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Transcrição
00:00Dono de grandes amores, mas dono de desilusões. Ah, o coração.
00:05Bom, brincadeiras à parte, ele sim é um órgão que sofre com sentimentos,
00:09por conta da aceleração e desaceleração, secreção de hormônios e outros fatores.
00:15Mas ele de verdade pode ser afetado tanto de forma negativa como de forma positiva,
00:21dependendo do nosso estado de humor e das nossas emoções.
00:24É o coração, é o nosso assunto de hoje no Viva Bem.
00:30Jovem Pan, Viva Bem, com Márcio Atala.
00:37E para falar do coração e longevidade, eu recebo o cardiologista, pesquisador e professor,
00:43livre docente da USP, doutor Álvaro Avesum.
00:47Obrigado por ter aceitado esse convite, meu amigo.
00:49Eu que agradeço, Márcio.
00:51Coração é o que mais mata, é a doença cardiovascular, é a maior causa de mortalidade no Brasil e no mundo.
00:59Em países como o Brasil, a principal causa de morte é a doença cardiovascular.
01:03Em resumo, infarto agudo do miocárdio, o ataque cardíaco e o acidente vascular cerebral.
01:09São as duas principais causas.
01:11Se você olhar o mundo desenvolvido, câncer é a causa número um e a cardiovascular é a segunda.
01:16Então, significa que a melhora socioeconômica do Brasil vai permitir que a doença cardiovascular deixe de ser a causa número um
01:26e câncer passa a ser a causa número dois, que acontece em idade mais avançada e não a mortalidade precoce,
01:36que é a queda cardiovascular e o infarto e o AVC que no nosso país acontece entre cinco a dez anos antes do que aqueles que acontecem em países desenvolvidos.
01:47Entendi.
01:48Mas aí eu vou excluir nesse primeiro momento medicação.
01:52Que claro, que você tem um diagnóstico precoce, entender ali se você tem uma artéria ou que o seu colesterol está alto,
02:00entrar com medicação, beleza.
02:02Vamos deixar isso num segundo momento.
02:04Quando a gente fala de estilo de vida, o que serve para diminuir risco para a doença cardiovascular,
02:12provavelmente também serve para diminuir risco de câncer ou não.
02:16Exatamente.
02:17São os fatores, Márcio, modificáveis.
02:20Se alguém perguntar, é possível prevenir doença cardiovascular?
02:25Não ter doença cardiovascular?
02:27Não ter infarto?
02:28Não ter AVC?
02:28Não ter dilatação do coração, que é insuficiência cardíaca?
02:32É possível prevenir e é possível postergar para que aconteça numa idade bem mais tarde.
02:39Exato.
02:39Conseguir um late check-out, reagendar a data do inevitável.
02:44Então os fatores modificáveis, o nome é perfeito, são fatores que você identifica no indivíduo e você modifica ao longo da vida.
02:52Por exemplo, cigarro é fator de risco tanto para infarto, como para AVC, como principal fator de risco para câncer em geral.
03:03A alimentação saudável previne infarto, AVC e também está associada à redução de câncer.
03:12Obesidade, que tem a ver com atividade física, é preditor de risco de infarto, AVC e também de câncer.
03:20Atividade física, quanto mais atividade física aeróbica, menos infarto e AVC.
03:27E quanto maior o ganho muscular, mais impacto do que atividade aeróbica.
03:33Então hoje nós temos essa informação recente.
03:37Faça atividade aeróbica, reduz infarto e AVC e aumenta a longevidade.
03:41Mas ganho de força muscular por meio de atividade física, não estou falando medicamentos, por meio de atividade física,
03:49você tem mais impacto que a própria atividade aeróbica.
03:52Tem que fazer os dois.
03:53A gente brinca que a atividade aeróbica aumenta a quantidade de anos e a atividade de força melhora a qualidade de vida nesses anos.
04:01É por aí?
04:02Aumenta anos, inclusive.
04:04É, assim, a qualidade sim.
04:06Mas o que tem de novo é que força muscular impacta na quantidade de anos também como atividade aeróbica.
04:13Enfim, se nós olharmos, como você pontou muito bem, doença cardiovascular e câncer,
04:18a pergunta é o que nós queremos para prolongarmos a nossa permanência aqui no planeta,
04:25chamado de longevidade, mas nós precisamos ter aumento de anos de vida,
04:30menos eventos como infarto, AVC e câncer, mas precisamos acrescentar também redução de demência,
04:39redução do declínio cognitivo.
04:41E os fatores associados com demência, boa parte deles são os mesmos da doença cardiovascular e também do câncer.
04:50Você tem obesidade, você tem sedentarismo, tem o próprio tabagismo, você tem alimentação não saudável,
04:57depressão, tudo isso, falta de engajamento intelectual, tudo isso se associa com demência.
05:04Então, 60% do total de casos de demência é passível de prevenção, atuando sob nove fatores de risco.
05:14Então, talvez o que precisa na sociedade é o foco, como você salientou muito bem,
05:19nós não podemos medicalizar prevenção.
05:23Estilo de vida é fundamental para prevenção e mesmo quando o indivíduo está usando medicamentos,
05:29ele deve dar continuidade ao estilo de vida saudável, que resumidamente é atividade física, alimentação saudável e não fumar.
05:39Você tocou em alguns pontos aqui em relação ao estilo de vida, tirando o cigarro, que diminuiu nos últimos anos,
05:47a gente nunca teve tanta informação que a atividade física é importante, nunca foi tão disseminada.
05:54A gente tem muita informação sobre como melhorar a alimentação, oportunidade de consumir um alimento melhor,
06:04enfim, enriquecer sua alimentação.
06:06A gente sabe a importância que o sono tem para diminuir eventos cardiovasculares, demência, uma série de coisas.
06:15Mas, apesar de tanta informação e tanta ferramenta disponível, o estilo de vida das pessoas tem piorado.
06:22Por que isso, Al?
06:24Existe um modelo que explica por que adoecemos.
06:28É o modelo da má adaptação na vida, na sociedade atual.
06:34Então, essa má adaptação, devido a toda essa circunstância da vida na atualidade,
06:40nós estamos mais sedentários.
06:42Se você olhar, é controle remoto, é escada rolante, o deslocamento, o pus de I.
06:48O ar, você consegue tudo.
06:49Consegue tudo, exato.
06:50Então, existe isso.
06:52Alimentação, você tem alimentos talvez mais baratos e, às vezes, de valor calórico maior,
06:59no indivíduo, fácil acesso.
07:01Então, o estilo de vida conspira contra um estilo de vida saudável na sociedade atual.
07:07Mas o preço que nós estamos pagando é mais sedentarismo, mais obesidade, aumentou,
07:12inclusive em crianças e adolescentes.
07:14E se você tem sedentarismo e se você tem obesidade, você vai ter colesterol alterado,
07:20você vai ter diabetes e você vai ter hipertensão arterial.
07:24Então, não precisa de nenhum cálculo sofisticado para você ver estilo de vida inapropriado.
07:30Os fatores de risco vão acontecer?
07:32É uma questão de tempo para termos a eclusão do infarto e do AVC.
07:37Então, o estilo de vida na sociedade atual, inclusive no Brasil, nós não temos diminuição de obesidade,
07:44não temos diminuição de hipertensão arterial.
07:46Hipertensão arterial, 48% da população adulta brasileira tem hipertensão arterial.
07:52É quase que jogar uma moeda para saber quem é hipertensão e quem não é.
07:55Se você pegar colesterol alterado, quase que dois terços da sociedade,
08:00inclusive em crianças e adolescentes.
08:02Diabetes, em torno de 12% da sociedade.
08:05Você pontuou bem, o tabagismo, as medidas que foram implementadas,
08:10elas conseguiram, o Brasil realmente é um país exemplar nisso,
08:13reduziu-se muito as taxas de tabagismo.
08:16Tem espaço para reduzir mais ainda para ficarmos em um dígito.
08:19Hoje deve estar em torno de 10%, 12%.
08:21Mas a tua pergunta é por que nós, mesmo sabendo do benefício do estilo de vida,
08:28nós não mudamos?
08:29Aqui tem duas possibilidades, Marcio.
08:31Primeiro, não vamos entender que toda sociedade brasileira sabe que estes fatores
08:39estão associados com morrer precocemente, ter infarto, ter AVC, ter câncer e demência.
08:47Então, primeira coisa, a sociedade como um todo não tem esse conhecimento.
08:50Segundo, quem tem não implementou na prática clínica.
08:54Então, isso é um fenômeno praticamente universal, varia de país para país,
08:59mas implementar na prática clínica um estilo de vida saudável,
09:04você faz, eu faço, atividade física, mas se eu te perguntar, se você me perguntar,
09:08quando foi exatamente que viramos a chave e a atividade física passou a ser incorporada
09:16no dia a dia, não falhando?
09:19É difícil você identificar qual foi o fator.
09:21Cada um, a chave vira no lugar.
09:23Vira no lugar, mas se você tem a sociedade toda praticando atividade física,
09:28com uma alimentação saudável, naturalmente, esse efeito em cascata, ele funciona.
09:34Mas aí, nós temos que atuar também em crianças e adolescentes.
09:37Total.
09:38E é o hábito.
09:39É, e nós temos dados recentes de hipertensão e pré-hipertensão em crianças e adolescentes,
09:46da ordem de 18%, muito alto.
09:49Obesidade e sobrepeso, 30%.
09:52Colesterol alterado.
09:54Você já ouviu falar do colesterol bom, quanto mais alto, melhor, que é o HDL.
09:58Nós avaliamos, num grupo de 7 a 18 anos, deu 42% de colesterol bom, baixo, que é fator de risco.
10:07Então, crianças e adolescentes que nós devíamos pensar em promoção de saúde,
10:11para não terem o fator de risco, não.
10:14Eles já têm o fator de risco, tem que pensar em prevenção cardiovascular.
10:18E sem falar nos custos.
10:20Tudo que você não previne, gera um aumento de custo para o sistema.
10:24Tanto o sistema público, como o sistema privado.
10:27Agora, aquilo que você não tem tratamento e estilo de vida, paciência.
10:31O dia que acontecer, você trata interna, opera, faz alguma intervenção.
10:36Agora, a doença cardiovascular, ela é, na sua maioria, passível de prevenção.
10:43Então, tem que ter mudança social, para que o indivíduo faça parte desse dia a dia.
10:48Infelizmente, nós ainda estamos longe disso.
10:51Como, enfim, mudar o estilo de vida exige mexer em padrão.
10:58E o nosso corpo adora um padrãozinho.
11:00Então, se eu tenho um padrão confortável, tudo ali,
11:04e eu tenho que começar a fazer atividade física, reduzir minha porção.
11:08Isso dá um certo trabalho, pelo menos no início.
11:11Tomar um remédio parece ser mais fácil.
11:13E hoje, você vem com uma classe de medicamentos que parece que atua ali como uma verdadeira salvação da lavoura.
11:23Eu vou tomar um remédio, eu vou diminuir muito minha ingestão calórica, eu vou perder peso.
11:29Eu perdendo peso, eu acabo, muitas vezes, melhorando o controle da minha glicemia,
11:34diminuindo o risco cardíaco.
11:35Como você vê essa terceirização da saúde?
11:39Então, veja, aproximadamente 30 anos atrás, eu voltei do Canadá, depois de dois anos,
11:48e introduzi no Brasil medicina baseada em evidências.
11:51Que é medicina baseada em comprovação científica.
11:54Tudo que falamos de tratamento, o correto, é quando há confirmação de benefício.
12:00Para tratar hipertensão, tratamento de infarto, insuficiência cardíaca baseada em evidências.
12:07Uma das classes de medicamentos, são alguns medicamentos utilizados inicialmente como antidiabéticos,
12:15para o tratamento do diabetes.
12:16E aí você tem, no diabético, o que você espera?
12:19Além de controlar a glicemia ou açúcar, que você tenha um impacto na sobrevida livre de eventos.
12:26Que o paciente diabético, por usar o medicamento, viva mais, tem menos infarto, menos AVC.
12:30Então, se você tem um paciente com obesidade e diabético, ou obesidade e fatores de risco,
12:39você usar determinados medicamentos, que eles trarão perda de peso,
12:44mas eles trazem um benefício tangível de aumento na sobrevida, menos infarto e menos AVC.
12:51Então, perder peso no paciente obeso, de alto risco, é uma coisa perfeitamente indicada e correta e baseada em evidências.
13:02Porque se indivíduo está perdendo peso, mas tem benefício de viver mais e ter menos eventos.
13:07Isso é bom.
13:07Agora, o seu comentário.
13:10Simplesmente perder peso sem ter uma confirmação de que há um benefício adicional de redução de risco cardiovascular.
13:21Simplesmente perder peso.
13:22Mesmo nesses estudos que eu comentei, que está comprovado, que além de perder peso, tem redução de eventos,
13:31foi sugerido e é sugerido para os pacientes terem estilo de vida saudável, continuarem com atividade física.
13:38Então, nesse ponto, Márcio, nós não podemos medicalizar obesidade.
13:43Ou seja, o estilo de vida saudável com alimentação e com atividade física, ele deve ser mantido.
13:51E havendo indicação, baseada em evidências de benefício comprovado, acrescente o medicamento a esse estilo de vida saudável.
14:03Para não termos apenas, use apenas o medicamento, não mude a alimentação, não faça atividade física.
14:10Tem que vir junto.
14:11Aliás, os estudos mostram dessa maneira.
14:14Tem uma frase que eu só falo entre amigos e eu vou falar hoje, você é meu amigo, então eu vou falar.
14:21É muito importante a gente ter uma boa vida.
14:24Mas seria muito legal se a gente tivesse uma boa morte.
14:27O que eu chamo de boa morte?
14:29Você não ficar 15 anos numa cama, 12 anos com dependência sem conseguir fazer as coisas.
14:35E eu acredito que hoje a gente tem muitas ferramentas para conseguir, sei lá, se eu vou viver 90 anos, em comparação às gerações passadas, eu tenho mais condições de chegar aos 70, 75, 80 anos realizando muito mais coisas que a geração passada conseguia fazer.
14:57Eu estou certo nesse raciocínio, porque hoje eu vejo, por exemplo, no meu grupo de vôlei, gente de quase 70 anos jogando.
15:04E você fala, cara, quando eu comecei a jogar, uma pessoa de 60 anos era um senhorzinho, não conseguia jogar.
15:12Trabalhãozinho.
15:12Olha, eu compartilho o mesmo ponto de vista.
15:15No meu grupo, não de vôlei, mas o grupo de pedal, tem pessoas de 70 anos pedalando muito bem, ambos os sexos.
15:22Então, assim, a atividade física, ela nos posiciona, não só do ponto de vista físico, mas mental, de uma maneira muito, muito apropriada.
15:33Então, veja, quando você falou de boa morte, eu gostaria de incluir, quando falamos de longe a vitalidade, além do expectativo de vida aumentada, menos infarto, AVC e câncer, autonomia, que é força muscular, menos demência.
15:49Mas nós, na nossa definição, nós acrescentamos desfechos de espiritualidade.
15:55E dentro disso, falo, mas isso é sobre religião?
15:58Não.
15:58É sobre religiosidade?
16:00Também não.
16:00Espiritualidade, para definir, é o conjunto de, vamos falar, valores mentais, emocionais, morais, que todos temos.
16:10E que isso faz com que pensemos de uma maneira e temos atitudes de uma outra maneira, na vida de relação conosco e com os outros.
16:18Mas tem que ser passível de mensuração.
16:20O que nós temos na atualidade?
16:23Indivíduos, avaliados com questionário, que têm propósito de vida, eles têm 13% de redução na morte precoce.
16:30Indivíduos que têm satisfação com a própria vida, têm 12% de redução em morte precoce.
16:37Solidão e isolamento social aumentando em 29% a morte precoce.
16:44Raiva, indivíduo explosivo, irascível aumenta em 50% a chance de diabetes e 44% a chance de coração dilatado e insuficiência cardíaca.
16:58Então, nós temos que levar em conta todo esse conjunto de informações que nós falamos para nascermos, vivemos bem e, como você falou, ter a boa morte, que quanto menor for o período de incapacitação, tem pessoas que não têm nenhum período de incapacitação.
17:17Eles são longevos, têm pequenas alterações da senescência, do envelhecimento e, num belo dia, vai desligando, a pressão fica mais baixa, a temperatura baixa, ele não adoeceu e vem a morte.
17:31Então, tem que, no mínimo, nós comprimirmos, suprimir esse período.
17:36E tem um trabalho muito interessante comparando países desenvolvidos, e o Brasil participou disso com um país em desenvolvimento, o número de anos antes de morrer que a pessoa perde qualidade de vida com sofrimento no superlativo, físico, mental, espiritual e social, foi significantemente maior no Brasil em comparação com países considerados o primeiro mundo.
18:02Então, assim, nós temos também essa dificuldade do período de incapacitação e de sofrimento ser maior em países de renda mais baixa em relação a renda mais alta.
18:16Com países pobre como o Brasil e com a educação ruim, isso acaba fazendo com que, nesses últimos anos, quando a gente pensa na média do brasileiro, porque a gente tem vários Brasis, né?
18:27Sim, sim, sim.
18:28A gente vai em algumas regiões aqui em São Paulo, provavelmente com muita educação, com poder aquisitivo, você consegue suprimir esse tempo de dependência, mas num país como o nosso?
18:37O Márcio, são os determinantes sociais de adoecimento, renda familiar e escolaridade são preditores de doença cardiovascular e morte prematura.
18:50Tem um projeto nosso com o Canadá que escolaridade é preditor de morte prematura e de doença cardiovascular.
19:00Escolaridade, número de anos dentro de uma escola.
19:02Então, tem muita coisa para fazer, porque a evidência está aí.
19:07Senão, nós vamos falar assim, olha, a ciência precisa evoluir.
19:10Olha, vamos só por um minuto falar assim, nada de informação nova, apenas com a informação existente.
19:17Dá para mudar muito esse mundo para melhor em termos de saúde?
19:21Claro que dá, mas a implementação é que fica aquém das evidências geradas.
19:26Então, vamos aproveitar esse gancho e dar algumas sugestões de trocas inteligentes para quem quer cuidar do coração.
19:34No Isso, por aquilo de hoje.
19:40A ideia do Isso, por aquilo de hoje é transformar uma refeição completa, só que pesadinha, para uma mais leve e super nutritiva.
19:49Afinal, está todo mundo querendo tirar um pouquinho de circunferência da barriga e ficar mais retinho.
19:55Mas, nem só pela imagem no espelho.
19:58O fato é que, quanto menor for a circunferência da cintura, menores são as chances de ter algumas doenças.
20:04Então, bora trocar.
20:05Pensa num prato de estrogonofe de carne com arroz e batata frita.
20:09Vem acompanhado de uma salada verde com molho cremoso, estilo range.
20:13E como sobremesa, um sorvete de creme e chocolate.
20:17Vamos tirar o peso desse prato?
20:19O arroz está lindo.
20:21Se quiser, pode usar o integral, porque tem mais fibras.
20:23O estrogonofe, que leva ketchup e creme de leite, você troca por um picadinho de carne, com molho de temperos naturais.
20:31A batata vai ser assada e gratinada com ervas e um pouco de azeite.
20:36A salada, você só troca o molho cremoso pelo de mostarda.
20:39E o sorvete de sobremesa troca pelo de morango à base de água.
20:43Sua refeição continua muito gostosa.
20:46Só que despencou de 880 calorias para 390 calorias.
20:51Despencou também a quantidade de gordura saturada, que foi de 20 para 4%.
20:57Isso é bom demais.
20:58Continuar comendo bem, só que trocando isso por aquilo e tendo um baita resultado.
21:04É isso mesmo, tudo aquilo que a gente come pode sim mexer com a nossa expectativa de vida, com o que a gente sente, enfim.
21:13E eu aproveito isso para conversar aqui.
21:17Essa história de gordura saturada à vontade.
21:20Você vê muita gente falando o seguinte, foi Deus que fez a gordura saturada nos alimentos, a gente pode sim comer essa gordura.
21:35Como que o cardiologista do seu nível vê uma afirmação como essa?
21:43Veja, Márcio, durante o nosso bate-papo, eu comentei de ter introduzido no Brasil medicina baseada em evidências.
21:54E na alimentação não vai ser diferente.
21:57Então nós usamos os dados que nós temos há 18 anos, 300 mil indivíduos seguidos no mundo.
22:05No Brasil, inclusive, nós coordenamos esse projeto aqui.
22:08E nós estamos entendendo quais são os determinantes de adoecimento.
22:12E uma das coisas avaliadas foi dieta, alimentação.
22:17E na alimentação nós temos essa análise com 100 mil pessoas durante 8 anos de segmento com mais de 10 mil eventos.
22:27Por que eu estou dando o número?
22:28Porque estudos pequenos, olha, tem um estudo aí com 50 pessoas.
22:32Não, desculpa.
22:33Eu estou comentando estudos que têm validade para uma recomendação para a sociedade.
22:39100 mil pessoas, 8 anos.
22:41É, então assim, o que tem aí, tanto é que nós falamos, se alguém discorde, que faça um estudo maior.
22:46É pouco provável.
22:48E o que nós observamos nesse estudo?
22:50Carboidrato sempre dividindo em cinco partes.
22:54Quem consome muito, um pouco menos, até chegar em quem consome pouco.
22:59Sempre pensando em cinco partes.
23:02Comparando quem consome pouco carboidrato com aquele que consome muito.
23:06O que consome muito tem um aumento de 30% na mortalidade.
23:11Então, carboidrato, quando vem em excesso, claro que a gente precisa também do carboidrato para a nossa energia durante o dia.
23:20Carboidrato e carboidrato, né?
23:22Exato.
23:23Tem vala e uma fruta.
23:25Falou tudo.
23:26Mas o excesso aumenta a mortalidade.
23:29O segundo ponto, proteína.
23:30Proteína foi neutro.
23:32Proteína está no queijo, está na carne vermelha, na carne branca, no ovo.
23:36Foi neutro.
23:37Quando olhamos gordura, gordura trans, ela traz malefícios, está comprovado, ninguém discute isso.
23:43Mas a gordura de origem animal, nesse projeto que nós conduzimos em 28 países, ela associou-se com redução da mortalidade.
23:54Qual a leitura correta?
23:55Gordura animal, como parte da sua alimentação, aumenta-nos de vida.
24:01O que é errado na leitura?
24:03Então, agora está liberado, eu posso comer o tanto que eu quiser?
24:06Não.
24:07Vamos lembrar Aristóteles, 400 a.C.
24:10A virtude está no meio.
24:11É o princípio da moderação.
24:12Então, em resumo, frutas e legumes à vontade, proteína na média, a gordura animal dá para a gente consumir no dia a dia, carboidrato quanto menos melhor.
24:23De maneira resumida, essa é a maneira de alimentar de maneira saudável, baseada em evidências.
24:30E para ir fechando esse nosso papo, hoje as redes sociais estão aí e altamente consumido pelas pessoas esse tipo de informação.
24:40Quando você coloca alguma coisa que choca, que vá contra algum hábito que é muito recorrente da população, isso gera muito clique, isso gera muito apelo, muito engajamento, como eles chamam.
24:54E aí vem essas coisas, pode comer gordura à vontade.
24:59Outro dia, você que é um ciclista, outro dia tinha um professor que colocou assim, pedalar quatro minutos é igual pedalar uma hora.
25:09Não dá nem para a gente comentar.
25:11Como fugir uma pessoa leiga, como distinguir uma informação de qualidade ou não?
25:21Muito difícil a sua pergunta, porque qualquer um pode postar o que bem entender e se postar de uma maneira convincente, certamente terá seguidores, terá adeptos.
25:33Faz parte das redes sociais.
25:35Há necessidade de um filtro para saber quem está falando.
25:39Essa pessoa, quem é essa pessoa?
25:42E ele está falando, tem referência?
25:44Baseado em quê?
25:45Isso que ele está falando, ele mostrou a referência.
25:48Porque simplesmente falar de maneira crível, de uma maneira lúdica que todo mundo acredita, não é difícil.
25:55Mas a sociedade tem que cobrar de falar assim, isso é baseado em quê?
26:00Qual é a fonte que este ou essa pessoa está usando?
26:05Então, sem a fonte baseada em evidência, não adianta falar baseada em evidência e não mostrar a fonte.
26:11Tem que mostrar a fonte.
26:12E aqui, Marcio, tudo que nós estamos falando não é só de ler, é de ter pesquisado e participado num grupo internacional para trazer essas informações.
26:21Então, hoje, acho que o grande problema é a informação inapropriada, modismos.
26:27Agora, a sociedade precisa checar as fontes e checar quem que é o vetor, quem é que está falando sobre isso.
26:36Bom, por isso que eu te convidei, porque é tremendo profissional, zero, um cardiologista.
26:42Não só um cardiologista, mas uma pessoa que briga pela longevidade com vitalidade.
26:48Então, quero agradecer muito.
26:51Meu conselho aqui no encerramento do programa, sigam o doutor Álvaro.
26:56Vocês assistirem a esse programa, já está disponível em todas as plataformas de vídeo,
27:01inclusive no YouTube da Jovem Pan News e também no Spotify.
27:04E você aproveita para compartilhar esse conteúdo com as pessoas que você gosta,
27:09porque aí você está praticando o bem.
27:12E o doutor Álvaro falou, praticar o bem, ter esses sentimentos,
27:16isso aumenta até a sua expectativa de vida, tá bom?
27:19Viva Bem de hoje vai ficando por aqui.
27:22Semana que vem tem um novo encontro.
27:29Jovem Pan, Viva Bem, com Márcio Atala.
27:33A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente
27:37a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
27:40Realização Jovem Pan News.

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