
11:51ficou um pouco
11:52perplexo,
11:53logo depois,
11:54com a quebra
11:55do Lehman Brothers,
11:56logo depois
11:57ele começou
11:59a se dar conta
11:59do que precisava fazer.
12:00ele fez um pacote
12:02de setecentos
12:03e poucos bilhões
12:04de dólares,
12:05não funcionou.
12:08Então,
12:08vou te contar,
12:10o balanço
12:10do FED
12:11entre
12:132008,
12:152009
12:16e 2013,
12:20no
12:20primeiro momento
12:23o balanço
12:25do FED
12:25tinha
12:25900 bilhões,
12:27terminou
12:28em 2013
12:29com 8 trilhões.
12:32Por quê?
12:33Porque eles
12:33compraram
12:34toda a gororoba
12:35podre
12:36que estava
12:36lá nos bancos
12:37e eles agiram
12:39muito rapidamente
12:40para impedir
12:41uma crise
12:42sistêmica,
12:43quer dizer,
12:43que se espalha
12:44e vira
12:44uma depressão,
12:47né,
12:47eles foram
12:47muito
12:48ativos,
12:51muito rápidos,
12:52então é isso
12:54que eu estou
12:54mencionando,
12:56né,
12:56essa história
12:58e mais,
13:00eu esqueci
13:01de dizer,
13:02hoje a dívida
13:02pública americana
13:04em relação
13:05ao PIB
13:05está em
13:05124%,
13:07altíssima,
13:10no entanto,
13:11o que o Banco Central
13:12fez naquela
13:13ocasião?
13:15Como os bancos
13:15estavam
13:16completamente
13:17desarrumados,
13:18salvos,
13:19porém desarrumados,
13:21o Tesouro
13:22americano
13:22emitiu título
13:23de dívida
13:24para manter
13:24o mínimo
13:25de rentabilidade
13:26dos bancos.
13:27Então,
13:28você veja
13:28como as coisas
13:29são complexas
13:31e difíceis,
13:32né,
13:32e isso
13:34deu um impulso
13:35à economia americana
13:38depois da crise,
13:40né,
13:40ela começou
13:41a recuperar
13:42o crescimento,
13:43etc,
13:44mas no caso
13:45do Brasil,
13:46nossa dívida
13:47externa
13:48líquida
13:49é muito alta,
13:51né,
13:51e nós
13:52temos
13:52uma dívida
13:53pública
13:53que está
13:54em 80%.
13:55
13:56vem aquele
13:57fuzuê,
13:58né,
13:58está endividado
13:59demais,
14:00como se fosse
14:01a dívida
14:01de uma família,
14:03ou seja,
14:04não tivesse
14:05Banco Central
14:06e Tesouro,
14:07né,
14:08que na verdade
14:09eles tratam
14:10do mesmo
14:10problema,
14:11da mesma
14:12questão,
14:13que é
14:14o funcionamento
14:15adequado
14:15do sistema
14:16monetário
14:16financeiro,
14:18Banco Central
14:19e o Tesouro,
14:21né,
14:22eu até
14:23estava dizendo
14:25outro dia
14:26que é preciso
14:28que o Banco Central
14:29do Brasil
14:29ganhe essa
14:30flexibilidade
14:31de no momento
14:33de dificuldades
14:34comprar os títulos
14:35públicos,
14:35isso aí vai
14:36para o balanço
14:36do banco,
14:38né,
14:39mas isso não é
14:40muito,
14:41a compreensão
14:42disso não é
14:43muito usual,
14:44né,
14:44porque eu estou
14:45me valendo
14:46do exemplo
14:48americano
14:49e o Brasil
14:51não sei
14:51se você está
14:53sabendo
14:53que
14:54nessas nossas
14:55relações
14:56com a China
14:57que se
14:58aprofundaram
14:59muito
14:59os chineses
15:01estão comprando
15:02títulos
15:03da dívida
15:03brasileira
15:05é,
15:07é bom a gente
15:08anunciar isso
15:09que é importante
15:10então
15:11isso tudo
15:12ajudou
15:14muito
15:15ao
15:16a queda
15:17na taxa
15:18de câmbio
15:19ajudou
15:19muito
15:20porque você
15:20tem uma demanda
15:21externa
15:21que ajuda
15:23a fixar
15:25ou determinar
15:26o câmbio
15:28não é
15:29então
15:31nós estamos
15:32caminhando
15:33por aí
15:33você me perguntou
15:34se eu sou
15:35otimista
15:35eu sou
15:36preocupado
15:38otimista
15:40e pessimista
15:41para quem
15:43viveu no futebol
15:44há muito tempo
15:45sabe que não é
15:46adequado

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