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Após a derrubada do decreto que aumentava o IOF, o governo Lula acionou o Supremo Tribunal Federal. A Advocacia-Geral da União pediu que a Corte reconheça a validade da medida assinada pelo presidente. Em coletiva, o advogado-geral da União, Jorge Messias, defendeu a legalidade do decreto e criticou a decisão do Congresso. O comentarista Thulio Nassa analisou o assunto.

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Transcrição
00:00Túlio Nasa, eu quero colocar dois pontos pra você.
00:04Primeiro, o ponto jurídico.
00:07Todo mundo sabe que o IOF, Imposto sobre Operações Financeiras,
00:13é um imposto regulatório.
00:17O senhor é professor, vai poder falar sobre isso.
00:19Não é um imposto com finalidade arrecadatória.
00:23Ele estimula importação, estimula exportação,
00:26inibe gastos no exterior, estimula gasto exterior,
00:30chama investimentos para o país,
00:33autoriza investimentos fora do país,
00:35ele regula a atividade.
00:36Por isso, ele é considerado um imposto extrafiscal.
00:39Quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
00:42dá várias entrevistas dizendo que vai usar o IOF
00:45como a finalidade fora da sua finalidade constitucional,
00:49ou seja, com fins arrecadatórios e não regulatórios,
00:53ele não abriu margem para o Congresso Nacional
00:56questionar a constitucionalidade?
00:58A primeira pergunta, e a segunda, é de caráter político,
01:02que até vou dividir com o pessoal da mesa depois.
01:05Tem um ditado norte-americano que diz,
01:08quando você perceber que está num buraco,
01:10pare de cavar.
01:12O governo continua cavando o buraco que o separa do Congresso Nacional?
01:17Olha, Capês, boa tarde, boa tarde aos amigos da mesa,
01:20boa tarde à audiência da Jovem Pan.
01:22Realmente, Capês, você foi cirúrgico.
01:24Há duas vertentes nesse caso.
01:26Uma é jurídica e a outra é política.
01:28Vamos começar pela jurídica.
01:30Juridicamente, o IOF é um imposto, como você bem colocou,
01:34regulatório.
01:35Ele serve, ou chamado extrafiscal,
01:37ele serve para que o governo possa,
01:39em determinada situação,
01:42regular setores, no caso aqui,
01:44da economia de interesse da economia nacional.
01:47Ele não serve para corrigir déficit fiscal.
01:50Isso a gente chama, no direito,
01:52de desvio de finalidade.
01:54Quando uma lei determina
01:55que alguma medida tributária
01:57deve ser feita para uma finalidade,
01:59mas ela é utilizada para um outro objetivo,
02:02para um outro fim.
02:03Nesse caso, o governo confessou,
02:05o governo disse expressamente,
02:07a minha medida de ajuste fiscal,
02:09ou seja, para conter o déficit das contas públicas,
02:12terá como uma das parcelas
02:14o aumento do IOF.
02:16Então, ele está usando o IOF,
02:18no caso, o poder dele de aumentar o IOF,
02:21como medida de arrecadação
02:23para conter o déficit fiscal.
02:25Isso é inconstitucional no seu conteúdo.
02:28Essa medida é inconstitucional no seu conteúdo.
02:31Não importa que a origem não esteja viciada,
02:34não há um vício de origem.
02:35Realmente, o governo pode editar,
02:37por decreto, o aumento do IOF.
02:39Quanto à forma, está perfeita.
02:41Agora, o problema está no conteúdo,
02:43na finalidade.
02:45Qual é a finalidade para se aumentar o IOF?
02:47Então, no aspecto jurídico,
02:49o correto seria que o STF mantivesse
02:54a decisão do Congresso Nacional
02:58de derrubar o decreto do Poder Executivo.
03:01Agora, a outra vertente,
03:03ela é muito mais complexa,
03:05é a política.
03:06Essa vertente, ela é complicada.
03:09Parece aquela história, Capês,
03:11do irmão mais novo,
03:12que está brigando com outro colega
03:15da idade dele
03:16e vai chamar o irmão mais velho
03:18para entrar na briga.
03:20Realmente, o Executivo está fazendo
03:21um jogo duro.
03:23Toda vez que sofre uma derrota
03:25no Congresso Nacional,
03:26vai ao Supremo Tribunal Federal.
03:28E o limite é muito tênue,
03:29a linha é muito tênue
03:31entre o Supremo Tribunal Federal
03:33realmente interferir legitimamente
03:36nessa briga entre Executivo e Legislativo,
03:39ou o Supremo vier a cometer
03:43algum vício ali nessa relação independente
03:46e harmônica entre si.
03:48Me parece, nesse caso,
03:49que politicamente a tendência
03:51é que o Supremo Tribunal Federal
03:53fique do lado do Executivo.
03:55Vamos lembrar o caso recente
03:56da revisão geral da vida inteira do INSS.
03:59O Supremo, para não afetar as contas públicas,
04:02foi a favor do governo.
04:03Então, me parece,
04:05pela tendência das últimas decisões,
04:06que, politicamente, o Supremo vai se alinhar
04:09a essa medida do governo federal.
04:12Mas não seria, aí, Capês,
04:15a história que você falou do buraco,
04:16eu vou falar um outro ditado,
04:17não seria uma vitória de pirro, né,
04:20do Executivo?
04:21O que o Executivo ganha
04:22vencendo no Supremo Tribunal Federal?
04:25Ele vai ganhar aí
04:26um aumento de arrecadação.
04:28Mas será que a derrota que ele vai ter
04:30nesse relacionamento com o Congresso Nacional
04:32não vai ser pior?
04:33Como que vai ficar daqui para frente?
04:35Como que vai ficar a aprovação
04:36da medida provisória?
04:37Essa, sim,
04:38que vai discutir aí
04:40o fim de alguns benefícios tributários,
04:43que vai aumentar muito mais
04:45a arrecadação do governo federal.
04:47Será que vale a pena
04:48para o Poder Executivo
04:50brigar com o Centrão?
04:52São cenas do próximo capítulo.
04:53De novo,
04:54onde você vai ficar?

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