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No Visão Crítica, os convidados Carlos Zarattini (PT-SP) e Cezinha de Madureira (PSD-SP) debatem a derrota do Governo Lula (PT-SP) no Congresso Nacional com a derrubada do decreto no aumento do IOF.

O cientista político Cristiano Noronha analisa os motivos que têm aumentado as divergências entre o poder Executivo e Legislativo.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/5Tl6tbFT_Zc

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Transcrição
00:00Vamos entrar diretamente no tema, ontem tivemos um dia caliente lá em Brasília
00:05e eu começaria com o deputado Zaratini.
00:08Foi uma derrota humilhante para o governo ontem?
00:11Foi uma derrota para o governo, mas eu acho que foi uma derrota para o país.
00:16Porque esse projeto que foi derrotado, foi anulado o decreto feito pelo presidente,
00:23é um decreto que foi negociado com a Câmara e com o Senado.
00:30Houve várias reuniões de negociação, nas quais participaram inclusive o presidente Lula
00:35e depois uma reunião num domingo à noite, uma famosa reunião que foi considerada histórica
00:41por todos que deram entrevista depois, que tratou de um conjunto de ações para chegar ao equilíbrio fiscal.
00:49Então se previa a anulação do primeiro decreto do IOF, a edição do segundo decreto,
00:55onde foi reduzida em 80% as alíquotas, a edição de uma medida provisória que altera regras do imposto de renda
01:04das pessoas jurídicas e um terceiro projeto, que ainda não chegou à Câmara,
01:10que trata da chamada redução das isenções tributárias.
01:15Uma redução de 10% nas isenções tributárias, portanto, mantendo 90% das isenções.
01:23Então era um projeto acordado e que, de repente, o presidente da Câmara,
01:29às 11h30 da noite, resolveu mudar a pauta.
01:33É bom lembrar que na semana anterior o presidente publicou a pauta,
01:38diz que os deputados estavam dispensados de ir à Brasília, poderiam participar virtualmente
01:46e mudou, simplesmente mudou a Câmara vazia,
01:51poucos deputados, nem 10% dos deputados estavam lá
01:56e um projeto desse calibre, dessa importância, foi anulado.
02:01Então eu acho um equívoco muito grande na condição da Câmara.
02:05É um Senado também, da mesma forma.
02:09E, logicamente, essa decisão tem muito menos a ver com a questão dos impostos,
02:16com a questão tributária, do que propriamente com uma série de outros descontentamentos
02:22e tentativas de sinais para o governo.
02:26Então, agora, perdeu o país.
02:29Nós vamos ter uma possível judicialização dessa medida,
02:35porque esse decreto legislativo é inconstitucional,
02:39porque a Constituição fala claramente que a determinação das alíquotas do IOF
02:44é feita pelo Executivo,
02:46e ao fazer o decreto legislativo impediu o Executivo de cumprir sua função,
02:51e, alternativamente a isso, se não fizer isso,
02:56o governo vai ter que fazer um contingenciamento entre 10 e 12 bilhões de reais,
03:01reduzindo recursos da saúde, da educação,
03:05num momento tão importante como nós estamos precisando agora
03:08que esses recursos estejam à disposição do povo.
03:11Deputado César Inim Madureiro, o PSD, quase todo ele, se não todo,
03:16votou contra a proposta do governo.
03:19Como as suas considerações e por que o PSD tomou essa posição?
03:24Professor Marco Antônio, uma alegria estar aqui contigo,
03:29te cumprimentar, meu querido colega Zaratini, um bom deputado,
03:34e os nossos ouvintes e telespectadores.
03:36Eu quero iniciar dizendo que o presidente Hugo Mota
03:41não tem procuração para defendê-lo,
03:44mas ele agiu como um grande parlamentar
03:49e, mais ainda, um grande presidente,
03:51com as suas prerrogativas que lhe cabem.
03:54Em um momento onde o governo está tomando um lado diferente,
03:59ele vai lá e defende.
04:01Isso é número um.
04:02Eu acho que o presidente, a pauta é dele.
04:04Em que pese, todos os momentos que nós tivemos
04:08desde o início da presidência do presidente Hugo Mota,
04:11ele conversa com os líderes.
04:14E, ali, ele tomou uma medida necessária,
04:17não dizendo que é ruim para o país.
04:20Quem é responsável pela economia no país
04:24é o presidente da república,
04:26com a sua governância ou não governância.
04:29Desgovernância.
04:30Aí, quando o presidente tem alguns atores,
04:34ele que é um presidente experiente,
04:35já veio de dois mandatos, é um terceiro mandato,
04:38fez sucessor,
04:39sabe como funciona a representação
04:42do povo brasileiro na Câmara.
04:45Quando ele tem alguns atores
04:46que não trabalham de forma
04:49flexível com o país,
04:51tende a isso,
04:52a desgovernância.
04:54Então, eu acredito que o presidente Hugo Mota
04:56tomou ali uma decisão necessária,
05:00num momento necessário,
05:01defendendo o país.
05:03Isso é número um.
05:04O PSD,
05:06quem não votou
05:08junto com o restante que votaram
05:11é porque não podiam votar.
05:13Então, se ausentaram de não votar,
05:16mas não significa
05:17que não concordam
05:19com o que foi votado.
05:21Isso é número um.
05:22Você pega, por exemplo,
05:23deputados da Bahia,
05:25não podiam se manifestar,
05:26uma vez que tem ali
05:28sua aproximação muito próxima
05:30do PT na Bahia.
05:33É agora, dizer,
05:34meu querido colega Zaratini,
05:37que isso é um caso
05:38de judicialização,
05:41ora, nós estamos lutando
05:43na Câmara
05:44para trazer de volta
05:45o protagonismo
05:47que os deputados e senadores
05:49merecem,
05:50que é constitucional
05:52de decidir a pauta,
05:54de legislar.
05:56Nós estamos lutando
05:58para trazer-se de volta
05:59da mão do judiciário
06:00que, por várias vezes,
06:03a ausência do parlamento
06:05com falta de coragem
06:06não legislou,
06:08o judiciário vai lá
06:09fazer o papel
06:11do parlamento.
06:12Então, eu acredito
06:13que isso é mais
06:14um caso
06:15de uma conversa
06:17de governo
06:18com o Congresso
06:19do que uma judicialização
06:21mesmo aí
06:24com alguns atores
06:25dizendo que é inconstitucional.
06:27Não.
06:28O Congresso
06:28é soberano.
06:31Principalmente
06:31a Câmara,
06:32que é a representação
06:33direta
06:34do povo
06:35lá na ponta,
06:36da maioria
06:37e da minoria.
06:39Então, está ali
06:40bem posto,
06:40inclusive,
06:41quando nós vemos,
06:42professor,
06:43quase 400 deputados
06:45irem lá
06:46à distância,
06:48mas todo mundo
06:49sabe o que está votando.
06:50Eu olho na tela
06:50do meu celular,
06:52eu pergunto ao líder,
06:53eu me informo
06:54o que eu estou votando.
06:55Então,
06:55todo mundo votou consciente.
06:57Quase 400 deputados
06:58significa
06:59que falta aí
07:00uma governância
07:01no país
07:02nesse exato momento.
07:03Eu passaria
07:04para o nosso
07:05convidado remoto,
07:06Cristiano Noronha.
07:07No campo da ciência
07:08política,
07:09Cristiano,
07:09como é que é possível
07:10avaliar
07:11não só essa votação,
07:13claro,
07:13mas o contexto
07:14que envolve
07:15essa votação
07:16e o momento
07:16do governo Lula
07:17e de suas relações
07:18com o Parlamento?
07:21Bom,
07:22Vila,
07:23o próprio
07:23deputado Zaratini
07:25reconheceu
07:26que essa votação
07:27ela vem de um contexto
07:29de uma relação
07:31tensa
07:32que está estabelecida
07:33com o presidente Lula
07:35praticamente
07:35desde que
07:37ele assumiu
07:38o cargo,
07:38embora a gente
07:39tenha visto
07:41algumas sinalizações
07:42do Congresso
07:42também de apoio
07:43importante,
07:44algumas pautas
07:45do governo.
07:46A própria PEC
07:46da transição
07:47foi um,
07:48o arcabouço fiscal
07:49foi outro,
07:50a reforma tributária
07:51também que foi
07:53aprovada,
07:54enfim,
07:54o Congresso
07:55fez alguns
07:57gestos positivos,
07:58mas o ponto
07:59é que o governo
08:00ele não vem
08:01cumprindo
08:02com alguns
08:03acordos
08:03no legislativo,
08:04dou alguns
08:05exemplos,
08:06né?
08:06O governo,
08:08por exemplo,
08:09há um acordo
08:10para derrubar
08:10um veto,
08:12esse acordo
08:12é feito
08:13com as lideranças
08:14e no dia seguinte
08:15tem lá
08:16ministros
08:17do governo
08:19falando
08:20que o Congresso
08:21vai ser responsável
08:22pelo aumento
08:23da conta de luz,
08:24colocando ali
08:25sempre na conta
08:26do governo.
08:26Então,
08:27as negociações
08:27são feitas
08:28nas lideranças
08:29não são
08:29cumpridas
08:32pelo poder
08:32executivo.
08:34As liberações
08:35de emendas
08:36também,
08:36um outro
08:37sinal que a gente
08:38vê desse desgaste,
08:39você veja,
08:40em dezembro
08:40do ano passado
08:41o governo
08:42encaminhou
08:42ao Senado
08:45Federal
08:46uma indicação
08:46de quase
08:47de duas
08:48dezenas
08:49de nomes
08:50para as agências
08:50reguladoras.
08:51Até agora
08:52esses nomes
08:53não foram
08:53analisados
08:54pelo Senado,
08:55o que mostra
08:56também uma insatisfação,
08:57uma falta
08:58de diálogo
08:59com o governo.
09:02O ministro
09:03da Fazenda
09:03Fernando Haddad
09:04também
09:05em alguns momentos
09:06mostra
09:06uma certa
09:07falta
09:11de tato
09:11político.
09:14Ainda
09:14que seja
09:15uma medida
09:16que ele
09:16possa
09:17questionar
09:20de uma
09:20forma
09:21mais
09:22reservada,
09:23mas ele
09:23criticando
09:24o Congresso
09:25se batendo
09:26no Congresso
09:26na semana
09:27que o Senado
09:29ia votar,
09:29por exemplo,
09:30esse aumento
09:31de números
09:31de deputados.
09:34Então,
09:34não foi
09:35uma fala
09:36prudente
09:36do ministro
09:37no momento
09:38de uma
09:38relação
09:38tensa
09:40como essa.
09:40O governo
09:41precisa
09:42encarar
09:43também
09:43essa relação
09:44com o Congresso
09:45Nacional
09:45com uma
09:46forma mais
09:46amigável,
09:47não de embate.
09:49E há
09:49no discurso
09:50do governo
09:51sempre de que
09:52o governo
09:53é a favor
09:54de uma
09:54justiça
09:55tributária
09:55e o Congresso
09:56Nacional
09:56está cedendo
09:58a questão
09:58dos lobbies,
10:00das bets,
10:01que o ministro
10:02falando
10:03algumas vezes
10:04até de que
10:04esses lobbies
10:05têm que ser
10:05feitos à luz
10:06do dia,
10:06sugerindo
10:07que o Congresso
10:07pode estar
10:08fazendo alguma
10:08coisa que não
10:10é republicana.
10:12Então,
10:12o Congresso,
10:13essas falas,
10:15isso acaba
10:16irritando
10:16e causando
10:18uma falta,
10:19uma insatisfação
10:21muito grande
10:22no Congresso
10:23Nacional.
10:24E o Congresso
10:25deu esse,
10:27já tinha dado
10:28essa mensagem
10:29e aí,
10:30nos últimos dias,
10:32algumas falas
10:33acabaram irritando
10:35também o Congresso
10:36e acabou
10:37acontecendo isso.
10:38Judicializar,
10:39conforme o deputado
10:40Zaratini falou,
10:42é um problema.
10:43Eu acho
10:44que isso pode,
10:45o próprio
10:46presidente do
10:47Republicano,
10:48Marcos Pereira,
10:49disse que isso é
10:49um caminho arriscado.
10:50Está lá,
10:51no artigo 49
10:52da Constituição,
10:53dizendo que
10:54é competência
10:56do poder
10:56legislativo
10:57sustar os
10:58atos normativos
10:59que exorbitem
11:01do poder
11:01de regulamentar.
11:03E essa é a crítica
11:04que foi feita,
11:05não apenas
11:05do Congresso,
11:06mas principalmente
11:07do setor produtivo.
11:08Esse imposto
11:09IOF
11:10é uma competência
11:11privativa, sim,
11:12do poder executivo,
11:13mas para
11:14regulamentar
11:15algumas
11:16desfuncionalidades
11:17que existem
11:18no crédito
11:18e claramente
11:19toda a
11:21argumentação
11:22que o governo
11:22deu a favor
11:24e para sustentar
11:25esse decreto,
11:26embora tente
11:27dourar a pílula
11:28ali com justiça
11:29tributária,
11:30mas foi justamente
11:31a questão da
11:31arrecadação.
11:32Tanto é
11:33que assim que
11:34derrubado,
11:34ele disse,
11:35olha,
11:35vamos ter que buscar
11:36novas fontes
11:37para cumprir o
11:37arcabouço
11:38ou então
11:39vamos fazer
11:39contingenciamento.
11:40Então o objetivo
11:41fundamental
11:43aqui do
11:43Poder Executivo
11:45com a edição
11:46desse decreto
11:46foi, na verdade,
11:48arrecadatório,
11:49ele não foi
11:49regulatório.
11:51E aí está
11:51um ponto
11:52que foi muito
11:53criticado
11:54quanto
11:54a decisão
11:55de estar
11:57acertada
11:58por parte
11:58do Congresso
11:59Nacional.
11:59do Congresso
12:00Nacional.

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