- 21/06/2025
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NotíciasTranscrição
00:00Você sabia que o Brasil é o país mais ansioso do mundo?
00:03Quase 10% da população sofre com esse transtorno.
00:08E a síndrome do burnout?
00:09Não fica atrás, quase 30% dos brasileiros apresentam algum quadro dessa síndrome,
00:16que não é nova pra gente.
00:18Por isso, ansiedade e burnout são os nossos temas de hoje no Viva Bem.
00:23Jovem Pan, Viva Bem, com Márcio Atala.
00:33E pra passar esse assunto alipo, e quem sabe ajudar muitas pessoas que sofram com esses problemas,
00:39eu tenho o prazer de receber o neurologista Dr. Leandro Telles.
00:45Dr. Leandro Telles, prazer em receber, autor desse belíssimo livro,
00:50Os Nossos Desafios do Cérebro.
00:53Esse livro, Os Novos Desafios do Cérebro, é um livro que cada capítulo é sobre um desafio moderno.
00:59Então a gente fala sobre ansiedade, depressão, esgotamento profissional, distúrbio de sono,
01:04todos os sintomas e as doenças que a gente tem visto com mais intensidade na atualidade.
01:10Bom, vamos lá. O que é ansiedade?
01:13Ansiedade é um conjunto de modificações.
01:15Então todo mundo, saudável ou não, tem um pouco de ansiedade.
01:18É um conjunto de alterações que antecedem o estresse.
01:22Então é aquela coisa antecipada.
01:25A pessoa tem sintomas psicológicos, sintomas físicos e sintomas intelectuais.
01:30Ela pode sentir um pouco de medo, de insegurança, de tensão.
01:33Ela se volta um pouquinho pro futuro.
01:35Fisicamente ela pode sentir o coração palpitando, um pouquinho de falta de ar, tontura.
01:41Todo mundo tem isso de vez em quando, Márcio.
01:42Só que algumas pessoas têm isso de forma muito mais intensa, mais significativa e de maneira mais ocasional,
01:50diante de inimigos mais leves.
01:52Aí é doença, transtorno de ansiedade, muito comum.
01:55A ansiedade, então, em certo ponto, ela pode nos fazer bem, né?
01:58Porque, por exemplo, se eu tenho uma reunião e eu ficar um pouco ansioso, me preparar e tal,
02:04até certo ponto ela vai, enfim, ser um sinalzinho ali pra que eu entre mais alerta, que eu performe melhor.
02:12Quando que a ansiedade passa a ser um problema?
02:14A colocação é perfeita.
02:15A ansiedade, ela é um presente da evolução e é algo normalmente bom.
02:20Quando ela é com um tamanho ok e quando ela tá diante de um alvo.
02:25Aquele alvo, ele vai ganhar um foco, um protagonismo.
02:28Então, antes de um esporte, antes de uma prova, de uma entrevista, é natural eu me sentir um pouco ansioso.
02:34O corpo, ele se prepara pra lutar, pra fugir.
02:37Então, essa ansiedade, ela é benéfica.
02:39Mas, em alguns casos, e no Brasil, quase 10% da população tem doença, ansiedade.
02:45É quando esses sintomas que eu falei, físicos e emocionais, acontecem ou diante de nada ou desproporcional ao que tá acontecendo.
02:53Eu tô na minha casa assistindo um programa de televisão, de repente eu tenho um medo, uma insegurança, uma tensão, palpitação.
03:01Então, síndrome do pânico, fobias, aquela pessoa que tem medo de falar ou se expor ou de fazer um contato social.
03:08Então, a ansiedade, quando ela tá fora de hora, ou quando ela é muito prolongada e intensa, ela pode ser uma patologia.
03:15Perceba que não é ter ou não ter, é a quantidade de sintomas e a situação que deu origem.
03:20Então, quando a gente tem esses dados, assim, o Brasil é o país mais ansioso do mundo.
03:25Quase 10% da população tem ansiedade.
03:27Tá falando dessa ansiedade que já traz um prejuízo?
03:30Exatamente.
03:32Quando a gente fala 10% da população tem ansiedade, essa ansiedade é a ansiedade patológica, é a doença.
03:39É aquela pessoa que tem mais dias no mês ansiosos ou que tem crises mais fortes.
03:44A gente tem vários cenários ali.
03:46O TAG, ansiedade generalizada, o pânico, as fobias.
03:49Então, se somar tudo, dá 10%.
03:51Porque se fosse pensar quantos brasileiros têm ansiedade normal, 100%.
03:57Na verdade, todo mundo tem que ter um pouco de ansiedade.
04:01Diante do que vale a pena, seria até uma doença não ter.
04:04Aquela pessoa que tem uma frieza diante de tudo, não.
04:07A ansiedade, ela acaba também antecipando um pouco do prazer.
04:10Quando eu vou fazer uma viagem, por exemplo, é legal programar, pensar.
04:15Eu vim aqui pra fazer o programa com você, eu fiquei um pouco ansioso no caminho.
04:18É uma antecipação.
04:20Você já meio que pensa, tal.
04:21Mas tem que ter um nível.
04:24Acima disso, a ansiedade, ela te paralisa.
04:27Ela gera um medo, uma fobia.
04:29E aí eu começo a me esquivar.
04:30Eu evito aquela situação pra não passar mal.
04:34Ou aquele é tão intenso em mim que me atrapalha.
04:37Essa pessoa pode ficar irritada, impaciente, pode prejudicar o sono.
04:41Isso que eu ia falar.
04:42As pessoas têm relatado que têm dormido pior.
04:4672% dos brasileiros relatam que têm um sono insuficiente ou, enfim, de má qualidade.
04:51E a grande maioria delas relatam que elas são muito ansiosas e a cabeça não para de pensar.
04:58A ansiedade atrapalha muito o sono?
05:00A ansiedade, ela é muito relacionada à vigília, ao acordado.
05:05Quando a gente tá ansioso, a gente libera mais cortisol, mais adrenalina.
05:08A gente fica mais vidrado, mais tenso.
05:10O sono é o contrário disso.
05:12Pra um sono de qualidade, eu tenho que estar relaxado.
05:14Minha mente não pode estar focada com os problemas do dia anterior, nem muito focada nos problemas do dia seguinte.
05:20Senão, eu vou ficando pensando, ruminando, reverberando.
05:24À noite, é muito importante quem tem muita ansiedade se preparar mais pro sono.
05:29Afastar-se dos problemas do trabalho.
05:31Fazer uma atividade de transição entre o dia pesado e a noite de sono.
05:36Diminuir a luz.
05:37Ter uma alimentação menos estimulante, mais calma.
05:40Às vezes, ouvir uma música.
05:42Cuidado com o excesso de luz.
05:44Cuidado com a tensão de levar ao trabalho.
05:46O problema é que hoje o celular vai com a gente e o celular, ele liga muito, ele não desliga.
05:53A gente vai se envolvendo, se envolvendo.
05:55E aí, quem é muito ansioso, tem dificuldade em pegar no sono, tem dificuldade em manter o sono, acorda mais de madrugada.
06:01E, às vezes, quando acorda, acorda pensando já.
06:04Então, cuidado, porque o corpo é meio camaleão.
06:07Se você oferecer guerra pra ele de dia, ele não vai desligar à noite.
06:10Então, um dos primeiros sintomas da ansiedade é a má qualidade de sono.
06:13Agora, você falou de ir se preparando pra dormir.
06:16Isso é interessante, né?
06:18Porque a gente não tem um botão no nosso corpo, assim, vou desligar e em um segundo eu durmo.
06:24Tem essa fase de transição, né?
06:26Total.
06:27Isso talvez seja a dica mais preciosa pras pessoas que estão acompanhando essa matéria.
06:32A gente fala, ah, o sono não veio.
06:33Não é o sono que tem que vir.
06:34Eu tenho que ir em direção ao sono.
06:35Eu tenho que induzir.
06:36Isso.
06:37É uma coisa de proposital.
06:40Hoje em dia, porque hoje em dia o sol não se põe mais.
06:42A gente tem luz elétrica.
06:44Hoje em dia, as coisas não se acalmam naturalmente como antigamente.
06:47Então, a gente precisa ajudar.
06:49A gente precisa diminuir um pouco.
06:50A gente precisa se dedicar.
06:51Então, é uma massagem, um relaxamento, uma oração, uma música mais calma.
06:56Os televisores ficaram cada vez maiores.
06:58Os quartos menores.
06:59O celular acaba levando muita energia.
07:02A melatonina não consegue subir porque a iluminação não cai.
07:07Então, a gente precisa agora cuidar do sono.
07:09A gente é meio que...
07:11Eu falo que a gente é um Robin Hood às avessas.
07:13A gente rouba do sono para dar para a vigília.
07:16Então, a gente acorda cada vez mais cedo, porque trabalha longe.
07:19Dorme cada vez mais tarde.
07:20E dorme cada vez mais tarde, porque a vida fica espremida à noite.
07:24A gente trabalha de dia e a gente tem a noite para viver, né?
07:27Para assistir uma série, um filme, para ler.
07:29Só que daí a gente quer viver e a gente rouba do sono.
07:32Rouba um pouquinho aqui, um pouquinho ali.
07:34Só que esse sono é muito precioso.
07:35E ele tem que estar entre dois dias.
07:37Então, a gente começa a roubar e daqui a pouco a gente começa a dormir seis horas, cinco horas, seis horas e meia.
07:42E dorme também sem qualidade, em ambientes tumultuados, com a cabeça a mil.
07:46Isso não é legal, porque a médio e longo prazo, o sono é mais importante do que a vigília.
07:51Ele já tem só um terço do tempo.
07:54Roubar do sono e dar para a vigília não é fazer um bom negócio, não é.
07:58Não é uma boa troca.
07:59Não é.
07:59Eu quero a sua opinião sobre a atividade física em relação a esses quadros de ansiedade, autoestima e melhorar o humor.
08:08Absolutamente fundamental.
08:09Uma verdade absoluta em todos os estudos em depressão e ansiedade.
08:14Atividade física regular, principalmente se ela estiver envolta também com prazer, com socialização.
08:19Então, a escolha, ela é muito pessoal, ela está associada com a ação antidepressiva, a ação anti-ansiedade e uma ação reguladora de sono.
08:28Isso é direto pela atividade física, ganho muscular, pela questão cardiovascular, pelas substâncias que são eliminadas na atividade física.
08:36Mas também indiretamente.
08:38Quem faz exercício também tem uma melhora na autoestima, tem uma melhora no grau de inflamação sistêmica,
08:44que está associada também a doenças em saúde mental.
08:47O controle do peso também tem uma ação positiva no sono.
08:51A gente sempre recomenda uma atividade física regular, pelo menos ali, 180, 200, 240 minutos por semana.
08:59Preferencialmente de manhã até o começo da noite.
09:02Algumas pessoas, quando fazem atividade física muito tarde, podem se sentir um pouco mais ligados.
09:07Isso pode atrapalhar o início do sono.
09:09Não é com todo mundo que isso acontece.
09:11E é muito importante entender que a atividade física, ela não é só a atividade formal, da academia, do esporte.
09:18É simplesmente colocar movimento nas suas atividades do dia a dia.
09:23Isso, ele é diretamente relacionado com a sua saúde emocional.
09:27Eu digo mais, também com a sua saúde intelectual.
09:29Você melhora a criatividade, atenção, memória e se protege.
09:33Aprendizagem.
09:34Aprendizado.
09:34Produz novos neurônios.
09:36Exatamente.
09:37Hoje, a gente olha o sistema músculo-esquelético muito mais do que um sistema de movimento.
09:43Mas é um sistema metabólico, endócrino, hormonal, que leva a uma profunda proteção do sistema nervoso central.
09:52Então, em qualquer idade, nunca é cedo demais, nem tarde demais, fazer músculo, perder gordura e se movimentar de maneira regular,
10:00isso está associado a muita, muita saúde, é a principal farmácia e mais importante do que a maioria dos remédios que a gente tem hoje na farmácia.
10:08E você tocou nesse ponto interessante da atividade física, né?
10:11Às vezes a pessoa tem uma dificuldade para dormir, ela faz a atividade física.
10:17Isso não significa que eu fiz atividade física hoje, hoje eu já vou dormir bem.
10:21Mas esse benefício, ele acaba vindo com essa prática regular que você falou.
10:27E aí tem um outro ponto que você tocou também, que é da atividade física muito próxima ao horário de dormir.
10:33Se for uma atividade física muito intensa, com muita liberação de adrenalina, por exemplo, o pessoal vai jogar uma peladinha.
10:40Ou é grita e vai, disputa e corre e libera adrenalina.
10:44Normal, né?
10:45Que demore ali uma hora e meia, duas horas para a temperatura baixar.
10:49Exatamente, por isso tem que tomar cuidado.
10:51As pessoas que estudam de sono precisam fazer exercício físico regular um pouquinho mais cedo.
10:55Próximo da hora de dormir é melhor uma atividade mais leve, um alongamento, uma massagem, então alguma coisa, uma meditação.
11:02É aquela coisa de desligar um pouco o cérebro.
11:05E você falou uma coisa muito importante, a atividade física, ela tem um benefício a médio e longo prazo.
11:10Então coloca a atividade, não espere uma melhora do humor imediato.
11:15Aliás, o próprio corpo vai dar sinais de que não quer se exercitar.
11:18Dor muscular, então você vai na manha.
11:21Vai aumentando devagarzinho, sempre com uma assessoria de um educador físico.
11:26Então vai colocar isso e vai se perceber que em alguns meses você vai melhorar.
11:30É curioso que você perdendo também massa gorda e ganhando massa muscular, você melhora a pineia do sono.
11:36Diminui ronco, né?
11:38E se você associar isso a uma redução de tabagismo e de álcool à noite, porque muita gente bebe um alquinho para dormir.
11:45Você melhora mais ainda a qualidade do sono e começa a perceber que o seu sono é mais reparador.
11:50Você acorda se sentindo mais descansado.
11:53É uma ação silenciosa do exercício.
11:56Perceba que a gente até brinca que você começa a dormir quando você acorda.
11:59Quando você acorda e escolhe uma atividade física de manhã, você já está ajudando o seu sono na noite.
12:05E aí a gente vai falar um pouco do burnout, que também é outra situação que está muito recorrente no Brasil.
12:11Mais de 30% das pessoas relatam algum tipo de problema nesse sentido.
12:18Eu fui dar uma palestra em uma empresa e a moça do RH virou para mim e falou assim
12:25Eu sou diretora de RH há 27 anos aqui.
12:30A gente nunca teve tanto programa voltado para a saúde da mente.
12:35A gente nunca teve tanto programa de benefício para os nossos funcionários.
12:40Hoje a gente tem cerca de 40 programas, sendo que quase 50% relacionados à saúde da mente.
12:48Porém, é a segunda maior causa de afastamento e nunca foi tão alta a causa de afastamento, que são as doenças da mente.
12:57E aí eu fiz uma pergunta para ela.
12:59Falei, você falou que trabalha aqui há 27 anos.
13:03Há 27 anos, as condições de trabalho nessa empresa eram melhores ou piores do que hoje?
13:09Ela falou muito melhor, muito piores.
13:11Hoje é muito melhor.
13:12Falei, quando você entrou, tinha algum programa de benefício, principalmente voltado para a saúde da mente?
13:19Ela falou, não, zero.
13:21Aí eu falei, você não vê um paradoxo aí?
13:24Quer dizer, hoje vocês têm uma condição de trabalho melhor.
13:28Uma série de atividades para que o funcionário cuide da saúde mental.
13:34E mesmo assim a saúde tem piorado.
13:36Eu falei, é verdade, eu não tinha pensado nisso.
13:37Aí eu falei, você já parou para pensar que o problema não está aqui nessas oito horas que ele passa aqui?
13:44Que é todo o estilo de vida dele?
13:46Que é ele estar conectado o tempo inteiro?
13:49Que, enfim.
13:50E aí eu queria que você abordasse isso.
13:52Porque, invariavelmente, as empresas têm condições melhores de trabalho.
13:57Mas o burnout aumenta.
13:59Isso é uma colocação perfeita.
14:01O burnout é um termo que a gente não pode banalizar.
14:03Existe o processo de burnout, que é o esgotamento baseado no estresse ocupacional.
14:08Aquela pessoa que passa tanto estresse ocupacional, que ela tem um colapso.
14:12Um colapso emocional, com sintomas ansiosos, meio depressivos, relacionados ao trabalho.
14:16Ela tem um colapso intelectual, cognitivo.
14:19Não consegue mais produzir.
14:21E um colapso físico associado junto a uma grande insatisfação.
14:26Uma falta de realização profissional.
14:28Então, esse processo existe, mas ele é pontual em algumas situações.
14:32Nesse processo, quando ele existe, o burnout, existem camadas.
14:37Existem questões individuais.
14:40Depende de quem é a pessoa, qual é a genética dela, que tipo de abdicações ela fez.
14:45Qual é o estilo de vida, qual o grau de expectativa.
14:48Existe o aspecto da empresa.
14:49O quão insalubre é aquela empresa emocionalmente.
14:53Cargo horário, modelos, projeções, comunicação.
14:56E até um outro nível, que é um nível de lei, trabalhista e tal.
14:59Então, o processo do burnout, ele existe.
15:02Mas existe um pouco de banalização.
15:04E realmente, a gente tem uma geração onde o grau de expectativa é elevado.
15:08Então, é muito comum um certo desbalanço entre o que eu espero ganhar e como eu devo trabalhar e como é na verdade.
15:16Toda relação de trabalho, ela é estressante.
15:19É impossível um trabalho que não estresse.
15:20Se não, chamava lazer, né?
15:22Se não, porque a pessoa recebe, ela vende o tempo dela.
15:25É óbvio que, de vez em quando, tem prazer, tem propósito.
15:28Mas são atividades repetitivas.
15:31Tem sempre o interesse, ou do cliente, ou do chefe, ou do consumidor.
15:36Então, algum estresse, ele existe.
15:38Para algumas pessoas, isso descamba para um problema de saúde mental.
15:41E aí, é importante dar o termo burnout para criar um vínculo entre a ocorrência daquele paciente e o trabalho.
15:49Para que ele seja afastado, readaptado e que haja uma proteção como uma doença relacionada ao trabalho.
15:56Mas, às vezes, a gente chama de burnout e não é.
15:59É um quadro de ansiedade, é um quadro de depressão que não tem nada a ver com o profissional.
16:04Ou que, simplesmente, é um quadro de desgaste, porque a pessoa está fora de fase, de eixo ou com outros problemas.
16:11Por isso que o profissional médico, ele é muito importante.
16:13Se você jogar no TikTok, no Google, no chat GPT, você vai se identificar muito com os sintomas de burnout.
16:22Mas lembrar que o burnout, ele é um sintoma final.
16:25O que a gente tem, às vezes, antes disso, é o estresse descompensado.
16:30E aí, a gente precisa fazer uma reflexão.
16:30E aí, a pessoa, quando também é meio fora da caixinha, ou está num momento fora da caixinha,
16:35enfim, aí eu vou trazer ali, às vezes, uma característica genética,
16:43que não consegue administrar, às vezes, uma pressão que é normal para a grande maioria das pessoas.
16:48Mas aquela pessoa, por uma questão ou de momento de vida, que eu falei de estar fora da caixinha,
16:54sei lá, ela acaba colocando um hiperfoco nessa história que, na verdade, você tem outras questões,
17:03que podem ser genéticas ou de outros problemas da vida.
17:06Isso pode acontecer?
17:07Pode.
17:08Por isso que eu falei que o burnout, ele não pode ser um termo que te isente, né?
17:12Falar, estou passando por um burnout, tua minha empresa é terrível.
17:16Calma.
17:17Às vezes, sim.
17:17Às vezes, é um problema que sempre tem uma empresa, que é insalubre ali.
17:20Mas, às vezes, é uma dificuldade entre condições individuais e questões ambientais.
17:26Então, é importante a gente entender, sim.
17:28No processo de burnout, com definição médica, é muito comum a pessoa já ter um padrão de workaholic,
17:36ou de trabalhar de forma viciada ou excessiva.
17:39Às vezes, já tem um estilo de vida que não é saudável.
17:44Às vezes, já com substâncias, com álcool, não faz exercício físico.
17:48Perceba que existe um contexto, né?
17:51Onde a empresa é uma das coisas, mas tem a pessoa e o momento.
17:56E a gente tem que separar o joio do trigo.
17:58O burnout tem o vínculo com relação ao trabalho, mas outras coisas que parecem muito burnout,
18:03às vezes, são distúrbios de sono, quadros de ansiedade, quadros de depressão.
18:08E o trabalho entra, às vezes, na seara geral daquela pessoa, né?
18:12Bom, então, a melhor coisa agora é fazer uma pausa.
18:15Uma pausa sempre é bem-vinda.
18:17E eu quero saber de você, Joana.
18:19O que você preparou para o Saia do Sofá?
18:26O Saia do Sofá de hoje vai ser sentadinho.
18:30A gente não vai sair, a gente vai ficar sentado, mas por uma boa causa.
18:34Para a gente fazer exercícios de mindfulness, que, segundo algumas pesquisas,
18:39é uma técnica que ajuda bastante a pessoa lidar com estresse, com ansiedade, com emoções difíceis.
18:45Que parece que é muito complicado e que você vai demorar muito tempo para acolher os benefícios,
18:51mas, na verdade, não.
18:53Algumas pesquisas recentes, inclusive fazendo ressonância magnética do cérebro,
18:58antes e depois comprovou que, com 30 dias de exercício de mindfulness diariamente,
19:04você já tem uma mudança de algumas partes do cérebro, as que são ligadas ao estresse,
19:11as que são ligadas à atenção plena, ao foco e etc.
19:15Você já tem essa mudança acontecendo.
19:17É uma mudança que pode ser vista em testes de imagem, exames de imagem, ou seja, é comprovado.
19:22Mas como fazer o exercício de mindfulness, como fazer os exercícios de respiração,
19:28como chegar nesse lugar, como trazer isso para a sua realidade e tornar isso possível?
19:33Bom, você precisa realmente de um tempo todos os dias para fazer isso.
19:38E vamos dizer que com 10 minutos para iniciar já seria o suficiente.
19:41Então, o ideal é que, nesse tempo, você consiga respirar e prestar atenção à sua respiração,
19:49tentando manter a sua atenção naquilo que você está fazendo.
19:52Alguns pensamentos vão vir à sua cabeça.
19:54Você vai pensar na lista de compras que você tem que fazer,
19:57você vai pensar no barulho que você está ouvindo do vizinho.
20:01Mas o ideal é que você não tente espantar esses pensamentos,
20:06mas deixar que eles passem e vão embora.
20:09E aí você continua tentando focar a sua atenção e tentando prestar atenção à sua respiração,
20:15pura e simplesmente.
20:16Existem vários cursos que podem ser feitos para você conseguir fazer a meditação,
20:20para você conseguir fazer o mindfulness, para você conseguir fazer exercícios de respiração.
20:25Mas se você começar em casa, todos os dias, só pensando, só querendo,
20:30você já consegue ter alguma melhora, sim.
20:33Dessa forma como você lida com o estresse, com emoções mais difíceis, com a ansiedade.
20:38Então, saia do sofá.
20:40Hoje vai ficar aqui só respirando.
20:45Tchau, Márcia.
20:46Com você agora.
20:48Boa dica, Joana.
20:50Então, é disso que eu vou falar aqui.
20:52Essas terapias que fazem a gente dar uma respirada, dar uma parada, o mindfulness, isso ajuda?
20:58Ajuda.
20:59Isso não é balela, nem é papo, assim, pra boi dormir, como falavam antigamente.
21:04Isso é sério.
21:05O mundo, ele acelera a gente.
21:07E a gente ensina crianças e jovens, a gente ensina eles a ligar.
21:12Ninguém ensina a desligar.
21:15Então, a gente é muito pró-vigília, pró-intensidade.
21:17A gente vai ligando, ligando, ligando.
21:19A gente tem uma impressão de que o cérebro dá conta de tudo,
21:23que ele é indestrutível, onipresente, onipotente.
21:28O pessoal engana a gente, né?
21:29Ah, você só usa 10%.
21:30É, isso é balela, né?
21:32É nada.
21:32A gente tá rodando já no cheque especial.
21:34Já no cheque especial.
21:35A gente roda muito no multitarefa, faz pouca pausa.
21:38Então, a gente precisa ter isso.
21:40Pessoas que trabalham, que estudam.
21:42Imagina, 8 horas por dia, na vigília, no estresse, na pressão.
21:47Então, a gente precisa colocar pausas.
21:49Precisa colocar pausas, precisa aprender a respirar,
21:51precisa aprender a desconectar da rede social e da virtualidade.
21:54A gente precisa tocar um pouquinho no ritmo da natureza.
22:00Porque a gente é parte da natureza, não é parte da tecnologia.
22:03A tecnologia é uma ferramenta.
22:05Então, de tempos em tempos, a gente tem que meditar,
22:08fazer uma coisa de cada vez, fazer com um pouco de propósito.
22:12Você falou uma coisa muito importante,
22:14que é uma das coisas que eu acredito e falo muito.
22:18Você falou duas vezes aqui.
22:19Você falou multitarefa,
22:20e agora você falou fazer uma coisa de cada vez.
22:24Eu falo o seguinte, a gente não é multitarefa.
22:28O nosso cérebro alterna a atenção.
22:32Então, eu dou sempre o exemplo do cara que está dirigindo.
22:35Então, ele está dirigindo, é o foco dele, é a atividade dele.
22:39Mas ele acha que está tudo sob controle.
22:43Aí ele vai mandar uma mensagem de texto.
22:46Então, ele alterna a atenção.
22:47Aí, dali a pouco, o sinal abriu, alguém buzinou,
22:49porque ele alternou a atenção.
22:51E sempre que a gente tem celular, tem não sei o quê,
22:56todo mundo tentando fisgar a nossa atenção,
23:01a gente começa a ficar alternando a atenção de vários estímulos,
23:06na minha opinião, isso sobrecarrega muito o cérebro.
23:09Então, essa dica que você deu de tentar fazer uma coisa de cada vez
23:12é uma coisa que eu trouxe para a minha vida.
23:13Isso é uma percepção minha ou realmente isso pode funcionar?
23:19Isso pode funcionar e funciona muito.
23:21Quando a gente está no multitarefa, a gente está em uma forma falsa.
23:25É uma falsa multitarefa.
23:26O cérebro está fazendo uma força absurda para intercalar.
23:29Ele vai rodar uma coisa em segundo plano, meio num piloto automático.
23:33Então, o cérebro, ele até pode dar conta, se for uma coisa muito simples.
23:37Sim.
23:37Mas ele vai cansar demais.
23:39Ele vai ter impacto emocional.
23:41Vai aumentar o número de erros, né?
23:42O número de erros.
23:43Então, você vai fazer mais coisa com menos qualidade.
23:47Como aquele malabarista que está rodando mais bolas ou mais pratos.
23:52Ele vai começar a derrubar pratos.
23:54E o boleto chega na forma de depressão, de ansiedade, de fadiga, cansaço, soro não reparador.
24:01O cérebro, ele fala que aquilo está equivocado.
24:04Fazer uma coisa de cada vez seria o melhor dos mundos.
24:07Qualidade alta, algo que você...
24:09Então, comer, come.
24:11Pensando, mastigando.
24:13Eu vou assistir uma série, então vamos assistir uma série.
24:16Ora, cuidado, porque a nossa atenção hoje é o ativo mais precioso.
24:20O cara está assistindo série no celular, pô.
24:23Olha que loucura.
24:24Às vezes um negocinho pequeno.
24:26E a série já quer a nossa atenção.
24:27Então, ela já vem um gancho.
24:29Então, cuidado.
24:30Eu vou dar uma olhadinha na rede social.
24:31E lá eu fico um tempo.
24:33Ou eu vou jogar um joguinho e eu fico preso.
24:35Essa questão da dopamina rápida, fácil, que sequestra o cérebro,
24:40ele rouba uma coisa que a gente não tem, que é tempo.
24:43E a segunda coisa que a gente não tem é energia.
24:46Não dá tempo para tudo, nem energia para tudo.
24:49Alguma coisa vai dançar.
24:51Então, fazer uma coisa de cada vez, principalmente aquilo que você quer excelência,
24:55ou aquilo que te faz bem, é uma dica preciosa.
24:59Você vai perceber que o seu cérebro vai começar a rodar melhor.
25:02Porque senão ele vai bugar.
25:03Você empilhou, tem hora que não tem jeito, que as coisas acontecem ao mesmo tempo.
25:07Mas, na média, dá para a gente desligar uma rede social, fazer uma atividade,
25:13criar anteparos para que tudo não tenha que passar pela gente,
25:17recusar projetos que não vão te agregar.
25:20A gente vai ter que entender que o cobertor é curto.
25:23Olha, eu falei de energia e tempo, mas a gente também não tem dinheiro para tudo.
25:26Então, são três variáveis que a gente tem que escolher na vida.
25:30Porque fazer as coisas rapidamente em multitarefa, significa também não memorizar com clareza.
25:35A gente tem a impressão que o ano passou rápido, a gente não fixou nada.
25:39Na verdade, é que a gente não teve densidade multissensorial.
25:43Fazer tudo e fez tudo muito superficialmente.
25:46Percebe que a gente perde a única coisa que a gente tem, que é a memória e a vivência, né?
25:51A vivência, ela depende de uma intensidade, de uma profundidade que é multissensorial.
25:56E depende que as coisas estejam no foco da nossa atenção.
25:59É, e é isso.
26:01Acho que só com a maturidade, às vezes, algumas pessoas nem com a maturidade,
26:06a gente vai entender que a gente não vai fazer tudo, não vai saber de tudo.
26:10E você tem que fazer escolhas, né?
26:12Porque senão o seu cérebro não vai dar conta disso, seu tempo é limitado.
26:16E essa coisa de você querer fazer tudo, abraçar o mundo,
26:20fica tudo muito superficial e vem essa sensação que você falou.
26:23Nossa, como o ano passou rápido.
26:25Mas será que é porque você também não ocupou demais em fazendo essas coisas?
26:28E aí a última pergunta que eu queria te fazer, você falou de fazer pausa, né?
26:32De arrumar alguma coisa que te relaxe e tal.
26:34E, claro, para cada um é um, né?
26:37É uma atividade.
26:40Um momento, para mim, do dia que faz toda a diferença,
26:44é o momento que eu fico com os cachorros.
26:48É que eu dou a desligada, obviamente, você está com o cachorro,
26:51você não está com o celular, você não está com nada, você tem esse afeto.
26:54Quão importante é cada um descobrir aquilo que te faz desligar
26:59e colocar isso no cotidiano?
27:02Acho que essa é a grande arte da vida, né?
27:04A gente olhar e perceber no hall de atividades, sei lá,
27:07para que santo eu rezo, para que música eu escuto.
27:11E isso vai mudando com a idade.
27:13Mas uma dica que eu acho legal é assim,
27:15em vez de ficar inventando uma coisa muito nova,
27:18a gente que já é adulto,
27:19é uma dica que eu faço assim,
27:21pensa no seu passado,
27:23em coisas que você gostava de fazer quando você era adolescente ou jovem.
27:28Sei lá, eu gostava de dançar, eu gostava de cantar,
27:30eu gostava de jogar vôlei ou xadrez.
27:34Porque na vida adulta, a minha impressão é que a gente vai abdicando dessas coisas,
27:38em prol de carreira, de outras atividades,
27:42e a gente esquece depois de fazer o caminho de volta.
27:44Então, muitas das coisas que a gente gosta de fazer,
27:47já estão com a gente.
27:48A gente já tinha esse projeto.
27:50Então, olha para trás as coisas que você abdicou, deixou de fazer.
27:53E aí você vai ter que investir.
27:55Investir tempo, às vezes até um pouco de dinheiro,
27:57mas você vai ter que entrar de novo nisso.
28:00Quantas pessoas que depois da maturidade voltam a fazer um esporte,
28:04voltam a fazer uma atividade de lazer,
28:06ou uma atividade artística,
28:07ou uma atividade religiosa.
28:09E aquilo que te faz bem é a coisa mais importante da vida.
28:12Tem que ter.
28:13É o seu protagonismo.
28:14Ali eu sou protagonista.
28:16Uma coisa que só importa a mim,
28:17que só faz bem a mim,
28:18é isso que é o que é mais valioso.
28:20Porque isso não só vai me fazer feliz naquele momento,
28:23mas vai me habilitar para eu fazer todo o resto.
28:26Que é ser um bom pai, ser um bom esposo,
28:28um bom médico, um bom sei lá o quê.
28:30Então, é muito importante esse tempo, essa energia.
28:34Hoje, a gente olha o bolo da vida,
28:36e o nosso pedaço é muito pequeno.
28:38Então, a gente precisa aumentar esse pedacinho do bolo e comer logo.
28:40Porque não vai dar tempo de comer lá na frente, não.
28:42Boa.
28:43Bom, quero agradecer ao doutor Leandro Telles,
28:46deixar aqui essa sugestão.
28:47uma boa leitura para você cuidar do seu cérebro.
28:51Doutor Leandro, muito obrigado.
28:53Obrigado mesmo.
28:54Até a próxima.
28:54E o nosso Viva Bem vai ficando por aqui.
28:57E você já sabe,
28:58você pode rever a hora que você quiser
29:01no YouTube da Jovem Pan News,
29:03também no Spotify.
29:05E compartilhe esse programa com aquela pessoa
29:08que você gosta tanto.
29:10E, claro, sábado que vem,
29:11a gente tem um encontro aqui no Viva Bem.
29:17Jovem Pan Viva Bem,
29:21com Márcio Atala.
29:23A opinião dos nossos comentaristas
29:25não reflete necessariamente
29:27a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
29:34Realização Jovem Pan News.
29:36A continuação Jovem Pan News.
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