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No Visão Crítica, Luana Tavares, Paulo Ramirez e Leonardo Barreto desvendam os atritos entre Governo e Congresso. A recente ação no STF após a derrubada do decreto do IOF pelo Congresso, exemplifica a crescente tensão.

Os especialistas apontam que a proximidade das eleições de 2026 acirra a polarização em Brasília, e a queda na popularidade de Lula faz o Congresso intensificar as cobranças sobre o governo federal.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/e3R2KQ29ttY

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Transcrição
00:00Com a Luana. Luana, por favor, na sua opinião, essa tensão que nós estamos vivendo agora,
00:05nesse momento, que já se estendeu nesse primeiro semestre, estamos começando,
00:10o ano passou tão rápido, já estamos começando o segundo semestre.
00:13Foi uma surpresa para você ou você acha que isso é consequência de um estilo de política,
00:19tanto do Congresso como do governo, que gera constantes tensões?
00:24Obrigada, professor. Primeiro, é um prazer estar aqui. Obrigada pelo convite.
00:27Prazer estar aqui com o Paulo, o Leonardo e com todos vocês nos acompanhando.
00:32Olha, professor, não me surpreendeu, sinceramente, porque nós já estamos acompanhando essa tensão,
00:40essa dificuldade em embates entre o governo e o Congresso, a dificuldade na formação de base,
00:46na manutenção dessa base e no diálogo com essa base, já há algum tempo, especialmente agora,
00:52na entrada desse ano, onde se esperava, inclusive, que fosse feita uma reforma ministerial
00:58para reacomodar um pouco essas forças e garantir uma base mais sólida para aprovação de medidas como essas,
01:05que estão sendo discutidas e que são importantes para o governo.
01:07Isso não aconteceu.
01:09Isso se deve também, e talvez principalmente, ao fato de que esse governo foi eleito com uma base muito fragmentada.
01:19Ele precisou fazer uma coalizão muito grande para que viabilizasse a sua eleição,
01:25só que essa composição, essa coalizão, que era ali um momento de necessidade para que essa eleição fosse viável,
01:35ela nunca se concretizou numa base sólida, de fato, de votação e de projetos apoiados por essa base
01:44junto ao governo nesses últimos anos.
01:48E nesse ano, com essa dificuldade de reorganização com vistas a 26, isso só continuou.
01:54Então, a gente tem aí um histórico de diversas pautas que foram enviadas para a Câmara antes mesmo da eleição de Hugo Mota,
02:01ele deu continuidade a essa base, até porque não modificou muito quando a sua presidência aconteceu esse ano,
02:09a entrada dele como presidente.
02:11A gente teve o caso da desoneração da Folha, agora a gente tem essa questão do IOF,
02:17a pauta das emendas que desde o ano passado, antes das eleições,
02:20vem gerando muita tensão entre o Congresso, o STF e o governo, o Executivo também.
02:27Então, é difícil a gente ver um cenário onde essa composição, esse apoio do Congresso mude,
02:37porque a gente está muito próximo de 2026 e, como eu disse,
02:40esse histórico da eleição é o determinante nesse caso,
02:44onde você formou uma coalizão que ela não se concretizou num projeto ou em projetos elaborados em conjunto.
02:50Então, é difícil você conquistar isso agora, com a máquina rodando,
02:55os problemas sendo agravados a cada mês e a cada momento com o cenário político difícil para esse governo.
03:04E o Congresso também tenso, sem saber como vai ser 2026 e buscando uma autoproteção.
03:09Paulo, para você, com base também no que a Luana expôs,
03:15e acompanhando o noticiário recheado nesse primeiro semestre,
03:21desse confronto Congresso-Palácio do Planalto,
03:25você acha que essa foi uma consequência natural de duas formas diferentes de fazer política?
03:31E como você estima que vai ser o segundo semestre dentro dessa conjuntura?
03:34Bom, primeiro, boa noite, uma honra estar aqui, Luana, Leonardo.
03:39Enfim, o fato é que existem vários fatores que vão aprofundando essa tensão entre o presidente Lula e o Legislativo.
03:48O primeiro deles é que as pesquisas de aprovação do governo têm mostrado a queda dos índices do Lula.
03:55Então, isso alimenta, querendo ou não, a oposição, que se sente mais forte em lançar candidaturas do Centrão com a direita para o próximo ano.
04:09Então, quanto mais se desgastar a imagem do governo Lula, nesse um ano e pouco de mandato que resta,
04:15mais chances, em tese, haveria de fortalecimento de uma chapa entre centro e direita.
04:26Esse é o primeiro ponto.
04:27Mas há outros aspectos importantes.
04:30Entre eles, o fato de que o Congresso, tomado pelo Centrão, tem sabotado medidas do governo já há algum tempo.
04:39Mesmo a reforma tributária, ainda que aprovada, ela não foi aprovada da maneira que o governo bem desejava.
04:45Afinal de contas, a taxação dos mais ricos não foi para frente.
04:50A outra questão também que é importante é a questão do PIX do início do ano.
04:55E o que a gente viu é a direita se manifestando com muito mais força nas redes sociais.
04:59O Nicolas Pereira viralizando com as suas mensagens, etc.
05:05Mas isso não aconteceu no caso do IOF.
05:07O que mostra que a opinião pública teve uma outra percepção sobre esse enfrentamento entre Congresso e o presidente.
05:15Eu acho esse um ponto muito importante.
05:17Porque ficou muito claro, independentemente da pessoa ser conservadora, liberal, de esquerda,
05:22que classe média e os mais pobres pagam proporcionalmente muito mais impostos que os mais ricos.
05:28E, ao mesmo tempo, o Congresso se configura com interesse de classe muito claro.
05:33E isso tem sido demonstrado.
05:35Ou seja, não vamos cortar gastos em relação às verbas parlamentares,
05:42muito menos o Plano Safra ou outras áreas que interessam a esses grupos de latifundiários, empresários, etc.
05:50E, de fato, os custos ou os cortes deveriam, na visão do Congresso,
05:55partir para os programas sociais, o que dificultaria muito a imagem do presidente perante a sociedade,
06:01seus programas sociais e para os eleitores.
06:03Então, essa quebra de braço começou e o governo soube se aproveitar, de alguma forma, da sua própria fragilidade.
06:09Já que não tem maioria no Congresso, tem responsabilizado o Centrão, principalmente,
06:17na figura do Hugo Mota e do Acolumbre.
06:20Mas, e, ao mesmo tempo, a esquerda tem tentado organizar manifestações contra essa brecagem que o Congresso fez,
06:31seguindo um pouco o que o Petro fez na Colômbia, diga-se de passagem.
06:34E acho que é importante a gente ver como as esquerdas estão interrelacionadas aqui na América Latina.
06:39Mas ele não foi muito feliz lá na Colômbia, né?
06:42Curiosamente, o Petro não tem a maioria, assim como o Lula.
06:45Tem uma imprensa oposta às suas visões de mundo.
06:49Afinal de contas, o Petro foi membro das Farc no passado.
06:53Enfim, existem milhares de visões críticas.
06:55Mas, ainda assim, ele conseguiu vencer no Congresso, no Senado, agora, a reforma trabalhista.
07:01E como ele conseguiu isso?
07:03Com mobilização nas ruas, com vídeos em redes sociais.
07:07Então, isso gerou uma pressão sobre os congressistas.
07:11E eu tenho a impressão que o movimento do governo foi muito parecido agora, né?
07:14Ou seja, colocou o abacaxi nas costas do Congresso.
07:18E se a gente frequentar, e eu tive essa curiosidade de entrar nas redes do Gumota, do Acolumbre,
07:24existem centenas de críticas ao que eles promoveram semana passada, né?
07:28Gerando uma contradição gigantesca, né?
07:31Na mesma semana em que não se aprova o IOF com o argumento de não querer aumentar os impostos,
07:36por outro lado, aumenta o número de deputados, gerando mais gastos aos próprios cofres públicos.
07:42E, ao mesmo tempo, as verbas parlamentares não param de aumentar ano a ano.
07:47Então, qual que é a imagem que a sociedade tem no Congresso?
07:49A pior possível.
07:50Ela joga contra o país e não a favor dele.
07:52Leonardo, frente às colocações da Luana, do Paulo,
07:59que as suas considerações de alguém, Leonardo, que acompanha a pari-passa política em Brasília,
08:04como é que você vê esses choques constantes nesse primeiro semestre?
08:09Alguns imaginavam, vale lembrar, quem nos acompanha e Leonardo,
08:14que a mudança da mesa diretora da Câmara, dos deputados, ia acalmar a relação com o Planalto.
08:19Inicialmente, imaginava-se que saindo o Artulira, entrando o Gumota, não aconteceu nada disso.
08:25Como é a sua análise desse momento que nós estamos vivendo?
08:31Boa noite a todos. Eu fico feliz pelo convite, muito honrado também.
08:36Olha, eu acredito que o problema, a crise, não foi gerada pelo Gumota, não é gerada pelo Central.
08:44Eu acho que a crise, ela é gerada pela proximidade da eleição do ano que vem
08:49e uma dificuldade de popularidade do presidente Lula,
08:53que resolveu radicalizar um discurso, criando, ou melhor, revivando,
08:59um discurso de guerra de classes,
09:02para tentar reposicionar o PT dentro da narrativa política eleitoral.
09:09É importante, eu acho que a gente hoje, tendo a liderança do governo,
09:14um cara chamado Sidonio Palmeiro.
09:17A comunicação sobre essa questão do andar de cima,
09:23pobre contra rico, é claramente uma estratégia de comunicação
09:26que passou a condicionar o comportamento, o discurso e a fala
09:31dos principais atores políticos, a começar pelo ministro Fernando Haddad.
09:34É importante lembrar, nessa dinâmica, aliás, nessa narrativa
09:39de que o Congresso inviabiliza o governo,
09:43eu acho que a gente precisa lembrar de algumas coisas.
09:45A primeira delas é, o governo, há 60 dias de tomar posse em 2023,
09:53recebeu um cheque de 30 bilhões de dólares,
09:55que foi a PEC da transição.
09:58Nenhum outro governo recebeu isso.
09:59Segundo, o STF tirou pagamentos de precatórios de meta fiscal.
10:07Terceiro, o Congresso aprovou um marco fiscal,
10:13que é o novo arcabouço, extremamente generoso,
10:16que obriga o governo a ter crescimento real de despesa todos os anos.
10:20Quarto, o governo aprovou entre 9 e 14 medidas de aumento de arrecadação,
10:26que fez com que esse governo aumentasse 10% de arrecadação,
10:30em média, nos últimos dois anos.
10:33A gente não vai encontrar país no mundo que não esteja em esforço de guerra,
10:37que tenha esse nível de crescimento de arrecadação.
10:44Então, eu não vejo, de fato, o Congresso atrapalhando em nada
10:49a questão arrecadatória.
10:51Agora, o que a gente tem é um governo que tem 20 e poucos por cento de ótimo bom,
10:58precisa de 40, pelo menos,
11:00está chegando na próxima eleição.
11:04A agenda da reeleição não cabe no orçamento, claramente,
11:07porque você tem que duplicar uma porção de programas sociais.
11:11Mas, o governo entrou numa dinâmica,
11:16onde o presidente Lula faz anúncios e pede ao Congresso que aprova imposto.
11:20Aqui, o pessoal diz que o mais bobo é suplente,
11:24ou seja, não tem bobo nessa história.
11:28E aí, claro, o Congresso entrou no maior da eleição,
11:30mas me parece que essa é uma crise,
11:33que ela é criada principalmente por uma incapacidade de gestão do governo,
11:39que teve uma quantidade de recursos gigantes,
11:41não enfrentou nenhuma crise internacional.
11:44Não enfrentou pandemia, não enfrentou guerra de Ucrânia,
11:46não enfrentou nada.
11:48E chega, apesar de todas essas benéficas que recebeu,
11:53aí se esguelando por um IOF,
11:56buscando aí uma espécie de 2, 3 bilhões de reais
12:00para conseguir fechar a conta,
12:02para conseguir fazer a eleição.
12:03A agenda da reeleição cabia no orçamento.
12:06Então, eu não sei,
12:07e me parece que o governo faz um exercício de narrativa
12:10que, na minha opinião, é um deleté,
12:13porque caracteriza o Congresso como inimigo do povo.
12:16Eu não sei aonde você quer chegar com esse tipo de coisa.
12:20E o fato é que, nesse país rachado,
12:25nesse país dividido,
12:26eu não vejo ganho,
12:29a não ser no cálculo político
12:31que o marqueteiro do governo tem feito.
12:33É isso.
12:34É isso.
12:34É isso.
12:34É isso.
12:35É isso.

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