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  • 09/06/2025
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestou depoimento nesta segunda-feira (09) ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. Durante seu depoimento ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, Cid afirmou que havia uma "grande pressão" para que o presidente assinasse o decreto do golpe de Estado.

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Transcrição
00:00Senhor ministro relator, gostaria de saber se confirma que o general Mário Fernandes
00:10compunha o que ele chamava de ala mais radical, e eu gostaria que ele escrevesse com mais pormenores
00:17de que forma o general Mário Fernandes atuou, porque a testemunha chegou a afirmar
00:23o general Mário Fernandes atuava de forma mais ostensiva, tentando convencer os demais integrantes
00:30das forças a executarem o golpe de Estado, está no termo de depoimento da testemunha.
00:36Eu gostaria de indagar a testemunha como que o general Mário Fernandes atuava para convencer
00:47os demais integrantes das forças a executarem o golpe de Estado.
00:51Entendeu a questão? Quais as condutas que levaram a essa afirmação do senhor?
00:57Sim, senhor. Ele estava muito ostensivo no meio dos militares, principalmente por meio
01:01de WhatsApp, no grupo dos generais, ele sempre estava muito radical nas ações que deveriam
01:11ser tomadas. Então, isso até em todos os grupos de WhatsApp militares, a gente estava
01:18acompanhando por causa disso, porque ele escrevia texto, falava do general, achava que tinha
01:22que fazer alguma coisa, estava sempre querendo falar com o general Frei Gomes, querendo falar
01:25com o general Arruda, tendo que fazer, tendo que fazer, isso era desconhecimento quase que
01:31público no meio das forças armadas.
01:35Mas...
01:36Filipe Paco, exatamente o que tinha que fazer, tinha que fazer, radical, o que o procurador
01:42já pede para esclarecer, exatamente isso.
01:43Era o quê?
01:44O quê?
01:45Sim, senhor. Assim, a grande pressão sempre foi para o presidente assinar um decreto.
01:48E aí, formas para pressionar tanto o comandante do presidente para assinar e para os generais
01:55aceitarem esse decreto, ou os generais, principalmente os quatro estejas do alto comando, concordarem
02:03ou apoiarem o presidente numa ação dessa.
02:05Então, basicamente, era esse que era a grande construção que se tentava fazer.
02:10Mas nunca com ações concretas, do tipo, temos que prender fulano, temos que fazer...
02:22Era sempre, o presidente assina um decreto, vamos pressionar os comandantes militares para
02:26que aceitem esse decreto, ou para que apoiem o presidente na assinatura do decreto.
02:31Perfeito.
02:33Senhor ministro, eu gostaria de ouvir do Real Colaborador.
02:39se o então presidente da República, Jair Bolsonaro, tentou interferir na comissão de
02:45transparência eleitoral organizada pelo ministro da Defesa, se ele fez de que forma, se ele
02:53tentou interferir no conteúdo do relatório final da comissão, para que constassem informações
03:00sobre vulnerabilidades.
03:06Isso porque...
03:08Essa é a minha pergunta.
03:10Por favor.
03:12Como já foi relatado também, houve esse tipo de pressão, porque inicialmente o general
03:18Paulo Sérgio tinha feito um documento, não mais simples, mas um documento com uma conclusão
03:24muito mais técnica, dizendo que não houve fraude.
03:26O presidente entendia que a conclusão tinha que ser mais dura, apontando que pode ter
03:33havido fraude, alguma coisa assim.
03:35Então houve, nesse período, essa discussão de como esse documento deveria sair.
03:41E que no final saiu o meio termo.
03:43Não foi nem como o general Paulo Sérgio tinha inicialmente rascunhado, nem como efetivamente
03:49o presidente gostaria.
03:50Eu vou complementar, então, basicamente para isso.
03:59O senhor também, respondendo para mim, disse que saiu no meio termo, nem como o ministro,
04:07então o ministro Paulo Sérgio queria, nem como o presidente queria.
04:11E o senhor disse que o ministro Paulo Sérgio queria mais jurídico, mais técnico.
04:18Mais técnico, senhor.
04:19E o então presidente Jair Messias Bolsonaro queria mais político.
04:24O que seria o mais técnico e o mais político?
04:27De certa forma, o mais técnico foi a conclusão dos militares que estavam na comissão, dizendo
04:34que não foi encontrado fraude nenhum.
04:37E o presidente queria que não tivesse só isso, mas que tivesse, por exemplo, talvez
04:42as denúncias que foram levantadas, coisas que robustecessem mais para dizer que poderia
04:47ter havido fraude.
04:49Para dar uma conotação que teria havido fraude nas eleições.
04:53E no final, me parece que o meio termo foi de dizer que não foi possível auditar.
04:58Não foi possível confirmar alguma coisa assim nesse meio termo.
05:00Então, essa foi, perdão, essa foi exatamente a minha questão, porque no seu depoimento no dia
05:1221, o senhor diz que depois da nota, da nota não, do envio do relatório pelo Ministério
05:21da Defesa e da nota do TSE, houve gestão do então presidente Jair Bolsonaro, para que
05:29o ministro Paulo Sérgio acabou editando uma nota dizendo, olha, não encontrou nada, mas
05:34poderia, também não podemos afirmar que nada pode ser encontrado.
05:39Sim, senhor.
05:39Então, teve esse segundo momento também.
05:41Teve, sim, senhor.
05:42Ok.
05:44Muito bem.
05:46Senhor ministro Alexandre de Moraes, eu tinha uma outra pergunta sobre a nota emitida pelos
05:50comandantes das Forças Armadas em 11 de novembro de 2022.
05:56O réu colaborador disse recordar, quando ele se manifestou na colaboração, que os comandantes
06:08das três forças assinaram uma nota, isso está entre aspas, eu estou citando o que estava
06:13dito, os três comandantes das três forças assinaram uma nota autorizando a manutenção
06:21da permanência das pessoas na frente dos quartéis, por ordem do então presidente Jair Bolsonaro.
06:29Eu gostaria de saber se o réu poderia esclarecer melhor esse fato, como se deu essa ordem do
06:36então presidente da República.
06:38Então, o senhor confirma isso?
06:41É, assim, eu não presenciei explicitamente essa ordem ser emitida.
06:47Eu não vi essa ordem, ele pegando o telefone e ligando.
06:50Mas tinha-se o entendimento ali que as Forças Armadas tinham que dar apoio para aqueles
06:55manifestantes que estavam lá.
06:57Então, foi nesse sentido.
06:59Mas essa ordem explícita dessa forma, eu não presenciei.
07:04Se houve, eu não presenciei.
07:05Mas tinha-se o entendimento, até nas conversas que se tinha, que tinham que apoiar os manifestantes
07:11ali na frente dos quartéis.
07:14A minha pergunta se dá, senhor ministro autor, porque no testemunho anterior, ele dizia
07:20que essa nota tinha saído por ordem do então presidente Jair Bolsonaro.
07:26Então, o que eu gostaria de saber é como que ele afirma, de que forma ele chegou a essa
07:31conclusão de que essa ordem tinha sido dada pelo presidente Jair Bolsonaro.
07:34Isso, eu não realmente, essa ordem pode ter sido força de expressão, mas não houve
07:44essa ordem, eu não presenciei uma ordem direta do presidente aos comandantes para que
07:48fizesse a nota.
07:49Se ele de alguma forma, senhor ministro autor, deduziu de algumas circunstâncias que o presidente
07:55da república queria que essa nota fosse saída nesse dia.
07:58Não é porque o senhor disse isso no depoimento do dia 21, se não me engano.
08:04É dia 21 de novembro.
08:06É importante esclarecer porque isso é importante, inclusive, para a defesa do réu Jair Bolsonaro.
08:12É, sim, senhor.
08:12Foi uma dedução baseada no contexto que a gente estava vivendo e presenciando, de
08:19não desmobilização e que as Forças Armadas apoiassem, de certa forma, os manifestantes
08:26que estavam ali.
08:27O que foi que as Forças Armadas fizeram?
08:28Basicamente, as Forças Armadas apoiaram as manifestações, apoiaram, que eu digo, não
08:36no que eles pediam, mas mantiveram eles ali em segurança.
08:42Eu gostaria, senhor ministro autor, de perguntar ao réu colaborador se havia integrantes das
08:49Forças Especiais infiltrados nos campamentos montados após o resultado das eleições.
08:54É, os chamados kits pretos, não havia?
08:58O que a gente escutava, como eu não estava mais no batalhão, oficialmente a gente não
09:03sabia, mas o que a gente escutava, sim, é que tinham militares Forças Especiais, militares
09:08de inteligência ali, fazendo um levantamento, né, de vulnerabilidades, possíveis ações, né?
09:15E isso é uma coisa muito comum os militares fazerem, né?
09:18Tem uma situação crítica ali, um problema.
09:21Então, levantar possíveis ações, fazer o levantamento operacional diário, né?
09:27Pra ver as lideranças, pra ver qual o planejamento dessas lideranças, né?
09:32Quais são os seus objetivos, né?
09:34Isso é uma coisa comum que as Forças Armadas fazem.
09:37Tanto com a inteligência, como com as Forças Especiais.
09:43As Forças Especiais, então, elas têm essa função de inteligência, exclusivamente, essa...
09:50Essa questão, doutor Procurador-Geral, é exatamente isso.
09:55As Forças Especiais, e o senhor, salvo engano, no final do governo,
10:00terminando o governo, ele assume o comando.
10:02Sim, senhor.
10:03Em Goiás, das Forças Especiais.
10:05Na verdade, do Batalhão de Ações de Comandos.
10:07É um pouco diferente.
10:08Mas dentro das Forças Especiais.
10:09Dentro das Operações Especiais.
10:11Elas têm essa função de inteligência também?
10:13Tem, sim, senhor.
10:17Senhor ministro, relator, sobre a ida do general Estevam Carlos Teófilo
10:24ao Palácio da Alvorada, no dia 9 de novembro de 2022.
10:29Eu gostaria de saber se foi o real colaborador quem o convidou para essa reunião
10:36e se ele o fez a pedido do ex-presidente da República.
10:42E eu aproveito para completar.
10:45Se só houve uma reunião entre o general Teófilo e o então presidente Jair Messias Bolsonaro.
10:50Por favor.
10:51Isso.
10:52O que eu me recordo bem, só teve uma reunião.
10:54Foi a pedido do presidente.
10:56Inclusive, consta nas minhas mensagens para o general Freire Gomes.
11:00E eu acionei o ajudante de ordem, o secretário, o assistente secretário do general Teófilo.
11:09Que era o...
11:11Esqueci o nome do coronel.
11:13Então eu informei para o general Freire Gomes que o presidente gostaria de falar com o general Teófilo.
11:19E com o positivo do general Freire Gomes, eu fiz o contato com o assistente do general Teófilo,
11:26que marcou a reunião dos dois.
11:29Sr. ministro relator, eu gostaria de saber se o colaborador sabe qual foi a pauta dessa reunião,
11:37se o ex-presidente apresentou minuta do decreto ao general Estêvão Carlos Teófilo.
11:43Não, eu desconheço, ministro.
11:44Eu não participei da reunião.
11:47O senhor sabe mais ou menos quanto tempo durou a reunião?
11:52Aproximadamente?
11:53Se recorda?
11:53Se não se recordar...
11:54Não, não me recordo.
11:55Geralmente eu não me recordo.
11:56Nesse dia, senhor ministro relator, o real colaborador trocou mensagens com o tenente-coronel Corrêa Neto
12:07sobre o andamento da reunião.
12:11Ao ser indagado sobre o resultado da reunião, se tinha sido positivo,
12:16o real colaborador esclareceu que o encontro ainda não havia terminado.
12:20E disse, mas ele quer fazer, desde que o PR assine.
12:27Eu gostaria de saber do real colaborador o que ele quis dizer nessa conversa.
12:34Como é que ele soube do resultado da reunião?
12:38E o que o general Teófilo queria fazer?
12:43O que o presidente assinaria seria esse decreto de golpe de Estado?
12:49Esclareça, porque a questão, doutor procurador-geral, é exatamente essa.
12:55O senhor não participou da reunião, mas trocou essas mensagens.
12:59E disse que se o presidente assinasse, ele faria.
13:03Então, assinasse o quê e faria o quê?
13:05Isso.
13:06Tem muito a ver com aquele outro comentário que eu fiz.
13:09que por mais que os militares, em alguns do alto comando, concordassem
13:15ou tivessem a ideia da maneira como foi conduzido o processo eleitoral, alguma coisa,
13:22eles não fariam nada que quebrasse um elo de legalidade.
13:27Então, para que alguma coisa fosse feita, teria que ter uma ordem.
13:31E essa ordem tinha que vir com o presidente, comandante do exército,
13:35e chegava a ordem para os escalões subordinados.
13:39Então, era nesse sentido que ele falava.
13:42Se assinar, o exército vai cumprir.
13:44Mas não que ele fosse cumprir ou ele que fosse tomar insetimento.
13:48O general Teófilo disse que, o senhor disse isso,
13:54que se o presidente assinasse a minuta e transformasse em decreto,
13:59ele cumpriria as ordens do decreto.
14:03Não, o exército iria cumprir.
14:05Ele disse isso.
14:06É, que o exército iria cumprir.
14:07Como o senhor ficou sabendo o que ele disse?
14:08Isso foi um bate-papo informal entre a entrada dele e a saída dele.
14:13Então, ele chegou a conversar com o senhor e afirmou isso.
14:15Isso.
14:16Isso.

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