Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • hoje
No Visão Crítica, o cientista político Cristiano Noronha dissecou as raízes das tensões entre o Executivo e o Legislativo, evidenciadas nessa semana após a derrubada do decreto sobre o aumento do IOF.

Ele analisou o histórico recente dos impasses na tramitação de projetos, a fisiologia política e a polarização, revelando por que a governabilidade se torna um desafio tão complexo no Brasil.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/5Tl6tbFT_Zc

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#VisãoCrítica

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Mas eu passaria, por favor, ao Cristiano Noronha, fazendo uma pergunta, Cristiano,
00:04lembrando o Francelino Pereira, presidente da Arena, que chamava que era o maior partido do Ocidente nos anos 70,
00:10que disse assim, que país é esse?
00:12Eu perguntaria, variando um pouco a pergunta dele, que presidencialismo é esse?
00:16Nós vivemos um momento, creio eu, não sei se você concorda, Cristiano, meio atípico, desde 1988,
00:23em relações muito tensas entre o executivo e o legislativo.
00:26Quais seriam as razões, eu sei que é uma pergunta muito ampla, mas pedirei a concisão, claro,
00:31que é a nossa profissão também, as razões principais dessa tensão, Cristiano?
00:37A gente tem visto, nos últimos anos, justamente a partir de alguns não cumprimentos de acordo por parte do executivo
00:50ou dificuldade nesse relacionamento do Congresso e assumindo determinadas competências e também controle orçamentário.
01:05Então, isso se intensificou muito a partir da gestão da ex-presidente Dilma.
01:09Havia ali até a gestão do ex-presidente Lula, uma certa liberação de emendas,
01:16onde ele contemplava também partidos de oposição.
01:21A ex-presidente Dilma não tinha essa gerência muito bem feita dessa liberação de emendas,
01:27isso acabou irritando muito os parlamentares e eles acabaram, obviamente, aumentando essa competência.
01:37Foi também ao longo desse período, veja que eu me lembro quando o Fernando Henrique era presidente,
01:42quando ele foi derrubado, depois de anos do Fernando Henrique, foi derrubado um veto,
01:47muita gente achava ali que o governo tinha acabado,
01:51que o governo estava perdendo o controle do Congresso Nacional, da governabilidade.
01:57Agora a gente vê veto sendo derrubado com uma facilidade muito grande.
02:02Isso também são frutos de acordos que são feitos.
02:08Por que tem muito veto?
02:10Porque há acordo de votação no Congresso Nacional,
02:14quando vai para o Executivo, o Executivo não gosta ou não necessariamente,
02:21às vezes esse acordo o Executivo autoriza a fazer simplesmente para andar com a matéria,
02:26e quando chega no Executivo, o Executivo veta, e aí irrita novamente o Parlamento.
02:30Então a gente vai vendo, ano após ano, o Congresso Nacional se fortalecendo,
02:35seja no controle do orçamento, seja também assumindo mais esse protagonismo no processo legislativo.
02:45Olha o caso das medidas provisórias também.
02:48As medidas provisórias lá na época do Fernando Henrique, elas eram editadas indefinidamente.
02:53O plano real hoje ainda é uma medida provisória.
02:56E o Congresso Nacional mudou isso, dando um prazo máximo de validade por 120 dias
03:02dessas medidas provisórias, e algumas delas, inclusive, nem são votadas.
03:08Na gestão Lira, sequer essas comissões mistas eram analisadas.
03:12Ele exigia sempre que o governo encaminhasse uma medida provisória,
03:15mas em seguida encaminhasse um projeto de lei também,
03:18porque para ter mais controle sobre essa votação.
03:22E tende a ficar mais difícil, viu, Vila?
03:24Esse aumento de número de deputados também,
03:28ninguém está falando nisso, mas hoje, para aprovar uma emenda constitucional,
03:34são necessários 308 votos.
03:36Com o aumento do número de deputados, vão ser 318.
03:39A maioria absoluta vai deixar de ser 257 votos para ser 265, 266.
03:48Então, essa governabilidade vai ficando cada vez mais complexa.
03:55E, anteriormente, a gente tinha um protagonismo muito forte do presidente da República.
04:03Hoje a gente vê o Brasil é uma pentarquia.
04:08Ele não é mais só controlado, governado pelo presidente da República.
04:13Você tem o presidente da Câmara, você tem o presidente do Senado,
04:17você tem o presidente da República,
04:21você tem o presidente do Supremo Tribunal Federal e o presidente do Banco Central.
04:25Veja essa questão do Banco Central.
04:27O Banco Central, qual é a missão do Banco Central?
04:29É reduzir juros.
04:33Controlar a inflação.
04:34Qual é o mecanismo que ele tem?
04:38Ou sobe ou desce juros conforme a inflação?
04:40Bom, o Banco Central está tentando fazer juros.
04:43O que faz o governo?
04:45Estimula mais ainda o consumo, joga mais dinheiro na economia.
04:50O que o Banco Central tem que fazer?
04:51Subir juros, porque a missão dele é manter a inflação.
04:55Então, não é só uma decisão mais do presidente da República.
05:02O Brasil caminhou nessa pentarquia, nesse compartilhamento de poder.
05:10Você vê o Supremo Tribunal Federal também, a partir da judicialização,
05:16assumindo um protagonismo muito forte com decisões que muitas vezes são criticadas,
05:21inclusive pelo Congresso Nacional.
05:25E essa judicialização é feita tanto por governista quanto pela oposição também.
05:33Basta ver o número de ações que a gente tem dia a dia no Supremo,
05:38que foram impetradas nos últimos anos por partidos políticos.
05:41Então, hoje, esse controle da agenda não é só mais do presidente da República.
05:46Ela é compartilhada com vários outros poderes da República também.
05:49Então, vamos lá.

Recomendado