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  • 25/06/2025
A turbulência no Oriente Médio gera impactos econômicos globais, mas especialistas veem no Brasil uma chance única. Roberto Luis Troster e Paulo Feldmann analisam como o conflito afeta o cenário brasileiro, destacando as dificuldades que o país enfrenta economicamente, mas também oportunidades que apontam as fontes de energias renováveis como um trunfo estratégico.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/GWaKtMCYhO0

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Transcrição
00:00Para quem nos acompanha, nos anos 70, como o Brasil é um país que o Ivan Lester dizia
00:05esquece a cada 15 anos o que ocorreu nos últimos 15, então só para lembrar os mais jovens
00:10especialmente, que nos anos 70 teve os dois choques de petróleo e o Brasil foi duramente
00:15atingido, pois importava a maior parte do petróleo que consumia.
00:19Os postos de gasolina chegaram a ficar fechados sábados e domingos, só para vocês verem
00:24o que aconteceu aqui no Brasil e aí teve início na presidência Ernesto Gásio o programa
00:31do Proalco e também a descoberta na plataforma de Santos e Campos da extração submarina
00:39de petróleo no Brasil, outra plataforma e isso acabou mudando a história antes do pré-sal
00:44que já é do século 21, então só para lembrar para vocês que nos situam e lembrar quando
00:49o Dr. Trostner lembrou da exportação, lembrar que o petróleo bruto, muitos não sabem,
00:55é o maior item de exportação do Brasil, então quando você olha, eu estava vendo
00:59exclusivo esses dias, a pessoa fala da soja, fala que soja é importante, é o segundo e
01:04por aí vai, mas está lá o petróleo bruto, só para situar quem nos acompanha.
01:09Então eu coloco ao professor Feldman, vamos tentar fazer o mais sintético possível para
01:14a gente rodar com os nossos convidados. Sendo assim, professor, como que nós podemos imaginar,
01:23já que imaginava-se para alguns uma guerra mais longa, um conflito mais longo, parece
01:28que é o que não vai ocorrer, não deve ocorrer e os reflexos, portanto, da economia
01:32não vão ser tão severos, o senhor mesmo lembrou, inclusive outros tipos de crise, como
01:36do final de 2008, não teve um reflexo tão grave como se imaginava, foi grave, basta ver
01:43os reflexos no Brasil. Em síntese eu coloco ao senhor. E aí, quer dizer, como é que
01:47o Brasil pode ser atingido por isso, para o bem ou para o mal?
01:54Veja, Vila, o Brasil está diante de uma oportunidade incrível que nós nunca tivemos.
02:03Temos que saber aproveitar, porque nós somos o campeão mundial de perda de boas oportunidades.
02:12Desta vez não podemos perder. Por quê? Porque o futuro energético do planeta será baseado
02:20em energia solar e energia eólica, que vem dos ventos. O país que tem a maior exposição
02:30solar do mundo somos nós. O país que tem a maior parte do litoral totalmente aproveitável
02:40em termos de ventos para a geração de energia eólica somos nós. Então, nós podemos ser o
02:49grande produtor, já somos, de energia que vem de formas naturais no mundo. Praticamente já
02:59somos, porque além disso tudo, do sol e dos ventos, nós temos a produção das hidrelétricas,
03:07que é baseada em água. Se você considerar água, sol e vento, nenhum país do mundo tem essa
03:14quantidade de energia gerada a partir dessas três fontes. No nosso caso, passa 70%. A nossa energia
03:22elétrica vem dessas fontes. Então, nós temos que aproveitar esse fato. Por quê? Porque existe um outro
03:31aspecto para o qual nós não estamos dando bola. Tudo bem que mudou. As coisas mudaram com a guerra
03:36da Ucrânia. Mas, até então, os países europeus falavam, e há uma decisão da comunidade europeia,
03:44de que não será permitida a entrada de produtos que foram produzidos com uso e emissão de CO2 na Europa.
03:55E que a Europa só iria adquirir produtos produzidos com fontes renováveis. Então, não tem lugar melhor no mundo
04:03do que nós para fornecermos para o mundo inteiro, começando pela Europa, que já declarou que isso é
04:11fundamental para ela. Por exemplo, o aço brasileiro, hoje, do jeito que está, nós não podemos, não poderemos
04:19vender para a Europa quando isso entra em vigor, porque o nosso aço ainda é produzido com carvão e
04:26outras fontes poluentes. Mas é uma coisa muito fácil para o Brasil mudar essa sistemática. Então, o que eu quero
04:33te dizer, Gira, é o seguinte. Isso é uma dádiva que nós temos. Ela cai do céu, mas precisamos ter um plano.
04:43Se não tivermos um plano estratégico, muito bem elaborado, descrevendo as várias etapas de como que nós
04:53poderemos chegar a ser o grande hub de energia do mundo, nada vai acontecer. E é isso que sempre falta
05:02no Brasil. Se você reparar, o Brasil nunca planeja nada. Por isso, ele também não chega lá. Então, a primeira
05:10coisa fundamental é termos um plano diretor, um plano estratégico que defina como que o Brasil pode se
05:17transformar no grande hub energético do mundo, em primeiro lugar. Segundo lugar, nós estamos vivendo
05:23um absurdo incrível. Gira, olha só. Nós somos um dos maiores produtores de energia elétrica que vem do
05:33do sol no mundo. Mas isso precisa de um equipamento. São os equipamentos fotovoltaicos, que, através do
05:41equipamento fotovoltaico, você transforma, então, o sol em energia elétrica. O Brasil não sabe
05:48fabricar esses equipamentos. Praticamente tudo que a gente usa aqui, e é muito, vem da China. Nós temos
05:55que importar da China e não temos capacidade tecnológica para fabricar. A mesma coisa no
06:03caso do vento. Nós somos um dos grandes geradores de energia eólica, mas aquelas turbinas que todo
06:10mundo já viu, que ficam girando as hélices, nós não sabemos fabricar absolutamente nada. Temos que
06:17importar também da China. Então, veja, e o Brasil não tem uma política industrial que diga, olha, nós
06:24vamos agora fabricar equipamento fotovoltaico e vamos fabricar as turbinas de geração de energia eólica.
06:31Essas coisas mínimas não caem do céu. Isso não cai do céu. Nós precisamos de plano para isso. Precisamos
06:38de uma política industrial que incentive os empresários brasileiros a fabricarem esse tipo
06:44de equipamento e que seja fabricado e vendido no Brasil. Lamentavelmente, Vila, a gente teve
06:52uma época que nós tivemos uma reserva de informática no passado e isso criou uma imagem muito ruim contra
06:59reservas de mercado. Mas nós deveríamos fazer uma reserva de mercado agora para esses tipos de
07:06equipamentos porque o mundo inteiro vai precisar usar isso. E não pode ser que todo mundo vá ter que
07:11depender da China. E o Brasil aqui tem as melhores oportunidades por causa do mercado interno. Temos
07:16escala para gerar esses produtos e com custo baixo, com qualidade boa, etc. Mas uma reserva de mercado
07:26seria fundamental, pelo menos por um curto período, para ajudar esses segmentos. Então, eu acho que nós
07:33temos um futuro maravilhoso pela frente. Mas ele não vai acontecer se não houver um plano claro
07:41que dê as diretrizes para os empresários, que ele dê incentivos para que fabriquem esses equipamentos,
07:48que ele reduza o imposto de importação, que ele crie financiamento. Um plano industrial, uma política industrial.
07:55O Brasil não tem essa cultura de planejar. Se você reparar, nada é planejado no Brasil. A gente, no máximo, consegue planejar o superávit fiscal ou o déficit fiscal com muita dificuldade.
08:11E, além disso, o que se ouve falar de plano no nosso país? Nada. Nós não planejamos nada. É um país que não planeja, não tem futuro.
08:21Quem cresceu no mundo, os países que avançaram muito nesses últimos anos, China, Coreia do Sul, Japão, foi porque tiveram planos muito bem elaborados
08:32e planos de longuíssimo prazo. A China faz planos estratégicos para os próximos 30 anos e fiscaliza o cumprimento do plano.
08:42Então, é isso que falta para o Brasil. Seria uma pena se, novamente, nós perdêssemos uma grande oportunidade.
08:49Mas, infelizmente, estamos em vias dele. Porque não se fala em plano disso. Ninguém fala. E, sem plano, nós não vamos chegar a lugar nenhum.
08:59Sim.
09:00Justamente com essa questão, doutor Troster, colocada pelo professor Paulo Félio, pra gente fechar nessa conversa de hoje.
09:10Dá pra ser otimista? Eu sei que é fácil perguntar. Pra onde nós vamos? Quer dizer, nessa conjuntura nova que nós estamos vivendo no século XXI,
09:21alguns sentem saudades da Guerra Fria, que era tudo mais simples. Afinal, via União Soviética e Estados Unidos.
09:26Agora o mundo é muito mais complexo. A economia brasileira também é muito diversificada, não era do passado.
09:33Dá pra ser otimista?
09:34Eu acho que dá, sim. Tenho certeza que dá. Eu acho que tem que mudar um pouco.
09:39Só contrapondo o que o Paulo Feldman falou, primeiro, a gente tem o setor agrícola, Embrapa, mais uma série de infraestrutura.
09:50Quer dizer, é algo que dá certo no Brasil. Deu certo.
09:54Então, eu acho que tem a Embraer também, outro exemplo de planejamento que dá certo.
10:00Brasil exporta aviões. Eu acho que nós temos que fazer alguns ajustes, né?
10:07Primeiro, eu acho política cambial.
10:10No Brasil, você mudou de um regime de câmbio fixo para um câmbio volátil.
10:17Não existe setor agrícola, setor industrial que possa conviver com essas taxas.
10:22Quer dizer, a indústria tem que importar insumos, a indústria integrada, a indústria mundial,
10:27e exportar produtos e não consegue.
10:33Em vez de você ter um currency band, uma coisa assim que flutue conforme a produtividade da economia,
10:39você tem um câmbio que depende muito mais de condições políticas,
10:43uma declaração infeliz de algum ministro, alguma coisa, faz o câmbio disparar, voltar.
10:49Mas, assim, quem está na outra ponta é ruim.
10:52Então, eu acho que só para a política industrial, acho que a primeira coisa é a moeda, o dinheiro, sabe?
10:59Se você não tem essa estabilidade, você não tem.
11:03Segundo, eu acho que nós temos avanço, sim.
11:07Muito aquém do que podia ser, eu acho que na questão fiscal, está todo mundo olhando para o primário,
11:12mas não está vendo a conta de juros.
11:15Esse ano, 2025, se você soma saúde, educação e justiça, os três, e multiplica por dois,
11:25vai ser menos do que a gente gasta em juros.
11:28A gente tem que olhar para a conta de juros melhor.
11:30Tem gastos em juros que a gente não precisaria ter.
11:35Por exemplo, custo de carregamento de reservas, depósitos compulsórios remunerados, uma série coisa.
11:42Então, acho que a gente tem que olhar um pouquinho mais.
11:44Ah, concordo com o Paulo, que tem que fazer ajustes, mas esses ajustes podem ser feitos,
11:50e o Brasil pode crescer mais.
11:54E eu acho que o Brasil pode mais, assim.
11:57Eu acho que é questão de, sabe, aquela vontade.
12:02A gente está vendo a Copa dos times de futebol, e assim, mais do que técnica, qualquer coisa,
12:09é aquela vontade de ganhar.
12:10Está faltando um pouquinho disso no Brasil, né?

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