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No Visão Crítica, Jacqueline Valles e Marcelo Figueiredo dissecam a crise entre Executivo e Legislativo, evidenciada pela polêmica do IOF. Os especialistas afirmam que o tema não deveria ter chegado ao Judiciário, revelando a profunda falta de diálogo entre o Governo Federal e o Congresso. Para eles, a briga é um embate político que exige diálogo, não processos. Marcelo Figueiredo ressalta a necessidade de debater uma reforma da Constituição, para redefinir a atuação dos três poderes na política brasileira atual.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/8Qy40gloHgg

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Transcrição
00:00Nós estamos chegando a um momento de um tensionamento, ao menos nos tempos recentes,
00:05nunca visto, e nós comentamos no início do nosso encontro hoje, entre os poderes.
00:10E o Supremo é que vai ter de resolver a pendência.
00:14Porque se o Supremo definir que não é que o governo estava equivocado,
00:19portanto o legislativo agiu corretamente, vai haver uma gritaria por parte daqueles que defendem o governo.
00:26Se a decisão do Supremo for de que aquela era uma tarefa do Executivo, vai haver uma gritaria do legislativo,
00:33foram quase 400 votos na Câmara dos Deputados, entre 513 deputados, que é o total da Câmara,
00:40de que o Supremo está fazendo um colunho contra o governo, com o governo contra o legislativo.
00:46Em suma, qualquer decisão que for tomada vai ter uma resistência enorme.
00:49E hoje todo mundo discute direito constitucional como se tivesse discutido um jogo de futebol,
00:54sem saber que existem questões extremamente complexas, e tem uma coisa chamada jurisprudência,
01:00que não é perguntar para o Arnaldo César Coelho se está correta ou não a regra.
01:07É a questão mais complexa.
01:08Mas a gente muitas vezes tenta simplificar.
01:11Eu lembro até uma música do Adonerã Barbosa, entra aí no Google,
01:14chamada Torresmo Milanesa.
01:16Torresmo Milanesa.
01:17Que eles vão discutir no intervalo do trabalho sobre coisas que eles não sabem,
01:22e começam a conversar sobre assuntos absolutamente que eles desconhecem.
01:25Dá uma acessada, tem uma entrevista, tem uma interpretação clássica
01:29da Clementina de Jesus e Carlinhos Vergueiro.
01:31Bem, depois dessa passagem musical, doutora Jaqueline,
01:36essa pendência vai criar uma tensão.
01:39A tensão já é muito grande.
01:40Pode criar uma crise institucional.
01:42Acho eu.
01:43Eu estou sendo exagerado, catastrofista, ou porque assisti muita novela mexicana,
01:48vejo muita tragédia mexicana.
01:49Você acha que é possível nós chegarmos a uma situação dessa?
01:52Acho.
01:53Acho sim.
01:54Acho sim.
01:54Acredito sim.
01:55Tá.
01:56Foi o que nós conversamos logo no começo.
01:58Eu acho que sempre que chama o judiciário para ele tomar uma decisão,
02:02buscar alguém onde está tão radicalizado,
02:05já está eu contra eles, nós contra vocês, já está...
02:09Essa separação já existe.
02:11Nós, os executivos, estamos a favor do povo.
02:15Não, nós, os legislativos, que estamos agora deixando o executivo
02:21mais numa situação que ele deve tomar conta sem usufruir a mais do poder dele.
02:30Bom, uma confusão geral na cabeça das pessoas.
02:35Porque aí vai para o judiciário.
02:37O judiciário fala assim, olha, o executivo tem toda razão.
02:40O legislativo coibiu o executivo que estava em favor do povo.
02:49Aí começa aquela discussão que nós não temos ainda mais,
02:52as pessoas ficam perdidas,
02:54acham que nós estamos lidando com três grupos de torcida organizada,
03:00no qual um se filia ao outro.
03:02Então, o que nós temos?
03:04Nós temos, novamente, aquela que começou,
03:08não gosto de falar isso, mas começou,
03:10na política anterior, o nós contra eles,
03:13que isso foi muito ruim, para mim é muito ruim,
03:16essa desunião, essa não aceitação,
03:20só porque ele está do outro lado eu não vou aceitar.
03:24Para quê?
03:24Porque eu não posso entender que o legislativo realmente,
03:28ele está no papel dele,
03:29que o executivo pode ter usurpado ou não pode ter usurpado,
03:33para que eu tenho que colocar o outro poder para tomar lado?
03:39A negociação que nós estávamos falando no começo,
03:41essa política, política é conversar,
03:44política vem do quê?
03:46De se ajustar,
03:47e quando eu digo se ajustar, conversar,
03:49não é do mau conceito.
03:51Política, as pessoas precisam se entender
03:54para fazer uma política.
03:56para que eu vou levar para um órgão que deve ser tão reservado
04:00como o Poder Judiciário?
04:02Porque o Poder Judiciário não é conversa,
04:04Poder Judiciário é decisão.
04:06Ele está se propondo, como o Marcelo falou,
04:08olha, ele tem que se conter,
04:10mas ele está se propondo,
04:11olha, vocês devem se entender aí,
04:14parem de pegar e trazer para cá,
04:16como se fossem aquelas coisas de criança,
04:18olha, duas crianças não se entendem,
04:20deixa eu levar para a tia resolver.
04:21Não dá, a sociedade brasileira não suporta mais essa situação
04:25de um contra o outro,
04:28vou chamar o tio para resolver.
04:30Porque política não é isso, Vila.
04:33Política é o quê?
04:34É uma conversa, nós temos que nos ajustar,
04:37eu como cidadã, eu tenho que confiar
04:39que naquele legislador que eu elegi,
04:42está sabendo manobrar,
04:44manobrar que eu digo, no meu senso,
04:46a lei para beneficiar a sociedade.
04:49aquele executivo que eu botei lá no poder,
04:53ele está podendo executar tudo o que o legislativo fez.
04:57E não brigar entre eles e chamar o judiciário,
05:00que é completamente oposto.
05:02Você mesmo falou, olha,
05:03o judiciário não está aí para resolver problema.
05:06O judiciário está, desculpa,
05:08o judiciário está para resolver problema,
05:10mas não problema de falta de interação.
05:14Problema legal.
05:15O que nós vemos hoje é uma falta de interação entre os poderes.
05:18e vem o chefe, que é o poder judiciário,
05:21e fala assim, você tem razão agora,
05:22você tem razão daquela vez.
05:24Isso está muito mudado dentro do que deveria ser
05:28a essência de cada um.
05:33Antes de eu passar para o doutor Marcelo Figueiredo,
05:36faço questão de ler o trecho aqui,
05:37o da Dona Irã Barbosa,
05:39na linguagem do Dona Irã Barbosa,
05:41o torresmo à milanesa.
05:44Vamos armoçar, sentados na calçada,
05:47conversar sobre isso e aquilo.
05:50Coisas que nós não entendemos nada.
05:53Depois puxar uma paia, andar um pouco para fazer o quilo.
05:57Esse é um dos grandes clássicos de uma figura fantástica
06:01que retrata a vida paulistana durante algumas décadas
06:04e um linguajado específico aqui paulistano.
06:08Então, depois dessa menção, doutor Marcelo Figueiredo,
06:11aí eu coloco essa questão para o senhor.
06:13Quer dizer, o senhor fez referência,
06:16a necessidade seria o caso, em alguns momentos,
06:19de fazer, e a Constituição assim o permite,
06:22e no discurso de promulgação da Constituição
06:24a 5 de outubro de 88,
06:26doutor Ulisses Marans falou que a questão da reforma
06:29já estava embutida na Constituição,
06:31mas coloco a seguinte questão,
06:34nós temos as cláusulas pétreas,
06:36só lembrar quem nos acompanha,
06:37a cláusula pétrea não pode ser alterada pelo Congresso,
06:41só para uma nova Assembleia Nacional Constituinte,
06:43portanto, elas são permanentes.
06:44Não é o caso, acho eu,
06:46se eu estiver errado, senhor, por favor, me corrija,
06:49dessas tarefas constitucionais.
06:52Como é que nós ficamos?
06:53Quer dizer, o senhor falou,
06:55e eu concordo com o senhor,
06:56que as questões deviam ser um tribunal constitucional,
06:59essas outras deviam ser do STJ.
07:02Uma vez o ministro Marco Aurélio
07:04queria propor o aumento de ministros do STJ,
07:06não para empreguismo, nada disso.
07:08É que essas questões que o doutor Marcelo Figueiredo falou,
07:11que eu lembrei, do esporte de Recife e Flamengo,
07:14quem é o campeão de 88,
07:16não é assunto do Supremo.
07:17Vai lá para o STJ, mas ampliado,
07:19porque a demanda é muito grande do Supremo Tribunal Federal.
07:23Eu leio os relatórios,
07:24muitas vezes você tem 100 mil, 150 mil ações,
07:27é uma loucura.
07:27Então, eu coloco ao senhor,
07:29como resolver essa questão?
07:32Teríamos de fazer,
07:33e nós tivemos mais de uma centena de emendas,
07:35mas uma emenda constitucional,
07:37alguma coisa que regulasse,
07:39permitisse que o Supremo fosse o Tribunal Constitucional
07:42e as outras demandas fossem, por exemplo, o STJ?
07:45É, podemos, posso responder, se me permite, em duas partes.
07:51Claro, claro.
07:52Para falar dessa crise atual,
07:56veja, o problema, já se disse no começo,
08:00é um problema tributário,
08:02mas isso é a ponta do iceberg,
08:04porque, na verdade, não é o IOF aí que está sendo discutido.
08:09É uma coisa muito mais séria,
08:11que é a relação, digamos, entre os poderes,
08:15a crise institucional,
08:16a falta de diálogo, vamos chamar assim,
08:19entre o legislativo, o executivo e até o judiciário.
08:24Vamos dizer que os três, hoje, de alguma maneira,
08:26radicalizam posições.
08:29E, de certa forma, o executivo é um pouco refém do legislativo,
08:35em certos sentidos,
08:36em razão da emenda, etc.
08:38Mas, respondendo à segunda parte da sua questão,
08:42olha, exato, o que é cláusula Petra
08:45não pode ser alterado pelo poder reformador.
08:48Então, nós não poderíamos ter uma emenda
08:49para alterar, por exemplo, a federação, a república,
08:53os direitos fundamentais da pessoa,
08:55os direitos humanos, etc.
08:57Mas eu acho que, com alguns estadistas,
09:03e temos ainda um ou outro estadista no Brasil,
09:06nós poderíamos pensar numa reforma constitucional
09:13que pudesse alterar o judiciário, por exemplo.
09:17Não só o judiciário, né?
09:19Podia mexer também na reforma administrativa,
09:23porque também nós temos problemas seríssimos
09:26de funcionários públicos,
09:30de altamente categorizados,
09:32que recebem a lei do teto.
09:33Temos questões dos militares com alguns direitos também,
09:37muitas vezes, que ultrapassam a sua pessoa,
09:40a sua viúva, e vai para as suas filhas,
09:43filhas maiores, filhas solteiras, etc.
09:45Enfim, há uma série de direitos
09:47que eu diria que não são equânimes no Brasil.
09:52Há muitos direitos de algumas categorias
09:56ou pessoas que têm mais direitos que outras, né?
09:59E isso, evidentemente, que não responde à igualdade,
10:03não responde à justiça social,
10:05qualquer concepção que nós tenhamos dela.
10:09Então, eu acho que sim,
10:11em algum momento nós vamos ter que pensar
10:14em reformar a Constituição.
10:15Isso não é um tema proibido, né?
10:17As Constituições não devem ser eternas,
10:20elas devem ser modificadas
10:22quando haja condições sociológicas,
10:28culturais, políticas, que indiquem isso.
10:30Eu não estou defendendo nenhuma reforma imediata,
10:33mas eu acho que há temas no Brasil
10:35que são necessários de serem reformados.
10:39E esse é um deles, né?
10:41O funcionalismo público,
10:43a questão, vamos dizer,
10:45do que seja direito adquirido,
10:48as vantagens de determinados setores
10:51corporativos brasileiros, né?
10:56Pessoas que querem crescer
10:58só com incentivos do governo,
11:00que não querem se dedicar
11:01ao empreendedorismo, etc.
11:04Então, há uma série de distorções,
11:06e isso não é só no Brasil,
11:07no mundo inteiro, né?
11:09Que devem ser enfrentados.
11:11E um dos temas que devem ser
11:12levados em conta é a reforma constitucional.
11:15Como fazer isso?
11:16Eu acho que é uma questão de acerto
11:17institucional, né?
11:19Os poderes têm que chegar a um consenso,
11:22negociar,
11:24e aí é assim que se faz
11:25uma reforma constitucional.
11:26Nós...
11:27Nós...
11:28Obrigado.

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