- anteontem
Após o Congresso derrubar o decreto que elevava o IOF, o governo Lula decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal. A Advocacia-Geral da União entrou com um pedido para que o STF reconheça a validade da medida assinada pelo presidente. O advogado-geral da União, Jorge Messias, defendeu a legalidade do decreto em coletiva de imprensa. A bancada do Linha de Frente, com mediação de Fernando Capez e análises de Rodolfo Mariz, Priscila Silveira, Leandro Ferreira e Thulio Nassa, debate os impactos políticos e jurídicos da ação.
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NotíciasTranscrição
00:00Nós estamos dentro desse tema, o governo acionando o Supremo Tribunal Federal
00:05para defender um posicionamento seu.
00:08Professor Túlio Nasa, o senhor não acha que é antidemocrática
00:13a postura de certos partidos políticos que são minoritários?
00:20Você veja bem, o presidente foi eleito pela maioria do povo brasileiro,
00:25mas o Congresso Nacional tem um perfil completamente distinto.
00:29É um perfil de centro à direita.
00:32Aí você tem um partido de esquerda, no caso o PSOL, que é minoria,
00:37que não se conforma com a votação da maioria e toda hora tenta judicializar questões que são políticas,
00:46sem perceber que com isso ele desmoraliza o próprio poder legislativo.
00:51Essa postura de dizer, mas eu posso estar na Constituição,
00:55que todo mundo pode recorrer ao poder judiciário.
00:57pode, mas deve?
01:01O senhor acha que isso aí colabora e contribui para a democracia toda hora
01:06ficar questionando e judicializando decisões tomadas interna corpus pelo Congresso Nacional?
01:11Olha, Capês, você está falando exatamente do puro suco da política brasileira.
01:19É a judicialização da política o tempo inteiro.
01:23Estudiosos sobre o tema democracia vão dizer que isso se chama hardball,
01:28é um termo norte-americano.
01:29Tem um livro que diz como as democracias morrem, Daniel Slebinski, se é essa a pronúncia.
01:34É um estudo de casos ao redor do mundo mostrando que a democracia morre aos poucos,
01:40ela morre em conta gotas.
01:41E uma das formas, uma das práticas recorrentes é o excesso, o abuso do poder judiciário
01:47como um fator desequilibrante na harmonia dos poderes.
01:51Então, recorrer a um judiciário quando o judiciário faz esse jogo duro
01:55é uma forma de ruir com esse jogo democrático.
01:58Então, é evidente, Capês, que respondendo a sua pergunta,
02:01que o abuso, o excesso, toda hora que o governo perde no Congresso e ao judiciário,
02:06e o judiciário interferir na decisão do Congresso,
02:09é realmente um prejuízo muito grande à nossa democracia.
02:12Então, não tenha dúvida que o Supremo deveria ser cauteloso,
02:16deveria se autoconter, deveria respeitar o que a gente chama de premazia do poder legislativo.
02:22Ou seja, o poder legislativo representa a vontade popular.
02:25Ali, numa sociedade plural, de tantas desavenças, de tantos desacordos,
02:30é melhor que a população representada ali por várias camadas, por vários perfis,
02:35tome uma decisão que é muito mais democrática.
02:38A qualidade da decisão do legislativo é muito mais democrática
02:41do que o escrutínio de uma decisão de 11 togados, que não tem representatividade.
02:46Então, do ponto de vista de democracia, Capês, desculpa, você realmente matou a charada.
02:52Esse abuso do judiciário é um problema muito grande.
02:55E para encerrar, Capês, aqui a provocação do meu amigo Leandro Ferreira,
03:00eu, não, e respeitosamente, eu realmente tenho respeito por ele,
03:04entendo que ele é coerente, eu só discordo das conclusões que ele chega,
03:09mas eu admiro a coerência dele.
03:10Eu concordo, assim, 99% com o que ele falou,
03:14mas tem um detalhe que pega no que ele falou.
03:16Ele disse o seguinte, olha,
03:17eu estou feliz que o governo federal está brigando com o Congresso.
03:21Por quê?
03:21Porque o Congresso abusa no poder das emendas, existem os supersalários,
03:25mas a pergunta que remanesce é a seguinte,
03:28por que o governo, então, não mandou uma proposta de ajuste fiscal
03:31cortando os supersalários, cortando as emendas?
03:35Não.
03:35O que o governo faz?
03:36Ele aumenta o IOF.
03:38É isso que ele quer como medida.
03:40Então, se o governo realmente for para cima das emendas,
03:44eu vou estar de acordo.
03:45Agora, ir querer aumentar o IOF,
03:49o IOF não é um imposto que só beneficia ricos.
03:53Não, senhor.
03:54Você vai comprar uma geladeira, vai comprar um carro financiado,
03:57você vai pagar mais caro por conta do IOF.
03:59É um imposto que recai sobre o consumo no final das contas.
04:03E o Brasil já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo
04:06quando a gente fala de imposto sobre consumo.
04:08Imposto sobre consumo é o que mais ferra a vida da população mais pobre.
04:13Então, vamos fazer o seguinte.
04:15O governo federal briga contra os supersalários,
04:18briga contra as emendas e deixa o IOF de lado.
04:21Desiste da briga do aumento do IOF e foca só nesses outros dois pontos.
04:25Aí eu vou concordar 100% com o Leandro Ferreira.
04:27Bom, Leandro Ferreira, foi uma contraposição às suas colocações.
04:33Agora, no orçamento do ano que vem,
04:36tem 64 bilhões de reais de emenda parlamentar.
04:42Com um país com um gargalo fiscal como esse.
04:46O presidente Lula já ofereceu o Ministério dos Esportes
04:49e o Ministério dos Esportes e Aeroportos para o Centrão.
04:54Foi pródigo em atender todos os pedidos do Centrão,
04:56tanto que os prefeitos do Centrão, praticamente quase todos, se reelegeram.
05:01E mesmo assim, ele tem que toda hora estar indo para o judiciário,
05:06brigando com o Poder Executivo.
05:07Então, é preciso escolher.
05:09Se falta liderança no Congresso Nacional,
05:11não é melhor, então, não gastar dinheiro, já que não vai adiantar?
05:16Bom, mais uma vez, várias camadas aqui, né?
05:19Mas recomeçando pelo que me deixou aqui como bola na marca do pênalti, o Túlio.
05:27O governo mandou o projeto para reduzir o super salário.
05:31O governo mandou o projeto para reduzir, reformar a previdência dos militares,
05:38que, inclusive, é um nível de...
05:41Não estou falando do PM, Polícia Militar de Estado Alto,
05:44estou falando do general de quatro estrelas que aposenta com 48 anos.
05:49O governo mandou esses projetos.
05:50O governo fez a sua colaboração na ação que está no STF,
05:55que é, inclusive, que questiona as emendas,
05:57que está reduzindo o gasto de emenda, que é do PSOL.
06:01O governo foi lá por meio da AGU e reforçou os pontos levantados pela ação do PSOL
06:07para ser contrários a emendas e, com isso, já conseguiu economizar 13 bilhões de reais.
06:13Fora o próprio papo que volta sempre cortar na carne, cortar na carne,
06:17junto com o decreto do IOF, foi feito um corte de gastos de 31 bilhões de reais.
06:24Então, não é verdade que o governo não mandou.
06:27Mandou no final do ano passado.
06:29Aí teve aquela briga que fez o dólar estourar,
06:33teve a briga contra o imposto de renda, que agora o Mota vai melar.
06:38Está tudo preparado para o Mota e o Alcolumbre e para o Centrão e esse Congresso
06:43melarem a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais.
06:49Então, é disso que se trata, porque essa isenção terá que ser paga pelos mais ricos
06:55através de uma alíquota mínima de 10% de imposto de renda,
06:59que é muito abaixo, inclusive, do que paga hoje esse cidadão que ganha até 5 mil reais.
07:04Então, para começo de conversa, todos esses pontos que você levantou foram atendidos.
07:09Em segundo lugar, o livro que você mencionou, o Como as Democracias Morrem...
07:13Depois você me dá uma parte, hein?
07:15Ficou sem dúvida.
07:16Tá bom.
07:16Mas o que é do Daniel Ziblatt e do Steven Levitsky,
07:20ele fala exatamente o contrário do que você colocou,
07:23que é ir contra o judiciário, minar a capacidade de judiciário,
07:28é uma forma de matar lentamente as democracias.
07:32E que isso, no caso brasileiro, foi feito pelo Bolsonaro.
07:36Isso não sou eu que estou falando, é o autor do livro que você mencionou,
07:39que é o Steven Levitsky, que já esteve no Brasil várias vezes,
07:41e mostrou como é uma tática, geralmente, da direita,
07:45minar as instituições, em especial o judiciário.
07:49Então, desvalorizar o judiciário, através da sombra populista,
07:54de líderes populares de direita, no geral,
07:58é que faz com que as democracias morram lentamente aqui,
08:01como a gente está colocando.
08:04Agora, a respeito do que me colocou o Capês, mais uma vez,
08:08um assunto adicional em relação ao tema,
08:11eu vejo que, sim, Capês, nós temos que fazer com que
08:15as melhores medidas sejam tomadas para permitir que o Brasil cresça.
08:19Mesmo essa pauta onde você e eu temos consenso
08:22a respeito da necessidade de se reduzir a dívida,
08:25ela tem que ser reduzida, especialmente,
08:28em relação à sua proporção no PIB.
08:30Durante o governo Bolsonaro, a dívida do Brasil
08:34chegou a 87,7% do PIB brasileiro, em outubro de 2020.
08:43Hoje, ela está em 78%.
08:45Precisa reduzir?
08:46Precisa reduzir.
08:47Eu concordo com isso.
08:49Mas uma das formas de se reduzir é fazer com que a economia aumente,
08:52que a economia cresça e a dívida caia proporcionalmente.
08:56É isso que faz os países da Europa, dos Estados Unidos,
08:58é isso que faz o Japão, cresce o PIB para evitar que a dívida
09:03comprometa a nossa capacidade de pagamento.
09:07Eu já falei isso aqui outra vez, o Capês acho que concordou comigo.
09:10Tudo que precisa é um pouco de prudência e dinheiro no bolso.
09:13Você quer uma parte, professor Túlio Nasa?
09:17Obrigado.
09:17Bom, primeiro, o livro que o Leandro menciona,
09:21eu tenho certeza que ele leu, ele foca,
09:23eu convido a nossa audiência a ler também,
09:26um excelente livro, o exemplo mais crucial,
09:30o exemplo maior do livro é o que aconteceu na Venezuela.
09:33Está lá, eu tenho certeza que ele leu, ele sabe disso.
09:35Eu tenho de convívio.
09:36Agora é minha vez.
09:37Não, agora é minha vez de falar.
09:39Então, ele sabe, ele não quer que eu fale,
09:41porque ele sabe que eu vou falar a verdade.
09:43Eu concordo com você.
09:43Então, na Venezuela, qual foi o caso emblemático do livro?
09:47Na Venezuela, o regime lá, que para mim é uma ditadura,
09:52perdeu a maioria no Congresso Nacional.
09:54Quando perdeu a maioria no Congresso Nacional,
09:56ele fez o que a gente chama de hardball, jogo duro.
09:59Tem um professor na Universidade de Nova Iorque que chama Mark Tushnet,
10:03que é quem cunhou essa frase, jogo duro.
10:06O que fez o governo lá na Venezuela?
10:08Ele usou e abusou do Poder Judiciário
10:12para derrubar todas as medidas que o Congresso da Venezuela aprovava.
10:17Então, o jogo duro que foi feito, que ilustra o livro,
10:20não é, não, ele é exatamente o de abusar do Poder Judiciário.
10:25O jogo duro foi feito pelo Poder Judiciário.
10:27Então, não o contrário, só para esclarecer.
10:29E no segundo ponto, e no segundo ponto, não, não importa.
10:33Você disse que o livro...
10:33Está no livro também.
10:34Você disse que está bom.
10:35Tudo bem, mas vamos focar no caso.
10:36Vamos esclarecer.
10:37E sobre a questão do que fez o governo federal,
10:42tem um ditado alemão que diz que o diabo mora nos detalhes.
10:45O Leandro disse que o governo federal fez a lição de casa dele.
10:49Fez, realmente.
10:50Está querendo mexer com os super salários,
10:52está querendo acabar com as emendas.
10:54Aí, qual o argumento?
10:55Ah, está querendo acabar com as super emendas
10:57porque a AGU se manifestou no processo que corre no Supremo Tribunal Federal.
11:02Ora, faz o que tem que ser feito.
11:04manda um projeto, articula com o Congresso Nacional
11:09para acabar com as emendas parlamentares,
11:11torna o orçamento impositivo,
11:13acaba com essa farra das verbas discricionárias
11:16de 30% de remanejamento no orçamento que tem o governo federal
11:21e faz o orçamento uma peça séria
11:23e acaba com a farra das emendas.
11:25Isso tem que partir do executivo
11:27e não chamar o Messias para ir lá
11:29num processo que corre no Supremo Tribunal Federal
11:32para dar uma manifestação, para dar um parecer jurídico.
11:34Essa, a medida que o governo federal está fazendo
11:37para acabar com as emendas, é o contrário.
11:39O governo federal negocia todo dia com o Congresso
11:41por causa das emendas.
11:43Ele está fazendo exatamente o contrário.
11:45Nesse último mês, liberou aí 2 bilhões de emendas
11:47nesse jogo de troca-troca com o Congresso.
11:50O governo federal está governando na base
11:54de liberação de emenda parlamentar.
11:56O que é que o governo federal está fazendo
11:57para acabar com as emendas?
11:59Eu não sei em que país que a gente está vivendo.
12:01A realidade é outra.
12:02Nós temos recordes e recordes de emendas parlamentares
12:05soltadas pelo governo federal.
12:07Então, parece que a história está mostrando outra realidade.
12:11Agora, Leandro, só para devolver a tréplica,
12:14você e encerrar essa fase.
12:16Você, como economista,
12:17qual a sua opinião sobre as chamadas verbas vinculadas?
12:23As despesas obrigatórias que União e Estados e Municípios
12:27têm com educação e com saúde, por exemplo.
12:31Isso, muitas vezes, não força os municípios de Estados e União
12:35a gastarem além das suas necessidades
12:38ou a gastarem mal,
12:40porque começa sempre a sobrar verba
12:43e acaba isso impedindo um planejamento adequado.
12:47Com a sua avaliação a respeito disso,
12:51o déficit da Previdência Social,
12:53porque você falou da Previdência dos Militares,
12:55o déficit dos militares é R$ 43 bilhões.
12:57Da Previdência, em geral, R$ 428 bilhões.
13:00Então, quer dizer, só 10%.
13:01O governo foi para cima dos militares
13:03e não se sabe se para sanear as despesas
13:06ou como vingança.
13:07Eu queria que você avaliasse isso, por favor.
13:10Vamos lá.
13:10Para quem acha que está sobrando dinheiro
13:13em saúde e educação,
13:14acho que precisa, se você quiser,
13:15você vai comigo, Capês.
13:16A gente dá um pulo em escola...
13:19Mas está sendo mal gasto.
13:20O dinheiro é muito mal gasto.
13:22Capês, eu acho que tem uma parte, por exemplo,
13:24que é salário de professor
13:25que devia aumentar.
13:26Eu acho que é mal gasto
13:28porque está pouco.
13:29Eu acho que salário de professor...
13:31Tanto que a gente fala que
13:32o professor não é valorizado,
13:34o professor tem que ser valorizado,
13:34vai valorizar como?
13:36Vai botar no fim de semana
13:38o cara para descansar na casa dele.
13:41Não é isso que é ser valorizado.
13:43Ser valorizado é salário.
13:44E salário precisa de dinheiro.
13:46A maior parte do custo é salário.
13:48Então vão pagar bem.
13:49Está faltando dinheiro na saúde e educação.
13:51Não está sobrando.
13:53Que existam casos
13:54em que esse dinheiro não é bem gasto
13:56e são 5.570 municípios.
13:59Eu tenho certeza absoluta
14:00que tem lugares que não é bem gasto.
14:02A gente precisa corrigir.
14:04A gente precisa dar capacidade de gestão.
14:06A gente precisa dar boas diretrizes.
14:09Agora, achar que é
14:10está sobrando
14:11ou não, estão desviando
14:12a maior parte do recurso
14:14da educação da saúde.
14:15Todo mundo sabe que não é verdade.
14:17É o contrário.
14:17A gente precisa chegar
14:18como colocou em outros períodos
14:20como meta
14:21o Plano Nacional de Educação
14:23em um maior patamar do PIB
14:25gasto com educação.
14:27Hoje a gente gasta pouco
14:28comparado com todos os outros países
14:30da OCDE.
14:31e os países da OCDE.
14:34Mas, Leandro,
14:35por que a nossa educação
14:38em geral
14:39está tão abaixo
14:41do nível dos países europeus,
14:44asiáticos
14:45e norte-americanos
14:46se existe verba?
14:48O governo gasta mal.
14:50O governo que eu digo
14:52não é esse.
14:53O Estado brasileiro,
14:54União,
14:55estados e municípios
14:56gastam mal.
14:58Além de gastarem mal,
15:00isso acirra o crescimento
15:01do déficit.
15:03Foi nesse sentido.
15:03Você, então,
15:04é contra o fim
15:05das verbas encoladas?
15:06Por favor.
15:08Primeiro,
15:08tem a minha opinião,
15:09que é,
15:09eu acho que precisa gastar mais,
15:11inclusive,
15:11para pagar melhor professor.
15:12Se você discorda disso,
15:14você vem e fala
15:14que não está sendo bem gasto,
15:16dando dinheiro,
15:17porque a maior parte
15:17do gasto é salário.
15:18Eu acho que o professor
15:19precisa ser mais bem remunerado.
15:22Então,
15:23vamos gastar mais.
15:24Esses países todos
15:25que você citou
15:26gastam por volta
15:27de 10% do PIB
15:28e o Brasil gasta 6%.
15:30Nós não gastamos muito
15:31com a educação.
15:32É uma falácia.
15:34Mesmo em saúde,
15:35os Estados Unidos,
15:35por meio de créditos
15:36ou por meio do gasto privado,
15:38que o cidadão tem que fazer,
15:39também gasta mais
15:40que o Brasil.
15:41Então,
15:41isso é a minha opinião,
15:43minha percepção,
15:44em relação a essas pessoas
15:46que estão na linha de frente
15:47da educação,
15:48da saúde.
15:50Basta entrar numa escola
15:51e ver que não está sendo bem gasto.
15:53Que falte gestão
15:53e que a gente precisa melhorar?
15:54Concordo.
15:55Agora,
15:55tem uma outra coisa
15:56que é o estudo científico
15:58a respeito disso.
15:59Qualquer estudo
16:00sobre evolução
16:01de índices de educação
16:03vai demonstrar claramente
16:04que está vinculado
16:06à disponibilidade de recurso.
16:07E você vir com esse papo
16:09de desvincular
16:10significa que você está propondo
16:12ir contra o que há
16:14de evidência,
16:15cientificamente construído,
16:17captada e analisada
16:19de que isso tem
16:20um efeito positivo.
16:21Não é por acaso,
16:22por exemplo,
16:23que o Fundeb
16:24tem sido fundamental
16:25para fazer com que melhore
16:26o índice da educação básica.
16:28O famoso IDEB
16:29que todo mundo
16:30corre atrás de melhorar.
16:31Então,
16:32a gente precisa fortalecer
16:33as medidas que fazem isso.
16:35Ou seja,
16:35colocar mais dinheiro
16:36em saúde e educação
16:37e não menos.
16:38Esse papo de desvincular
16:40é porque as pessoas
16:41acham que vão apertar
16:43em cima de política social
16:45que é para pobre.
16:46E está incorreto isso.
16:48Pelo contrário,
16:49a gente precisa de mais
16:49redes de saúde,
16:51mais redes de educação,
16:52bons hospitais,
16:53escolas com segurança,
16:55escolas com capacidade
16:57de ter atividades
16:58além daquelas
16:59da sala de aula.
17:00Se não,
17:00a gente manda o cidadão
17:01para a escola
17:02aos 15 anos de idade,
17:03parece que está mandando
17:04para um presídio.
17:05Eu acho que a gente
17:06precisa fazer o contrário
17:07disso e gastar mais
17:09para que seja
17:10suficientemente bom
17:11o resultado disso.
17:12Só lembrando que
17:14os estados
17:15são obrigados
17:15a gastar até 30%,
17:16os municípios 25%
17:18do seu orçamento
17:19com educação.
17:20E mesmo assim,
17:21nós temos uma educação
17:22no mínimo.
17:23E uma educação,
17:24no mínimo,
17:24São Paulo gasta
17:25até um pouco mais.
17:27Qual o resultado?
17:28Educação catastrófica.
17:30Mas,
17:30vamos,
17:31oremo.
17:32Meu querido Rodolfo Maris,
17:34o Rodolfo fica nervoso
17:35quando ele fica
17:35muito tempo sem falar,
17:36Leandro.
17:38Olha,
17:38vamos ouvir
17:39a opinião do Leandro.
17:40o que você está achando
17:40dessa confusão toda aqui?
17:42O governo querendo...
17:44O governo querendo brigar
17:47com o Congresso Nacional.
17:49Queda de braço.
17:51O Supremo Tribunal Federal
17:53vai entrar nessa aí?
17:54Será que o Supremo
17:55vai acirrar ainda mais
17:56o fosso,
17:57o abismo
17:58entre poder legislativo
18:00de um lado
18:00e executivo
18:01e judiciário
18:02de outro?
18:03Em minha defesa,
18:04Fernando Capês,
18:05quero dizer que você
18:05está maquiavélico hoje
18:06e que eu não fico bravo
18:08quando eu não falo muito.
18:08Agora, principalmente
18:10porque eu estava vendo
18:10a discussão dos dois aqui
18:11e aprendendo muito
18:13com isso, tá bom?
18:14Mas o Leandro Ferreira
18:15citou o governo Bolsonaro
18:16dizendo que chegou
18:17a 85% do gasto do PIB.
18:1987.
18:20Eu estava esperando
18:21só para falar isso, tá?
18:22Rapidamente.
18:23Ele esquece que houve
18:24uma pandemia
18:25e junto com esse gasto
18:26houve um aumento também
18:27no que era então
18:28o Bolsa Família.
18:29Lembra que o Bolsa Família
18:30era 270 reais,
18:31subiu para 300
18:32e com o governo Bolsonaro
18:33foi para 600 reais?
18:34Pois é,
18:35isso contribuiu também
18:36para o aumento
18:36do investimento público.
18:37e ele esquece de falar isso.
18:39Ele gosta de ensinar
18:40as benesses aí
18:41do governo atual,
18:42mas esquece
18:43que no governo Bolsonaro
18:44o endividamento público
18:44se deu por conta
18:45de uma pandemia
18:46que não aconteceu
18:46só no Brasil,
18:47ele não sabe,
18:48mas foi mundial.
18:49A memória do Leandro
18:50é seletiva, né?
18:51Pois é,
18:52é bem seletiva.
18:54Rodolfo,
18:55perdão.
18:56Volta aqui,
18:57cinco minutos
18:58no YouTube,
18:59quem está vendo pelo YouTube,
19:00vocês vão ver eu falando
19:01exatamente isso.
19:02Foi correto gastar
19:03do jeito que gastou.
19:04Foi correto mesmo?
19:05Foi.
19:06Não, ele falou,
19:06de fato ele falou,
19:07isso ele falou.
19:07Tudo bem,
19:08então eu que quis cutucá-lo aqui.
19:11E, Capês,
19:11a gente está vendo,
19:12depois a gente não pode reclamar
19:14que tudo vai acabar
19:15lá no judiciário,
19:16para ser mais exato,
19:16no STF,
19:17porque se a gente está vendo
19:18um exemplo do governo
19:20que numa queda de braço
19:21perdeu
19:22e agora recorre
19:24ao AGU
19:26para que ele comece
19:27a intermediar
19:28para que isso seja
19:29ocorrido lá dentro
19:30do STF,
19:31é um tapo na cara
19:32da sociedade.
19:33De fato,
19:34cadê aquela mesa
19:35de complice
19:35onde todos conversam
19:36e chegam num consenso?
19:38Perdeu,
19:38o IOF não é benéfico
19:40para o Brasil.
19:40Foi isso que disse
19:41o Hugo Mota
19:42junto com o Alcolumbre,
19:44eles disseram isso.
19:45Houve uma comoção
19:46nacional
19:47de que esse imposto
19:48traria malefícios
19:51para o bolso do cidadão,
19:52para o bolso do contribuinte.
19:53Por isso,
19:54nós vetamos aqui
19:55a ordem presidencial.
19:57Ponto.
19:57Não tem que levar isso
19:58para o STF.
19:59Não é um imposto
20:00arrecadatório.
20:01Existem outros meios.
20:03E aí,
20:03como bem colocou aqui
20:04o professor Túlio
20:05e também dando base,
20:07fazendo coro a isso,
20:08o Leandro Ferreira.
20:09Nós temos aqui
20:0952 bilhões de emendas
20:11e essas emendas
20:12se tornaram um câncer
20:14na nossa política
20:15de verdade.
20:16Porque é nessas emendas
20:17que são negociadas
20:18o futuro
20:19da nossa economia.
20:20O futuro
20:21para onde o Brasil,
20:22qual o rumo
20:22que o Brasil está tomando.
20:24Depende.
20:24É um tomalada cá.
20:25Quanto vai ser liberado
20:26de emenda parlamentar
20:27para que a gente possa,
20:28de fato,
20:29pensar no que você está falando.
20:30Enquanto isso,
20:31nós,
20:32cidadãos comuns aqui,
20:33ficamos a ver navios
20:34e colocando a política
20:36como a política
20:36deveria ser
20:37no mundo utópico.
20:39Utópico,
20:40para ser mais correto.
20:41Muito bem.
20:42Priscila Silveira,
20:43o que você achou
20:44dessa briga?
20:46Nossa,
20:46como eles batem boca aqui.
20:48Como eles brigam.
20:49Eu queria te ouvir.
20:50Capês,
20:50o que tem que investir
20:52em educação?
20:52Acho que ali
20:53é o mínimo
20:54de qualquer governo.
20:56Agora,
20:57fica um empurra-empurra.
20:58olha,
20:59você investiu X,
21:00você investiu Y.
21:02Enquanto isso,
21:03a educação fica
21:04essa lástima
21:05que a gente vê aí,
21:05essa coisa horrorosa
21:07que eu acho que realmente
21:08não educar
21:09faz com que nós tenhamos
21:10inúmeros outros problemas,
21:12só que a educação
21:13não interessa
21:13para a maioria
21:14dos governos.
21:15Esse é um ponto.
21:16Agora,
21:16eu quero discordar
21:17aqui um pouco da mesa,
21:18acho que em todos os cenários,
21:19porque eu não vejo,
21:20e aqui
21:21é uma consideração importante,
21:23não vejo nenhuma problemática
21:24da pessoa,
21:25de quem quer que seja ela,
21:27buscar do Poder Judiciário
21:29que se faça um controle
21:31de constitucionalidade
21:33nos pedidos.
21:34Eu acho que isso não.
21:35O que a gente observa
21:36aqui
21:37é que
21:37vou brigar com a minha mãe,
21:39vou ali falar com a minha mãe.
21:41Então,
21:41não é tudo mesmo
21:42que a gente tem que buscar
21:43do Judiciário,
21:44isso é fato,
21:45porque dali fica
21:45uma questão predatória,
21:47enquanto outras pessoas
21:48precisam do Poder Judiciário
21:51urgentemente,
21:53como é o caso
21:53de liminares,
21:54pessoas que,
21:55enfim,
21:56o Poder Judiciário
21:56abarrota,
21:58então ele vai ter que ser
21:59igual que você colocou
22:00a memória do meu amigo Leandro,
22:02seletivo,
22:02que não é, viu, Leandro?
22:03Então,
22:04ele fica selecionando,
22:06ele joga para cima
22:07e vai escolher
22:08quem é que ele vai
22:10atender primeiro.
22:11E claro que a gente observa
22:13que o atendimento
22:14tem ali
22:15as suas pessoas específicas.
22:16Então,
22:16eu acho que o problema
22:18não é pedir
22:19para o Judiciário
22:20que faça esse controle
22:22da constitucionalidade,
22:23até porque
22:23é uma competência,
22:25é a competência
22:26do STF fazê-lo,
22:27aqui voltando um pouco
22:28nessa questão,
22:29Ed,
22:29eu não vejo problema
22:31de se acionar a justiça,
22:33o problema é que
22:33fica um questionamento,
22:36será que nós temos
22:36que acionar a justiça
22:37para tudo,
22:38sendo que a gente observa
22:39que aqui é uma queda
22:40de braço?
22:41A gente vê aqui,
22:42na verdade,
22:43uma crise,
22:44e está aqui estampada,
22:46entre o Executivo
22:47e o Legislativo.
22:49E aí o Poder Judiciário
22:50entrando em todos
22:52os cenários
22:52desses diálogos,
22:54que se a gente
22:54for ver bem,
22:55vou fazer aqui
22:56uma retrospectiva,
22:58as emendas parlamentares
23:00também tem um pitaquinho
23:01de pedaço aí
23:03nessa briga,
23:04onde há essa falta
23:05de diálogo,
23:05onde o governo
23:06alega uma coisa,
23:07Poder Executivo
23:08e também Legislativo
23:09falam outra,
23:11e enquanto isso,
23:12as emendas
23:12correm soltas,
23:14aí essa queda
23:15de braço continua,
23:16a educação continua,
23:17esse problema,
23:20né, Leandro?
23:20Não importa se coloca
23:216% ou temos
23:23que atingir 10%,
23:24enquanto isso,
23:24eles vão brigando,
23:25o STF,
23:27dentro da sua competência,
23:29entre aspas,
23:29originária,
23:30vai ter que decidir,
23:31porque se eu aciono,
23:32qualquer que seja
23:33o Poder Judiciário,
23:35ele não pode abrir mão
23:36de dizer o direito.
23:37Isso está na Constituição.
23:38Se eu sou acionado
23:40para poder dizer o direito,
23:41eu não posso falar assim,
23:42ah, eu não vou dizer.
23:43E aí ele tem que se manifestar,
23:44como a gente observa
23:45em uma enxurrada
23:46de ações dentro
23:48do Poder Judiciário.
23:49Eu sei o que você vai falar.
23:51Não, não,
23:51eu concordo com você,
23:53tudo bem,
23:53o partido que não concorda
23:55tem como qualquer cidadão,
23:56como qualquer entidade,
23:58como qualquer pessoa jurídica,
23:59qualquer órgão,
24:00tem o direito
24:00de recorrer ao Judiciário.
24:02Mas tudo tem um limite.
24:04Você quer ver
24:04desde o início
24:05do governo Bolsonaro,
24:06de 2018
24:07até 2024,
24:10o PDT
24:11entrou com 108 ações
24:14do Supremo Tribunal Federal.
24:16108 ações.
24:17Me ajuda a somar,
24:18professor Túlio?
24:19O PSB,
24:20outro canhoto,
24:22entrou com 106 ações,
24:25como eles gostam, né?
24:25A Rede
24:27entrou com 100 ações.
24:29314.
24:31Desculpa,
24:32com 105 ações,
24:33não, 105,
24:34319.
24:35Isso.
24:35O PT,
24:36do Leandro,
24:37entrou com 100 ações.
24:39419.
24:40O PSOL
24:41entrou com 91 ações.
24:42500, né?
24:45Como eles gostam, não?
24:47O PC do Bem
24:48entrou com 57 ações.
24:50Eles adoram votação,
24:52não adoram a vontade da maioria.
24:54O Solidariedade com 48.
24:56Aí já perdi.
24:57Estou aqui.
24:58E o PV,
24:59o PV quer dizer que é não.
25:01615.
25:01O PV é 44.
25:02Bom,
25:03Partido Verde.
25:03Quanto que deu aí?
25:04659.
25:06Quase 700 ações
25:07em seis anos.
25:09Haja direito,
25:10haja inconformismo.
25:11Eles não confiam no que o Congresso Nacional decide?
25:14E aí eu quero,
25:16já ir direto aqui,
25:17olha a licença da minha querida professora e brilhante advogada e jurista,
25:21Priscila Silveira,
25:22ouvi a opinião do Túlio Naso seguinte.
25:24Quer dizer,
25:25quer dizer que tem 700 questões
25:27que o Congresso Nacional decidiu
25:30que são inconstitucionais?
25:32Ou seja,
25:34principalmente com o Supremo Tribunal Federal
25:36invocando princípios constitucionais,
25:38fica uma coisa muito fluida, né?
25:40Violou o princípio da dignidade humana.
25:43Tem 40 cigarros,
25:44120 cigarros de maconha no bolso
25:46de se dizer que é tráfico,
25:48viola a dignidade humana.
25:49Esses princípios muito vagos,
25:51muito imprecisos,
25:52muito genéricos,
25:54e essa sanha de alguns partidos
25:56girem toda hora para o Supremo,
25:57não cria uma instabilidade,
25:59uma insegurança jurídica no país?
26:01Cria, Capês,
26:03realmente cria.
26:04O problema está ilustrado
26:06exatamente no livro
26:07que a gente citou aqui.
26:08Eu e o Leandro citamos o mesmo livro,
26:10Como as Democracias Morrem.
26:11É, mas dá a impressão
26:11que leram o livro diferente,
26:12ou leram com enfoque diferente.
26:14Não, e o caso principal, de novo,
26:15é o caso da Venezuela,
26:16que mostra o abuso.
26:17O problema não é recorrer ao judiciário,
26:19o problema é o abuso.
26:20E tem uma outra coisa também
26:21na nossa Constituição,
26:22que é um problema,
26:23que falta no Brasil,
26:25o sistema de freios e contrapesos
26:27em relação aos poderes que tem,
26:29por exemplo, nos Estados Unidos,
26:30que tem na Inglaterra.
26:32Você vai para qualquer lado do mundo,
26:34o membro do Supremo Tribunal Federal,
26:36ele tem mandato temporário,
26:37com exceção dos Estados Unidos.
26:38Você vai para a Alemanha,
26:39oito anos, Portugal, França.
26:42Também o critério de investidura
26:44é paritário.
26:45Então, o presidente da República
26:46nomeia alguns,
26:47mas o Congresso nomeia outros,
26:48a OAB nomeia outros,
26:50a sociedade civil também pode nomear.
26:52Então, existem um sistema
26:53de freios e contrapesos
26:54que contém o excesso de poder do judiciário.
26:58No Brasil, não tem sistema
26:59de freio e contrapesos nenhum.
27:00O cargo é vitalício,
27:02é só o presidente que nomeia.
27:04Então, ele pode fazer
27:05esse jogo duro,
27:07como é feito hoje.
27:08Então, Capês,
27:08realmente urge uma reforma
27:10do judiciário.
27:10E quando se fala em qualquer
27:12reforminha do judiciário,
27:13inclusive nas mínimas,
27:15para falar assim,
27:15vamos acabar um pouco
27:16com as decisões monocráticas,
27:18vamos ter decisões mais
27:19colegiadas,
27:20nossa,
27:21vem uma pressão gigante
27:22do Supremo Tribunal Federal
27:24em cima do Congresso Nacional.
27:25Então, realmente,
27:26há um desequilíbrio hoje.
27:28É preciso destensionar.
27:30É preciso que as instituições
27:31sejam maduras.
27:33Elas respeitem o espaço
27:35uma das outras.
27:36Essa questão da quantidade
27:38é exatamente o que o livro mostra
27:40como as democracias morrem.
27:42É o abuso pela quantidade
27:43de recursos ao Supremo Tribunal Federal.
27:47E, Capês,
27:47para encerrar,
27:48se me permite falar um pouquinho
27:49de orçamento aqui?
27:51Porque tudo, na verdade,
27:52está no orçamento.
27:53Eu estava ouvindo atentamente
27:55o Leandro falar,
27:57você falar também
27:58sobre a questão
27:58do salário do professor,
28:00que é um tema importantíssimo.
28:01Todo mundo é a favor,
28:03e você também foi,
28:04que o professor
28:05seja bem remunerado.
28:06O problema é
28:07como que o professor
28:08vai ser bem remunerado.
28:09É isso que eu queria
28:10propor esse diálogo
28:11ao Leandro Ferreira.
28:12Como que ele vai ser
28:13bem remunerado?
28:14Com que dinheiro
28:15ele vai ser bem remunerado?
28:16Se o governo
28:17não reduz as despesas.
28:20E aí, todo mundo se pergunta,
28:21mas aonde que o governo
28:22pode reduzir despesa?
28:23Olha, eu conheço um pouco
28:25de orçamento público,
28:26por ser professor
28:27de direito público,
28:28por já ter exercido
28:29alguns cargos públicos,
28:30por entender um pouquinho
28:31como funciona.
28:32Capês, você sabe que
28:33aonde está quase metade
28:35da despesa
28:36do orçamento?
28:38Pessoal.
28:38Pessoal, exatamente.
28:40E essa despesa de pessoal,
28:42ela é pulverizada
28:43em cargos em comissão,
28:46em número de ministérios,
28:48é um número absurdo
28:49de ministérios.
28:50Primeira medida
28:51desse governo
28:52foi aumentar
28:53de quase 20
28:54para 40 e poucos ministérios.
28:56Foi a primeira medida.
28:58Os cargos,
29:00cargos e mais cargos
29:01em estatais.
29:02Então,
29:02da onde está o dinheiro?
29:04Aonde está o dinheiro?
29:05O dinheiro está
29:06nas rúbricas de pessoal.
29:09Se você economizar
29:10cortando o cargo
29:11em comissão,
29:12cortando o ministério,
29:13o que vai acontecer?
29:14Vai sobrar dinheiro
29:15para aumentar
29:15o salário do professor.
29:17O cobertor é um só.
29:18então é uma falácia.
29:20Falar assim,
29:20ah, eu quero,
29:21precisa aumentar
29:22o salário do professor,
29:23precisa aumentar
29:23o salário do professor.
29:24Como que vai fazer isso?
29:25Aumentando o IOF?
29:26Aumentando o imposto
29:27sobre o consumo
29:28da classe média,
29:29da população
29:30que precisa fazer
29:30um crediário
29:31para comprar
29:32uma geladeira
29:33que precisa financiar
29:34o seu veículo?
29:35É essa a solução?
29:36Esse é um modelo
29:37keynesianista
29:38que a gente já sabe
29:39que não deu certo.
29:40Não deu certo na Argentina.
29:42Não deu certo nem na França,
29:43que é uma potência econômica.
29:45Como é que vai dar certo
29:46no Brasil de o governo
29:48ficar gastando,
29:48gastando mais,
29:49arrecadando mais
29:50e aí vai fazer girar
29:51a roda da economia
29:52como uma mágica?
29:53Meu Deus do céu,
29:54por que é tão difícil
29:56reduzir despesa?
29:57Vamos olhar
29:58para a experiência
29:59ao redor do mundo.
30:00Japão reduziu despesa,
30:02fez um milagre econômico.
30:04O Japão tem mais
30:04de 100 milhões de habitantes,
30:06realidade parecida
30:07com o Brasil
30:07em número de habitantes.
30:10Finlândia,
30:11Noruega,
30:12Dinamarca,
30:12Austrália,
30:13também outro país grande,
30:14porque falam que a gente
30:15só cita os países pequenos.
30:16Holanda,
30:17Holanda reduziu
30:18de 77% para 40%
30:20a sua relação
30:21de dívida pública.
30:22Com o quê?
30:23Com corte de despesa.
30:25Primeiro você economiza,
30:26você corta a despesa.
30:27Depois sobra dinheiro
30:28para você fazer
30:29o welfare state,
30:30o estado do bem-estar social.
30:31O problema está aí, Capês.
30:33Como fazer?
30:34É isso.
30:35Exatamente.
30:35Meu querido Leandro Ferreira,
30:37claro que o presidente
30:39mais carismático
30:40da história dos Estados Unidos,
30:41que é o Franklin Delano Roosevelt,
30:42ao implantar o New Deal,
30:44logo após o crack da Bolsa,
30:46implantou a doutrina
30:48de o Minor Keynes,
30:50claro,
30:50ou seja,
30:51o governo investindo
30:52para motivar
30:54e promover
30:54o crescimento da economia,
30:56retomado do crescimento
30:57da economia.
30:58Só que tem uma coisa,
30:59você não pode fazer isso
31:01quando você tem
31:01um déficit fiscal
31:02e uma dívida pública
31:03como nós estamos.
31:05Não tem que fazer
31:05primeiro a lição de casa,
31:06primeiro buscar o superávit,
31:08uma folga
31:09nas reservas cambiais,
31:11pagar menos juros
31:12para depois iniciar
31:13uma política keynesiana
31:14de retomada da economia
31:15a partir de investimento público?
31:17Ou será que
31:18primeiro vem o assistencialismo
31:20e depois a arrecadação?
31:22Leandro Ferreira.
31:24Bom, Capês,
31:24já que você citou
31:25uma série de ações
31:26dos partidos de esquerda,
31:28eu queria lembrar que
31:29durante os primeiros
31:30governos Lula
31:31também era acessível
31:33ao Democratas,
31:34ao PSDB,
31:35no STF,
31:37entraram com ações,
31:38entraram,
31:38entraram com a ação
31:39contra o ProUni,
31:40entraram com a ação
31:41contra aumento
31:42em vaga de universidade pública,
31:44entraram com a ação
31:44contra o Bolsa Família,
31:46perderam todas,
31:47inclusive o partido
31:48que à época,
31:49Fernando Capês,
31:50você compunha ali
31:51parte das fileiras,
31:52mas certamente
31:53não tiveram você
31:54como advogado,
31:54senão nem teriam
31:56entrado com a ação,
31:57né?
31:57Mas é venenoso,
31:58mas é venenoso,
32:00mas é venenoso.
32:02Só que tem uma coisa,
32:03hein?
32:03Só que tem uma coisa.
32:04Esse partido aí
32:05que você não gosta,
32:06e hoje muita gente
32:07não gosta também,
32:08foi quem pegou
32:09o Estado de São Paulo
32:09em 95 quebrado
32:11e entregou
32:11com superávit
32:12de 50 bilhões.
32:13Fazendo esses cortes aí
32:14que você criticou.
32:15Agora as questões...
32:16Segue você
32:17que é o partido
32:17da dívida, vai.
32:18Agora as questões
32:19que você colocou
32:20e aqui também
32:21somando com as do Túlio.
32:23Já que a gente
32:24está aqui
32:24num programa
32:25profundamente...
32:28Econômico.
32:28Não, não, não.
32:30Culturalmente elevado,
32:31vou recomendar mais
32:32um livro que é bem famoso
32:33do economista coreano
32:35Rajumshan.
32:36É vivo o Rajumshan.
32:38É bem importante,
32:39vem bastante ao Brasil.
32:40Chamado
32:41Chutando a Escada.
32:42Kicking Out Leather.
32:44Que é...
32:45Ele demonstra como...
32:46Rajumshan,
32:47tu anda a escada?
32:48Ha-Jum-Shan.
32:49Tá.
32:50Bem fácil de achar
32:51por Chutando a Escada.
32:52Está traduzido
32:53para o português.
32:54É um livro
32:54bastante conhecido.
32:55E ele demonstra como
32:56o receituário
32:58que vocês estão colocando
32:59aqui na mesa,
33:00né?
33:01Ele é feito
33:01pelos países ricos,
33:04é...
33:04Pelo...
33:05Pelos organismos multilaterais
33:07para os países pobres
33:09fazerem aquilo
33:10que esses países
33:11não fizeram.
33:12Por isso que chama
33:12Chutando a Escada.
33:13Esses países
33:14subiram até o patamar
33:16que tem hoje
33:17da sua economia,
33:18do seu estado de bem-estar
33:19por uma escada
33:21que depois eles chutaram
33:22e não querem
33:23que os países
33:23possam prosseguir
33:25da mesma forma.
33:26Eles não fizeram isso
33:28reduzindo dívida.
33:29Eles fizeram isso
33:29aumentando dívida.
33:31Eles não fizeram isso
33:32reduzindo o gasto.
33:33Pelo contrário,
33:34aumentaram o New Deal
33:36ali para a saída
33:38da crise de 29.
33:39É um exemplo.
33:40Mas tem outros, né?
33:41A gente tem o Plano
33:42de Reconstrução da Europa,
33:43por exemplo,
33:44que é o Plano Marshall.
33:45É outro exemplo
33:46de como se elevou
33:47muito,
33:48até mais do que o necessário,
33:50o gasto
33:50para fazer com que
33:51essas economias
33:52que hoje são avançadas
33:54chegassem ao patamar
33:55que estão.
33:56E é por isso
33:56que o Rajushan fala.
33:57depois eles chutam
33:59a escada
33:59para que outros países
34:01não possam acessar
34:02o mesmo mecanismo.
34:03Então,
34:04o que a gente precisa
34:05é prosseguir
34:06pela mesma escada.
34:08Administrar bem
34:09o crescimento
34:10das nossas economias.
34:11Dá, sim,
34:12mais eficiência.
34:13Eu acho que tem
34:14que pagar mais salário
34:15de professor,
34:15mas acho que tem
34:16outros gastos
34:17na educação
34:17que precisam ser estudados
34:19e que precisam
34:19ter, inclusive,
34:21por exemplo,
34:22um aumento
34:22ou uma diminuição,
34:24a depender do que for.
34:25Eu acho, por exemplo,
34:26que tem que aumentar
34:26programas como
34:28o Pé de Meia
34:29que dão acesso
34:29às pessoas
34:30a recursos
34:31para se manterem
34:32na escola,
34:33não só salário
34:34de professor
34:34e aí você equilibra
34:35a conta com o pessoal
34:36e outras coisas.
34:38O fato é que
34:39a gente não vai
34:40conseguir
34:42uma economia
34:43bem desenvolvida
34:44ou estar de bem-estar
34:45da forma como nós queremos
34:47seguindo um receituário
34:49que quem chegou
34:50nesse patamar
34:51não seguiu.
34:53Nós precisamos, sim,
34:55ter a ousadia
34:56de investir
34:57e fazer nossa economia
34:58crescer
34:59e incluir o povo
35:00na construção
35:02dessa economia
35:03que a gente quer.
35:03Porque não é uma questão
35:04de assistencialismo,
35:05Capês.
35:06É uma questão
35:06de tornar as pessoas
35:08partícipes
35:09de um projeto nacional
35:11em que elas vão ter
35:12o seu direito
35:13de cidadania reconhecido.
35:15E a cidadania
35:15é indispensável
35:17para a própria definição
35:18de país.
35:19Nós não vamos
35:19ficar falando
35:20em assistencialismo,
35:21nós estamos falando
35:21em socorrer as pessoas
35:23quando elas precisam
35:24de socorro,
35:24mas incluí-las
35:25desde o começo
35:26na construção disso.
35:28Não é
35:29aumentar o bolo
35:31para depois dividir.
35:33Eu quero chegar
35:33na hora de decidir
35:35o sabor do bolo,
35:36eu quero chegar
35:36na hora de decidir
35:37os ingredientes,
35:38eu não quero comer
35:39o bolo de segunda,
35:41eu não quero comer
35:42o bolo amanhecido,
35:43eu quero comer
35:44o bolo
35:45que eu ajudei
35:46a fazer,
35:47porque todos nós,
35:48trabalhadores e trabalhadoras,
35:49temos o direito
35:50de fazer isso,
35:50de participar,
35:51embora esses
35:53que defendem
35:54aumentar o bolo
35:55para depois dividir,
35:56também sejam
35:57de alguma forma,
35:58se você se perguntasse
35:59lá para o Delphine Neto,
36:00que é o autor
36:01dessa frase,
36:01ele ia falar,
36:02sou pós-kinesiano,
36:04sou kinesiano
36:05de outra matriz,
36:06mas sou kinesiano.
36:08Então,
36:09bolo, sim,
36:09para todos,
36:10mas o quanto antes
36:11e fazendo junto.
36:13O saudoso
36:13ministro Delphine Neto
36:14de quem pôde,
36:16já no final
36:16da sua vida,
36:17desfrutar da amizade
36:18que me disse certa vez,
36:19eu e o presidente
36:19da Assembleia,
36:21Capês,
36:21uma vez eu vi
36:22num país socialista
36:23uma placa,
36:24transporte gratuito,
36:26direito do povo,
36:28dever do Estado,
36:29sugeri que trocassem
36:30a placa,
36:31transporte gratuito,
36:33José usa,
36:34João paga.
36:36Agora,
36:36vamos aqui
36:37ao nosso querido
36:38Rodolfo Maris,
36:39Rodolfo Maris,
36:40a dica aí,
36:40mas uma coisa
36:41não pode negar,
36:43Leandro Ferreira
36:44é culto,
36:45é um grande professor,
36:46lê muito
36:47e está dando
36:48uma dica
36:48que chutando
36:49a escada
36:50do autor
36:52Rajun Chan,
36:54que é um
36:55sul-coreano
36:56economista,
36:57PhD pela Universidade
36:59de Cambridge,
37:00formado pela Universidade
37:01Nacional de Seul
37:02e foi orientado
37:03pelo professor
37:04Robert Rothorn,
37:05que é um economista
37:06britânico
37:06marxista.
37:08Gostaria de ouvir
37:08agora você,
37:09meu querido
37:09Rodolfo Maris.
37:10Capês,
37:11já que nós estamos
37:11num momento cultura
37:12aqui,
37:13eu também gostaria
37:14de colocar um livro
37:15à mesa
37:15para que todos
37:16soubesse,
37:17que chama-se
37:18As Doze Regras
37:19para a Vida,
37:20do aclamado
37:21escritor e psicólogo
37:22Jordan Peterson.
37:24Ele fala ali
37:24sobre Doze Regras
37:25que eu quero fazer
37:26uma analogia
37:27com o nosso país.
37:28A sexta regra
37:29diz o seguinte,
37:30deixe sua casa
37:31em ordem
37:32antes de criticar
37:33o mundo.
37:35Resolva seus próprios
37:36problemas
37:37e desafios internos
37:38antes de tentar
37:39consertar
37:40o mundo.
37:41Fazendo uma analogia
37:42com a nossa política,
37:43é mais ou menos
37:44o que o nosso
37:44poder executivo faz.
37:45ele tenta
37:46solucionar guerras,
37:48tenta colocar
37:48acordos de paz,
37:50tenta falar de coisas
37:50que praticamente
37:51estão fora do mundo
37:52real em que nós vivemos.
37:54Viagens para lá,
37:55viagens para cá,
37:56e a nossa política
37:57interna como é que está?
37:58De fato,
37:59essa caiu muito bem.
38:00As Doze Regras
38:01para a Vida
38:02é um livro
38:02que todos eles,
38:03todos esses políticos
38:04deveriam ler
38:04e com ênfase
38:05no capítulo 6.
38:07Deixe sua casa
38:08em ordem
38:08antes de criticar
38:09o mundo.
38:10E nesse capítulo
38:10aqui,
38:11ele fala daquelas
38:11crianças
38:12de 20 anos
38:13que querem mudar
38:14o mundo
38:15e que ao levantar
38:16da cama
38:16não arrumam
38:16a sua própria cama.
38:18Tentas que nem
38:18escovam os dentes
38:19e se interessam
38:19em resolver
38:20o problema
38:20dos outros.
38:21É exatamente isso
38:22que o STF
38:24ou que o Poder Judiciário
38:25vai fazer
38:26se intrometendo
38:27justamente nessa
38:28prerrogativa
38:28que é do Legislativo.
38:30Uma vez derrubado
38:31essa questão
38:32do IOF,
38:33não cabe
38:33ao STF.
38:34mesmo que seja
38:36legal,
38:37talvez seja
38:37imoral,
38:38deixar que essa
38:39prerrogativa
38:39fique entre eles.
38:41Então fica aqui,
38:41capês,
38:42mais uma dica
38:42de um bom livro
38:43para que todos
38:44possam ler,
38:45inclusive um amigo
38:46Leandro Ferreira.