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  • 27/05/2025
Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal, afirmou que recebeu orientações do Ministério da Justiça para realizar fiscalizações em ônibus durante as eleições de 2022. O depoimento foi prestado nesta terça-feira (27) no Supremo Tribunal Federal, no âmbito das investigações sobre a atuação de Anderson Torres.

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Transcrição
00:00Rodolfo Maris, se eu tiver sempre que me colocar contra a polícia ou a favor da polícia,
00:05eu vou ficar a favor.
00:07Existe uma minoria, que são maus elementos.
00:09Eu vi até um vídeo chocando, executando um motoboy caído no chão,
00:15mas isso é exceção.
00:16Eu sempre estarei ao lado da polícia.
00:18Por quê?
00:19Olha só.
00:20Você é a favor ou a contra?
00:21Não dá pra ser contra quando tem que ser contra?
00:23Eu sou a favor institucionalmente.
00:25É isso que eu quero dizer.
00:26Não é questão de dicotomia, o bem ou o mal.
00:28Como um todo, como uma instituição, eu sou a favor da polícia sempre.
00:32Então, olha aqui.
00:33Você tem uma ideia?
00:35Nesse artigo que eu queria que você comentasse,
00:37o chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar de São Paulo,
00:41esse artigo que eu escrevi,
00:42que é o coronel Pedro Luiz Souza Lopes,
00:44ele afirmou que o crime organizado busca uma nova maneira de lavar dinheiro,
00:48infiltrando-se nas campanhas para abocanhar contratos públicos.
00:52Segundo ele, a participação, abre aspas,
00:54é bem maior do que se imagina.
00:56Não dá pra falar se são 100 ou 200 municípios,
00:59mas tem vários com indícios palpáveis
01:02de alguma movimentação importante do tráfico de drogas
01:06para participar como financiador de campanha eleitoral.
01:09Se a polícia rodoviária federal não puder fazer bloqueio,
01:14blitz em estradas, parar ônibus,
01:17verificar quem está transportando dinheiro,
01:20porque no período eleitoral é dinheiro sujo para tudo quanto é lado.
01:23Então eu prefiro estar ao lado da polícia federal e dizer,
01:26se isso vai atrasar a votação, prorroga esse horário de votação.
01:30Por isso que eu não entendi essa proibição de atuação da polícia rodoviária federal.
01:35A quem rendo mais uma vez as nossas homenagens?
01:38Queria falar com você.
01:39Pois é, Capês, essa é uma pergunta que fica no ar.
01:41Por que o TSE proibiu esse tipo de operação na pré-eleição,
01:46ou até no dia da eleição,
01:48baseando-se em fatos de que o crime organizado
01:51movimenta milhões e milhões de reais,
01:54principalmente na questão quando se trata de lavar dinheiro?
01:57Eu tenho alguns dados aqui.
01:59A fonte é a Agência Brasil,
02:01que fala sobre a campanha de 2022,
02:04a segunda fase, na segunda...
02:07segundo turno da eleição,
02:09que foram apreendidos quase 2 milhões de reais
02:13no Rio de Janeiro e Amapá,
02:15que foram os estados com mais registros,
02:1828 e 27 casos, respectivamente,
02:21Acre e Sergipe, 23 cada.
02:23Ou seja, o que eu quero dizer com isso aqui?
02:25Que mesmo em dia de campanha onde não poderia fazer essa blitz,
02:292 milhões de reais foram apreendidos.
02:32E o crime que mais se contestou aqui,
02:35se concretizou aqui, na verdade,
02:37foi o crime de boca diurna.
02:40Ou seja, pessoas pagando por esses votos.
02:42Então, Capês, o que nós esperamos para as próximas campanhas,
02:45principalmente para essa corrida eleitoral de 2026
02:48que está se aproximando,
02:50é que o TSE, junto com os seus ministros,
02:52faça um entendimento diferente do que pode e do que não pode ser feito,
02:56tentando barrar justamente a lavagem de dinheiro do crime organizado.
02:59Pois é. Eu queria ouvir agora o João Bellucci
03:02com comentários à parte do Felipe Monteiro.
03:05O seguinte ponto.
03:07No ideal, não seria a justiça eleitoral
03:10estar atuando ao lado da Polícia Rodoviária Federal?
03:13Eu sei que, por exemplo, os gaecos
03:15fazem muitas operações com a Polícia Rodoviária Federal.
03:19Eles fazem...
03:20Agora parece que o Ministério da Justiça está suspendendo essas operações,
03:23não estamos entendendo bem por que os gaecos estavam protestando.
03:26Então, um dos casos citados em eleição
03:29foi a Operação Decúrio,
03:31quando mensagens de WhatsApp
03:33trocadas entre membros do PCC
03:36foram interceptadas
03:37e nela os integrantes dessa organização criminosa
03:40combinavam como eleger vereadores
03:43em Ubatuba, Mogi das Cruzes e Santo André.
03:47Ao tratarem do tipo de ajuda que seria dada ao eleitor,
03:50um deles esclareceu, abre aspas,
03:52isso é o WhatsApp bandido falando,
03:54vamos fechar com as famílias em quem deverão votar
03:57e o dinheiro a gente vê mais pra frente.
04:00Não podemos fechar os olhos nessa realidade,
04:02o crime organizado está atuando nas eleições
04:05há muito tempo
04:07e nós não podemos cortar o trabalho da Polícia Rodoviária Federal.
04:10Quero que você comente essa frase com a parte do Felipe Ponteiro.
04:13Perfeito, Capesio.
04:14Como eu coloquei antes, ao proibir blitz em rodovias,
04:17você está dando um recado para o crime.
04:19Pode seguir, agora está perfeito.
04:20Pode transportar armas, drogas, o que vocês quiserem.
04:23Não faz sentido algum a proibição de blitz com vistas de eleição,
04:26até porque o crime organizado...
04:28Vamos dar uma pausa porque é eleição.
04:30Isso não existe.
04:31O crime organizado penetrou todas as esferas da nossa vida social.
04:35Existem diversos comércios onde todos nós temos desconfiança
04:39que seja do crime organizado.
04:40Especula-se que ele tem mais dinheiro hoje operando no mercado legalizado
04:44do que no mercado ilegal.
04:46Vide a questão das próprias bets,
04:48de imaginarmos que diversos empresários surgiram e falaram,
04:50vamos agora investir em bets.
04:52Não me parece que é o caso,
04:53me parece que já havia toda uma estrutura montada
04:55e uma facilitação para outros meios ilegais.
04:58Então é bastante triste que isso aconteça.
05:00Agora, com relação ao crime organizado,
05:01atuar diretamente ali no pleito eleitoral, no dia da eleição,
05:05tem locais que a polícia não entra.
05:07Mas o sistema eleitoral, as urnas entram para fazer a votação.
05:11Se houver, a título de exemplo,
05:12uma câmera nessa sessão eleitoral para fiscalizar os eleitores
05:15onde a polícia não entra,
05:16qual morador vai denunciar isso?
05:18Isso não existe.
05:19Também depois o crime organizado decide,
05:20ó, aqui tem que votar em tal candidato.
05:21Se ele não tiver a votação, depois quem sofre é a população.
05:25A gente está falando de um arranjo institucional no Brasil
05:27que ele se aplica a pequena parte da população.
05:30Uma outra parte, vi de um caso do Rio de Janeiro,
05:32vive sob o julgo do crime organizado.
05:33Então, tudo que a gente está falando para eles não se aplica.
05:35Para eles é uma outra lei, uma outra realidade.
05:37Então, para as pessoas que vivem ali,
05:39isso não se aplica às eleições.
05:40Para essas pessoas é só ir lá e votar em quem o crime organizado mandou.
05:44O crime organizado que está no poder legislativo,
05:47no poder executivo, em todas as esferas de atuação, infelizmente.
05:51Rodolfo Maris pediu uma parte.
05:53Você quer falar sobre a diferença
05:54entre um estado virtual, imaginário,
05:57e um estado real do crime organizado?
05:59É, o que o Benoit falou tem uma certa razão.
06:02Não, está coberto de razão.
06:03Porque em campanha eleitoral,
06:05o crime organizado anda de mão dada com muitos políticos.
06:09Basa você nas periferias, por exemplo, da cidade de São Paulo,
06:12onde as campanhas para vereadores, por exemplo, é feita ao esmo.
06:16As pessoas ali dentro dos comunitários
06:18têm às vezes até que pagar pedágio para alguns candidatos
06:21em troca de votos.
06:22Então, isso também acontece no Nordeste,
06:23porque no Nordeste nós temos várias facções.
06:26Entre elas, o Comando Vermelho e o próprio PCC,
06:29que acabam atuando nisso.
06:30E a gente sabe que uma questão que é bem emblemática aqui
06:33é a lavagem de dinheiro.
06:34E para eles isso é um prato cheio.
06:36Ô, Felipe Ponteiro, você está na minha lista de transmissão.
06:39Você recebe minhas dicas de filmes,
06:41você recebe os meus artigos.
06:42Você chegou a ler esse artigo que eu te mandei?
06:44Portaria do Tribunal Superior Eleitoral
06:47pode prejudicar a ação da Polícia Rodoviária Federal
06:50contra transporte ilegal de eleitores.
06:5230 de setembro de 2024.
06:54Se você não leu, vou te pedir um favor.
06:56Entra no site Conjur.
06:57Põe Fernando Capese.
06:58Pega esse artigo para você dar uma lida.
07:00Comenta tudo isso que eu sei.
07:01Enquanto o Bellucci falava,
07:02não sei por que se balançava a cabeça.
07:04Você quer contestar o quê?
07:06Primeiro, Capese, tudo que você publica eu leio.
07:09Eu até sigo as suas dicas culturais,
07:10os filmes que você indica.
07:12Muito obrigado pelas suas dicas.
07:14Fazem meu fim de semana ser maravilhoso,
07:16graças a você.
07:18Vamos lá, vamos combinar o seguinte.
07:21O ano tem 365 dias.
07:24No único dia das eleições,
07:26é o único dia que a polícia tem que desarticular o crime organizado?
07:30Claro que não.
07:31Óbvio que não.
07:32A Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal...
07:34Eu sou obrigado a te apartear.
07:36Se você me dá uma parte...
07:37Eu sou obrigado a te apartear.
07:38Pode, durante dois...
07:39Estou obrigado a te apartear.
07:41Mas é o único dia que tem transporte eleitor.
07:44Porque nos outros dias não tem eleitor,
07:46porque não tem votação.
07:47Desculpa.
07:48A questão é outra, Capese.
07:49Você tem todo o momento para desarticular o crime organizado,
07:52independente se é por meio de transporte ou não.
07:54Com toda certeza, se tiver dinheiro sendo colocado na mão de eleitores
08:02para votar em determinado candidato que o partido,
08:04que o PCC, que o Bando Vermelho, quer que esse candidato ganhe,
08:07não vai ser só por meio de transporte de passageiro,
08:10que esse dinheiro vai ser mobilizado para cair na mão dessas pessoas.
08:13Então, assim, é um dia diferenciado,
08:16é um dia das eleições, um dia sagrado.
08:18Inclusive, a legislação eleitoral fala que não pode ter prisão
08:21nas 48 horas antes e nem nas 24 horas depois do preto eleitoral.
08:25Ou seja, é um dia típico.
08:28Então, se a justiça eleitoral decidir naquele momento
08:31que não pode, não cabe ter operação da Blitz,
08:34cabe ao Estado da Justiça obedecer.
08:37Porque, querendo ou não, o gagá institucional do Brasil é o STF,
08:42é a justiça eleitoral no momento das eleições.
08:44Então, esse argumento dizendo que a Polícia Federal
08:47e a Polícia Rodoviária Federal têm que impedir o crime organizado,
08:51poxa, é só no dia das eleições ter que impedir?
08:53Claro que não. Não tem lógica nenhuma disso.
08:55Muito bem.
08:56Esse argumento é fajo.
08:57Priscila Silveira, que faz tempo que você não fala, eu quero te ouvir.
09:00Sim.
09:01É claro que não só a Polícia Rodoviária Federal,
09:04mas o Ministério Público, a Polícia Federal, a Polícia Judiciária,
09:07a Polícia Militar, a Guarda Municipal,
09:08têm obrigação de combater o crime organizado todos os 365 dias.
09:12Mas é no dia da votação que tem a urna
09:15que vai ter o transporte legal de eleitores
09:18e transporte de dinheiro para comprar voto.
09:20Se nesse dia ela não puder trabalhar,
09:22o que adianta se organizar todos os outros 364 dias?
09:25É isso que eu queria perguntar.
09:27Eu sei que ele ficou arrepiado, eu quero o seu comentário,
09:29a parte dele, depois você vai falar de novo, Filipe Monteiro.
09:32Você com o Filipe depois.
09:33Eu concordo com você em partes, Capês, em que sentido?
09:36Que o crime tem que ser combatido, sim, a todo tempo, o tempo todo.
09:40Aqui, eu só quero dizer que
09:43vocês estavam discutindo a questão da competência do TSE.
09:46De fato, a competência é privativa do TSE
09:50para poder adotar providências que sejam necessárias
09:54de alguma forma que diga respeito à execução da legislação eleitoral.
10:00Agora, qual foi ali o fundamento que teria sido dado?
10:04E nem foi para combater o crime organizado,
10:07embora a gente saiba indiretamente que ele exista
10:10e que ele está ali mesmo, mancomunado,
10:12juntamente com as pessoas que querem lá determinados candidatos.
10:15Mas o ministro, ele alegou que fazer a Blitz,
10:19ele teria ali uma fonte de denúncia pela polícia
10:24de que alguns candidatos estariam fazendo...
10:28Uso.
10:29Isso, fazendo uso dos ônibus para poder levar eleitores
10:32e votarem de forma obrigada,
10:34o que seria uma violação à liberdade do voto.
10:37Crime eleitoral.
10:38Isso.
10:39E aí, com essa informação, ele falou,
10:41olha, as pessoas têm o direito da livre circulação e dos eleitores.
10:45E aí, nesse ponto, teria, na verdade, um descompasso com os pilares da democracia.
10:51Não estou dizendo que ali estava acontecendo,
10:53mas ele baseou a decisão de obstruir aí nessa situação.
10:59Agora, vamos lá.
11:00De um lado, a gente tem a liberdade do voto,
11:02mas a gente também, se o crime está acontecendo em flagrante,
11:06a polícia também não pode fazer vista...
11:08Isso.
11:09Ela não pode deixar de fazer, até porque, Capês,
11:12se ela deixa, ela tem a obrigação de fazer,
11:14e ela deixa, ela vê lá que um crime em flagrante estaria acontecendo,
11:17ele responde pelo crime que ele deixou de punir.
11:20Então, acho que a polícia aqui não é que mandou mal,
11:23mas eu acho que ficaríamos ali entre bens jurídicos protegidos
11:27e o crime, junto com a liberdade ali de voto, estaria lado a lado.
11:31Isso aí, o PP quer te apartear?
11:34Agora, se eventualmente vai ter algum policial,
11:37um mau policial, que atue criminosamente
11:41e queira se servir de uma blitz como um pretexto
11:45para parar algum ônibus de eleitores,
11:48ele tem que ser responsabilizado.
11:50Mas a gente nem sabe quem está dentro dos ônibus,
11:53se são eleitores do candidato A ou do candidato B.
11:56Como é que você pode, de antemão,
11:58para evitar que um candidato seja favorecido, proibir a blitz?
12:02Na verdade, você não sabe quais são os eleitores que estão sendo transportados?
12:06Continuo sem entender a decisão do Moral Supereleitoral.
12:11A minha questão é institucional, Capricho.
12:13Se o TSE fala que não pode ter blitz no dia das eleições,
12:16não cabe blitz no dia das eleições.
12:18Cabe a Polícia Rodoviária Federal e o Tribunal de Justiça
12:20acatar a ordem do TSE.
12:23Caso não cumpra ordem judicial, isso é crime também.
12:26Isso é crime também.
12:27E tem argumento anterior.
12:28Com toda certeza, o universo de eleitores que estavam no ônibus,
12:34nas rodovias federais, a grande maioria,
12:37isso eu posso afirmar com toda certeza,
12:39não tem nenhum tipo de envolvimento com crime organizado.
12:42Então, ou seja, você vai criar uma operação
12:45para parar o ônibus, todas as rodovias federais,
12:48sob o pretexto de combater o crime organizado,
12:51só no dia das eleições?
12:53Sendo que você tem todo um contexto anterior.
12:56O senador tem dois meses de campanha
12:59para que você pode desarticular o crime organizado,
13:02usar a inteligência para desarticular o crime organizado.
13:04Não, mas só no dia das eleições,
13:06naquele momento sagrado,
13:08que tem que fazer a operação
13:09sob o pretexto de combater o crime organizado.
13:11Isso não faz nenhum sentido.
13:12Felipe Monteiro, o João Beloot e o Rodolfo Mariscal
13:14iam falar, mas quero dizer,
13:16dá a impressão que somente naquele dia,
13:19pela primeira vez desde a sua existência e criação,
13:23a Polícia Rodoviária Federal resolveu fazer blitz
13:26para fiscalizar transportes de eleitores.
13:28Isso aconteceu em todas as eleições.
13:31A exceção não é que ocorreram a blitz só naquele dia,
13:34é não ter acontecido a blitz naquele dia.
13:37E quando você diz, óbvio,
13:38aqui somos todos da área jurídica,
13:40todo mundo sabe que a ordem judicial a gente cumpre,
13:43não tem que discutir, não tem que descumprir,
13:46mas aqui a gente discute, aqui a gente debate.
13:49E o que eu quero saber é o seguinte,
13:50foi correta a decisão do Tribunal Superior Eleitoral
13:53de proibir a fiscalização da Polícia Rodoviária Federal?
13:57Queria rapidamente a opinião de cada um.
13:59Novamente, começando com você, Pepe,
14:01mas falando rapidamente de cada um,
14:02queria ouvir a opinião de cada um.
14:03Foi correta ou não foi correta?
14:05Vocês, como comentaristas, podem emitir a sua opinião.
14:09Eu acho que foi correta, Capricho.
14:10O mais importante na grandeza das eleições
14:12é o eleitor chegar no seu lugar de votação
14:15e exercer o jeito sagrado que é escolher
14:17quem é o seu candidato a presidente,
14:19a deputado federal, a senadora.
14:21Isso que é o mais importante.
14:22Qualquer outra coisa, naquele momento, naquele dia sagrado,
14:26é coisa periférica, é perfumaria, não tem nenhum sentido.
14:29Certo. E se tiver, por exemplo, um transporte de eleitores
14:33vindo como era antigamente?
14:34Na República Velha, sabe como era?
14:36Na República Velha, o voto, os coronéis
14:39pegavam os funcionários da fazenda,
14:42pegavam a cédula,
14:44o coronelzão escrevia quem era o candidato
14:46em que você ia votar,
14:48fechava a cédula no envelope,
14:50lacrava o envelope, entregava pro senhor.
14:52Agora, você vai lá e deposita o envelope na urna.
14:55Sim, mas o que está escrito aí dentro?
14:57Não sei, não precisa saber.
14:59Já coloquei o candidato, você vai votar.
15:01Já está fechado aqui, você vai depositar na urna.
15:03Ele fala, mas eu preciso saber em quem eu vou votar.
15:06E ele dizia, não preciso, o voto é secreto.
15:08Pois é, Capricho.
15:09E você vê, eu acho,
15:11eu discordo da decisão tomada pelo TSE nesse sentido.
15:14A Polícia Federal deve atuar todos os dias.
15:16Discordo também dessa questão de não poder ser preso
15:19em véspera de eleição e, posteriormente, deveria poder,
15:21se sim, não vejo o link entre as duas situações,
15:24mas é o que está na lei e acaba prevalecendo.
15:26Então, nesse dia, o que se pode especular
15:28é que seria o dia D para o crime organizado
15:30transportar drogas e armas em ônibus com passageiros,
15:32já que não vai haver fiscalização.
15:34Então, para o crime organizado é festa.
15:35É o dia D, transporta drogas e armas,
15:37já que não tem fiscalização, põe no ônibus.
15:38E quem está no ônibus nem sabe o que tem dentro do ônibus.
15:40Chegar criminoso, colocar drogas e armas,
15:42as pessoas passageiras não vão saber.
15:44É lamentável e espero que isso não ocorra mais.
15:46Já sim, viu? Já sim.
15:49Armas e drogas são transportadas no ônibus.
15:52Todos os dias?
15:53Todos os dias, sim. Normalmente.
15:54Mas aí, num dia, eu vou deixar...
15:55Uma facilidade absurda.
15:56Mas aí, num dia, sair na imprensa.
15:57O DCE decidiu que não vai aqui.
15:59Esse dia não fiscaliza.
16:00É o dia D.
16:01O Felipe está falando de todos os dias.
16:04Nós estamos falando de uma decisão da justiça eleitoral,
16:06que não é todos os dias, é no dia da eleição.
16:09É isso que nós estamos discutindo.
16:11Então, eu queria ouvir a opinião agora
16:13da comentarista Priscila Silveira.
16:15Capês, se eles tinham certeza
16:18de que ali havia situação flagrancial de compra de votos,
16:21eu acho que eles poderiam romper essa decisão agora.
16:25Como o ministro...
16:27Eu vou com o PP em que sentido?
16:29Num pedacinho, viu, PP?
16:31Se for para assegurar o voto livre, a liberdade de voto,
16:34com a certeza de que ali haveria algum tipo de embaraço
16:38para poder violar essa garantia constitucional,
16:41o TSE tem certo.
16:43Mas eu repito, a Polícia Rodoviária Federal,
16:47havendo ali informações de que teria compra de voto,
16:50crime organizado,
16:52eu acho que ela poderia desobedecer sim a essa ordem,
16:55porque ali eles teriam que combater.
16:56Então, na verdade, se for para não ter a possibilidade
16:59de assegurar o Estado a liberdade de voto,
17:02o TSE tem competência, teria competência para isso
17:05e teria acertado na decisão.
17:08Rodolfo Marins, eu quero a sua opinião.
17:10Eu, sinceramente, capê, eu não sei que mundo
17:13que o Felipe Monteiro está vivendo, sinceramente.
17:16Estou tentando descobrir aqui.
17:18Vocês em casa precisam me ajudar.
17:20Porque 48 horas antes de uma eleição,
17:26você não pode prender ninguém, nem 24 horas depois.
17:28Sabe o que é isso?
17:29É uma licença para o crime organizado atuar.
17:32Ponto final.
17:33Aí o Felipe vem com um argumento de quê?
17:35Ai, que o TSE fez certo porque não pode,
17:37é o livre voto.
17:39Ninguém está falando que a pessoa não tem que votar.
17:41A pessoa pode votar, sim.
17:43Só que com essa licença dada pelo TSE
17:46de que as pessoas não podem receber blitz,
17:48que o ônibus não pode ser fiscalizado,
17:50é uma licença para tráfico de drogas,
17:51para tráfico de armas.
17:53O voto pouco importa, na verdade.
17:55É um crime organizado fazendo tráfico de drogas
17:58intermunicipal e interestadual de um Estado para o outro.
18:02Tem que fiscalizar, sim.
18:04E quem não deve, não teme.
18:06Se a pessoa está indo lá só para votar
18:07ou para visitar os parentes, está tudo bem,
18:09não tem problema nenhum.
18:10Só que se algo ilícito for apontado
18:12e for concretizado,
18:14que for concreto o ácido lícito,
18:16a pessoa tem que ser punida por isso.
18:17Ponto final.
18:18Agora, a gente vive no Brasil,
18:20onde 48 horas antes de uma licença
18:22uma pessoa não pode ser presa,
18:24e 24 horas depois a pessoa também não pode ser presa,
18:26o Brasil continua sendo uma piada.
18:28Nosso sistema jurídico erra nisso,
18:30assim como outras coisas que nosso sistema jurídico tem,
18:33e eu aponto como falha.
18:34Não adianta esse tipo de coisa,
18:36porque está errado.
18:37E cabe ao TSE rever esse fato,
18:39porque o crime organizado lava dinheiro
18:42e trafica através dessa nuance,
18:45dessa chancela que é aberta.
18:46Deixa eu só fazer aqui um comentário,
18:48que até vai ao encontro do que eu disse aqui.
18:51Não pode prender, Rodolfo, com mandado de prisão,
18:54mas em flagrante pode aí,
18:56só para complementar, porque você está certíssimo.
18:59Obrigado por isso.
19:01Só para dizer o seguinte,
19:03se eles tivessem notícia de situação flagrancial,
19:07mesmo em época de eleição,
19:09o flagrante pode ser levado aí.
19:12E é por isso que eu disse,
19:13se a polícia tinha notícia de que há situação flagrancial,
19:16mesmo em época de eleição,
19:18aí pode prender.
19:19Agora, as outras hipóteses de prisão,
19:21por exemplo, prisão preventiva com mandado em aberto,
19:24aí é o cumprimento lá das 48 horas.
19:26Só para dizer que se a Polícia Rodoviária Federal
19:29fez a Blitz e tinha flagrante,
19:32repito, ela tinha que combater sim.
19:34Não tem isso, não tem hora, não tem dia.
19:36E por isso, depois que a gente fica questionando
19:38a atividade da polícia.
19:40A polícia não prende, a polícia é isso.
19:42Então, eu acho que não tem que escolher o momento.
19:44Claro, lembrando, como eu disse há pouco,
19:46desde que não haja, evidentemente,
19:48um embaraço na liberdade de votação.
19:50Agora, Felipe Monteiro, ele perguntou,
19:53o Rodolfo Maris fez uma pergunta ácida.
19:55Em que mundo vive Felipe Monteiro?
19:58Você tem direito...
20:00Você tem direito de responder a essa provocação.
20:03Agora, talvez, a motivação da pergunta seja,
20:06imagine você, o sujeito sabendo uma organização criminosa,
20:10sabendo que naquele dia não vai ter
20:12nem um tipo de fiscalização nas rodovias.
20:15O que vai circular, meu amigo, de dinheiro
20:18para a eleição e não é eleição?
20:20O Rodolfo Maris está com medo da sua resposta.
20:23Eu queria perguntar para ele, a respeito da pergunta do Major.
20:25Agora, o Major está nos assistindo.
20:27Um grande abraço para você, meu amigo.
20:29O Major da Polícia Militar, um grande amigo meu,
20:32perguntou se o PCC para de agir nas eleições.
20:35Essa é a pergunta.
20:37Agora, Felipe Monteiro, você vai ter que estar encrencado.
20:41Eu quero saber, será que o PCC para de agir
20:44durante as eleições?
20:46Será que o PCC não tem interesse em eleger vereadores
20:48por todo o Brasil e até prefeitos?
20:50Quero te ouvir, querido.
20:52Fico preocupado com o seguinte, Capês.
20:54Eu quero entender que mundo que o Rodolfo vive.
20:56Boa!
20:57Um mundo que o PCC, o Comando Vermelho,
20:59só age no dia das eleições.
21:01Só atua no dia das eleições.
21:03Um mundo em que a polícia é burra,
21:05não tem inteligência nenhuma
21:07e achar que só combate o crime organizado fazendo blitz.
21:10Fazendo blitz na estrada da Rua do Velho Federal.
21:12Ou seja, ou seja...
21:14Ou seja, ou seja...
21:16Ou seja, simples assim.
21:18Telespectadores, pense comigo. Simples assim.
21:20Não pode blitz, né? Perfeito.
21:22Só você mapear o ônibus.
21:24O ônibus parou no local.
21:26Não é mais blitz ali. Os eleitores saem.
21:28Entram lá e fazem a fiscalização do ônibus.
21:30Isso não é blitz.
21:31Existem muitas formas que você consegue agir com inteligência.
21:35Claro.
21:36Então esse argumento dizendo que dia das eleições é um...
21:40É um momento em que...
21:41É uma licença.
21:42O que se é dar licença ao crime organizado atuar
21:45é conversinha pra boi dormir
21:47que não se sustenta quando você analisa
21:49sob uma ótica da lógica, não é?
21:51Então é completamente errado e equivocado.
21:53E outra, o PCC, o Comando Vermelho,
21:55o crime organizado atuam no Brasil todo
21:58de forma eficiente durante o ano todo.
22:01Então não vai aumentar durante as eleições.
22:05E tem uma lógica, Rodolfo.
22:06Por que não pode ter prisão durante as eleições?
22:08Sabe por quê?
22:09Tem município que tem poucos habitantes.
22:11Tem poucos eleitores.
22:12Que se a polícia, por exemplo,
22:14amando do prefeito naquela localidade
22:17pudesse modificar as eleições,
22:18só prender os eleitores do adversário.
22:21Sem nenhum tipo de justificativa.
22:22Ou seja, tem uma lógica por trás dessa regra.
22:25Então não dá pra você querer...
22:27Calma aí, Capim.
22:28Você fica aqui do meu lado
22:29tendo que falar pra você no meu ouvido
22:30aqui o tempo inteiro, cara.
22:31Nossa, eu não consigo terminar o argumento.
22:32É impressionante isso, cara.
22:34Fala, fala, vai.
22:35Dá a bola pra você, vai.
22:36Eu quero que você termine.
22:37Não, agora você vai ficar blá, blá, blá, blá
22:39mimir no meu ouvido.
22:40Não, não, eu ia dizer que eu queria chamar
22:41pro debate o João Bellucci,
22:43que faz tempo que não fala.
22:44Mas dá pra eu terminar pra ele falar?
22:45Você pode terminar.
22:46Eu quero te ouvir.
22:47Tava te ouvindo, por favor.
22:48Vai, vai, Bellucci, fala aí.
22:49Não, tá bom.
22:50A pergunta que eu ia fazer pro Bellucci,
22:52já que você se recusa a prosseguir,
22:54é a seguinte.
22:55Parece que o Felipe Monteiro diz que
22:57ele desconsidera a existência do policiamento
23:00ostensivo-preventivo.
23:04Ou seja, o policiamento se faz em blitz
23:06e fiscalização nas estradas,
23:08é um policiamento ostensivo.
23:09Ou seja, ele pré-inibe,
23:11sabendo que tem blitz,
23:13o crime organizado vai ser inibido naquele dia
23:15a fazer transporte de eleitores
23:17ou de dinheiro pra compra de votos.
23:19O Felipe Monteiro diz que é mais fácil
23:21colocar um satélite da NASA
23:23pra saber de que lugar vai sair cada ônibus
23:26em cada dia.
23:27Então agora eu devolvo a palavra pra você,
23:29porque eu te fiz uma provocação
23:30e quero que você responda
23:31pra depois o Bellucci comentar.
23:32É, o ônibus parte de um lugar e vai pra outro lugar.
23:34O ônibus fica transitando o tempo inteiro
23:35na rodovia federal.
23:36Isso é lógico, né?
23:37Se ele parte de um lugar,
23:39se a polícia militar daquela localidade
23:42acha que aquele ônibus
23:43tá sendo incrementado com o produto do crime,
23:46é só ir lá e fazer a bondagem.
23:48O TSE não proibiu isso.
23:49E ele vai pra algum lugar e para em outro lugar.
23:52A única coisa que tá proibida pelo TSE
23:54é blitz nas estradas federais.
23:56No mundo do Capês, no mundo do Rodolfo,
23:58parece que o traficante pega o ônibus
24:01e fica assim o tempo inteiro.
24:02Só a rodovia federal.
24:04Sem nenhum tipo de parada,
24:07nenhum tipo de origem.
24:08Fica assim o tempo inteiro.
24:09Ah, eu tô fugindo.
24:10Brincando, né?
24:11O traficante tá brincando com os eleitores.
24:14Ah, tô brincando aqui.
24:15Eu tô aqui dirigindo o ônibus
24:16cheio de drogas, cheio de armas, né?
24:18E não vou parar nunca, né?
24:19Aqui, conversinha pra eu dormir.
24:21João Belotti, parece que o Felipe Monteiro
24:24pressupõe que a polícia tenha conhecimento
24:28do local e do horário
24:30que sairão todos os ônibus nesse país
24:32pra um determinado local, pra outro.
24:34Como se fosse possível fazer esse mapeamento previamente.
24:38Ônibus que vão sair de madrugada.
24:39Não há inteligência que dê conta num país
24:42com extensão continental como o Brasil
24:44com um crime organizado que fatura
24:46331 bilhões de reais por ano
24:48e que tem ônibus, tem várias maneiras
24:50de corromper agentes públicos
24:52pra conseguir fazer essa partida
24:54assim que a polícia saiba antecipadamente.
24:56Você tá confundindo
24:57policiamento ostensivo, preventivo de blitz
24:59com mapeamento e policiamento de inteligência.
25:02São coisas separadas.
25:04Elas podem estar juntas ou não.
25:06Eu quero ouvir, eu quero...
25:08Não, você disse...
25:09João Belotti, o que você achou
25:10do comentário, então, do Felipe Monteiro?
25:12Ou seja, essa questão que o Pepe mencionou
25:14da lógica, da legislação
25:16que não permite a prisão antes da eleição
25:18e 48 horas depois, enfim,
25:20foi criada numa lógica antiga
25:22de um país antigo, de uma era digital
25:24que sequer existia.
25:25Hoje ela não faz mais sentido
25:26e deveria ser debatida no Congresso
25:28ou até o próprio TSE
25:30revogar, redefinir essa questão legal.
25:33Isso é um ponto.
25:34Outro ponto da questão do transporte,
25:36como eu mencionei,
25:37como se proíbe a blitz em rodovias federais
25:39onde circulam centenas, milhares de ônibus
25:41todos os dias, especialmente
25:43nesse domingo de eleições
25:44onde as pessoas movimentam bastante,
25:45é uma questão que está equivocada
25:47por parte do TSE,
25:48que teve essa determinação,
25:50já que pode se favorecer
25:52o transporte de drogas e armas.
25:53E não é só por ônibus que seriam feitos.
25:55Enfim, de presos que estão
25:57nas saidinhas e não voltarem.
25:59Enfim, toda essa questão
26:00dessa cultura bandidola...
26:01Agora saidinha também no meio.
26:02Agora saidinha no meio.
26:03Não, todos, todos.
26:04Saidinha, todos.
26:05Principalmente esses que não voltam
26:06cometem novos crimes
26:07e ainda recebem todas as benesses
26:10da nossa legislação bandidólatra.
26:12Mas também eles usam...
26:13O crime organizado tem empresa de transporte,
26:15tem posto de gasolina, tem restaurante,
26:17tem tudo.
26:18Refinaria, meu amigo.
26:19Refinaria de petróleo.
26:21Ali é só mais um dos negócios.
26:23Então se sai a notícia na sexta ou sábado,
26:25ó, domingo não pode ter blitz
26:27nas rodovias federais.
26:28Pro crime organizado é aquela história...
26:30Prato cheio.
26:31Prato cheio.
26:32Toca o barco aí, põe todas as armas
26:33que a gente tava precisando,
26:34põe lá no ônibus e vambora.
26:35Priscilia Silveira, começando com você,
26:37é isso que me chama a atenção.
26:38Parece que nós estamos vivendo num mundo bipolar.
26:42Na bipolaridade tem, de um lado,
26:45o atual governo, do outro,
26:47o ex-presidente Jair Bolsonaro.
26:49E é isso e aquilo.
26:50Tudo no país está orbitando
26:52em torno desses dois polos.
26:54E o crime organizado silenciosamente
26:56vai crescendo e dominando
26:57todas as áreas aqui do país.
26:59Então essa é uma questão...
27:00Quando a gente coloca isso no centro,
27:03no epicentro da discussão,
27:04surgem coisas como essa.
27:06E eu digo, vamos prestigiar a nossa polícia,
27:09antes de tudo.
27:10Vamos acreditar na nossa polícia
27:12e dar liberdade pra ela atuar,
27:14fazer quantos bloqueios e blitz ela quiser.
27:17Esse é o ponto que eu queria discutir aqui,
27:19prós e contras dessa ideia.
27:20Capês, toda vez que a gente tem polarização,
27:23não importa se é na política
27:24ou qualquer coisa que o valha,
27:26ela traz pra gente uma cegueira.
27:29Eu digo isso em que sentido?
27:30Impede a gente de analisar juridicamente,
27:34a gente impede muitas vezes.
27:36E é claro que tudo na nossa vida tem política.
27:39Decisões, tudo que a gente faz é decidido
27:41através daquilo que você tem de alguma forma
27:45a ter algum benefício,
27:47seja na política ou não.
27:48Agora, o problema aqui é que
27:50quando você fala do crime organizado
27:52ou das organizações criminosas,
27:54cada vez mais eles vão se filtrando.
27:57Então é óbvio que a gente não adianta reclamar
28:01que o crime organizado,
28:02a organização criminosa está se expandindo,
28:03sendo que a gente faz, muitas vezes,
28:06um caráter omissivo em não repreender
28:09essas organizações.
28:11E isso também se estende como você,
28:13no começo aqui dessa matéria,
28:15você nos disse que havia lá orientações
28:18e diretrizes de organizações criminosas
28:20que estavam infiltradas
28:21ou na pretensa infiltração de algumas cidades.
28:25Você citou Santo André, enfim.
28:26Então, na verdade, cada vez mais
28:29eles vão ganhando braços
28:31e eu acho que a polícia não pode parar.
28:34Nesse sentido, eu acho que,
28:35nesse ponto em específico,
28:36por mais que a gente discuta
28:38sobre a liberdade da votação,
28:40a polícia não poderia parar as atividades.
28:43Agora, repito, a gente tem que ser contra
28:46sempre a organização criminosa
28:48dentro de uma legalidade,
28:49da atuação da polícia,
28:51mas havia ali para fundamentar
28:53a decisão do ministro,
28:54ele disse que tinha tido denúncias
28:56de que um determinado candidato
28:58que estava à frente
28:59e eles estavam buscando ônibus
29:02especificamente desse candidato
29:05que estaria à frente das eleições.
29:07Agora, o crime organizado não dorme, Capês.
29:09Quem dorme é a gente.
29:10A gente fica lá, berço esplêndido,
29:12esperando com que eles cada vez mais
29:15fiquem cada vez mais organizados.
29:17Não importa em qual cenário,
29:18enquanto aqui a gente está discutindo
29:20se o Bolsonaro ou o Lula,
29:23se o Lula ou o Bolsonaro.
29:24Enquanto isso, eles estão lá
29:25crescendo cada vez mais.
29:27Agora, nesse depoimento,
29:28STF houve testemunhas
29:30do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
29:33Tem aí, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal
29:36confirmou ordem para blitz durante as eleições.
29:38Mas tem também um outro depoimento importante
29:41que a gente precisa comentar aqui,
29:43que é do ex-diretor adjunto da ABIN,
29:45que é o Saulo Moreira Cunha.
29:47Ele disse o seguinte,
29:48que foram enviados alertas
29:51sobre o 8 de janeiro
29:52aos órgãos de inteligência federal
29:54desde o dia 2 de janeiro.
29:57Já sabia que haveria uma ação
29:59de grande para médio porte.
30:02Abre aspas,
30:03eu diria que no dia 7 de janeiro
30:05já tínhamos pelo menos informações
30:07de que a manifestação seria
30:09de médio para grande porte.
30:11Apenas no final do dia 7
30:13chegaram os números da Agência Nacional
30:14de Transportes Terrestres de ônibus,
30:16ele declarou.
30:17Então, na verdade,
30:18se o governo já tinha informações,
30:21segundo esse depoimento,
30:23de que haveria uma grande manifestação,
30:26não deveria ter sido feito ali
30:28um escudo de proteção
30:30da esplanada da Alvorada,
30:32dos prédios do STF,
30:33do Palácio do Planalto,
30:35da Câmara dos Deputados?
30:36Ou seja, não tinha ninguém fazendo a vigilância?
30:39Eu não consigo entender
30:40a incompatibilidade entre a informação
30:42prévia a ter chegado
30:44e as providências de proteção preventiva
30:46não terem sido tomadas.
30:48O que você acha desse depoimento,
30:49começando aqui com o Rodolfo Maris
30:51e seguindo depois com o polêmico Filipe Monteiro?
30:54Polêmico, mas sábio, o Filipe Monteiro.
30:57Capês, essa sua informação
31:00foi exatamente o que afastou
31:02o então governador ibanês
31:03do cargo do Distrito Federal.
31:05Porque soube-se que ele tinha recebido
31:08essas informações
31:09e me parece que, até então, entre aspas,
31:11aqui no Carlos Seleviano,
31:12não deu ouvidos a isso,
31:14achando que talvez isso não fosse acontecer.
31:16Desculpe, eu sou obrigado a interrompê-lo,
31:18porque, de acordo com ele,
31:19as informações foram repassadas
31:21ao governo federal a partir de relatórios.
31:23Só para corrigir o ponto.
31:24Sim, mas o ibanês foi recebendo a informação
31:28de que haveria, talvez,
31:29essas pessoas no dia 8 de janeiro
31:30recebidas um dia antes.
31:32Foi o que afastou ele,
31:34inclusive, do cargo de governador
31:36do Distrito Federal.
31:37Aí as investigações mostraram
31:38que ele não tinha nada a ver com isso
31:39e retornou ao cargo.
31:40Fato é que receberam informações
31:43sobre esses ônibus chegando lá,
31:45mas talvez não se atentaram ao fato
31:48e nem se dava também para presumir
31:50o que ia acontecer no 8 de janeiro.
31:52Onde as pessoas invadiram e depredaram
31:55e aconteceu aquele caos todo
31:56que vai entrar para os livros de história
31:58do nosso país, com certeza.
31:59Agora, seria qualquer...
32:01Seria prematura qualquer outra coisa
32:04que eu falasse aqui, Capês,
32:05porque a gente precisa ouvir, de fato,
32:06os depoimentos ao longo do dia.
32:08Isso vai ser mais apurado
32:09e nós teremos aqui uma notícia mais concreta
32:12sobre esse ponto que você trouxe
32:14para a gente falar com um pouco mais
32:15de assertividade.
32:16Pois é, mas ouvinte, o que me chama atenção,
32:18independentemente do depoimento,
32:20é a capital federal do país, do Brasil,
32:26a nona maior economia do mundo,
32:29o maior país da América Latina,
32:31a segunda maior economia do Hemisfério Sul,
32:34um país importante como o nosso,
32:36com o sistema de inteligência que nós temos,
32:39com a Agência Brasileira de Inteligência,
32:40o Gabinete Institucional,
32:42seja a polícia do Distrito Federal,
32:45seja a Polícia Federal,
32:46seja as Forças Armadas,
32:47seja a Polícia do Palácio do Planalto,
32:49seja do STF, seja do Congresso.
32:51Ninguém organizou um bloqueio com policiais
32:55para impedir que as pessoas chegassem até lá
32:57quando houve um deslocamento de ônibus
32:59de milhares de pessoas até lá?
33:01É isso que eu não consigo entender.
33:03Esta omissão em proteger os próprios ali
33:06do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional
33:08e do Supremo Tribunal Federal.
33:10O governo federal não teria também
33:12que ter tomado providências para isolar aquela área?
33:15Ô Capês, por mais que o relatório da Bin
33:18indicasse naquele momento
33:19que ia ter uma grande manifestação,
33:21grande manifestação é contrário de quebra-quebra,
33:24é contrário de invadir o Palácio do Planalto,
33:26invadir o STF, invadir o Parlamento.
33:29São coisas completamente diferentes.
33:30Só porque eu imaginaria grande manifestação,
33:34como tem várias grandes manifestações no Brasil
33:36nos últimos anos da direita pacífica,
33:39como algo normal e natural de uma democracia.
33:41Nunca imaginaria na minha cabeça
33:43que grande manifestação significaria no final
33:46a depredação do patrimônio público,
33:48no final a invasão de prédios públicos,
33:50no final a ocupação do STF,
33:52a ocupação do Palácio do Planalto.
33:54Então são coisas completamente diferentes, Capês.
33:56Agora, é claro que no Brasil
34:00poderia ter tido uma atitude mais proativa
34:03do governo federal
34:04e cercar o prédio público naquele momento.
34:07Poderia.
34:08Mas isso eu estou falando agora,
34:09depois de anos que passou,
34:11de meses que passou o 8 de janeiro.
34:14Naquele momento ali,
34:15não sei se algo que não aconteceu antes no Brasil
34:19pudesse acontecer naquele momento.
34:21Então eu vejo com naturalidade
34:22que grande manifestação da Bin
34:24como um grande poder de mobilização
34:26da direita naquele momento.
34:28Agora, nunca imaginaria que fosse chegar ao ponto que chegou.
34:30Muito bem. João Bailote.
34:31Eu acho que o Filipe Monteiro nunca imaginaria
34:33porque ele, a despeito de ser um brilhante publicista
34:37e um brilhante advogado na área empresarial,
34:39ele não é uma figura da área da segurança pública.
34:43Evidentemente, mas ele não tem obrigação de imaginar.
34:46Agora, uma autoridade policial, uma autoridade militar,
34:50um ministério público,
34:51alguém que trabalha preventivamente com segurança pública,
34:54claro que tem obrigação e o dever de imaginar
34:57que qualquer manifestação próxima a prédios públicos
35:00é potencialmente perigosa.
35:02E eu fico a imaginar como é que não se criou ali
35:05um escudo para proteger os prédios,
35:09a aproximação popular.
35:10As pessoas estavam subindo a rampa do Palácio do Planalto livremente,
35:14entrando no prédio do Supremo Tribunal Federal
35:16como se fosse uma quitanda.
35:17Isso realmente não choca a falta de policiamento ali?
35:21Até agora eu não consegui entender.
35:23Pois é, Capês.
35:24E você veja que as pessoas avançaram.
35:26Me parece que houve alguma facilitação
35:28se houve que essas pessoas sejam punidas.
35:30Muitas estão sendo julgadas agora
35:32na questão do que se convencionou chamar
35:34de tentativa de golpe de Estado.
35:36Então, assim, se houve facilitação, que se puna.
35:38Mas se essas pessoas invadiram os prédios
35:40que se punam pelos danos ao erário,
35:43enfim, ao patrimônio público,
35:44isso deve ser punido, de fato,
35:46como já há previsão na legislação.
35:48Como a gente vem sempre falando,
35:50não há toda essa materialidade
35:51para se configurar um golpe de Estado.
35:53Ao invés de tanques, haviam bíblias.
35:55Ao invés de armas, haviam vendedores de algodão doce.
35:58Então, assim, faltam ali os elementos básicos
36:00que a história nos ensina que seria necessário
36:02para um golpe de Estado,
36:03ainda mais num dia de domingo, sem expediente.
36:06Houve um quebra-quebra, isso é inegável.
36:07A narrativa do golpe institucionalmente ganhou,
36:11vem ganhando,
36:12então não se sabe como vai ser a decisão,
36:15a tendência é que todos sejam condenados
36:17pela tal da tentativa de golpe de Estado.
36:20E o Anderson Tolles foi um desses símbolos.
36:22Ele chegou logo no início,
36:23o próprio governador do Distrito Federal,
36:25o Ibanez, chegou até a ser afastado,
36:27porque teria, de alguma forma,
36:29permitido que fosse facilitado.
36:31O Anderson Tolles mencionou na época
36:32que estava nos Estados Unidos,
36:33o que foi comprovado posteriormente.
36:34Então, assim, há diversos e diversos elementos
36:36que não estão muito claros
36:38e há muita dificuldade para essas pessoas se defenderem.
36:41Muitos advogados alegam que sequer tiveram acesso
36:43a integrar dos documentos,
36:45a integrar dos autos.
36:47E você ainda tem todos sendo julgados
36:49no Supremo Tribunal Federal.
36:51Em Missa, a maioria das pessoas
36:52sequer foram privilegiadas,
36:53e mesmo o Jair Bolsonaro
36:55já estava fora da presidência.
36:57Então, deveria ser tudo remetido
36:58para a primeira instância.
36:59Como não vai ser,
37:00essas pessoas terão o recurso
37:01dentro do próprio Supremo Tribunal Federal.
37:04Então, assim, não me parece o correto
37:06dentro da legislação brasileira.
37:08Muito bem.
37:09Eu aprecio sempre a calma do João Beloot.
37:11João Beloot é aquele que dorme na montanha russa
37:13na hora do looping.

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