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ODONTOLOGIA GERAL - Todas as Aulas Organizadas de forma Didática na Playlists.

Transcrição
00:00Então vamos lá, meu povo, neoplasia maligna agora com o incenso, quero ver qual a diferença
00:13aí que vocês vão sentir, né, rinite, às vezes eu boto tanto incenso que ataca a minha
00:19rinite, eu tenho que tomar até antialérgico, qualquer coisa eu tenho antialérgico na bolsa.
00:24Não, meu vizinho uma vez deixou uma cartinha lá embaixo de casa, um domingo eu tava lá
00:30fazendo faxina, estudando, eu botei meus mantras, queimei, sei lá, uns 30 incensos, aí beleza,
00:39aí quando eu chego no dia seguinte tinha uma cartinha embaixo da porta, ai meu Deus, vão
00:42reclamar dos cachorros de novo, aí tava o cara falando assim, ah, vim aqui agradecer a seleção
00:50musical do domingo e o cheiro da sua casa, você é budista?
00:59Todo mundo falou isso, eu nem sei quem ele é.
01:06Claro, ele tá vindo pra São Paulo, dia 22, 23 de setembro, vai ter um curso em São Paulo.
01:11Não, eu fui gentil, eu botei uma caixinha de incenso lá no negócio dele, não, gente,
01:20não sei nem quem é, aí agora ele botou um outro recado lá embaixo, eu falei, ah, meu
01:25Deus do céu, o que que eu, ih, tá pegando fogo aqui na parede, falei, o que que eu tô fazendo
01:33agora dessa vez, mas não, era pra ele dizer que a casa dele tava em obra e tava caindo
01:38poeira na minha janela.
01:47Aqui vai dar uma queima.
01:49Pronto, agora sim, agora foi.
01:54Bom, então vamos lá, neoplasia maligna.
01:57Então, neoplasia maligna é o que a gente chama popularmente de câncer, né?
02:02Então, a gente já sabe que o câncer, ele é uma proliferação desordenada de células,
02:09né?
02:09Então, a gente sabe que são células que proliferam, que não tem função nenhuma, que
02:13vão tomando o espaço das outras células que tem função e que podem cair na corrente
02:18sanguínea ou linfática e irem causar tumores à distância, que é o que a gente chama de
02:24metástase.
02:25Então, a gente viu que as neoplasias benignas, o nome delas é sempre o tipo de célula mais
02:31o sufixo, oma, né?
02:33Já as neoplasias malignas, o nome delas é sempre dado de acordo com a linhagem.
02:39Então, se é de linhagem epitelial, são os carcinomas.
02:43Se é de linhagem mesenquimal, são os sarcomas.
02:46Então, mesenquimal é tudo aquilo que tá no conjuntivo, né?
02:50Então, fibroblasto, vaso sanguíneo, vaso linfático, osso, músculo, gordura, tudo isso
02:59são os sarcomas.
03:00Então, o nome primário é sempre a linhagem e aí, quando a gente sabe o tipo de célula,
03:07a gente acrescenta o sobrenome, né?
03:09Então, adenocarcinoma, carcinoma de células basais, linfangiosarcoma, osteossarcoma.
03:19Então, o primário é sempre carcinoma ou sarcoma e aí a gente associa também o tipo
03:24de célula para dar aí o sobrenome da nossa lesão.
03:28Então, a gente já sabe que as neoplasias, elas são, na verdade, uma desregulação do
03:34ciclo celular, né?
03:36Então, como é que funciona o ciclo celular?
03:39Então, normalmente, a célula mãe dá origem a uma célula filha.
03:43Essa célula filha, ela começa, então, a sua trajetória no ciclo.
03:48Durante a trajetória no ciclo, ela vai começar a desenvolver várias características e funções,
03:54né?
03:54Então, ela começa a transcrever RNA, produzir proteínas.
03:58Então, ela entra no que a gente chama de via de diferenciação.
04:02O que é isso?
04:03É a via de amadurecimento da célula, né?
04:06Quando ela começa a crescer, recuperar volume e começar a se comprometer com uma função.
04:12Então, normalmente, a célula entra no ciclo, começa a se diferenciar e ela sai uma célula,
04:18então, terminalmente adulta com a sua função.
04:21O que acontece com as neoplasias malignas?
04:25A célula simplesmente não responde mais às checagens do ciclo e ela começa a ciclar
04:31indefinidamente sem ir para a via de diferenciação.
04:35Por isso que ela não tem função.
04:36Ela fica só ali proliferando, proliferando, proliferando e não transcreve nada e não
04:41adquire função e não faz nada a não ser proliferar.
04:45Então, ela fica ciclando ali indefinidamente e dando origem a várias células filhas ali
04:51muito mais rápidas.
04:52Quando a gente fala de neoplasia maligna em boca, a gente está falando quase que exclusivamente
04:59de carcinomas, ou seja, tumores de células epiteliais.
05:06Então, 99% das lesões malignas que acontecem em boca são do tipo carcinoma.
05:12Então, o processo mais importante para a gente entender aí, em termos de oncogênese,
05:18é o processo da carcinogênese, ou seja, o processo que a gente tem da transformação
05:24dos carcinomas.
05:26É muito bom dar aula porque tem cada coisa que acontece fabulosa, né?
05:29Eu sempre falo, às vezes, quando eu estou dando aula de amelogênese imperfeita, aí
05:34eu sempre falo, né?
05:35Ah, fazer esmalte é igual fazer chocolate.
05:38Deixa eu dar essa aula para vocês, não é?
05:39Igual fazer chocolate, né?
05:40Você derrete, coloca na forma, aí vai para a geladeira, vai para isso aqui.
05:44Aí, uma vez, eu estava dando essa aula e chegou uma aluna atrasada, assim, né?
05:47Aí, está lá a forma de chocolate.
05:49Aí, você põe em banho, Maria, a menina ficou assim, ó.
05:53Olhando, sem entender nada.
05:54Aí, eu falei assim, o donto dela, eu falei, é aqui mesmo, não é culinária, não.
05:57Ficou tranquila, a gente estava fazendo esmalte.
05:59Aí, outra entra, estou cheio de incenso aqui, cada hora é um negócio.
06:04Então, o que acontece?
06:05As células epiteliais, elas são células, primeiro, que proliferam muito.
06:10E, segundo, células epiteliais são células de revestimento, né?
06:13Células de proteção.
06:15Ou seja, células que são afetadas por vários estímulos externos,
06:19tipo radiação, exposição a cigarro.
06:23Então, a gente tem, na verdade, como consciência, a gente sabe que uma célula fica maluca
06:29e para de responder os estímulos do ciclo quando ela adquire de 16 a 18 mutações.
06:37Então, ela adquire 16 a 18 mutações, ela fica maluca, não para mais nos controles de parada do ciclo,
06:43não vai para a via de diferenciação e fica ciclando ali indefinidamente.
06:48Da onde vem esses 16 a 18 erros?
06:52Então, esses 16 a 18 erros, é claro que a gente sabe que o câncer é uma doença multifatorial, né?
06:58Então, são vários fatores podendo somar mais um errinho aí nesses 16 a 18.
07:03Então, esses 16 a 18 erros, eles podem vir inicialmente do próprio processo de replicação celular.
07:10Ou seja, inerentes ao ciclo.
07:12Então, durante o processo ali de replicação, a gente pode ter uma mutação da célula, né?
07:19Só que, normalmente, quando a célula sofre uma mutação no ciclo, existem os mecanismos de checagem.
07:25A célula é parada, o DNA é checado.
07:27Se ele tem algum erro, aquele erro é corrigido e a célula volta para o ciclo.
07:32Se aquele erro não puder ser corrigido, a célula é morta, né?
07:36Por apoptose.
07:37Então, vejam que esses 16 a 18 erros, não são simplesmente ter o erro.
07:43É ter o erro, não ser corrigido e escapar da morte celular.
07:47Então, não é simplesmente ter o erro.
07:49Ter o erro, não ser corrigido e escapar da morte celular.
07:53Agora, que erros a gente é capaz de corrigir?
07:57Quantas vezes a gente corrige um determinado erro?
08:01Essa é a informação que vem no nosso repertório genético.
08:04Por isso que existe a história familiar do câncer.
08:07Se você tem casos de câncer de mama, provavelmente você corrige menos vezes ou menos os erros que dão câncer de mama.
08:16Agora, esses erros podem ser internos ou podem ser externos.
08:21Por exemplo, os erros causados pelo cigarro.
08:23O princípio é o mesmo.
08:24Quantas vezes você corrige os erros do cigarro?
08:28Que erros do cigarro você corrige?
08:30Isso também vem no seu repertório genético.
08:32Então, você pode ter um indivíduo que fuma cinco maçãs de cigarro por dia e não vai ter câncer de boca.
08:37E um cara que o vizinho é fumante, ele é fumante passivo e ele vai ter câncer de boca.
08:42Então, essa questão do quantas vezes você corrige e que erros você corrige, isso vem do seu repertório genético.
08:53O que não quer dizer que você não possa ser o primeiro azarado da sua família a desenvolver aquele tipo de mutação e passar aquilo ali adiante.
09:00Então, a partir do momento em que a célula adquire lá o 16º, 17º erro, ela fica maluca, passa para o lado negro da força e começa lá a proliferar indeterminadamente.
09:13E aí que a gente tem o câncer propriamente dito.
09:16Então, quando a gente pensa em carcinomas, a gente sabe que para o indivíduo desenvolver 16 a 18 erros que não foram corrigidos e que a célula não foi morta, a gente precisa de quê para isso?
09:32Tempo, né?
09:33Então, os carcinomas são mais comuns em indivíduos mais velhos, né?
09:37Por que Jesus Cristo não teve câncer?
09:39Porque ele morreu com 33 anos.
09:41Se ele tivesse vivido um pouco mais, talvez ele tivesse tido câncer, né?
09:46Então, por isso que o número de carcinomas está aumentando, porque a expectativa de vida da população está aumentando.
09:53Agora, por outro lado, se a gente tem um jovem que desenvolve carcinomas, vocês acham que vai ser um tumor mais grave ou menos grave que um idoso?
10:03Grave, né?
10:03Se rapidinho já chegou ali em 16, 18 erros, tende a ser muito mais grave.
10:08Então, dentro ali do nosso câncer, a gente tem duas populações de células.
10:13As células que são o motor do tumor, ou seja, o câncer propriamente dito, que são aquelas células que estão ali proliferando.
10:21E as células normais que estão ali, né?
10:24Que são as células em diferenciação.
10:27Então, a gente sempre classifica os tumores de acordo com o setor em diferenciação.
10:31Então, se o tumor tem uma proliferação muito grande e uma diferenciação pequena, vocês acham que isso é bom ou ruim para o paciente?
10:41Muita proliferação e pouca diferenciação.
10:45Bom ou ruim para o paciente?
10:46Ruim, né?
10:47Então, são os tumores que a gente chama de pouco diferenciado.
10:51Quando a gente tem pouca proliferação e muita diferenciação, é bom ou ruim para o paciente?
10:59Bom, né?
11:00Então, são os tumores bem diferenciados.
11:02Então, lembrem-se sempre, esse termo diferenciado quer dizer o quê?
11:05Adulto normal.
11:07Então, se está bem diferenciado, está bem próximo do normal.
11:10Se está pouco diferenciado, está muito distante do normal.
11:13Então, a maioria das nossas lesões de boca são moderadamente diferenciadas.
11:20Tem um equilíbrio ali entre o setor em proliferação e o setor em diferenciação.
11:25Então, algumas definições importantes.
11:28A primeira, lesão pré-maligna, lesão cancerizável, lesão malignizável, pré-câncer, qualquer coisa nessa linha.
11:37Então, é uma lesão, ou seja, é uma alteração.
11:41Então, acho que eu vou abrir a porta, né?
11:43Porque daqui a pouco a gente está morrendo aqui.
11:46Porque esse incenso é bom mesmo.
11:49Bom, aí, o terceiro povo está se sentindo lá da Índia o incenso.
11:53Tão forte que o negócio é.
11:56Então, o que a gente vai ver?
11:58Que essa lesão, ela é uma lesão.
12:01Ou seja, eu vejo a alteração do tecido clinicamente.
12:05E aquela área onde o paciente tem a lesão é a área onde a gente tem maior chance de transformação maligna.
12:11O que não quer dizer que vai se transformar em câncer.
12:14Então, por exemplo, a leucoplasia.
12:16O potencial de transformação maligna da leuco é de 4%.
12:20Então, vejam que é baixo.
12:21Só 4% vão se transformar em câncer.
12:25Mas a lesão pré-maligna, ela é a lesão.
12:28Então, se eu vejo lá que o paciente tem uma leucoplasia no sualho,
12:31qual é a região que ele tem maior chance de ter câncer de boca?
12:35No sualho, né?
12:36O que não quer dizer que ele vai ter.
12:38Já o conceito de condição pré-maligna, condição cancerizável, malignizável ou pré-câncer.
12:47A condição, ela é um hábito do indivíduo ou uma doença sistêmica
12:53que independente de causar lesão ou não, já predispõe o paciente a um risco aumentado de câncer.
13:00Então, um jeito muito fácil da gente entender condição cancerizável é pensar no cigarro.
13:04O cigarro é uma condição cancerizável.
13:06Por quê?
13:07Se o paciente fuma, ele tem chance de desenvolver câncer aonde?
13:12Na boca, no pulmão, na laringe, na traqueia, em uma porção de lugares.
13:18Então, independente do paciente que fuma ter leucoplasia ou não,
13:23ele já tem um risco aumentado de desenvolver câncer.
13:26Agora, se o meu paciente fumante tem uma leucoplasia no sualho,
13:31aonde ele tem mais chance de desenvolver câncer?
13:34No sualho.
13:35Então, às vezes, as condições geram lesões.
13:38Mas mesmo que as condições não causem lesões,
13:41elas já predispõem o paciente a um risco de câncer.
13:44Beleza?
13:46Potencial de transformação maligna.
13:48Então, é essa a chance de uma determinada lesão ou condição se transformar em câncer.
13:53Então, a leuco, por exemplo, 4% das lesões se transformam em câncer.
14:00Risco relativo.
14:01O risco relativo é uma medida epidemiológica.
14:04Na verdade, é uma razão que fala de um paciente
14:08submetido a um fator de risco de desenvolver câncer de boca.
14:12Então, por exemplo, o risco relativo do cigarro
14:15é duas a três vezes para o câncer de boca.
14:19Ou seja, o indivíduo que fuma, ele tem duas a três vezes mais chance de desenvolver câncer de boca.
14:25Já se ele usar o cigarro com o álcool,
14:30a chance, o risco relativo já é de 15 vezes, né?
14:34Então, esse uso sinérgico potencializa muito a coisa.
14:37E aí, tem os iluminados que falam
14:39não, eu só fumo quando eu bebo.
14:42Magnífico.
14:43Cancerização de campo.
14:45Então, esse aí é um conceito muito interessante de câncer.
14:49Que é o seguinte.
14:51Vamos supor que o João lá do caminhão
14:55tenha desenvolvido um câncer no sualho.
14:58Hoje eu estou com o sualho na cabeça.
14:59No sualho e não na borda lateral posterior de língua.
15:03Aí, ele teve lá o câncer no sualho.
15:06Por que ele teve o câncer no sualho e não teve o câncer na língua?
15:09Por algum motivo, ou o sualho foi mais agredido pelos carcinógenos
15:15ou o sualho foi menos resistente a essas agressões, né?
15:19Então, por algum motivo, foi o sualho e não ali.
15:22Quando ele for tratar aquele câncer,
15:24ele vai fazer lá a cirurgia, vai remover a lesão.
15:26O sualho vai continuar sendo sualho.
15:29Vai continuar sendo mais agredido ou menos resistente.
15:34O que isso quer dizer?
15:36Que para câncer é diferente do raio.
15:40Não tem a história de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar?
15:43Para o câncer é o contrário.
15:44A chance do paciente ter um segundo câncer igual ao primeiro
15:47é maior na área onde ele teve o primeiro.
15:50Então, normalmente, a gente fica sempre acompanhando o paciente ali
15:54naquela localização para ver se vai ter uma recidiva.
15:59Então, sem dúvida nenhuma,
16:00uma das coisas aí que a gente mais bate na tecla de câncer de boca
16:04é com relação ao cigarro, né?
16:06Então, o cigarro, ele é capaz de lesar diretamente o DNA
16:11e ele pode colocar mais uma ali naquela fila dos 16, 18 erros.
16:17É claro, gente, que é aquilo que eu falei, né?
16:20Vai ter gente que vai fumar a vida inteira e não vai ter nada.
16:24O princípio aqui do cigarro é o mesmo princípio do açúcar para a cárie, né?
16:28Que também é multifatorial.
16:29É a única coisa que a gente mais ou menos tem controle.
16:32Então, por isso que a gente fica muito no pé aí
16:34nesse negócio do cigarro, né?
16:38E, realmente, o cigarro, ele tem um potencial
16:40de transformação maligna muito grande.
16:43E o que a gente tem entendido hoje
16:44é que são os mais diversos tipos de cigarro, né?
16:47Então, um tempo atrás, eu fui dar uma entrevista
16:49sobre câncer de boca
16:50e aí, quando eu estava lá no camarim,
16:52a repórter chegou lá para perguntar umas coisas,
16:56já meio que combinar como é que ia ser a entrevista e tal.
16:59E aí, ela falou assim,
17:00ah, eu vi que o cigarro, ele é importante, né?
17:03Para o câncer de boca e tal.
17:06Mas e a maconha?
17:07A maconha não, né?
17:08Porque a maconha é natural.
17:10Aí, eu falei, então, a morte também é natural, né?
17:13Tipo, a única certeza que a gente tem
17:15quando a gente nasce é que a gente vai morrer, né?
17:17A gente não sabe se a gente vai passar no concurso,
17:19se a gente vai casar, se a gente vai ter filho,
17:21mas que a gente vai morrer, a gente vai, né?
17:24Super natural.
17:24Então, o que a gente tem visto
17:27é que, hoje em dia,
17:29parece que o cigarro de maconha,
17:32um cigarro de maconha é igual a 10 cigarros convencionais.
17:35E até aquela xixa, né?
17:38Tem um outro nome aqui, narguilê.
17:41Até aquela xixa,
17:43ela pode também causar câncer de boca, né?
17:46Então, são diversos tipos aí
17:47de fumo que podem causar.
17:50Álcool.
17:52Então, até hoje, não tem nada comprovado
17:55que o álcool, sozinho,
17:57ele seja capaz de causar câncer de boca.
17:59Qual é o problema do álcool?
18:00Existem dois problemas do álcool.
18:02O primeiro, potencializando os outros carcinógenos, né?
18:05Porque o álcool, ele abre a mucosa.
18:08Então, se o indivíduo usa o álcool e fuma,
18:12o cigarro vai agredir muito mais
18:14porque aumenta a permeabilidade da mucosa.
18:17O outro problema é o alcoolismo mesmo, né?
18:22Aqueles indivíduos que 6 horas da manhã,
18:25você não sabe se já ou se ainda,
18:27estão completamente bêbados.
18:29E esse povo, normalmente,
18:32a pessoa que é alcoolista mesmo pesada,
18:35ela geralmente não come, né?
18:37Ela só bebe.
18:39E isso vai gerando, a desnutrição vai gerando
18:42uma imunossupressão importante
18:43e é justamente a imunossupressão
18:45que aumenta a chance de transformação maligna.
18:48Assim como a imunossupressão na AIDS, por exemplo, né?
18:51Então, a imunossupressão pode aumentar
18:53o risco de desenvolvimento de câncer.
18:56Radiação.
18:57Aqui, pra gente, o mais importante
18:59é a exposição solar, né?
19:02Então, a radiação é capaz de lesar o DNA
19:05e, obviamente, o Sol tem o potencial
19:07de desenvolver diversos tipos de câncer.
19:10Não só o de lábio inferior,
19:11como também o de pele.
19:12Deficiência de ferro, a gente vai falar daqui a pouquinho.
19:16Vírus.
19:16Então, a gente sabe que
19:18os vírus são capazes de lesar o DNA,
19:21de se acoplar ao DNA
19:24e causar transformação maligna.
19:26Embora a lesão que a gente chama popularmente
19:29de câncer de boca,
19:31que é o carcinoma de células escamosas,
19:32ele não seja causado por vírus,
19:35existem outros cânceres que acontecem dentro da boca
19:38que são causados por vírus.
19:39Como o linfoma de Burkitt, que é o EBV,
19:42como o sarcoma de Kaposi, que é o HHV8.
19:45Então, existe, embora não seja o popular câncer de boca,
19:48existem outros cânceres associados
19:50a vírus que podem causar lesão dentro de boca.
19:56Dentro desse conceito aí de condição cancerizável,
20:00existe uma doença chamada síndrome de Plummer-Vinson
20:03ou síndrome de Patterson-Kelly
20:05ou disfagia sideropênica.
20:08Então, é uma condição hereditária, na verdade,
20:11que acomete mais mulheres na região do Mediterrâneo
20:14e essas mulheres, elas apresentam
20:17uma anemia ferropriva crônica.
20:20E toda anemia não corrigida, crônica,
20:24ela aumenta o risco de transformação maligna.
20:27Por quê?
20:28Quando o indivíduo tem uma anemia
20:30que falta oxigênio, que falta energia,
20:34o corpo costuma responder economizando,
20:37diminuindo a replicação de célula epitelial
20:40e de formação de célula imunológica.
20:42Então, mexe com duas coisas que são importantes
20:44para a formação de carcinoma,
20:46que é a replicação epitelial
20:47e a resposta imunológica.
20:49Então, por isso,
20:50anemias crônicas não corrigidas
20:53aumentam o risco de transformação maligna.
20:55Então, a síndrome de Plummer-Vinson,
20:57ela é uma condição cancerizável
20:59onde as mulheres que não corrigem essa anemia,
21:02elas têm de 5% a 50% mais chance
21:05de desenvolver câncer no trato aerodigestivo.
21:08Então, é claro que elas têm
21:10todos os sintomas de anemia, né?
21:13Palidez das mucosas,
21:14respiração ofegante,
21:16queilite angular,
21:17glucite,
21:18a unha em forma de colher,
21:20mas o mais importante
21:21é justamente essa condição cancerizável.
21:25Então, o risco de desenvolver câncer.
21:28Agora, a gente vai entrar aí
21:30nas lesões pré-malignas, né?
21:32Que, obviamente,
21:33são muito mais comuns do que
21:35a síndrome de Plummer-Vinson.
21:37Então, a lesão pré-maligna
21:39mais comum que a gente tem
21:40é a leucoplasia.
21:43Então, 85% das lesões pré-malignas
21:46são do tipo leucoplasia.
21:50Então, pela classificação da OMS,
21:52o que é a leucoplasia?
21:56A leucoplasia é uma mancha,
21:59placa, elevação, verruga,
22:02qualquer inferno branco
22:03que não pode ser classificado
22:06clínica e histologicamente
22:07como nenhuma outra doença.
22:09O que isso quer dizer?
22:11Que a leucoplasia
22:12é um diagnóstico de exclusão.
22:15Para eu dizer que uma lesão branca
22:16é a leucoplasia,
22:17eu tenho que ter certeza
22:18de que não é candidíase,
22:20não é liquimplano,
22:21não é ceratose friccional.
22:23Então, eu tenho que excluir
22:24todas as possibilidades brancas
22:26para dizer que aquilo ali
22:27é uma leucoplasia.
22:30Então, as leucoplasias,
22:31elas são mais comuns em homens,
22:35normalmente homens por volta
22:36dos 40, 50 anos.
22:39As leucoplasias são mais comuns
22:42em indivíduos fumantes, né?
22:44Mas, por outro lado,
22:46as leucoplasias,
22:48e isso é uma coisa
22:48que tem caído muito
22:49em concurso ultimamente,
22:51as leucoplasias,
22:53elas são mais graves
22:54e têm um potencial
22:55de proliferação,
22:56de transformação maligna maior
22:58em indivíduos não fumantes.
23:01Por quê?
23:03Claro que não é para você
23:05falar para o não fumante
23:06passar a fumar, né?
23:07Porque já era.
23:08Mas por que vocês acham
23:10que em não fumante
23:11tem maior potencial
23:13de transformação maligna?
23:16O fumo é um dos maiores
23:18agressores que a gente tem, né?
23:20Se ele desenvolveu lesão ali
23:21sem o fumo,
23:23é porque tem alguma coisa
23:24muito ruim ali por baixo
23:25causando aquelas transformações, né?
23:28Então, isso faz com que
23:29o potencial de transformação
23:31maligna dessas lesões
23:32seja mais rápido, né?
23:34E também mais frequente.
23:36Então, lábio, mucosa jugal,
23:38gengiva,
23:39são as áreas mais comuns
23:41da leucoplasia.
23:42Mas, por outro lado,
23:44as áreas que trazem
23:45maior preocupação para a gente
23:47nas leucos
23:48são as áreas onde a gente
23:49tem maior incidência
23:50de câncer de boca, né?
23:51Então, borda lateral posterior
23:52de língua, sualho,
23:54são áreas que trazem
23:55preocupação para a gente
23:57porque costumam ter
23:58um potencial de transformação
23:59maligno maior.
24:00Então, aqui, lá,
24:01pelos dentes a gente vê
24:02paciente claramente fumante, né?
24:06Agora, já áreas de dorso de língua,
24:09fundo de vestíbulo,
24:11já são áreas com menos
24:12preocupação, né?
24:13Dificilmente a gente tem câncer
24:15nessa localização.
24:17Bom, preste atenção aqui
24:19que eu vou explicar até o final
24:20nessa figura aqui.
24:22Então, primeira coisa,
24:24a gente sabe que toda lesão
24:26que é branca
24:27só é branca
24:28porque tem excesso
24:30de seratina, né?
24:32Então, a gente não precisa
24:33fazer biópsia
24:34de leucoplasia
24:36para saber que tem
24:37hiperseratinização
24:39porque se não tivesse,
24:41não seria branca.
24:43Então, qual é a informação
24:45que a gente quer ter
24:46da leucoplasia?
24:48Quando a gente vê
24:48uma leucoplasia,
24:49o que a gente quer saber
24:50a respeito dela?
24:53Qual é a chance
24:54dela sofrer
24:55transformação maligna, né?
24:57Então, é essa predição
24:58que a gente quer dar
24:59para o nosso paciente.
25:00Qual é a chance
25:01dele sofrer
25:02transformação maligna?
25:04Então, a gente vai ver
25:06que o que a gente quer
25:07pesquisar numa lesão
25:08é se ela tem
25:09displasia.
25:12O que que é displasia?
25:14Então, célula displásica
25:16é uma célula maligna.
25:19Então, a gente diz
25:20que uma célula é displásica
25:21quando ela se transformou
25:23e virou uma célula maligna.
25:26Eu ter uma célula displásica
25:28quer dizer que obrigatoriamente
25:30eu vou ter câncer?
25:32Não, né?
25:33Teoricamente,
25:34quando aparece
25:35a primeira célula displásica ali,
25:37se o meu organismo
25:38estiver bem,
25:39se a minha resposta
25:40imunológica estiver boa,
25:42o meu sistema imunológico
25:43chega ali e faz o que
25:44com aquela célula?
25:45Mata, destrói, né?
25:47Então, eu ter displasia
25:49não quer dizer que necessariamente
25:51eu vá ter câncer,
25:52mas já aumenta
25:53a minha chance
25:54de desenvolvimento de câncer.
25:56Então, primeira coisa,
25:58a gente sabe
25:59que os carcinomas
26:01são tumores epiteliais, né?
26:04São distúrbios
26:05de proliferação
26:07do epitélio,
26:08correto?
26:09Qual é a única área
26:10do epitélio
26:11que prolifera?
26:15Camada basal.
26:17Então,
26:17onde começa
26:18o meu carcinoma?
26:20Na camada basal.
26:21A minha primeira
26:22célula maligna
26:23aparece aonde?
26:25Na camada basal, né?
26:27Então,
26:28eu tenho ali
26:28minhas camadas de célula
26:30e a primeira
26:30célula maligna
26:32passou para o lado
26:33negro da força,
26:34aparece aqui
26:35na camada basal.
26:37Se o meu sistema
26:38imunológico
26:39estiver bem,
26:40a minha célula
26:40imunológica
26:41chega aqui e faz o que
26:42com essa célula?
26:44Mata.
26:45Como é que funciona?
26:47Lembra que a gente
26:48falou do ciclo celular?
26:49Que as células
26:50vão para o ciclo
26:51e depois entram
26:52na via de
26:53diferenciação?
26:54Como é que funciona
26:55isso aqui dentro
26:55do epitélio?
26:56É o seguinte,
26:57a camada basal
26:58é a camada
26:59que prolifera.
27:00Então,
27:00a célula da camada basal
27:02ela dá origem
27:03a uma célula filha.
27:04Ela pega,
27:05estou falando
27:05na vida normal
27:06do epitélio, né?
27:07Então,
27:08a célula da camada basal
27:09dá origem
27:09a uma célula filha
27:10normal e ela joga
27:12essa célula filha
27:12para cima
27:13da camada basal.
27:15Dali a pouco,
27:16passado um tempo,
27:16ela dá origem
27:17a uma outra
27:18célula filha.
27:19Ela joga
27:20a célula filha
27:21para cima
27:21e a irmã mais nova
27:23empurra
27:23a irmã mais velha.
27:25Com o tempo,
27:26as irmãs mais novas
27:27vão empurrando
27:27as irmãs mais velhas
27:28para cima.
27:30Essas células
27:30vão subindo
27:31como se fosse
27:32uma escada rolante
27:33e nesse tempo
27:35elas vão se diferenciando.
27:37Elas vão secretando
27:38grânulos de cerato e alina,
27:40elas vão recuperando
27:41volume,
27:42ou seja,
27:42elas vão desenvolvendo
27:43função
27:44até ela chegar aqui
27:46uma célula
27:47com função,
27:48que é o quê?
27:49Qual é a função
27:50do seratinócito?
27:51Produzir seratina.
27:53Então,
27:53ela chega aqui em cima
27:54capaz de produzir
27:55seratina.
27:56É assim que funciona
27:57ali o dia a dia
27:58do Epitec.
28:00O que que acontece
28:01quando a minha
28:01primeira célula
28:02displásica
28:03aparece na camada basal?
28:06Vamos supor
28:07que ela escapou
28:08do meu sistema imunológico.
28:09Meu sistema imunológico
28:10não matou ela.
28:12O que que essa célula
28:13maligna aqui
28:14vai fazer?
28:14proliferar.
28:17Ela vai proliferar
28:18e vai dar origem
28:19a um filhotinho
28:20do cramulhão
28:20que ela vai jogar
28:21ali pra cima.
28:23Quando esse filhotinho
28:24do cramulhão
28:25chegar ali na primeira
28:26camada,
28:26ele vai fazer o quê?
28:29Proliferar.
28:30A única coisa
28:31que célula maligna
28:32faz é proliferar.
28:33Aí ele vai dar origem
28:34a dois filhotinhos
28:35de cramulhão
28:35que vão dar origem
28:36a mais...
28:36E assim a gente
28:37vai tendo
28:38uma progressão
28:39muito mais rápida
28:41de células malignas
28:42do que
28:43de células
28:44normais, né?
28:45Enquanto a célula
28:45normal tá ali
28:46comendo,
28:47indo pra escola,
28:48a célula maligna
28:49tá fazendo filho
28:50pra botar no sinal
28:50pra jogar bolinha.
28:51Então,
28:52tem uma replicação
28:54muito mais rápida, né?
28:56Então,
28:57o que que vai acontecer?
28:58À medida que a minha
28:59displasia progredir,
29:02as minhas células
29:03vão ficar muito
29:03mais numerosas, né?
29:05E vão começar
29:06a subir no epitélio.
29:08Ou seja,
29:09vai ficar cada vez
29:09mais difícil
29:10pra minha inflamação
29:11parar aquilo ali, né?
29:13Então,
29:14quando a minha
29:15primeira célula maligna
29:16chegar aqui em cima,
29:18ela vai produzir
29:18seratina?
29:20Ela não consegue, né?
29:22Então,
29:22na verdade,
29:23o que que a gente vê?
29:24Que à medida
29:25que a minha displasia
29:26tá subindo,
29:27o que que acontece
29:28com a minha
29:28seratinização?
29:29Vai caindo.
29:31O que que vai acontecendo
29:32com a minha inflamação?
29:33Vai aumentando
29:34na tentativa
29:35de parar aquilo ali.
29:36Então,
29:37as minhas lesões
29:37vão deixando de ser
29:38brancas e vão ficando
29:39que cor?
29:40cada vez mais
29:41vermelhas, né?
29:43E aí,
29:43o que que vai acontecer?
29:45Na hora que
29:46a minha primeira
29:47célula displásica
29:49chegar aqui no cume,
29:52o que que a célula displásica
29:54vai fazer aqui no cume?
30:00Bora, gente?
30:01A displasia que no cume
30:02causa.
30:04O que que ela vai fazer aqui?
30:06O que que a célula displásica
30:07faz?
30:08Prolifera.
30:10E ela proliferaria
30:11até formar o monte Everest
30:13se ela fosse burra, né?
30:15Porque célula epitelial
30:17tem vaso sanguíneo?
30:18Não.
30:19A nutrição
30:20pra ela proliferar
30:21tá vindo do conjuntivo.
30:23Então,
30:23ela sobe
30:24até o limite máximo
30:26que ela consegue.
30:27Daí,
30:27só tem uma chance
30:28dela sobreviver.
30:29Mergulhar em direção
30:30ao conjuntivo
30:31que é o câncer
30:32propriamente dito.
30:33Então,
30:34por isso que o câncer
30:35é sempre uma lesão ulcerada
30:37com a borda em rolete.
30:38A proliferação
30:39foi até o limite
30:40dali.
30:41A única chance
30:42pra ela continuar
30:43sobrevivendo
30:43é mergulhar
30:44e crescer em direção
30:46ao conjuntivo.
30:47E é por isso
30:48que as células
30:49caem na circulação
30:50e vão pra áreas distantes
30:53causando, então,
30:55metástase.
30:56Então, gente,
30:57é por isso que a gente fala
30:58que o início do carcinoma
30:59é sempre uma área
31:01vermelha, né?
31:02No máximo ainda
31:04uma lesão branca
31:05ou vermelha.
31:05Ainda tem áreas brancas,
31:07mas a área
31:08do início do câncer
31:09é o quê?
31:10Vermelha.
31:11Porque já não consegue
31:13mais produzir seratina,
31:14porque já tá cheio
31:15de inflamação
31:16ali, né?
31:17E aí, obviamente,
31:19já fica muito mais difícil
31:20pro nosso organismo
31:21parar aquilo ali.
31:23Então, a gente vai ver
31:24que existem vários tipos
31:25de leucoplasia.
31:27Então, a leucoplasia
31:28delgada ou branda
31:29é aquela que não tem
31:31entesplasia.
31:32Se não tem entesplasia,
31:33vai ter inflamação?
31:35Não.
31:35Como é que vai estar
31:36a seratinização?
31:38Normal.
31:38Então, é uma lesão branca.
31:40É uma lesão branca,
31:41clinicamente branca.
31:43Qual é uma lesão
31:44100% benigna?
31:45Qual é a chance
31:45de isso aí
31:46se transformar em câncer?
31:47Zero.
31:48Não tem entesplasia, né?
31:49Chance zero.
31:50Uma lesão totalmente benigna.
31:52E aí, olha o que
31:53que vai acontecendo.
31:54Essas imagens aqui
31:55são fabulosas
31:57pra vocês entenderem
31:58o processo.
31:59Então, aqui,
32:00a gente tem
32:01a displasia leve, né?
32:04Então, a displasia leve,
32:05ela pega só a basal
32:07e a primeira camada
32:08ali da basal.
32:10A gente começa a ter ali
32:12um pouquinho
32:12de inflamação, né?
32:14A inflamação já começa
32:15a aparecer
32:16porque já tem
32:17uma displasia.
32:18Então, aquilo já é
32:18reconhecido como estranho.
32:20Mas vejam a minha
32:21quantidade de seratina.
32:24Que cor é essa lesão
32:25na clínica?
32:26Branca.
32:27Não há dúvidas
32:28de que essa lesão
32:29é branca.
32:30Então, gente,
32:30lesões brancas
32:31trazem uma certa
32:32tranquilidade pra gente, né?
32:34Sinal de que as células
32:35ainda estão conseguindo
32:36produzir seratina.
32:38Então, a gente ainda tem
32:39células com função ali.
32:41Vejam aqui
32:42na displasia moderada.
32:44Eu já tenho
32:44quase metade
32:45do epitélio tomado
32:47de displasia.
32:48A minha inflamação
32:50já aumenta.
32:51E olha a quantidade
32:52de seratina.
32:53Já começa a diminuir.
32:55Eu já começo
32:56a ter ali
32:57uma irregularidade
32:58de superfície.
33:00Eu já não tenho
33:00áreas mais tão
33:01brancas assim.
33:03Ou que chamem
33:04tanta atenção.
33:05Na displasia severa,
33:06olha lá.
33:07Já quase todo
33:08meu epitélio
33:09tá tomado.
33:11Vejam a quantidade
33:12de vasos
33:13congestos.
33:14Só tem os cabelinhos
33:15de seratina ali.
33:17Que cor é essa lesão
33:18na clínica?
33:19Vermelha.
33:20Definitivamente
33:21é uma lesão.
33:22Vermelha.
33:22Até que a gente
33:23chega no carcinoma
33:25em cito.
33:25Que é exatamente
33:26o que o nome diz.
33:27É o carcinoma
33:28no seu sítio.
33:29Qual é o sítio
33:29do carcinoma?
33:30Epitélio.
33:31O epitélio já tá
33:32todo tomado
33:33pra ser câncer
33:34propriamente dito.
33:35Falta o quê?
33:37Invadir o conjuntivo.
33:38Então vejam
33:39o epitélio já tá
33:40todo tomado.
33:42Vejam a quantidade
33:43de vasos congestos.
33:44Cadê a seratina?
33:46Que cor é essa lesão?
33:49Definitivamente
33:49vermelha.
33:50Então pra ser câncer
33:51o próximo passo
33:52é invadir
33:53o conjuntivo.
33:54Então a gente chama
33:55de câncer
33:55propriamente dito
33:56quando ele mergulha
33:58no conjuntivo.
33:59Tudo bem, gente?
34:00Bom, então
34:01quando as lesões
34:01estão brancas
34:02com para,
34:04com ortoceratina
34:05são lesões
34:06que não trazem
34:07tanta preocupação
34:08pra gente
34:09assim, né?
34:09Que é sinal
34:10de que as células
34:11ainda estão conseguindo
34:12produzir seratina
34:13ali com sucesso.
34:16Existe um tipo
34:18de leucoplasia?
34:19Existem alguns tipos
34:20de leucoplasia, né?
34:21Mas a leucoplasia
34:22verruciforme
34:23é essa aqui.
34:25Vejam essa imagem
34:26que essa imagem
34:27é uma imagem
34:28bem interessante.
34:30É um único paciente, né?
34:32Que apresenta
34:32duas lesões
34:33leucoplásicas
34:34diferentes
34:35na borda lateral
34:36posterior de língua
34:37que é uma área
34:38de maior incidência
34:39do câncer de boca, né?
34:41Então aqui na frente
34:42ele tem uma lesão
34:43em placa
34:43e aqui atrás
34:45ele tem um verrugão
34:46branco, né?
34:47Se a gente tiver
34:49então falo pra vocês
34:50que essas duas lesões
34:52hoje
34:52são 100% benignas
34:55se vocês tivessem
34:57que apostar
34:58qual das duas
35:00sofreria
35:01transformação maligna
35:02primeiro?
35:04Em qual vocês
35:05apostariam?
35:09A verruga
35:10a placa
35:12quem dá mais?
35:13A verruga
35:16Por que a verruga?
35:19Porque a proliferação
35:20é maior
35:21é a mesma
35:22não quer dizer
35:22que não possa ser a placa
35:24não é isso que eu tô
35:24querendo dizer
35:25mas é a mesma coisa
35:26se você tiver que apostar
35:27num idoso
35:27ou numa criança
35:28pra ter carcinoma
35:29o que você vai apostar?
35:30No idoso
35:31teve muito mais replicação
35:32teve muito mais ação
35:34dos carcinógenos
35:35por mais tempo
35:36aqui
35:36quem replicou mais?
35:39Qual é a chance
35:40de atingir
35:4016, 18 erros maior?
35:42Quem replicou mais?
35:44Então quanto maior
35:45a replicação
35:47isso aí serve
35:48tanto pra idade
35:49quanto pro perfil
35:50da lesão
35:50então quanto maior
35:52a replicação
35:52maior a chance
35:53do indivíduo
35:54chegar nos 16, 18 erros
35:55e aí entra um conceito
35:57muito importante
35:58da gente pensar
35:58em termos de replicação
35:59que é o conceito
36:01do azul de toluidina
36:02então é o seguinte
36:03o que eu quero saber
36:05de uma leucoplasia?
36:09Se ela tem displasia
36:10o grau
36:11qual é a chance
36:12dela se transformar
36:13em câncer
36:14pra eu ter essa informação
36:15eu tenho que fazer o que?
36:17biópsia
36:18fantástico
36:19aí vamos lá
36:20eu faço aqui
36:21unidunite
36:21salamemingue
36:23e escolho uma área
36:25escolhida foi você
36:26aí faço uma área aqui
36:28beleza
36:29eu posso não ter pego
36:30a área
36:31
36:32representativa
36:34que já tinha
36:34alguma displasia
36:35aí o cirurgião
36:36fala o que?
36:37tira tudo
36:38porra
36:39o problema é a área
36:41tira tudo
36:43quem precisa falar
36:44tô zoando
36:44tira tudo
36:45aí acontece o seguinte
36:47você vai lá
36:48e tira tudo
36:49beleza
36:51você tirou tudo
36:52e fez o que?
36:53suturou
36:54você pegou lá
36:55as bordas do tecido
36:56que tá claramente
36:57falando pra você
36:58que tá com problema
36:59pra replicar
37:00e
37:01mandou ele fazer o que?
37:03replicar
37:04você pegou
37:05o cara de muleta
37:06e falou
37:07corre
37:07
37:08o cara já tá mostrando
37:09pra você
37:10que ele tá com dificuldade
37:11de replicar
37:11você corta
37:12o tré inteiro
37:13e sutura ali
37:15e manda as bordas
37:16fazerem o que?
37:17replicar
37:17então esse é um problema
37:19na verdade a gente fica
37:21entre a cruz e a espada
37:22porque a gente precisa
37:23fazer biópsia
37:24pra saber se tem displasia
37:25mas a gente não quer
37:26fazer biópsia
37:27porque se eu fizer biópsia
37:28eu aumento a proliferação
37:29então os estudos mostram
37:30que as leucoplasias
37:31que foram removidas
37:32totalmente
37:33tiveram potencial
37:34de transformação maior
37:35do que as que foram
37:36acompanhadas ao longo do tempo
37:37porque elas foram
37:38levadas a proliferar
37:40então assim
37:41hoje em dia
37:42o que as pessoas fazem
37:44é tentar encontrar
37:45um jeito
37:45de descobrir
37:47quando fazer biópsia
37:49e aonde fazer biópsia
37:50então existe tudo gente
37:52tem nos Estados Unidos
37:53negócio de fluorescência
37:55que o paciente
37:56bochecha
37:56gargareja
37:57cospe
37:57coloca a luz
37:58da espada de Jedi
38:00então assim
38:01já tentou-se de tudo
38:02nenhum método
38:04é maravilhoso
38:05nenhum método
38:06funciona
38:07não existe método
38:08melhor do que
38:08observação clínica
38:10você tem a foto
38:11da imagem
38:11e vê que área
38:12tá modificando
38:13mas uma das coisas aí
38:14que são razoáveis
38:16e baratas
38:17é o teste
38:18do azul de toluigina
38:19então o azul de toluigina
38:21ele é um corante
38:22que tem afinidade
38:24por ácido nucleico
38:25então quando a gente tem
38:27muita proliferação
38:28ele cora de azul de toluigina
38:29então hoje o que a gente
38:31costuma fazer
38:32eu confesso não
38:33faço mais
38:33porque hoje em dia
38:34eu já confio no meu olho
38:36apesar de que de vez em quando
38:37ele me trai
38:37mas assim é muito bom
38:38para aluno
38:39para quem não tem muita experiência
38:40você
38:41paciente vai lá
38:42você pinta
38:42de azul
38:43se não pintou
38:44o paciente vai para casa
38:46volta dali a seis meses
38:47você pinta de novo
38:48se não pintou
38:49ele vai para casa
38:50e você vai acompanhando
38:51se pintou
38:52você vai fazer biópsia
38:53onde pintou
38:54e aí você vai
38:55e localiza aquela área ali
38:57então a área marcada
38:58é a área que você faz
39:00a biópsia
39:23vai para casa
39:31e aí
39:31e aí
39:37e aí
39:38a
39:39e
39:46também
39:50Legenda Adriana Zanotto
40:20Legenda Adriana Zanotto
40:50Legenda Adriana Zanotto
41:20Legenda Adriana Zanotto
41:50Legenda Adriana Zanotto
42:20Legenda Adriana Zanotto
42:50Legenda Adriana Zanotto
43:20Legenda Adriana Zanotto
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