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  • 04/07/2025
No Visão Crítica, a deputada federal Adriana Ventura (NOVO-SP) e o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) revelam detalhes da crise política em Brasília. Ventura afirma que o "Poder Legislativo capturou o orçamento", aludindo aos altos valores de emendas parlamentares e aos interesses dos partidos. Ivan Valente questiona o endurecimento da oposição com o governo Lula.
Os parlamentares divergem sobre a derrubada do IOF e a intervenção do STF no tema, assunto que acirrou as tensões entre Executivo, Legislativo e Judiciário nesta semana.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/ce5VJvuEkqU

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Transcrição
00:00Eu passo a deputada. O governo está refém, por quê? Que crise é? Volta a questão da crise.
00:06A senhora lá no olhar do furacão, está no centro do furacão, lá no Congresso Nacional.
00:11Como é que é a sua leitura dessa crise, desse governo refém? Refém de quem? Do legislativo?
00:18Que legislativo é esse? Por quê?
00:20Eu falo que o governo está refém, eu acho, desde a primeira legislatura.
00:27Porque eu presencio muitas situações onde o poder do legislativo, ele capturou o orçamento, boa parte do orçamento discricionário.
00:37Você é contra isso?
00:38Eu sou contra isso.
00:39Sim.
00:40Eu não vejo problema da discussão do orçamento desse debate. Agora, quem executa é o executivo.
00:46Então, eu falava isso antes, continuo falando. E o que realmente me incomoda, até porque sou uma voz bem dissonante em relação às emendas,
00:54eu acho que o deputado Ivan também, esse mau uso de dinheiro público, sem vinculação à política pública,
01:02por justamente essa questão de irrigar com o ral eleitoral e pensar no próprio umbigo, fora os outros ralos que vão.
01:10Eu sempre fui muito crítica com isso, sem transparência e aquele, toma lá da cá, aquele balcão de negócio que acontece no Congresso.
01:16Então, isso eu não vou atribuir a este governo, ao governo passado, porque o sistema está corrompido deste jeito.
01:24Ou eu ouço parlamentares falando, ah, não, se não pagarem emendas extras, nós não vamos votar.
01:29Eu fico pensando, como é que um parlamentar que foi eleito pode falar isso?
01:32Está lá para fazer isso? Não cumpre o seu papel e vai só votar se receber emenda extra?
01:37Eu acho isso uma aberração.
01:39Outra coisa, quando eu falei que é refém, e eu volto a dizer que é refém, porque qualquer, esse diálogo,
01:46uma coisa era quando algum parlamentar em algum ministério, que era sadio, dentro desse presidencialismo que temos,
01:54ele vai lá no ministério, consegue alguma coisa para a sua localidade, mas era uma outra relação.
02:00Hoje em dia nós temos o legislativo, primeiro, os parlamentares em si, muitos foram calados,
02:06porque hoje tudo se conceita, o processo legislativo foi completamente alterado,
02:12os grandes debates e a grande participação de parlamentares não existe mais,
02:16muitos parlamentares são calados, se concentra um excesso de poder nos caciques partidários,
02:22que é isso que acontece, que determinam quem recebe e como recebe,
02:25tanto de fundo eleitoral, como também de emendas, sem nenhuma transparência.
02:30Então, eu acho que essa questão torna o legislativo uma coisa perigosa.
02:35Primeiro, porque a gente tem 513 deputados, futuramente, infelizmente, 531,
02:40acho que é um bom debate, pode me chamar.
02:43Mas, hoje, o executivo, para fazer alguma coisa, cada vez mais ele é asfixiado.
02:49Eu percebo isso, vi isso no governo Bolsonaro, vejo isso no governo Lula.
02:52Por quê? E não há uma boa relação mesmo.
02:56A régua subiu, então, se antes o deputado ia lá conseguir um asfalto para a sua cidade,
03:01alguma coisa, hoje, uma cidade pequena recebe 20, 30, 40, 50 milhões,
03:06sem nenhum, sim, de uma maneira completamente discricionária,
03:10sem vinculação à política pública, e o básico não é feito.
03:15É interessante, antes eu vou passar para o deputado Ivan Valente,
03:19mas é uma observação minha, posso estar errado, não há nenhum problema,
03:22mas, dois extremos, não que são extremistas,
03:26dois extremos do campo político, que sermos furtados e mais distantes,
03:30o Partido Novo e o PSOL, em algumas críticas, são semelhantes ao que está ocorrendo.
03:35Eu acho importante isso, você que nos acompanha,
03:38é entender, quer dizer, são partidos que têm uma leitura ideológica,
03:43e para ter leitura de ideologia é fundamental em partido, parece absurdo,
03:47mas tem que ser assim, é que no Brasil existe uma coisa chamada centrão,
03:51que a gente não sabe o que é, uma invenção brasileira.
03:53Então, o Partido tem que ser a sua visão de mundo, sua construção ideológica.
03:57O Partido Novo tem sua visão de mundo, assim como o PSOL tem a sua.
04:00Eu passo, justamente, ao deputado Ivan Valente.
04:04Quer dizer, nessa situação, na sua leitura, já com uma larga experiência,
04:09lá em Brasília, essa permanência, o que chama atenção no caso da história do Brasil,
04:15não é a mudança, que é rara, é a permanência.
04:18Por exemplo, do clientelismo, refletido hoje, como a deputada Adriana lembrou,
04:22nas emendas parlamentares milionárias, valores que ninguém sabe para onde vai, como vai,
04:29se efetivamente a obra é realizada, e que tem acusações muito graves
04:34sobre o mau uso dos recursos públicos.
04:37Como é que fica isso?
04:37Como é possível um governo, independente de qual seja,
04:41pode ser o anterior, o atual ou o futuro,
04:43ter um, sobra 4% do orçamento,
04:46um quarto é sequestrado pelas emendas parlamentares.
04:50Deputado?
04:50Exatamente.
04:51Vamos arrematar logo essa questão aqui.
04:54Porque isso aqui é capaz de ter unanimidade, pelo menos entre a gente.
04:59Mas eu quero dizer para você o seguinte,
05:01como eu sou um parlamentar de vários mandatos,
05:03eu quero dizer o seguinte, eu nunca entrei no Ministério para pedir emenda.
05:06nem no tempo do PT, nem do Fernando Henrique,
05:09eu sou um deputado de partidos programáticos, ideológicos,
05:16eu tenho um programa para cumprir de mudança social,
05:20de compromisso com os de baixo,
05:22de compromisso com os pobres,
05:24e tenho um lado na sociedade.
05:26Então, a minha divergência com a Adriana vai ser econômica no programa.
05:32Aí nós temos uma divergência muito séria,
05:35porque ela está do lado dos de cima,
05:39e eu estou dos de baixo.
05:40Ah, irmã, esse debate é bom.
05:42É bom.
05:43E aí ela vai dizer que o IOF vai criar emprego e pá, pá, pá,
05:48mas e se a gente conversa daqui a pouco?
05:50Ah, vamos começar.
05:51Vamos falar primeiro das emendas, né?
05:52Então, eu digo para você o seguinte,
05:55há nove anos atrás,
05:57quando você criou as emendas impositivas,
06:01elas não eram impositivas.
06:02Então, tinha uma negociação com o Congresso,
06:04e o deputado ia lá e tal.
06:07Também cargos no Executivo,
06:09eles tinham muito interesse.
06:10Eles não têm mais muito cargo.
06:11Teve um do União Brasil,
06:13que rejeitou ser ministro agora, entende?
06:16Mas ele não rejeita as emendas, não.
06:19Entendeu por quê?
06:20Porque as emendas viraram impositivas,
06:22mas não é só isso.
06:24Aquelas que eram sete milhões em 2016,
06:27viraram 38 agora, 46.
06:30E o total, com emenda de comissão,
06:32emenda de Estado, entende?
06:36Vai ser 60 bilhões,
06:38ou seja, mais de um quarto até,
06:40das despesas discricionárias.
06:43O que eles estão fazendo?
06:44Eles estão se renovando no mandato.
06:46E vai acontecer o que o Luiz Guimarães fala.
06:49Viu esse Congresso ruim?
06:50O próximo vai ser pior, entende?
06:53Então, essa questão é o seguinte.
06:55Hoje, as emendas servem a fazer benefícios
06:59para prefeitos com caixinhas à parte.
07:02Eu nem vou entrar nisso aqui agora, tá?
07:05E, mais do que isso, entende?
07:07O prefeito vai apoiá-lo.
07:09Então, ele está reeleito.
07:11E o próprio Congresso
07:12será uma repetição desse com adendos, entende?
07:17Então, partidos que têm programa, ideologia e tal,
07:22vão ter mais dificuldade,
07:24vai ter que ir à luta e etc.
07:25E é o que nós fazemos.
07:27Agora, o que acontece?
07:29Quem tem que executar o orçamento
07:31é o executivo que tem um plano geral.
07:33O Lira falou o contrário.
07:35Ele falou o seguinte.
07:36Os deputados conhecem melhor o Brasil.
07:38Não tem planejamento central.
07:39Isso é uma vergonha, um escárnio, entende?
07:43Isso é violar a democracia
07:45e o que existe entre os três poderes.
07:48Por isso que o pessoal foi duas vezes ao Supremo,
07:52entende?
07:52E ganhou.
07:54Ganhou contra o orçamento secreto.
07:56Eu fiz duas reuniões com o Freixo
07:58e com o Molon, entende?
08:00Com a ministra Weber, entende?
08:04Que acabou dando o fim da...
08:06Eles não cumprem.
08:07A Eliana sabe, eles não cumprem a legislação.
08:11E agora o Flávio Dino
08:12ou os outros ministros,
08:13eles querem só transparência,
08:16rastreabilidade e fiscalização.
08:18Eles não querem.
08:19Eles querem emenda PIX.
08:21Então, veja por quê.
08:22Porque isso limita o poder deles.
08:25Então, isso é que afronta o STF.
08:28Não é o contrário.
08:29O STF que está se metendo.
08:30Entende?
08:31Isso é mentira.
08:32Então, o que acontece é o seguinte.
08:34E sabe o que eles estão decidindo hoje?
08:36o Alcolumbre e o Lira, na televisão,
08:39que partidos que não têm ultrapassado a cláusula de barreira...
08:44Ou seja, nós já até ultrapassamos, né?
08:45Temos cinco e tanto lá com a federação.
08:48Mas eles podem subir a barreira para dez.
08:51Entende?
08:52Aí como é que não pode entrar no Supremo.
08:55Isso é...
08:56Isso, na verdade, é de um autoritarismo absoluto.
09:00Então, eu fico para outra rodada, porque eu falei que eu quero dialogar com o professor Marco Aurélio.
09:08Porque eu concordo com ele com a primeira parte, que foi a mudança na base da sociedade brasileira.
09:14Ou seja, o que você tinha, o que era um trabalhador na produção, o que era o comércio, os serviços...
09:22Agora, com a internet, com a informatização, com a robotização, com as big techs, entende?
09:32Mudou muita coisa.
09:34Então, os partidos, mesmo os de esquerda, precisam assimilar uma mudança.
09:39E o que mudou aí?
09:40Nas consciências, nos corações e mentes.
09:43Mas continua o desafio.
09:45Como é que nós vamos eliminar a desigualdade social do Brasil?
09:50Que é aberrante, é a pior do mundo.
09:53Entende?
09:54E tem sempre uma boa desculpa para rico não pagar imposto.
09:59Então, antes de eu passar para o professor Marco Aurélio, com a licença do professor,
10:03eu passaria para a deputada, porque a senhora foi provocada, a deputada, pelo deputado Ivan,
10:08dizendo que a senhora representaria o andar de cima.
10:12Deputada, a senhora representa o andar de cima, os andares intermediários ou luz de abafo?
10:17Olha, eu espero que represente o andar de cima, sim, assim como o andar de baixo também.
10:20Eu acho que o cidadão brasileiro, que é menor das minorias.
10:24Eu realmente tenho uma visão de mundo diferente, o deputado Ivan Valente.
10:29Eu acho isso sadio, mas eu discordo frontalmente, porque a nossa preocupação é com o indivíduo.
10:35A gente luta contra o privilégio, a gente nunca fica votando pauta corporativista,
10:40que, na minha visão, tem objetivos eleitoreiros claros.
10:45E essa pseudo ajuda do pobre, quando, na verdade, na hora do rombo do INSS,
10:50pelo que eu entendi, na visão do pessoal, o cidadão brasileiro tem que pagar,
10:54todo cidadão, inclusive o mais pobre foi bobado.
10:56A questão do IOF, quando vocês entram lá e querem derrubar, vocês vão contra o que o Congresso fez,
11:05eu acho isso uma afronta à população brasileira.
11:07Porque, na minha visão, o mais pobre que está pagando uma conta está sendo onerado.
11:11Então, é uma visão de mundo diferente, Ivan, que a gente não vai mudar a nossa maneira de ver.
11:15Então, vai ter tréfica, a coisa vai ficar voltando e salando.
11:18Agora, em relação ao STF também, a minha visão é muito diferente.
11:22Porque ali ele deveria ser guardião da Constituição, não vou polemizar aqui, porque o assunto não é esse.
11:26Mas, por exemplo, ele não deveria decidir monocraticamente tudo,
11:30deveria ser uma sessão plenária, onde todos...
11:32Então, ele está passando dos aléns também.
11:35Então, eu acho que a gente tem que ter uma discussão do papel institucional e constitucional de cada poder.
11:41Porque, na minha visão, não há respeito entre eles,
11:43e cada um está falhando na sua função princípua que a Constituição determina.

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