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No Visão Crítica, Luana Tavares analisa o crescente poder do parlamento brasileiro. O debate se aprofunda no déficit público e nas contradições do Congresso Nacional, revelando uma "inversão de valores em todos os níveis" que desafia a governabilidade e a saúde fiscal do país.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/e3R2KQ29ttY

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Transcrição
00:00É uma disputa do discurso político, eu prefiro do que narrativa, não gosto dessa expressão,
00:07há uma questão na discussão do discurso para ver quem vence.
00:11Isso nós estamos desde a Grécia Antiga, isso tem um certo tempo, uns 25 séculos nessa disputa.
00:19E é o que nós estamos agora vivendo isso aqui no Brasil.
00:23Eu gostaria de colocar para vocês, começando pela Luana,
00:26por exemplo, nós falamos bastante do Executivo, do Palácio do Planalto, do Presidente Lula,
00:34para ficar claro a quem nos acompanha.
00:36Atravessando a Praça dos Três Poderes, vamos chegar no Congresso.
00:40Que autoridade moral tem o Congresso para falar em cortar gastos,
00:48que é preciso moralizar o exercício das tarefas do Executivo,
00:53que o governo é ineficiente nos seus ministérios, etc., na sua gestão pública.
01:01Quando o Congresso aumentou, e vocês já lembraram, eram 513 deputados federais,
01:08serão, a partir da eleição do ano que vem, 531.
01:12Cada parlamentar chega a ter alguns 50 milhões, outros 60, outros 70,
01:20alguns passam de 100 milhões dele, o que é público vira privado.
01:26E a emenda parlamentar do deputado X e do senador Y vira um fundo eleitoral,
01:32um quarenta e oito avos, que ele usa durante quatro anos para se reeleger.
01:37Tanto que, provavelmente, o índice de reeleição deve ser, não sei se vou estar certo,
01:43na próxima eleição, o mais alto, um dos mais altos, ao menos, os tempos mais recentes.
01:47Então, e por outro lado, hoje, os parlamentares não dependem mais do prefeito,
01:53do governador, do presidente e nem dos ministros.
01:56Tivemos um caso recente e o ministro se recusou a ser ministro das comunicações.
02:00Por maior vergonha que eu vi um presidente passar, correu com o Lula.
02:03E não aprendendo uma lógica que em Minas Gerais, já desde a Inconfidência Mineira,
02:08já tinha aprendido.
02:09Você nunca convida alguém para um cargo sem já ter a certeza que ele vai aceitar.
02:14E foi um fechame.
02:15Ninguém lembra, nem do ministro convidado, nem do acontecimento,
02:19que o Brasil não tem memória histórica.
02:20Então, a questão que eu coloco, o Congresso está ali.
02:25Foi eleito, é um Congresso democrático, produto da Constituição de 88.
02:29Nós temos lá 81 senadores, até o momento 513 deputados federais.
02:36Como é que fica o papel do Congresso, que inclusive mais está de férias do que trabalhando?
02:44Ora é o Natal, ora é São João, ora é uma semana, ora é uma reunião do BRICS,
02:51ora é uma reunião em Portugal, ora é nos Estados Unidos, ora é na Inglaterra.
02:57Ainda em Portugal, é falam português.
03:00Curioso que eles vão aos Estados Unidos e à Inglaterra para falar português,
03:03para brasileiros discutindo questões nacionais.
03:06Uma coisa realmente macunaímica que a gente está assistindo no Brasil de hoje.
03:10Luana, como é que fica isso?
03:12O Congresso tem autoridade moral, política, tem uma proposta para o Brasil?
03:17Como é que fica isso?
03:18É, Vila, é quase assim, o sujo falando do mal lavado, o rabo querendo balançar o cachorro.
03:29A gente tem uma inversão de valores em todos os níveis.
03:34Quando a gente olha no papel do legislativo, o papel do executivo, o judiciário,
03:40que a gente acabou ainda não tocando aqui, mas temos inversões de valores e de papéis
03:46e esse desequilíbrio também em relação aos poderes nesses três grupos.
03:52E o que me parece é que cada vez mais a gente tem tido uma dificuldade em relação a planos e visões
04:03que realmente coloquem o Brasil numa agenda.
04:07Isso falando no papel do executivo, isso vai cada vez mais dando poder ao legislativo
04:14que se aproveitou desse vácuo que não existe no poder, a gente sabe, não existe vácuo de poder,
04:19ele vai sendo ocupado, as emendas, elas foram crescendo ao longo dos anos
04:25e trazendo para o Congresso um poder, e achei até engraçada, porém trágica também,
04:31a colocação do ministro Fernando Haddad, dizendo que existe o presidencialismo,
04:36existe o parlamentarismo e existe o Brasil, que a gente inventou um novo regime político,
04:43um novo sistema político que é muito proprietário,
04:48onde a gente tem um Congresso que tem muito poder, praticamente barrando,
04:53aqui falando nesse momento onde não há uma convergência, uma base formada pelo governo ali,
04:59praticamente barrando a atuação do governo, e a gente vive nesse presidencialismo de coalizão
05:04ou nesse parlamentarismo informal no Brasil.
05:08Então há uma questão de governabilidade, há uma questão de o Congresso não pode,
05:14não tem como falar sobre o executivo, sendo que ele também está num papel,
05:19ou do judiciário, sendo que ele também está nesse momento num papel e numa posição de poder,
05:26que não é o que se foi planejado pensando esse sistema político que nós temos no Brasil,
05:32que oficialmente é o presidencialismo.
05:35Há uma questão difícil, porque para que isso mude, a gente precisaria primeiro ter lideranças políticas
05:44e pessoas que realmente, ao assumirem os seus papéis, seja presidente da República,
05:50sejam os nossos juízes, sejam os parlamentares, terem essa consciência.
05:55Para que isso aconteça, a gente precisaria ter uma mudança também no perfil da oferta dessas lideranças
06:02para o eleitorado e uma consciência do eleitorado para os elegerem.
06:06Então existe aí uma problemática estrutural na cultura política brasileira que tem gerado isso
06:11e esse efeito pendular que nós estamos vivendo, que tem gerado uma polarização acentuada nos últimos anos,
06:18principalmente ali depois com a entrada do candidato, então o candidato Jair Bolsonaro,
06:24como uma alternativa até ao papel que antes o PSDB exercia,
06:30tentando ou não fazendo, de fato, uma oposição ao governo do PT.
06:36E isso foi enfraquecendo, de certo modo, a democracia,
06:41onde pela ausência de lideranças em outras esferas e essa distribuição de lideranças
06:48com uma visão democrática, uma visão republicana, uma visão onde o plano e as políticas públicas,
06:56o resultado para a população precede a atuação parlamentar ou a atuação pública,
07:01de servir ao público, de servir ao povo.
07:04Isso foi acentuando essa má distribuição dos poderes
07:08e uma busca do Congresso por se auto manter, se auto sustentar.
07:13Então, de fato, a gente falou aqui, acho que foi o colega Leonardo que trouxe diversas medidas
07:19que foram positivas em relação à questão econômica e vitórias,
07:24principalmente no primeiro ano do governo atual e que o Congresso participou,
07:30mas também muitas outras que foram para benefício próprio.
07:34Eu até estava levantando aqui um dado que foi divulgado hoje
07:37numa nota técnica do movimento Pessoas à Frente,
07:40que fala, por exemplo, sobre a questão dos penduricalhos,
07:43que são remunerações que nós temos na estrutura do Estado
07:48que estão acima do teto constitucional.
07:51E a gente tem só um exemplo aqui, a gente está falando do Legislativo,
07:56mas aqui olhando para diversos cargos,
08:01quando fala de super salários, não estamos falando só, por exemplo, de juízes,
08:05mas em todas as posições que estão no Estado,
08:10que furam o teto, óbvio que os juízes chamam mais atenção,
08:14mas a gente tem aí uma média, o subsídio de ministros do STF tem uma média de 37 mil reais,
08:21subsídio de juízes, a média nacional é de 46,
08:25e o rendimento líquido dos juízes, em média, 65 mil reais e 500.
08:31Existe uma busca, a despesa desse extra teto para juízes cresce 49% em 2024
08:39e chega a 10 bilhões.
08:41Então, o Congresso tem a sua parcela nesses custos,
08:45e principalmente analisando o custo, a gente olha qual é o retorno desse custo,
08:50retorno desse investimento, seja pelas emendas parlamentares,
08:54pelas emendas que são destinadas a políticas públicas,
08:58seja nesse caso aqui a questão dos fura-teto, dos super salários,
09:04seja numa posição fora da sua atuação, do seu poder,
09:09tudo isso desestrutura o Estado e as funções institucionais de cada um dos poderes
09:15e faz também com que a população vá ficando, como a gente está nesse momento,
09:20muito confusa de para onde ir.
09:22Então, sem dúvida, não há uma prerrogativa em nenhum dos poderes hoje
09:29de se falar em uma liderança virtuosa,
09:33uma liderança que olhe para o Estado de forma republicana como instituição.
09:38Aqui a gente não está dando nomes exatamente,
09:40a gente tem perfis aí, óbvio, diferentes dentro da composição desses grupos,
09:45mas a gente está falando sobre instituições,
09:47que independente de quem está ocupando aquelas cadeiras,
09:51têm uma função, têm um objetivo.
09:54Então, de fato, olhar para isso hoje e colocar para a população,
09:58olha, como você faz para avaliar e mudar,
10:02a gente vai ter que fazer uma mudança muito mais estrutural
10:05do que só um ajuste no legislativo ou no executivo.
10:09E no judiciário, que é o que tem os maiores salários.
10:12O que tem menor é o executivo e o pessoal muitas vezes põe culpa,
10:17dizendo, vamos enxugar o Estado olhando para o executivo.
10:19Eu fiquei 30 anos no executivo e sei que não é bem assim
10:23como todo dia eu leio nos jornais.

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