Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 29/05/2025
Em entrevista ao Jornal da Manhã, Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, avaliou os efeitos do aumento do IOF sobre os setores de comércio, bens, serviços e turismo, destacando possíveis impactos nos custos e no consumo.

Assista ao Jornal da Manhã completo: https://youtube.com/live/bJ8Ocrcnl2U

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalDaManhã

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00O setor privado brasileiro recebe com preocupação as medidas anunciadas pelo governo federal de aumento de alíquotas do IOF.
00:10Sobre este assunto e também toda a repercussão, vamos conversar agora ao vivo com o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Felipe Tavares.
00:21Felipe, muito bom dia para você. Obrigada pela gentileza de aceitar conversar conosco.
00:26Bom dia, Sarai. É um prazer.
00:28Felipe, queria para começar essa nossa entrevista que você trouxesse para a gente qual o impacto direto desse aumento do IOF para toda a cadeia de comércio, de bens, serviços e também turismo.
00:42O impacto do aumento do IOF é muito transversal, porque na verdade você vai afetar todas as operações de crédito, operações financeiras e fluxo de capitais no Brasil.
00:52Então tudo vai encarecer. Então seguros vai encarecer, financiamentos bancários.
00:57E aí tem um dos pontos ali do decreto, é você instituir a cobrança de IOF, um IOF com alíquota muito elevada, sobre o risco sacado.
01:07Que é uma modalidade de financiamento do giro da operação, principalmente do abastecimento do estoque do varejo brasileiro, de curtíssimo prazo, que vai ter um peso muito significativo sobre o custo de capital dessa empresa.
01:22Então você pode diminuir a oferta de limites de crédito dos fabricantes para os varejistas.
01:27Então isso pode afetar muito a capacidade de geração de negócios no varejo brasileiro.
01:32O Felipe, a gente teve ontem uma reunião à noite com os presidentes de Câmara e Senado, mais o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
01:41E esses presidentes do Congresso acabaram pedindo medidas estruturantes para que a gente possa ter orçamentos mais equilibrados daqui pra frente no Brasil.
01:52Como é que vocês veem esse tipo de reivindicação?
01:57Passa por aí exatamente a gente ter uma previsibilidade e quem sabe também uma redução de tributos e não ter aumentos pontuais?
02:05O que é que poderia, de algum modo, construir aí um desenho institucional mais benéfico para a economia brasileira?
02:12A resposta é simples, mas não é simplória de ser executada.
02:17Simplesmente tem que diminuir o gasto público.
02:19Hoje, com essa pressão do fiscal e sempre estar todo ano dobrando a aposta em cima no estímulo fiscal e no gasto público,
02:27está fazendo que o governo tenha que recorrer a fontes de receitas, às vezes não muito bem pensadas,
02:33como foi esse caso agora do IOF, usar um imposto de natureza regulatória para fins arrecadatórios.
02:38Então, se o governo não fizer o dever de casa de diminuir o gasto público,
02:43a gente nunca vai conseguir equilibrar essa dinâmica fiscal brasileira,
02:47especialmente porque a gente não consegue, não tem mais muito espaço de margem de manobra
02:53para ficar aumentando impostos na atividade produtiva.
02:56O Brasil já tem uma carga tributária elevada, a gente já não tem um ambiente de negócios muito saudável
03:01e toda essa dinâmica do IOF já acrescentou um tempero não só de custo, mas também de insegurança jurídica.
03:08A quantidade de vezes que as regras mudam no país, ela é muito significativa.
03:14E aí entra uma medida que não foi muito bem pensada, um erro tático, como algumas pessoas falaram,
03:19aí depois você precisa retirar parte da medida automaticamente pelo próprio Ministério
03:24e aí vem discussão de projeto de decreto legislativo.
03:28Então, isso inflama toda a nossa estrutura de custos do setor produtivo,
03:33então piora a nossa competitividade.
03:36Felipe, vou trazer para essa conversa também os nossos comentaristas,
03:40começando pela pergunta de Deise Siocari.
03:43Oi, Felipe, bom dia.
03:45Felipe, o aumento do IOF foi apresentado como algo provisório,
03:49mas a gente sabe que quando se trata de imposto, nem sempre é tão rápido assim, tão provisório assim.
03:55A minha pergunta é quem é que vai pagar essa conta?
03:57E eu queria saber se esse aumento do IOF, ele também não acaba penalizando justamente aquela população
04:04que precisa do crédito no dia a dia.
04:08Bom dia, Deise, obrigado pela pergunta.
04:11Quem paga contas no fim do dia sempre é o consumidor,
04:14e quem paga com mais pesar essa conta é o consumidor com menor poder aquisitivo.
04:19Então, os mais pobres, porque não tem muito mecanismo de fuga, de buscar outras alternativas.
04:25O IOF vai pesar toda a estrutura de custo de capital do setor produtivo,
04:30e isso vai ser repassado para a ponta.
04:32O problema é que em alguns negócios não tem capacidade de repassar para a ponta,
04:36então aquele negócio pode até fechar a porta, pode ter ali uma perda de competitividade muito grande,
04:42e outros negócios a conta fica mais cara.
04:45E para a pessoa física também aumenta o custo.
04:48Qualquer pessoa que precise de crédito, que precise de qualquer instrumento financeiro,
04:52vai ter que carregar esse custo para dentro de si.
04:55Nas micro e pequenas empresas, e no varejo,
04:58esse cara que esteja muito do comércio brasileiro,
05:00lembrando que 98% quase das empresas de comércio são micro e pequenas empresas,
05:05ela tem essa modalidade aí que a gente vem falando do risco sacado,
05:08que é uma modalidade de financiar o fluxo de estoque em curto prazo,
05:12em curto prazo, 30, 60, no máximo ali 90 dias,
05:16esse giro com os fornecedores.
05:19Quando você coloca um imposto sobre isso,
05:22você está colocando um imposto sobre operações de fluxo operacional de curtíssimo prazo.
05:28Então isso pesa muito no preço final,
05:30isso pesa muito no custo ali de girar aquele negócio,
05:32isso ameaça empregos.
05:34Então a gente tem uma fórmula muito negativa para a competitividade brasileira,
05:41principalmente para as pequenas empresas.
05:43José Maria Trindade.
05:49A gente está com um probleminha no outro?
05:51Acho que a gente não está ouvindo a pergunta do Zé.
05:54Eu não estou ouvindo.
05:55Está certo.
05:56Felipe, aproveitando mais uma pergunta aqui para essa nossa entrevista,
06:00no começo da sua fala, você disse sobre o impacto direto, de fato, para as empresas.
06:05Agora, o consumidor final também deve sentir esses efeitos?
06:10Depende, porque eu sempre tento relembrar que, assim,
06:13quando uma medida é ruim para a economia, para as empresas ou para as pessoas,
06:18não existe medida que afete negativamente só as empresas e blinde o consumidor.
06:22Quem paga sempre é o consumidor.
06:24A empresa, ela repassa isso para frente porque é um custo exógeno.
06:28Então, todo esse aumento de custo de financiar negócios no Brasil vai ser sentido no bolso do consumidor.
06:34E quem vai sentir com mais pesar é o consumidor de menor renda.
06:38Como sempre, todas as medidas de aumento de impostos, elas têm um peso social muito amargo.
06:44Conversamos com o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo,
06:50Felipe Tavares, a quem eu agradeço mais uma vez pela participação.
06:54Bom dia para você.
06:55Muito obrigado, senhora. Um bom dia a todos.
06:58Obrigada.

Recomendado