Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 27/05/2025
Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal, revelou ter sido instruído pelo Ministério da Justiça a realizar fiscalizações em ônibus no contexto das eleições de 2022. O depoimento foi dado nesta terça-feira (27) ao Supremo Tribunal Federal, como parte das investigações em curso.

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no X:
https://x.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#LinhaDeFrente

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00:00Vamos começar, então, com polêmica, né?
00:00:03O ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal,
00:00:09de Jairlon Henrique Moura,
00:00:12confirmou que recebeu ordens do Ministério da Justiça
00:00:16pra fazer blitz em ônibus durante as eleições de 2022.
00:00:22Ele prestou depoimento na manhã de hoje
00:00:25no Supremo Tribunal Federal.
00:00:27E quem acompanhou tudo foi o Bruno Pinheiro,
00:00:30que traz todas as informações.
00:00:33Boa tarde, Bruno Pinheiro.
00:00:35O que é isso? Confessando um crime eleitoral?
00:00:38Quero te ouvir.
00:00:41Ótima tarde a você também, Fernando Capês,
00:00:44ao Felipe Monteiro, Rodolfo Maris,
00:00:46e quem nos acompanha aqui na Jovem Pan,
00:00:48sempre uma alegria, uma satisfação.
00:00:50Uma oitiva longa, na verdade,
00:00:52esta oitiva de hoje, o importante depoimento
00:00:55no Supremo Tribunal Federal.
00:00:57Essas audiências que estão acontecendo de forma remota
00:01:00e de fato veio essa revelação
00:01:02que diversas reuniões aconteceram
00:01:05no Ministério da Justiça,
00:01:07tanto com os agentes da Polícia Rodoviária Federal,
00:01:11da Polícia Federal,
00:01:12com secretários do Ministério da Justiça
00:01:15e com Silvio Neivasques,
00:01:17que é o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal
00:01:20e também o ministro Anderson Torres.
00:01:23Eles colocaram à disposição
00:01:24cerca de 5 mil homens da Polícia Federal
00:01:27e 4 mil homens da Polícia Rodoviária Federal
00:01:31e que ainda foi informado
00:01:33que onde os agentes da Polícia Federal
00:01:36tivessem dificuldade de chegar
00:01:38os agentes da Polícia Rodoviária Federal
00:01:42iriam auxiliá-los, iriam chegar
00:01:44até eles conseguirem acessar
00:01:46e esclarecer e investigar
00:01:48essas informações.
00:01:49Que a ideia era justamente o que?
00:01:52Que estavam saindo de São Paulo
00:01:54e do Centro-Oeste
00:01:55indo para a região Nordeste
00:01:57e fiscalizar esses ônibus sim.
00:02:00Essa operação aconteceu durante 7 dias.
00:02:04Já no segundo turno das eleições
00:02:06houve uma nova reunião.
00:02:08Ainda que tinha uma ordem
00:02:09do ministro Alexandre de Moraes
00:02:11que esse tipo de operação
00:02:13não acontecesse naquele final de semana
00:02:16do segundo turno das eleições
00:02:18no último dia 26 antes das eleições
00:02:22já tinha uma ordem de serviço
00:02:25para uma nova operação.
00:02:28Durante essa reunião então
00:02:30ficou confirmado que havia essa operação
00:02:33e que a ideia era de fato
00:02:35fiscalizar esses veículos.
00:02:37O que foi revelado hoje?
00:02:39Que jamais veio uma orientação
00:02:41para dificultar a vida do eleitor
00:02:44seja em qualquer região
00:02:46ou de um candidato específico.
00:02:49E que essa operação do segundo turno
00:02:52não aconteceu exclusivamente
00:02:54na região do Nordeste
00:02:56e sim em todos os estados da federação.
00:02:59E que essas abordagens
00:03:01levaram em torno de 15 minutos.
00:03:04Ou seja, que foi algo muito rápido
00:03:06mas que ainda assim veio uma ordem
00:03:08mesmo que ignorando
00:03:10esta decisão do ministro Alexandre de Moraes.
00:03:13Um dia antes de iniciar as eleições
00:03:16por volta de 8 da noite aproximadamente
00:03:19chegou esta decisão do ministro
00:03:22a assessoria da Polícia Rodoviária Federal
00:03:25não quis fazer um questionamento
00:03:27se isso só estava sendo direcionado
00:03:30para os carros ou para os ônibus
00:03:33e aí ainda assim essa operação aconteceu.
00:03:35Eles reafirmam que a ideia era
00:03:37impedir o transporte de valores
00:03:39e até mesmo de eleitores também.
00:03:41Diante disso acabou sendo necessário
00:03:45o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal
00:03:47ser chamado pelo ministro Alexandre de Moraes
00:03:50para dar esclarecimentos
00:03:52e na mesma hora ele autorizar
00:03:55que essa operação encerrasse.
00:03:58Um dia importante hoje com várias revelações
00:04:01além disso sobre a agência de inteligência também.
00:04:04Rapidamente só para a gente entender
00:04:06que no dia 2 de janeiro
00:04:08já alertava tanto o GSI
00:04:10como órgãos do governo federal
00:04:14e que tinha esse convite
00:04:16nas redes sociais para uma manifestação.
00:04:18Até o dia 6
00:04:20esse convite não tinha uma alta adesão
00:04:22mas entre os dias 6 e os dia 8 de janeiro
00:04:26isso aumentou e muito
00:04:28só para você ter uma ideia
00:04:30no dia 8 de manhã
00:04:32mais de 100 ônibus já estavam aqui
00:04:34na capital federal
00:04:36e somente no dia 8
00:04:38às 8h50 da manhã
00:04:40que a agência de inteligência
00:04:43e que os manifestantes
00:04:45teriam um acompanhamento
00:04:47um movimento
00:04:49lá do acampamento
00:04:51até aqui na esplanada dos ministérios
00:04:53e foi justamente quando essa invasão aconteceu.
00:04:55Então de acordo com a agência de inteligência
00:04:57eles tinham a informação
00:04:59esses alertas e esses relatórios
00:05:01foram enviados para o GSI
00:05:03e para órgãos do governo federal
00:05:05na reta final também
00:05:07informaram a Secretaria de Segurança
00:05:09do Distrito Federal
00:05:11e aí a gente já sabe
00:05:13qual foi o desfecho dessa história
00:05:15acabando com as invasões aqui
00:05:17na capital federal e se tornando
00:05:19esse inquérito de oitivas
00:05:21que estamos acompanhando no Supremo Tribunal
00:05:23Federal. Fernando Capes
00:05:25Excelentes e precisas
00:05:27as informações do
00:05:29arguto repórter Bruno Pinheiro
00:05:31vamos agora debater aqui entre nós
00:05:33estas informações
00:05:35e eu vou começar já com Felipe Monteiro
00:05:37ao contrário
00:05:39do que eu perguntei
00:05:41o depoimento Felipe
00:05:43foi no estilo de que foi realizada
00:05:45o Ministério da Justiça deu uma ordem
00:05:47absolutamente legal
00:05:49que para fiscalizar
00:05:51transporte de dinheiro vivo
00:05:53vindo da região centro-oeste
00:05:55e sudeste
00:05:57para irrigar as eleições
00:05:59de maneira em caixa dois
00:06:01as eleições ali do nordeste
00:06:03e combater também o transporte de eleitores
00:06:05que é muito comum sobretudo
00:06:07nas cidades mais do interior, mais afastadas
00:06:09da região nordeste
00:06:11e que ocorreu em todo o país
00:06:13e o segundo ponto importante, eu quero que você comente
00:06:15é que de acordo com a
00:06:17ABIN, as informações prestadas pela ABIN
00:06:19o governo federal já em
00:06:212023, esse governo
00:06:23aqui, tinha todas as
00:06:25informações de que haveria uma manifestação
00:06:27e no entanto não houve
00:06:29nenhum policiamento, nada que
00:06:31protegesse os próprios do Palácio
00:06:33do Planalto, do Congresso Nacional
00:06:35e do Prédio do Supremo Tribunal Federal
00:06:37dois depoimentos importantes
00:06:39como é que você os vê
00:06:41e como é que eles podem contribuir
00:06:43para a análise do que verdadeiramente
00:06:45aconteceu, narrativa
00:06:47versus fato
00:06:49Capês, na minha opinião, esse exemplo
00:06:51ele mostra a histeria
00:06:53da discussão política no Brasil
00:06:55nesse momento, a narrativa
00:06:57durante as eleições, era que o governo
00:06:59por meio do Ministério da Justiça
00:07:01e da Polícia Rodoviária Federal
00:07:03estaria impedindo os eleitores
00:07:05de votarem ao fazer blitz
00:07:07mas é normal em período eleitoral
00:07:09ter blitz na rodovia do país todo
00:07:11é normal, por exemplo, a
00:07:13Polícia Rodoviária Federal se articular
00:07:15para evitar que políticos paguem ônibus
00:07:17para transportar eleitores, o que é proibido
00:07:19por lei, é normal a Polícia Rodoviária
00:07:21Federal fazer operação
00:07:23para impedir a mobilização de
00:07:25dinheiro financeiro, para
00:07:27irrigar por meio de Caixa 2
00:07:29a compra de votos de eleitores
00:07:31no Brasil inteiro, e aí a narrativa
00:07:33diz que o que?
00:07:35diz que a Polícia Rodoviária Federal estaria impedindo
00:07:37os eleitores de chegarem no seu local
00:07:39de votação, o que é uma mentira
00:07:41o que é uma baita mentira, até porque
00:07:43a operação em média
00:07:45durou 15 minutos cada uma das operações
00:07:47agora, por outro lado
00:07:49é bom lembrar um fator que eu acho que é importante
00:07:51que na véspera da operação
00:07:53o Alexandre de Moraes
00:07:55e o Tribunal Superior Eleitoral havia
00:07:57dado uma orientação para não ter
00:07:59operação Polícia Rodoviária Federal
00:08:01então, você vê claramente
00:08:03que por outro lado
00:08:05apesar das operações
00:08:07serem normais durante as eleições
00:08:09havia uma determinação da Justiça
00:08:11a gente pode até avaliar se
00:08:13essa determinação é legal
00:08:15ou é ilegal, mas havia uma determinação da Justiça
00:08:17de que não poderia ter o tipo de
00:08:19operação da Polícia Rodoviária Federal
00:08:21então, no meu entender
00:08:23apesar de achar normal
00:08:25a operação Polícia Rodoviária Federal, não dá
00:08:27para eles também achar que é normal
00:08:29a Polícia Rodoviária Federal, Ministério da Justiça
00:08:31não cumprir
00:08:33uma ordem da Justiça Eleitoral
00:08:35então, aí
00:08:37é a minha questão maior
00:08:39agora, a narrativa que eu ia colocar aqui, que eu acho um absurdo
00:08:41é achar que a eleição
00:08:43iria mudar por conta
00:08:45da operação Polícia Rodoviária Federal
00:08:47até porque, Capim, você fez uma conta aqui básica
00:08:49um ônibus cabe em
00:08:5130, 40 pessoas sentadas
00:08:53se tivesse mil ônibus
00:08:55é 40 mil leitores
00:08:57o que nem chegou perto de mil ônibus
00:08:59ou seja, essa narrativa dizendo que
00:09:01essa operação Polícia Rodoviária Federal tinha o condão
00:09:03de mudar o estado das eleições
00:09:05é uma baita de uma narrativa falsa
00:09:07que não tem nenhum amparo na realidade
00:09:09então, ô João Belluto
00:09:11é que eu não entendo
00:09:13a função da Polícia Rodoviária Federal
00:09:15não é vigiar
00:09:17as estradas
00:09:19as rodovias
00:09:21e numa época de eleição
00:09:23o trânsito de dinheiro
00:09:25sacos de dinheiro
00:09:27de caixa 2
00:09:29pra pagar eleitores
00:09:31pra pagar a boca de urna
00:09:33não é a função da Polícia Rodoviária Federal
00:09:35fiscalizar o trânsito nas rodovias
00:09:37pra ver se tem transporte de eleitores
00:09:39se tem ônibus lotado
00:09:41de eleitores que receberam dinheiro pra votar
00:09:43levando esses eleitores até as urnas
00:09:45e aí, como é que a justiça eleitoral diz
00:09:47não, não pode fiscalizar
00:09:49essa questão que eu não consigo entender
00:09:51e a narrativa
00:09:53colocada aqui pelo nosso querido Felipe Monteiro
00:09:55queria que você analisasse isso
00:09:57e também o fato
00:09:59de que a BIM já tinha avisado
00:10:01que ia ter a manifestação
00:10:03como é que uma manifestação ali
00:10:05de 3, 4 mil pessoas
00:10:07andando por Brasília
00:10:09que se deslocaram do Brasil inteiro
00:10:11ninguém nas rodovias não ficou sabendo
00:10:13a BIM não soube, não teve tempo
00:10:15de proteger os prédios
00:10:17então, esses dois pontos aqui
00:10:19são depoimentos importantes
00:10:21que também não podem ser desconsiderados
00:10:23queria te ouvir, porque eu não entendi
00:10:25porque que esses depoimentos foram
00:10:27de testemunhas de defesa
00:10:29quando na verdade tinham que integrar a investigação
00:10:31desde o início
00:10:33pois é, boa tarde Capês, todos os colegas da mesa e toda a audiência
00:10:35essa história, né, do tal do golpe
00:10:37ela tem várias, pra ser bastante
00:10:39assim, conciso
00:10:41várias pontas soltas, e essa é uma das principais
00:10:43essa questão dos ônibus
00:10:45como o Felipe mencionou aqui
00:10:47essa questão temática provaria que ainda que se fizesse
00:10:49operações em todas as estradas, parassem
00:10:51muitos e muitos ônibus
00:10:53o efeito eleitoral seria muito, muito pequeno
00:10:55é dever, é mistério
00:10:57é incumbência da Polícia Federal essa fiscalização das estradas
00:10:59vem fazendo, é sempre por
00:11:01amostragem, seria impossível
00:11:03fiscalizar todos os ônibus, todos os carros
00:11:05que passam, então já é naturalmente uma fiscalização
00:11:07por amostragem, igual ocorre
00:11:09em fronteiras, aqui na tríplice fronteira
00:11:11não tem como parar todos os carros
00:11:13todos os ônibus, então, já é uma coisa assim
00:11:15todas essas
00:11:17histórias relativas ao golpe
00:11:19sempre que você dá dois passinhos pra trás
00:11:21peraí, igual essa questão, a Polícia Federal
00:11:23vai parar um monte de ônibus pra ter impacto eleitoral?
00:11:25vamos ver aqui, igual o que o Felipe falou, 40 ônibus
00:11:27enfim, 4 mil ônibus, o que seja
00:11:29o impacto eleitoral é muito pequeno em termos
00:11:31de Brasil, quando você tem milhões e milhões
00:11:33de eleitores, então assim, o sufragio
00:11:35ocorreu, todos votaram, que quiseram votar
00:11:37ou não, quem anulou, enfim
00:11:39parte das pessoas sequer estava indo
00:11:41ao Nordeste, como foi colocado, ônibus
00:11:43saindo de São Paulo e do Centro-Oeste com destino
00:11:45ao Nordeste, muitas nem estavam indo pra votar
00:11:47muita gente sequer vota, a abstenção é da ordem
00:11:49de quase um terço dos eleitores, então
00:11:51muita gente sequer tem essa preocupação eleitoral
00:11:53essa preocupação política
00:11:55e aí cria-se toda essa história, o ataque
00:11:57às urnas, que seria impossível você atacar
00:11:59uma urna, teria que dar uma pancada na urna
00:12:01ataque ao sistema eleitoral
00:12:03o sistema eleitoral não pode ser questionado?
00:12:05enfim, são várias dessas questões
00:12:07como foi colocado pelo Bruno Pinheiro
00:12:09perfeitamente, as operações duraram em média 15 minutos
00:12:11bastante rápidas, então assim, não teve
00:12:13o impacto, até hoje
00:12:15o Braga Neto, se salvo
00:12:17o melhor juiz, ainda está preso, há várias
00:12:19semanas, na minha visão não tem uma
00:12:21justificativa, e agora tem esses depoimentos
00:12:23na CPS, que está uma grande confusão
00:12:25porque os inquéritos
00:12:27eles foram misturados, prolongados
00:12:29os prazos
00:12:31então assim, na minha visão existem muitas ilegalidades
00:12:33especialmente de ordem processual
00:12:35que podem no futuro, se houver
00:12:37as condições normais de temperatura e pressão no Brasil
00:12:39eles serem revogados, assim como ocorreu
00:12:41em parte da Lava Jato, que na minha visão não deveria ter sido integralmente
00:12:43desmontada
00:12:45mas a tendência é que isso ocorra no futuro no Brasil
00:12:47mas me parece que
00:12:49toda essa história
00:12:51estão analisando especialmente o impacto eleitoral
00:12:53CPS. Pois é, Priscila Silveira
00:12:55a gente sabe que o crime
00:12:57organizado tem um papel
00:12:59muito importante
00:13:01na desorganização
00:13:03das eleições
00:13:05ou seja, tem
00:13:07determinados redutos
00:13:09que o crime organizado chega e diz, olha, se não vierem votos
00:13:11pra esse candidato
00:13:13aqui, nós vamos punir vocês
00:13:15nós vamos dar toque
00:13:17de recolher, fechar comércio
00:13:19então eu quero que venham os votos
00:13:21e a gente sabe qual é a zona eleitoral de vocês
00:13:23o transporte de eleitores
00:13:25também é outra coisa que vicia as eleições
00:13:27como proibir que a Polícia Rodoviária Federal
00:13:29fizesse bloqueios
00:13:31e fiscalizasse
00:13:33o livre trânsito de dinheiro por ônibus
00:13:35de eleitores sendo levados
00:13:37como gado pra votar, queria te ouvir
00:13:39Boa tarde, Capês, aos meus colegas aqui
00:13:41da bancada, toda a nossa audiência
00:13:43Capês, a gente bem sabe
00:13:45que quando se trata
00:13:47de eleições, principalmente, não só
00:13:49mas principalmente no interior desse Brasil
00:13:51há realmente pessoas
00:13:53ou existem pessoas que utilizam
00:13:55transportes pra chegar até o seu local de votação
00:13:57mas, como você bem disse
00:13:59tem pessoas que pagam pra votar
00:14:01tem pessoas que não tem o que comer, por exemplo
00:14:03que não recebem algum tipo de valor
00:14:05pra ir lá votar
00:14:07num determinado candidato, candidato X ou Y
00:14:09mas aqui eu quero chamar a atenção pra 3 pontos
00:14:11com relação ao que
00:14:13foi colocado aqui
00:14:15tanto pelo Bruno Pinheiro
00:14:17como também pelo depoimento do Djair Lom
00:14:19Primeiro, o TRE
00:14:21por que tudo isso surge?
00:14:23o TRE disse que
00:14:25essa blitz que estaria proibida
00:14:27que seria uma atividade da Polícia
00:14:29Rodoviária Federal, mas que não deveria ser
00:14:31feita, poderia
00:14:33ter atrasado, pode ter
00:14:35atrasado a chegada
00:14:37das pessoas no local da votação
00:14:39primeiro, não se afirma que isso
00:14:41aconteceu, então esse é o primeiro ponto
00:14:43segundo ponto
00:14:45aqui trazido até pelo Bruno
00:14:47o próprio depoente
00:14:49o Djair Lom, ele disse que
00:14:51os ônibus não eram exclusivos
00:14:53do Nordeste, e a determinação
00:14:55de se fazer essa
00:14:57abordagem, pra poder ver se
00:14:59tinha transporte ilegal
00:15:01de votantes aí, não se restringe
00:15:03ao Nordeste, mas a gente bem sabe
00:15:05que no Nordeste
00:15:07está a maior concentração daquelas
00:15:09pessoas que votam para o atual governo
00:15:11então isso chama um pouco a atenção
00:15:13não exclusivo, mas a maioria
00:15:15e uma outra coisa que aqui também me chama
00:15:17atenção é que não teve o dolo, é claro
00:15:19que se ficar, aqui a gente está levando como
00:15:21base o depoimento do Djair Lom
00:15:23e ele diz que não teve a intenção
00:15:25de prejudicar os eleitores, então ali
00:15:27estaria esvaziado o que nós chamamos
00:15:29de elemento anímico, ânimo
00:15:31o que é isso? Exigido para o
00:15:33tipo penal que se imputa, então
00:15:35não teria ali a intenção de
00:15:37prejudicar, restringindo
00:15:39o exercício político que é
00:15:41o que se desdobra do tipo penal
00:15:43o capês colocado lá no artigo
00:15:45359-P do nosso Código Penal
00:15:47então ali... doutora, doutora
00:15:49não, eu estou explicando, eu sei, mas a turma às vezes não entende
00:15:51se tem o juridiquês, olha lá
00:15:53eu não estou entendendo, claro que está
00:15:55se eu falo que não tem dolo
00:15:57ele não tem, ou não teria, eu expliquei
00:15:59ele não teria a intenção
00:16:01de prejudicar, o que é a ausência de dolo?
00:16:03só repetindo, ele não teria
00:16:05a intenção de prejudicar
00:16:07ali, a restrição
00:16:09ao exercício político
00:16:11se ele não tem esse dolo, o capês
00:16:13que eu acabei de explicar, não teria então
00:16:15a configuração do tipo penal
00:16:17que se chama aí restrição
00:16:19do exercício político, e por fim, não menos importante
00:16:21ele também fala
00:16:23que não foi a intenção de dificultar o acesso
00:16:25o que também vai ao encontro
00:16:27do que ele diz, porque 15 minutos
00:16:29não teria, é claro que se
00:16:3115 minutos ele é feito próximo das 5 horas
00:16:33aí sim prejudicaria
00:16:35mas 15 minutos, bem antes
00:16:37de se fecharem os portões
00:16:39não teria por si só
00:16:41a possibilidade também de atrasar essa votação
00:16:43então, nesse sentido
00:16:45eu não visualizo, né, omissão
00:16:47ou condutas que poderiam ser imputadas
00:16:49tais como foram colocadas
00:16:51agora, só um parentes pra fechar
00:16:53ele disse aqui, né, que ele recebeu
00:16:55ordens do ministro
00:16:57Anderson Torres
00:16:59se ele recebe ordem
00:17:01e essa ordem é
00:17:03cristalinamente ilegal, o que que é isso, capês?
00:17:05eu não posso o meu chefe mandar
00:17:07eu cair, eu enquanto funcionário público
00:17:09se meu chefe manda eu cair num buraco, eu não posso cair
00:17:11colocando em letras aí, né, mais
00:17:13fáceis de serem entendidas, então ele deveria
00:17:15se isso era
00:17:17ilegal, ele não poderia ter feito
00:17:19então ele deveria ter falado, olha, eu não vou
00:17:21fazer a paralisação
00:17:23aí, não vou fazer abordagem porque é
00:17:25ilegal, o que eu não visualizo
00:17:27é ilegalidade
00:17:29Rodolfo Maris
00:17:31tivemos uma aula aqui agora, capês
00:17:33uma aula agora sobre
00:17:35o processo, né, bom, boa tarde
00:17:37capês, boa tarde meus amigos de bancada, você que tá em casa
00:17:39aqui eu vejo dois pontos
00:17:41que a gente tem que discutir, primeira, a proibição
00:17:43do TSE lá em 2022
00:17:45sobre blitz e apostas
00:17:47em dias de eleições, essas blitz
00:17:49foram feitas quando, em que momento
00:17:51essas blitz foram autorizadas
00:17:53pelo ministro Anderson Torres, até então o ministro
00:17:55Anderson Torres, será que cabia
00:17:57o ministro fazer essas blitz ou não
00:17:59nós não sabemos de fato porque essa é a grande
00:18:01briga jurídica que ocorre agora
00:18:03lá no STF, o que poderia
00:18:05e o que não poderia, o Anderson Torres
00:18:07na sua condição de ministro, ele tinha autoridade
00:18:09pra manter essa blitz
00:18:11ou tinha que seguir a ordem do então
00:18:13ministro do TSE de não
00:18:15ter blitz nesses dias, você vê que eles
00:18:17lá começam a brigar, eles brigam
00:18:19entre eles em relação a isso e cabia
00:18:21nós tentar colocar como uma
00:18:23comunicação clara o que de fato tá acontecendo
00:18:25capês, essas
00:18:27essas quedas de braço que
00:18:29ocorrem dentro do STF
00:18:31sobretudo nessas investigações
00:18:33sobre essa questão do 8 de janeiro
00:18:35ainda vai dar muito pano pra manga, como diz
00:18:37a minha mãe, uma hora é uma coisa
00:18:39outra hora é outra coisa, eu quero me atentar aqui
00:18:41a um fato
00:18:43que é bem interessante, porque em época
00:18:45de eleição, por exemplo, as rodoviárias
00:18:47de São Paulo, que tem aqui na rodoviária
00:18:49do Tietê, que transporta, né,
00:18:51seus passageiros para o norte e nordeste
00:18:53eles têm um aumento significativo
00:18:55de 11,4%
00:18:57em época de eleição
00:18:59aí como o meu amigo Belut
00:19:01colocou aqui, nem sempre essa
00:19:03quantidade de pessoas, esse aumento de 11%
00:19:05quer dizer que todas
00:19:07essas pessoas são votantes, eles
00:19:09aproveitam essa condição da eleição
00:19:11para irem visitar
00:19:13os seus parentes, cabe agora entender
00:19:15se isso teve alguma mudança
00:19:17ou teve algum significado
00:19:19importante dentro do
00:19:21pleito de 2022
00:19:23se houve algum tipo de malefício
00:19:25tem que ser punido, se não houve
00:19:27é estar tudo dentro da constituição e houve
00:19:29uma normalidade, já que
00:19:31cabe a polícia rodoviária federal fazer
00:19:33essas blitz, aí eu volto aqui no princípio
00:19:35da minha oratória, cabe agora
00:19:37ao TSE tentar
00:19:39colocar aqui se o Anderson Torres tinha
00:19:41essa autorização para fazer essas blitz
00:19:43ou não, uma vez que as eleições
00:19:45ocorreram de forma legítima
00:19:47agora, meu querido
00:19:49Felipe Monteiro, eu queria
00:19:51te convidar aqui o nosso
00:19:53telespectador ouuvinte
00:19:55se você tiver interesse, entre no
00:19:57site consultor
00:19:59jurídico, consultor jurídico
00:20:01conjur
00:20:03em setembro de 2024
00:20:05olha, já vai fazer
00:20:07vai fazer um ano né, eu escrevi um artigo
00:20:09criticando
00:20:11uma portaria da justiça eleitoral
00:20:13do tribunal superior eleitoral
00:20:15que proibia blitz
00:20:17dizia o seguinte, portaria do tribunal
00:20:19superior eleitoral pode prejudicar
00:20:21a ação da polícia rodoviária
00:20:23federal contra
00:20:25transporte legal de eleitores
00:20:27tá, se a produção tiver
00:20:29depois eu coloco pra vocês darem uma olhada
00:20:31nesse artigo, e é sobre isso que eu quero
00:20:33perguntar pra você, meu querido Felipe Monteiro
00:20:35tem uma lei antiga
00:20:37que é de 1974
00:20:39que é a lei
00:20:41etelvino-linz
00:20:43lei 6091 de 1974
00:20:45ela diz o seguinte
00:20:47ela proíbe terminantemente
00:20:49o transporte de eleitores
00:20:51e considera crime o transporte
00:20:53de eleitores, e a polícia rodoviária
00:20:55federal tem a obrigação legal
00:20:57de vigiar as estradas
00:20:59realizar blitz pra impedir o
00:21:01transporte de eleitores
00:21:03pra voto de cabresto
00:21:05você consegue imaginar o que teria motivado
00:21:07a justiça eleitoral a proibir que a polícia
00:21:09rodoviária federal fiscalizasse
00:21:11transporte de eleitores e que realizasse
00:21:13os bloqueios nas rodovias?
00:21:15ô capê, não sei se você se lembra
00:21:17que durante as eleições, as últimas eleições
00:21:19tava sendo discutida exatamente a ideia
00:21:21de transporte gratuito para eleitor
00:21:23se a prefeitura poderia
00:21:25fornecer transporte para
00:21:27os seus eleitores irem
00:21:29votar, então tava tendo uma discussão
00:21:31em um momento muito grande sobre isso, sobre usar
00:21:33o transporte de uma forma propositiva
00:21:35pra facilitar o acesso
00:21:37dos eleitores na sua
00:21:39na sua votação
00:21:41do seu distrito eleitoral
00:21:43então, naquele momento, todo
00:21:45o TSE tava discutindo
00:21:47a legalidade dos municípios oferecerem
00:21:49transporte gratuito, tava tendo uma discussão
00:21:51muito grande também, em várias
00:21:53situações, empresas podendo oferecer ou não
00:21:55transporte gratuito para os eleitores, então nesse
00:21:57contexto de discussão
00:21:59de oferecer transporte gratuito
00:22:01mesmo sendo contra a legislação
00:22:03há uma legislação
00:22:05que não foi revogada
00:22:07continua em vigor, dizendo que não pode ter
00:22:09transporte ilegal
00:22:11de passageiro, mas naquele contexto
00:22:13o TSE decidiu
00:22:15naquele momento que toda a operação
00:22:17da Polícia Rodoviária Federal
00:22:19de blitz, pra obstaculizar
00:22:21os eleitores, seria de certa forma
00:22:23ilegal, por conta desse contexto de discussão naquele momento
00:22:25se o TSE
00:22:27tá exacebando a sua função
00:22:29ou não, essa é outra discussão
00:22:31mas o fato é que havia essa discussão naquele momento
00:22:33por isso que o TSE naquele momento
00:22:35por meio do Alexandre de Moraes, que era o presidente
00:22:37na época, resolveu dar essa
00:22:39ordem para toda a Polícia Rodoviária Federal
00:22:41e para o Ministério da Justiça não
00:22:43parar os transportes de passageiro
00:22:45nas rodovias federais
00:22:47Pois é, mas meu
00:22:49querido João Beloot, eu vou insistir nesse ponto
00:22:51por exemplo, o Tribunal Regional Eleitoral
00:22:53do Rio de Janeiro
00:22:55chegou a alterar
00:22:5753 locais
00:22:59de votação em 2024
00:23:01afetando
00:23:03170 mil eleitores
00:23:05por influência do crime organizado
00:23:07e do dinheiro ilegal
00:23:09que riga as eleições
00:23:11dinheiro que vem de corrupção
00:23:13dos mais variados
00:23:15meios, essa corrupção vem
00:23:17o dinheiro acaba sendo utilizado
00:23:19pra isso e o crime organizado, paralelamente
00:23:21à corrupção, também atua
00:23:23eu não entendi como
00:23:25coartar a ação da Polícia Rodoviária
00:23:27Federal que está fiscalizando
00:23:29as estradas, verificando se tem
00:23:31transporte de eleitores, se tem dinheiro
00:23:33sendo transportado
00:23:35Felipe Monteiro colocou bem, ou seja
00:23:37isso aí é pra facilitar o trânsito de eleitores
00:23:39esse foi o objetivo
00:23:41ou seja, não tem blitz porque isso vai
00:23:43tornar mais rápido o deslocamento
00:23:45agora, você pode adiar o resultado
00:23:47das eleições, prorrogar
00:23:49em alguns estados a duração
00:23:51do período de votação, não teria outro
00:23:53meio, a não ser proibir a Polícia
00:23:55Rodoviária Federal de trabalhar?
00:23:57Pois é Capezzi, você veja, a determinação
00:23:59de não se fazer blitz nas rodovias
00:24:01então facilitaria imensamente
00:24:03para o crime organizado, para o crime
00:24:05não vamos fazer blitz aqui, então toca o
00:24:07barco aí o crime organizado, então não faz
00:24:09não faz sentido nenhum essa determinação, o vídeo
00:24:11até que veio de um tribunal
00:24:13para um órgão vinculado ao Poder Executivo
00:24:15que é a Polícia Federal, então causa muito estranhamento
00:24:17tudo que aconteceu naquele período eleitoral
00:24:19que é o que é questionado e depois
00:24:21ensejou a tal da narrativa, na minha
00:24:23visão narrativa do tal do golpe
00:24:25e você vê que a gente tem a tal da votação
00:24:27eletrônica aqui no Brasil, se ela é eletrônica
00:24:29enfim, a gente deveria poder votar do nosso celular
00:24:31não precisaria ir até o local, então ela
00:24:33é eletrônica mais ou menos, então
00:24:35vota do celular, acessa aqui o TSE, faz o seu face
00:24:37ID, faz o seu facial e vota
00:24:39de casa, poderia ser, poderia ser
00:24:41não poderia ser, não poderia, é uma
00:24:43discussão para o futuro, ela é uma
00:24:45eletrônica só que é presencial
00:24:47Felipe, não adianta você tentar desestabilizar
00:24:49porque nada tira a concentração
00:24:51e a calma do João Belotti
00:24:53pode bater, ele vai seguindo na linha dele
00:24:55ninguém, pode prosseguir João, porque você não tira
00:24:57a tua concentração, ele nem altera o tom
00:24:59de voz, pode ir
00:25:01é só uma confabulação, poderia ser
00:25:03eletrônica, vídeo da sua casa
00:25:05então quem sabe no futuro
00:25:07mas enfim, essa discussão
00:25:09a urna atrapalhou, a blitz
00:25:11atrapalhou, não me parece
00:25:13bastante rudimentar, vários
00:25:15dos depoimentos que estão sendo colhidos
00:25:17no Supremo Tribunal Federal, que não
00:25:19deveria, que não é uma delegacia de polícia
00:25:21mas está colhendo depoimentos em sede de inquérito
00:25:23que é de competência das polícias
00:25:25do Supremo Tribunal Federal, então está tudo
00:25:27muito confuso institucionalmente,
00:25:29opera-se no Brasil um desarranjo institucional
00:25:31e agora o Supremo
00:25:33enfim, todos os agentes que atuam nessa
00:25:35questão precisam levar até o fim, não podem simplesmente
00:25:37recuar e ficam até opinando
00:25:39sobre anistia, sobre temas que sequer competem ao Tribunal
00:25:41então, o estranhamento é o TSE
00:25:43e o PT na Polícia Federal
00:25:45Rodolfo Maris, eu se eu tiver sempre
00:25:47que me colocar contra a polícia ou a favor
00:25:49da polícia, eu vou ficar a favor
00:25:51existe uma minoria que são
00:25:53maus elementos, eu vi até um
00:25:55vídeo chocando
00:25:57executando um motoboy
00:25:59caído no chão, mas isso é exceção
00:26:01eu sempre estarei ao lado da polícia, por quê?
00:26:03olha só
00:26:07eu sou a favor institucionalmente
00:26:09isso que eu quero dizer
00:26:11a polícia dicotomia o bem e o mal
00:26:13como um todo, como uma instituição
00:26:15eu sou a favor da polícia, sempre
00:26:17então, olha aqui
00:26:19você tem uma ideia, nesse artigo que eu queria que você comentasse
00:26:21o chefe do centro
00:26:23de inteligência da Polícia Militar de São Paulo
00:26:25esse artigo que eu escrevi
00:26:27que é o Coronel Pedro Luiz Souza Lopes
00:26:29ele afirmou que o crime organizado busca uma nova
00:26:31maneira de lavar dinheiro
00:26:33infiltrando-se nas campanhas para
00:26:35abocanhar contratos públicos
00:26:37segundo ele, a participação, abre aspas
00:26:39é bem maior do que se imagina
00:26:41não dá pra falar se são 100 ou 200
00:26:43municípios, mas tem
00:26:45vários coindícios palpáveis
00:26:47de alguma movimentação importante
00:26:49do tráfico de drogas
00:26:51pra participar como financiador de campanha
00:26:53eleitoral, se a polícia
00:26:55rodoviária federal não puder fazer
00:26:57bloqueio
00:26:59blitz em estradas
00:27:01parar ônibus, verificar
00:27:03quem tá transportando dinheiro
00:27:05porque no período eleitoral é dinheiro sujo
00:27:07tudo quanto é lado
00:27:09eu prefiro estar ao lado da polícia federal e dizer
00:27:11se isso vai atrasar a votação
00:27:13prorroga-se o horário de votação
00:27:15por isso que eu não entendi
00:27:17essa proibição de atuação da polícia rodoviária
00:27:19federal, a quem rendo
00:27:21mais uma vez as nossas homenagens
00:27:23queria falar com você
00:27:25essa é uma pergunta que fica no ar
00:27:27por que o TSE proibiu esse tipo de operação
00:27:29na pré-eleição
00:27:31ou até no dia da eleição
00:27:33baseando-se em fatos de que
00:27:35o TSE organizado movimenta
00:27:37milhões e milhões de reais
00:27:39principalmente na questão quando se trata
00:27:41de lavar dinheiro
00:27:43eu tenho alguns dados aqui, a fonte é a agência Brasil
00:27:45que fala sobre a campanha
00:27:47de 2022
00:27:49na segunda fase
00:27:51segundo turno da eleição
00:27:53que foram
00:27:55apreendidos quase 2 milhões
00:27:57de reais, no Rio de Janeiro
00:27:59e Amapá, que foram os estados
00:28:01com mais registros
00:28:0328 e 27 casos
00:28:05respectivamente, Acre e Sergipe
00:28:0723 cada, ou seja, o que eu quero dizer
00:28:09com isso aqui, que mesmo em dia
00:28:11de campanha onde não poderia
00:28:13fazer essa blitz, 2 milhões
00:28:15de reais foram apreendidos
00:28:17e o crime que mais se contestou
00:28:19aqui, se concretizou
00:28:21aqui na verdade, foi o crime
00:28:23de boca diurna, ou seja
00:28:25pessoas pagando por esses votos
00:28:27então Capês, o que nós esperamos
00:28:29para as próximas campanhas, principalmente
00:28:31para essa corrida eleitoral de 2026
00:28:33que está se aproximando, é que o
00:28:35TSE, junto com seus
00:28:37ministros, faça um entendimento diferente
00:28:39do que pode e do que não pode ser feito
00:28:41tentando barrar justamente a lavagem
00:28:43de dinheiro do crime organizado
00:28:45Pois é, eu queria ouvir agora o João Bellucci
00:28:47com o comentário e os apartes
00:28:49do Felipe Monteiro
00:28:51seguinte ponto, no ideal
00:28:53não seria a justiça eleitoral estar
00:28:55atuando ao lado da polícia rodoviária
00:28:57federal? Eu sei que por exemplo
00:28:59os gaecos fazem muitas
00:29:01operações com a polícia rodoviária
00:29:03federal, eles fazem
00:29:05agora parece que o ministério da justiça está
00:29:07suspendendo essas operações, não estamos entendendo bem
00:29:09porque os gaecos estavam protestando
00:29:11então um dos casos citados
00:29:13em eleição, foi a operação
00:29:15Decúrio, quando mensagens
00:29:17de WhatsApp, trocadas entre
00:29:19membros do PCC, foram
00:29:21interceptadas e nelas os integrantes
00:29:23dessa organização criminosa
00:29:25combinavam como eleger vereadores
00:29:27em Ubatuba
00:29:29Mogi das Cruzes e Santo André
00:29:31ao tratarem do
00:29:33tipo de ajuda que seria dada ao eleitor
00:29:35um deles esclareceu, abre aspas
00:29:37isso é o WhatsApp, bandido falando
00:29:39vamos fechar com as famílias
00:29:41em quem deverão votar, e o dinheiro
00:29:43a gente vê mais pra frente
00:29:45não podemos fechar os olhos nessa realidade
00:29:47o crime organizado está atuando
00:29:49nas eleições há muito tempo
00:29:51e nós não podemos cortar o trabalho
00:29:53da polícia rodoviária federal, quero que você
00:29:55comente essa frase com a parte do
00:29:57Filipe Ponteiro. Perfeito Capês, e como eu coloquei
00:29:59antes, ao proibir blitz em rodovias
00:30:01você está dando um recado para o
00:30:03crime, pode seguir, agora está perfeito, pode
00:30:05transportar armas, drogas, o que vocês quiserem
00:30:07não faz sentido algum a proibição de
00:30:09blitz com vistas de eleição, até porque
00:30:11o crime organizado, não, não, vamos dar
00:30:13uma pausa porque é eleição, isso não existe
00:30:15o crime organizado penetrou
00:30:17todas as esferas da nossa vida
00:30:19social, existem diversos comércios
00:30:21onde todos nós temos
00:30:23desconfiança, que seja do crime organizado
00:30:25especula-se que ele tem mais dinheiro hoje
00:30:27operando no mercado legalizado
00:30:29do que no mercado ilegal, vide a questão
00:30:31das próprias bets, de imaginarmos
00:30:33que diversos empresários surgiram e falaram
00:30:35vamos agora investir em bets, não me parece
00:30:37que é o caso, me parece que já havia toda uma estrutura
00:30:39montada, uma facilitação para outros
00:30:41meios ilegais, então é
00:30:43bastante triste que isso aconteça, agora com relação
00:30:45ao crime organizado, atuar
00:30:47diretamente ali no pleito eleitoral
00:30:49no dia da eleição, tem locais que a polícia
00:30:51não entra, mas o
00:30:53sistema eleitoral, as urnas entram pra fazer a
00:30:55votação, se houver, a título de exemplo
00:30:57uma câmera nessa sessão eleitoral pra fiscalizar
00:30:59os eleitores onde a polícia não entra, qual
00:31:01morador vai denunciar isso? Isso não existe
00:31:03também depois o crime organizado decide, ó, aqui
00:31:05tem que votar em tal candidato, se ele não tiver a votação
00:31:07depois quem sofre é a população
00:31:09a gente tá falando de um arranjo
00:31:11institucional no Brasil, que ele se aplica
00:31:13a pequena parte da população, uma outra
00:31:15parte, vide o caso do Rio de Janeiro, vive
00:31:17sob o julgo do crime organizado, então tudo que a gente tá
00:31:19falando pra eles não se aplica, pra eles é uma outra
00:31:21lei, uma outra realidade, então pras pessoas que
00:31:23vivem ali, isso não se aplica, as eleições
00:31:25pra essas pessoas é só ir lá e votar em quem
00:31:27o crime organizado mandou, o crime organizado
00:31:29que está no poder
00:31:31legislativo, no poder executivo, em todas as esferas
00:31:33de atuação, infelizmente
00:31:35o Rodolfo Maris pediu uma
00:31:37parte, você quer falar sobre a diferença entre o estado
00:31:39virtual, imaginário
00:31:41e o estado real do crime organizado?
00:31:43É, o que o Belotti falou
00:31:45tem uma certa razão, não, tô coberto
00:31:47de razão, porque em campanha eleitoral
00:31:49o crime organizado anda de mão dada
00:31:51com muitos políticos
00:31:53basa você nas periferias, por exemplo
00:31:55da cidade de São Paulo, onde as campanhas
00:31:57para vereadores, por exemplo, é
00:31:59feita ao esmo, as pessoas ali,
00:32:01os comunitários, tem às vezes até que pagar
00:32:03pedágio pra alguns candidatos
00:32:05em troca de votos, então isso também
00:32:07acontece no Nordeste, porque no Nordeste
00:32:09nós temos várias facções, entre
00:32:11elas o Comando Vermelho e o próprio PCC
00:32:13que acabam atuando nisso, e a gente
00:32:15sabe que uma questão
00:32:17que é bem emblemática aqui é a lavagem de dinheiro
00:32:19e pra eles isso é um prato cheio.
00:32:21Ô Felipe Ponteiro, você tá na minha lista de
00:32:23transmissão, você recebe minhas dicas de filmes,
00:32:25você recebe os meus artigos,
00:32:27você chegou a ler esse artigo que eu te mandei?
00:32:29Portaria do Tribunal Superior Eleitoral
00:32:31pode prejudicar a ação
00:32:33da Polícia Rodoviária Federal
00:32:35contra transporte ilegal de eleitores
00:32:3730 de setembro de 2024, se você
00:32:39não leu, vou te pedir um favor, entra
00:32:41no site Conjur, põe Fernando Capês e
00:32:43pegue esse artigo pra você dar uma lida.
00:32:45Comenta tudo isso que eu sei que enquanto o Bellucci falava
00:32:47não sei porque se balançava a cabeça.
00:32:49Você quer contestar o quê?
00:32:51Primeiro Capês, tudo que você publica
00:32:53eu leio, eu até sigo as tuas dicas culturais
00:32:55dos filmes que você indica,
00:32:57muito obrigado pelas suas dicas,
00:32:59fazem meu fim de semana ser maravilhoso,
00:33:01graças a você.
00:33:03Vamos lá, vamos combinar o seguinte,
00:33:05o ano tem
00:33:07365 dias,
00:33:09no único dia das eleições
00:33:11Capês, é o único dia em que a polícia
00:33:13tem que desarticular o crime organizado?
00:33:15Claro que não, óbvio que não.
00:33:17A Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal
00:33:19Eu sou obrigado a te apartear,
00:33:21se você me dá uma parte, eu sou obrigado a te apartear.
00:33:23Pode durante dois, dois dias.
00:33:25Mas é o único dia
00:33:27que tem transporte eleitor,
00:33:29porque nos outros dias não tem eleitor,
00:33:31porque não tem votação, desculpa.
00:33:33A questão é outra Capês, você tem todo o momento
00:33:35pra desarticular o crime organizado,
00:33:37independente se é por meio de transporte ou não,
00:33:39com toda a certeza, se tiver dinheiro
00:33:41sendo
00:33:43colocado
00:33:45na mão de eleitores pra votar
00:33:47em determinado candidato que o partido,
00:33:49que o PCC, que o Bando Vermelho quer que esse candidato ganhe,
00:33:51não vai ser só por meio de transporte
00:33:53de passageiro que esse dinheiro vai
00:33:55ser mobilizado pra cair na mão dessas pessoas.
00:33:57Então assim, é um dia
00:33:59diferenciado, é um dia
00:34:01das eleições, um dia sagrado, inclusive a
00:34:03legislação eleitoral fala que não pode ter prisão
00:34:05nas 48 horas antes
00:34:07e nem nas 24 horas depois
00:34:09do preto eleitoral, ou seja,
00:34:11é um dia típico.
00:34:13Então, se a justiça eleitoral
00:34:15decidir naquele momento que não pode,
00:34:17não cabe ter operação da Blitz,
00:34:19cabe a Comissão da Justiça obedecer.
00:34:21Porque, querendo ou não,
00:34:23o gagá institucional do Brasil
00:34:25é o STF, é a justiça eleitoral
00:34:27no momento das eleições.
00:34:29Então esse argumento dizendo que
00:34:31a Polícia Federal tem que
00:34:33impedir o crime organizado,
00:34:35poxa, é só no dia das eleições que tem que pedir?
00:34:37Claro que não! Não tem lógica
00:34:39nenhuma disso.
00:34:41Priscila Silveira, que faz tempo
00:34:43que você não fala, eu quero te ouvir.
00:34:45É claro que não
00:34:47só a Polícia Rodoviária Federal, mas o Ministério
00:34:49Público, a Polícia Federal, a Polícia Judiciária,
00:34:51a Polícia Militar, a Guarda Municipal, tem
00:34:53obrigação de combater o crime organizado
00:34:55todos os 365 dias.
00:34:57Mas é no dia da votação
00:34:59que tem a urna que vai ter o
00:35:01transporte ilegal de eleitores
00:35:03e transporte de dinheiro para comprar voto.
00:35:05Se nesse dia ela não puder trabalhar,
00:35:07o que adianta se organizar todos os outros
00:35:09364 dias? É isso que eu queria
00:35:11perguntar, eu sei que ele ficou arrepiado,
00:35:13eu quero o seu comentário, a parte dele,
00:35:15depois você vai falar de novo, Filipe Monteiro.
00:35:17Você com o Filipe depois.
00:35:19Eu concordo com você em partes, Capês, em que sentido?
00:35:21Que o crime tem que ser
00:35:23combatido sim, a todo tempo, o tempo todo.
00:35:25Aqui eu só quero dizer
00:35:27que vocês estavam discutindo a questão
00:35:29da competência do TSE, né?
00:35:31De fato, a competência
00:35:33é privativa do TSE
00:35:35para poder adotar providências
00:35:37que sejam necessárias
00:35:39para, de alguma forma,
00:35:41que diga respeito à execução
00:35:43da legislação eleitoral.
00:35:45Agora, qual foi ali
00:35:47o fundamento que teria sido dado?
00:35:49E nem foi para combater o crime
00:35:51organizado, embora a gente saiba
00:35:53indiretamente que ele exista e que ele está
00:35:55ali mesmo, mancomunado, juntamente
00:35:57com as pessoas que querem lá determinados
00:35:59candidatos. Mas o ministro
00:36:01ele alegou que fazer
00:36:03a Blitz, ele teria ali
00:36:05uma fonte de denúncia
00:36:07pela polícia de que
00:36:09alguns candidatos estariam fazendo
00:36:13isso, fazendo uso dos ônibus
00:36:15para poder levar eleitores e votarem
00:36:17de forma obrigada, o que seria
00:36:19uma violação à liberdade do voto.
00:36:21Crime eleitoral. Isso.
00:36:23E aí, com essa informação,
00:36:25ele falou, olha, as pessoas têm o direito
00:36:27da livre circulação e dos eleitores.
00:36:29E aí, nesse ponto,
00:36:31teria, na verdade,
00:36:33um descompasso com os pilares
00:36:35da democracia. Não estou dizendo o que ali
00:36:37estava acontecendo, mas ele baseou
00:36:39a decisão de obstruir
00:36:41nessa situação.
00:36:43Agora, vamos lá.
00:36:45De um lado, a gente tem a liberdade do voto,
00:36:47mas a gente também, se o crime está acontecendo
00:36:49em flagrante, a polícia também
00:36:51não pode fazer isso.
00:36:53Ela não pode deixar
00:36:55de fazer, até porque, Capês,
00:36:57se ela deixa, ela tem a obrigação de fazer,
00:36:59e ela deixa, ela vê lá que um crime em flagrante
00:37:01estaria acontecendo, ele responde
00:37:03pelo crime que ele deixou de punir.
00:37:05Então, acho que a polícia aqui
00:37:07não é que mandou mal, mas eu acho que
00:37:09ficaríamos ali entre bem jurídicos
00:37:11protegidos e o crime,
00:37:13junto com a liberdade ali de voto, estaria
00:37:15lado a lado.
00:37:17Isso aí, o PP quer te apartear?
00:37:19Agora, se, eventualmente, vai ter
00:37:21algum policial, um mau policial,
00:37:23que atue criminosamente
00:37:25e queira se servir
00:37:27de uma blitz como um pretexto
00:37:29para parar algum ônibus
00:37:31de eleitores, ele tem que ser responsabilizado.
00:37:33Mas a gente nem sabe
00:37:35quem que está dentro dos ônibus,
00:37:37se são eleitores do candidato A
00:37:39ou do candidato B. Como é que você pode,
00:37:41de antemão, para evitar
00:37:43que um candidato seja favorecido,
00:37:45proibir a blitz? Quando, na verdade,
00:37:47você não sabe quais são os eleitores
00:37:49que estão sendo transportados.
00:37:51Ou sem entender a decisão
00:37:53do Moral Supereleitoral?
00:37:55A minha questão é institucional, Capes.
00:37:57Se o TSE fala que não pode ter blitz
00:37:59no dia das eleições, não cabe blitz no dia
00:38:01das eleições. Não cabe a Polícia Rodoviária
00:38:03Federal, dentro da Justiça, acatar
00:38:05a ordem do TSE.
00:38:07Caso não cumpra ordem judicial,
00:38:09isso é crime também.
00:38:11E tem argumento anterior.
00:38:13Com toda certeza, o universo
00:38:15de eleitores que estavam
00:38:17no ônibus nas rodovias
00:38:19federais, a grande maioria,
00:38:21isso eu posso afirmar com toda certeza,
00:38:23não tem nenhum tipo de
00:38:25envolvimento com crime organizado.
00:38:27Ou seja, você vai criar uma operação
00:38:29para parar ônibus
00:38:31em todas as rodovias federais
00:38:33sob o pretexto de combater o crime
00:38:35organizado só no dia das eleições?
00:38:37Sendo que você tem todo
00:38:39um contexto anterior.
00:38:41Tem dois meses de campanha
00:38:43que você pode
00:38:45desarticular o crime organizado.
00:38:47Não, mas só no dia das eleições.
00:38:49Naquele momento sagrado
00:38:51que tem que fazer a operação
00:38:53sob o pretexto de combater o crime organizado.
00:38:55Isso não faz nenhum sentido.
00:38:57Felipe Monteiro, o João Belucci e o Rodolfo Mores
00:38:59querem falar, mas eu quero dizer,
00:39:01dá a impressão que somente naquele dia,
00:39:03pela primeira vez
00:39:05desde a sua existência e criação,
00:39:07a Polícia Rodoviária Federal
00:39:09resolveu fazer blitz
00:39:11para fiscalizar transportes de eleitores.
00:39:13Isso aconteceu em todas as eleições.
00:39:15A exceção não é que ocorreu
00:39:17a blitz só naquele dia.
00:39:19É não ter acontecido a blitz naquele dia.
00:39:21E quando você diz, óbvio,
00:39:23aqui somos todos da área jurídica,
00:39:25tu não sabe que a ordem judicial a gente cumpre.
00:39:27Não tem que discutir.
00:39:29Não tem que descumprir.
00:39:31Mas aqui a gente discute.
00:39:33Aqui a gente debate. E o que eu quero saber é o seguinte,
00:39:35foi correta a decisão
00:39:37do Tribunal Superior Eleitoral
00:39:39de proibir a fiscalização da Polícia Rodoviária Federal?
00:39:41Que rapidamente a opinião
00:39:43de cada um, novamente começando com você,
00:39:45Pepe, mas falando rapidamente,
00:39:47eu queria ouvir a opinião de cada um.
00:39:49Foi correta ou não foi correta?
00:39:51Vocês, como comentaristas, podem emitir a sua opinião.
00:39:53Eu acho que foi correta, Capricho.
00:39:55O mais importante durante as eleições
00:39:57é o eleitor chegar no seu lugar de votação
00:39:59e exercer o direito sagrado
00:40:01que é escolher quem é o seu candidato,
00:40:03a presidente, a deputada federal,
00:40:05a senadora. Isso que é o mais importante.
00:40:07Qualquer outra coisa,
00:40:09naquele momento, naquele dia sagrado,
00:40:11é coisa periférica, é perfumaria.
00:40:13Não teria um sentido.
00:40:15Certo. E se tiver, por exemplo,
00:40:17um transporte de eleitores,
00:40:19como era antigamente, na República Velha,
00:40:21sabe como era? Na República Velha o voto?
00:40:23Os coronéis pegavam os funcionários
00:40:25da fazenda,
00:40:27pegavam a cédula,
00:40:29o coronelzão escrevia quem era o candidato
00:40:31em que você ia votar,
00:40:33fechava a cédula no envelope,
00:40:35lacrava o envelope, entregava...
00:40:37Agora, você vai lá e deposita o envelope na urna.
00:40:39Sim, mas o que está escrito aí dentro?
00:40:41Não sei. Não precisa saber.
00:40:43Já coloquei o candidato, você vai votar.
00:40:45Já está fechado aqui, você vai depositar na urna.
00:40:47Ele fala, mas eu preciso saber
00:40:49em quem eu vou votar?
00:40:51E ele dizia, não preciso, o voto é secreto.
00:40:53Pois é, cabeça. E você vê,
00:40:55eu acho, eu discordo da decisão tomada
00:40:57pelo TSE nesse sentido.
00:40:59A Polícia Federal deve atuar todos os dias,
00:41:01discordo também dessa questão de não poder ser preso
00:41:03em véspera de eleição e, posteriormente,
00:41:05deveria poder, se sim, não vejo o link
00:41:07entre as duas situações,
00:41:09mas é o que está na lei e acaba prevalecendo.
00:41:11Então, nesse dia, o que se pode especular
00:41:13é que seria o dia D para o crime organizado
00:41:15transportar drogas e armas em ônibus com passageiros,
00:41:17já que não vai haver fiscalização.
00:41:19Então, para o crime organizado é festa.
00:41:21É o dia D, transporta drogas e armas,
00:41:23já que não tem fiscalização, põe no ônibus.
00:41:25E quem está no ônibus nem sabe o que tem dentro do ônibus.
00:41:27Chegar criminoso, colocar drogas e armas,
00:41:29as pessoas passageiras não vão saber.
00:41:31Então, é lamentável e espero que isso não ocorra mais.
00:41:33Já sim, viu? Já sim.
00:41:36Todos os dias.
00:41:37Todos os dias, sim. Normalmente.
00:41:39Com uma facilidade absurda.
00:41:41Mas aí, num dia, sai na imprensa.
00:41:43O DSE decidiu que esse dia não fiscaliza.
00:41:45O Felipe está falando de todos os dias.
00:41:47Nós estamos falando de uma decisão
00:41:49da justiça eleitoral,
00:41:51que não é todos os dias, é no dia da eleição.
00:41:53É isso que nós estamos discutindo.
00:41:55Então, eu queria ouvir a opinião
00:41:57agora da comentarista Priscilia Silveira.
00:41:59Capês, se eles tinham certeza
00:42:01de que ali havia situação flagrancial
00:42:03de compra de votos,
00:42:05eu acho que eles poderiam romper
00:42:07essa decisão agora.
00:42:09Como o ministro...
00:42:11Eu vou com o PP em que sentido?
00:42:13Num pedacinho, viu, PP?
00:42:15Se for para assegurar o voto livre,
00:42:17a liberdade de voto,
00:42:19com a certeza de que ali haveria
00:42:21algum tipo de embaraço
00:42:23para poder violar essa garantia constitucional,
00:42:25o DSE tem certo.
00:42:27Mas eu repito,
00:42:29a Polícia Rodoviária Federal,
00:42:31havendo ali informações
00:42:33de que teria compra de voto,
00:42:35crime organizado,
00:42:37eu acho que ela poderia desobedecer sim
00:42:39a essa ordem, porque ali eles teriam que combater.
00:42:41Então, na verdade, se for para não ter
00:42:43a possibilidade de assegurar o Estado
00:42:45a liberdade de voto,
00:42:47o DSE teria competência
00:42:49para isso e teria acertado
00:42:51na decisão.
00:42:53Rodolfo Marins, eu quero a sua opinião.
00:42:55Eu, sinceramente, Capês, não sei
00:42:57que mundo que o Felipe Monteiro
00:42:59está vivendo, sinceramente.
00:43:01Estou tentando descobrir aqui.
00:43:03Vocês em casa precisam me ajudar.
00:43:05Depois, o Felipe vai poder responder.
00:43:0748 horas,
00:43:0948 horas antes de uma eleição,
00:43:11você não pode prender ninguém, nem 24 horas depois.
00:43:13Sabe o que é isso? É uma licença
00:43:15para o crime organizado atuar.
00:43:17Ponto final. Aí o Felipe vem com um argumento
00:43:19de que o DSE
00:43:21fez certo porque não pode,
00:43:23é o livre voto.
00:43:25Ninguém está falando que a pessoa não tem que votar.
00:43:27A pessoa pode votar, sim.
00:43:29Só que com essa licença dada pelo DSE
00:43:31de que as pessoas não podem receber blitz,
00:43:33que o ônibus não pode ser fiscalizado,
00:43:35é uma licença para tráfico de drogas,
00:43:37para tráfico de armas.
00:43:39O voto pouco importa, na verdade.
00:43:41É um crime organizado fazendo tráfico
00:43:43de drogas intermunicipal e interestadual
00:43:45de um Estado para o outro.
00:43:47Tem que fiscalizar, sim.
00:43:49E quem não deve, não teme.
00:43:51Se a pessoa está indo lá só para votar ou para visitar os parentes,
00:43:53está tudo bem, não tem problema nenhum.
00:43:55Mas se algo ilícito for apontado
00:43:57e for concretizado,
00:43:59que for concreto o ácido lícito,
00:44:01a pessoa tem que ser punida por isso.
00:44:03Ponto final. Agora, a gente vive no Brasil,
00:44:05onde 48 horas antes de uma eleição
00:44:07a pessoa não pode ser presa
00:44:09e 24 horas depois a pessoa também não pode ser presa,
00:44:11o Brasil continua sendo uma piada.
00:44:13Nosso sistema jurídico erra nisso,
00:44:15assim como outras coisas que nosso sistema jurídico tem
00:44:17e eu aponto como falha.
00:44:19Não adianta esse tipo de coisa,
00:44:21porque está errado.
00:44:23A gente tem que rever esse fato,
00:44:25porque o crime organizado lava dinheiro
00:44:27e trafica através dessa nuance,
00:44:29dessa chancela que é aberta.
00:44:31Deixa eu só fazer aqui um comentário
00:44:33que até vai ao encontro do que eu disse aqui.
00:44:35Não pode prender, Rodolfo,
00:44:37com mandado de prisão,
00:44:39mas em flagrante pode aí,
00:44:41só para complementar, porque você está certíssimo.
00:44:43Obrigado por isso, Clara.
00:44:45Só para dizer o seguinte,
00:44:47se eles tivessem notícia
00:44:49de situação flagrancial,
00:44:51mesmo em época de eleição,
00:44:53o flagrante pode ser levado aí.
00:44:55E é por isso que eu disse,
00:44:57se a polícia tinha notícia
00:44:59de que há situação flagrancial,
00:45:01mesmo em época de eleição,
00:45:03aí pode prender.
00:45:05Agora, as outras hipóteses de prisão,
00:45:07por exemplo, prisão preventiva com mandado em aberto,
00:45:09aí é o cumprimento das 48 horas.
00:45:11Só para dizer que,
00:45:13se a Polícia Rodoviária Federal fez a Blitz
00:45:15e tinha flagrante,
00:45:17repito, ela tinha que combater sim.
00:45:19Não tem hora, não tem dia,
00:45:21e por isso depois que a gente fica questionando
00:45:23a atividade da polícia.
00:45:25Ah, a polícia não prende? A polícia é isso.
00:45:27Então, eu acho que não tem que escolher o momento.
00:45:29Claro, lembrando, como eu disse há pouco,
00:45:31desde que não haja, evidentemente,
00:45:33um embaraço na liberdade de votação.
00:45:35Agora, Felipe Monteiro,
00:45:37ele perguntou, o Rodolfo Maris fez uma pergunta ácida.
00:45:39Em que mundo vive
00:45:41Felipe Monteiro?
00:45:43Você tem direito
00:45:45de responder a essa provocação.
00:45:47Agora, talvez a motivação
00:45:49da pergunta seja, imagine você,
00:45:51o sujeito sabendo
00:45:53uma organização criminal, sabendo que
00:45:55naquele dia não vai ter nem um tipo
00:45:57de fiscalização nas rodovias.
00:45:59O que vai circular,
00:46:01meu amigo, de dinheiro para a eleição
00:46:03e não a eleição?
00:46:05O Rodolfo Maris está com medo da sua resposta.
00:46:07Eu perguntei para ele.
00:46:09Agora o major está nos assistindo.
00:46:11Um grande abraço para você, meu amigo.
00:46:13Ele perguntou...
00:46:15Um grande amigo meu perguntou assim,
00:46:17pergunte, Felipe, se o PCC para de agir
00:46:19nas eleições?
00:46:21Essa é a pergunta que...
00:46:23Felipe Monteiro, você vai ter que estar encrencado.
00:46:25Eu quero saber,
00:46:27será que o PCC para de agir
00:46:29durante as eleições?
00:46:31Será que o PCC não tem interesse em eleger vereadores
00:46:33por todo o Brasil e até prefeitos?
00:46:35Quero te ouvir, querido.
00:46:37Fico preocupado no seguinte, Capês.
00:46:39Eu quero entender que mundo que o Rodolfo vive.
00:46:41O mundo que o PCC,
00:46:43o Comando Vermelho, só age no dia das eleições.
00:46:45Só atua no dia das eleições.
00:46:47O mundo em que a polícia
00:46:49é burra, não tem inteligência
00:46:51nenhuma e achar que só combate
00:46:53o crime organizado fazendo blitz.
00:46:55Fazendo blitz no estado da Rua do Velho Federal.
00:46:57Ou seja, ou seja...
00:46:59Ou seja, ou seja...
00:47:01Ou seja, simples assim,
00:47:03telespectadores, pense comigo, simples assim, não pode blitz.
00:47:05Perfeito.
00:47:07Só você mapear o ônibus,
00:47:09o ônibus parou no local,
00:47:11umas blitz ali, os eleitores saem
00:47:13e entram lá e fazem a fiscalização do ônibus.
00:47:15Isso não é blitz. Existem muitas formas
00:47:17que você consegue agir
00:47:19com inteligência.
00:47:21Então esse argumento dizendo que
00:47:23o dia das eleições é um
00:47:25é um momento em que...
00:47:27É uma licença.
00:47:29É conversinha pra boi dormir
00:47:31que não se sustenta quando você
00:47:33analisa sob uma ótica da lógica.
00:47:35Então é completamente errado e equivocado.
00:47:37E outra, o PCC, o Comando Vermelho,
00:47:39o crime organizado, atuam
00:47:41no Brasil todo de forma
00:47:43eficiente durante o ano todo.
00:47:45Então não vai aumentar
00:47:47durante as eleições.
00:47:49E tem uma lógica, Rodolfo,
00:47:51por que não pode ter prisão durante as eleições?
00:47:53Porque tem município que tem poucos habitantes,
00:47:55tem poucos eleitores.
00:47:57Se a polícia, por exemplo, a mando
00:47:59do prefeito naquela localidade
00:48:01pudesse modificar as eleições,
00:48:03só prender os eleitores do adversário.
00:48:05Sem nenhum tipo de justificativa.
00:48:07Ou seja, tem uma lógica por trás
00:48:09dessa regra. Então não dá pra você
00:48:11querer... Calma aí, Capim.
00:48:13Você fica aqui do meu lado tentando falar pra você no meu ouvido o tempo inteiro.
00:48:15Nossa, eu não consigo terminar o argumento.
00:48:17É impressionante isso, cara.
00:48:19Fala, fala, vai. Tá, bora pra você.
00:48:21Eu quero que você termine. Não, agora
00:48:23você fica blá, blá, blá...
00:48:25Não, não, eu ia dizer que eu queria chamar pro debate
00:48:27o João Bellucci, que faz tempo que não fala.
00:48:29Não dá pra eu terminar pra ele falar? Você pode terminar.
00:48:31Eu quero te ouvir, tava te ouvindo, por favor. Vai, vai, Bellucci.
00:48:33Fala aí. Não.
00:48:35O segundo que eu ia fazer pro Bellucci,
00:48:37já que você se recusa a prosseguir, é o seguinte.
00:48:39Parece que o Felipe Monteiro
00:48:41diz que ele desconsidera
00:48:43a existência do policiamento
00:48:45ostensivo-preventivo.
00:48:47Ou seja,
00:48:49o policiamento se faz em blitz e
00:48:51fiscalização nas estradas, é um policiamento ostensivo.
00:48:53Ou seja, ele pré-inibe,
00:48:55sabendo que tem blitz,
00:48:57o crime organizado vai ser inibido
00:48:59naquele dia a fazer transporte de eleitores
00:49:01ou de dinheiro pra compra de votos.
00:49:03Agora, o Felipe Monteiro diz que é mais fácil
00:49:05colocar um satélite da NASA
00:49:07pra saber de que lugar vai
00:49:09sair cada ônibus em cada dia.
00:49:11Então, agora eu devolvo a palavra pra você,
00:49:13porque eu te fiz uma provocação e quero que você responda
00:49:15pra depois o Bellucci comentar.
00:49:17É, o ônibus parte de um lugar e vai pra outro lugar.
00:49:19O ônibus fica transitando o tempo inteiro na rodovia federal.
00:49:21Isso é lógico, né? Se ele parte de um lugar,
00:49:23se a polícia militar
00:49:25daquela localidade
00:49:27acha que aquele ônibus tá sendo incrementado
00:49:29com o produto do crime, é só ir lá
00:49:31e fazer a bondagem.
00:49:33O TSE não proibiu isso.
00:49:35E ele vai pra algum lugar e para em outro lugar.
00:49:37A única coisa que tá proibida pelo TSE
00:49:39é blitz nas estradas federais.
00:49:41No mundo do Capês, no mundo do Rodolfo,
00:49:43parece que o traficante
00:49:45pega o ônibus e fica assim o tempo inteiro.
00:49:47Só a rodovia federal.
00:49:49Sem nenhum tipo de parada,
00:49:51nenhum tipo de origem.
00:49:53Fica assim o tempo inteiro.
00:49:55Ah, eu tô fugindo. Brincando, né?
00:49:57O traficante tá brincando com os eleitores.
00:49:59Brincando aqui. Por isso que eu tô aqui dirigindo um ônibus
00:50:01cheio de droga, cheio de armas, né?
00:50:03E não vou parar nunca.
00:50:05Conversinha pra eu ir dormir.
00:50:07João Belotti, parece que o Felipe Ponteiro
00:50:09pressupõe
00:50:11que a polícia tenha conhecimento
00:50:13do local e do horário
00:50:15que sairão todos os ônibus
00:50:17nesse país pra um determinado local pra outro.
00:50:19Como se fosse possível
00:50:21fazer esse mapeamento previamente.
00:50:23Ônibus que vão sair de madrugada.
00:50:25Não há inteligência que dê conta
00:50:27de um país com extensão continental como o Brasil
00:50:29com um crime organizado que fatura
00:50:31331 bilhões de reais por ano
00:50:33e que tem ônibus,
00:50:35tem várias maneiras de corromper agentes públicos
00:50:37pra conseguir fazer essa partida
00:50:39assim que a polícia sai antecipadamente.
00:50:41Você tá confundindo policiamento
00:50:43ostensivo, preventivo de blitz
00:50:45com mapeamento e policiamento de inteligência.
00:50:47São coisas separadas.
00:50:49Elas podem estar juntas ou não.
00:50:51Eu quero ouvir.
00:50:53Não, você disse...
00:50:55O secretário, então, do Filipe Monteiro.
00:50:57Essa questão que o Pepe mencionou
00:50:59da lógica, da legislação
00:51:01que não permite a prisão antes da eleição
00:51:03e 48 horas depois, enfim,
00:51:05foi criada numa lógica antiga,
00:51:07de um país antigo, de uma era digital
00:51:09que sequer existia. Hoje ela não faz mais sentido
00:51:11e deveria ser debatida no Congresso
00:51:13ou até o próprio TSE
00:51:15revogar, redefinir
00:51:17essa questão legal.
00:51:19Isso é um ponto. Outro ponto da questão do transporte,
00:51:21como eu mencionei, como se proíbe
00:51:23blitz em rodovias federais, onde circulam centenas,
00:51:25milhares de ônibus todos os dias,
00:51:27especialmente nesse domingo de eleições
00:51:29onde as pessoas se movimentam bastante,
00:51:31é uma questão que está equivocada por parte do TSE
00:51:33que teve essa determinação,
00:51:35já que pode-se favorecer
00:51:37o transporte de drogas e armas. E não é só
00:51:39por ônibus que seriam feitos. Enfim,
00:51:41de presos que estão nas saidinhas
00:51:43e não voltarem. Enfim, toda essa questão
00:51:45dessa cultura bandidola.
00:51:47Agora saidinha também no meio.
00:51:49Todos, todos. Saidinha, todos.
00:51:51E aí elas se autocometem em novos crimes
00:51:53e recebem todas as benesses
00:51:55da nossa legislação bandidola.
00:51:57Mas também eles usam transporte. O crime organizado
00:51:59tem empresa de transporte, tem posto de gasolina,
00:52:01tem restaurante, tem tudo.
00:52:03Refinaria, meu amigo. Refinaria de petróleo.
00:52:05Ali é só mais um dos negócios.
00:52:07Então se sai a notícia
00:52:09na sexta ou sábado, ó.
00:52:11Domingo não pode ter blitz nas rodovias federais.
00:52:13Pro crime organizado é aquela história.
00:52:15Prato cheio. Toca o barco aí,
00:52:17põe todas as armas que a gente estava precisando,
00:52:19e vai embora.
00:52:21Priscila Silveira, começando com você.
00:52:23É isso que me chama a atenção.
00:52:25Parece que nós estamos vivendo num mundo bipolar.
00:52:27Na bipolaridade tem,
00:52:29de um lado, o atual governo,
00:52:31do outro, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
00:52:33E é isso e aquilo.
00:52:35Tudo no país está orbitando
00:52:37em torno desses dois polos.
00:52:39E o crime organizado silenciosamente
00:52:41vai crescendo e dominando
00:52:43todas as áreas aqui do país.
00:52:45Então essa é uma questão.
00:52:47No centro, no epicentro da discussão,
00:52:49surge coisas como essa.
00:52:51E eu digo, vamos prestigiar a nossa polícia,
00:52:53antes de tudo.
00:52:55Vamos acreditar na nossa polícia
00:52:57e dar liberdade para ela atuar
00:52:59e fazer quantos bloqueios e blitz ela quiser.
00:53:01Esse é o ponto que eu queria discutir aqui,
00:53:03prós e contras dessa ideia.
00:53:05Capês, toda vez que a gente tem polarização,
00:53:07não importa se é na política
00:53:09ou qualquer coisa que o valha,
00:53:11ela traz para a gente uma cegueira.
00:53:13Eu digo isso em que sentido?
00:53:15Porque isso impede a gente de analisar
00:53:17juridicamente,
00:53:19impede muitas vezes.
00:53:21E é claro que tudo na nossa vida tem política.
00:53:23Decisões, tudo que a gente faz
00:53:25é decidido através
00:53:27daquilo que você tem de alguma forma
00:53:29a ter algum benefício,
00:53:31seja na política ou não.
00:53:33Agora, o problema aqui é que
00:53:35quando você fala do crime organizado
00:53:37ou das organizações criminosas,
00:53:39cada vez mais eles vão se filtrando.
00:53:41Então é óbvio que
00:53:43a gente não adianta reclamar
00:53:45que o crime organizado, a organização criminosa
00:53:47está se expandindo, sendo que
00:53:49a gente faz muitas vezes
00:53:51um caráter omissivo
00:53:53em não repreender essas organizações.
00:53:55E isso também se estende
00:53:57como você, no começo aqui dessa matéria,
00:53:59você nos disse que
00:54:01havia lá orientações e diretrizes
00:54:03de organizações criminosas que estavam
00:54:05infiltradas ou na pretensa
00:54:07infiltração de algumas cidades.
00:54:09Você citou Santo André, enfim.
00:54:11Então, na verdade, cada vez mais
00:54:13eles vão ganhando braços
00:54:15e eu acho que a polícia
00:54:17não pode parar. Nesse sentido,
00:54:19nesse ponto em específico,
00:54:21por mais que a gente discuta
00:54:23sobre a liberdade da votação, a polícia
00:54:25não poderia parar as atividades.
00:54:27Agora, repito,
00:54:29a gente tem que ser contra
00:54:31sempre a organização criminosa,
00:54:33dentro de uma legalidade, da atuação da polícia,
00:54:35mas havia ali,
00:54:37para fundamentar a decisão do ministro,
00:54:39ele disse que tinha tido denúncias
00:54:41de que um determinado candidato que estava
00:54:43à frente, e eles estavam buscando
00:54:45ônibus
00:54:47especificamente desse candidato
00:54:49que estaria à frente das eleições.
00:54:51Agora, o crime organizado
00:54:53não dorme, Capês. Quem dorme é a gente.
00:54:55A gente fica lá, berço esplêndido,
00:54:57esperando com que eles, cada vez mais,
00:54:59fiquem cada vez mais
00:55:01organizados. Não importa em qual cenário,
00:55:03enquanto aqui a gente está discutindo
00:55:05se o Bolsonaro ou o Lula,
00:55:07se o Lula ou o Bolsonaro.
00:55:09Enquanto isso, eles estão lá, crescendo cada vez mais.
00:55:11Agora, nesse depoimento,
00:55:13STF, houve testemunhas
00:55:15do ex-ministro da Justiça,
00:55:17Anderson Torres.
00:55:19Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal
00:55:21confirmou ordem para blitz durante as eleições.
00:55:23Mas tem também um outro depoimento
00:55:25importante que a gente precisa comentar aqui,
00:55:27que é do ex-diretor adjunto
00:55:29da ABIN, que é o Saulo Moreira Cunha.
00:55:31Ele disse o seguinte,
00:55:33que foram enviados alertas
00:55:35sobre o 8 de janeiro
00:55:37aos órgãos da Inteligência Federal,
00:55:39desde o dia 2 de janeiro.
00:55:41Já sabia que haveria
00:55:43uma ação de grande
00:55:45para médio porte.
00:55:47Abre aspas,
00:55:49eu diria que no dia 7 de janeiro já tínhamos
00:55:51pelo menos informações de que a manifestação
00:55:53seria de médio para grande porte.
00:55:55Apenas no final do dia 7
00:55:57chegaram os números da Agência Nacional
00:55:59de Transportes Terrestres de ônibus,
00:56:01ele declarou. Então, na verdade,
00:56:03se o governo
00:56:05já tinha informações, segundo esse
00:56:07depoimento, de que haveria uma
00:56:09grande manifestação,
00:56:11não deveria ter sido feito ali um escudo
00:56:13de proteção
00:56:15da esplanada da Alvorada,
00:56:17dos prédios do STF, do Palácio do Planalto,
00:56:19da Câmara dos Deputados?
00:56:21Ou seja, não tinha ninguém fazendo a vigilância?
00:56:23Eu não consigo entender
00:56:25a incompatibilidade entre a informação
00:56:27prévia a ter chegado e as providências
00:56:29de proteção preventiva
00:56:31não terem sido tomadas.
00:56:33O que você acha desse depoimento, começando aqui
00:56:35com o Rodolfo Maris e seguindo
00:56:37depois com o polêmico Felipe Monteiro?
00:56:39Polêmico, mas sábio, Felipe Monteiro.
00:56:41Capês,
00:56:43essa sua informação
00:56:45foi exatamente o que afastou o então
00:56:47governador ibanês do cargo do
00:56:49Distrito Federal, porque
00:56:51soube-se que ele tinha recebido
00:56:53essas informações e me parece que
00:56:55até então, entre aspas, aqui no Cárcel Liviano,
00:56:57não deu ouvidos a isso,
00:56:59achando que talvez isso não fosse acontecer.
00:57:01Desculpe, eu sou obrigado a interrompê-lo, porque
00:57:03de acordo com ele, as informações
00:57:05foram repassadas ao governo federal
00:57:07a partir de relatórios, só pra corrigir o ponto.
00:57:09Sim, mas o que me afirma
00:57:11é que o ibanês foi recebendo a informação
00:57:13de que haveria, talvez, essas pessoas
00:57:15no dia 8 de janeiro, recebidas um dia antes.
00:57:17Foi o que afastou
00:57:19ele, inclusive, do cargo de governador
00:57:21do Distrito Federal. Aí as investigações
00:57:23mostraram que ele não tinha nada a ver com isso e retornou ao cargo.
00:57:25Fato é que receberam
00:57:27informações sobre esses ônibus
00:57:29chegando lá, mas talvez não se
00:57:31atentaram ao fato
00:57:33e nem se dava também para presumir
00:57:35o que ia acontecer no 8 de janeiro.
00:57:37Onde as pessoas invadiram
00:57:39e depredaram e aconteceu aquele caos todo
00:57:41que vai entrar pros livros de história do nosso
00:57:43país, com certeza. Agora,
00:57:45seria qualquer, seria prematura
00:57:47qualquer outra coisa que eu falasse
00:57:49aqui, Capês, porque a gente precisa ouvir, de fato,
00:57:51os depoimentos ao longo do dia
00:57:53e isso vai ser mais apurado e nós teremos aqui
00:57:55uma notícia mais concreta sobre
00:57:57esse ponto que você trouxe, pra gente
00:57:59falar com um pouco mais de assertividade.
00:58:01Pois é, mas Monteiro, o que me chama atenção
00:58:03independentemente do depoimento
00:58:05é a capital
00:58:07federal
00:58:09do país, do Brasil.
00:58:11A nona maior
00:58:13economia do mundo, o maior
00:58:15país da América Latina,
00:58:17a segunda maior economia do hemisfério sul,
00:58:19um país importante como o nosso,
00:58:21com o sistema de inteligência
00:58:23que nós temos, com a Agência Brasileira de
00:58:25Inteligência, o gabinete institucional,
00:58:27seja a polícia
00:58:29do Distrito Federal, seja a Polícia Federal,
00:58:31seja as Forças Armadas, seja a
00:58:33Polícia do Palácio do Planalto, seja do STF,
00:58:35seja do Congresso, ninguém
00:58:37organizou um bloqueio
00:58:39com policiais pra impedir que as pessoas
00:58:41chegassem até lá? Quando
00:58:43houve um deslocamento de ônibus, de milhares
00:58:45de pessoas até lá? É isso que eu não consigo
00:58:47entender, esta omissão
00:58:49em proteger os próprios ali
00:58:51do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional
00:58:53e do Supremo Tribunal Federal.
00:58:55O Governo Federal não teria também
00:58:57que ter tomado providências pra isolar aquela área?
00:58:59Ô Capês,
00:59:01por mais que o relatório da Bin indicasse
00:59:03naquele momento que ia ter uma grande manifestação,
00:59:05né, grande manifestação
00:59:07é contrário de quebra-quebra, é contrário de invadir
00:59:09o Palácio do Planalto, invadir o STF,
00:59:11invadir o Parlamento,
00:59:13né, são coisas completamente diferentes.
00:59:15Só porque eu imaginaria
00:59:17a grande manifestação, como tem
00:59:19várias manifestações no Brasil nos últimos anos
00:59:21da direita pacífica, né,
00:59:23como algo normal e natural de uma democracia.
00:59:25Nunca imaginaria na minha
00:59:27cabeça que grande manifestação
00:59:29significaria no final
00:59:31a depredação do patrimônio público,
00:59:33no final a invasão de prédios públicos,
00:59:35no final a ocupação do
00:59:37STF, a ocupação do Palácio do Planalto.
00:59:39Então são coisas completamente diferentes, Capês.
00:59:41Agora, é claro
00:59:43que no Brasil
00:59:45poderia ter tido uma atitude
00:59:47mais proativa do governo federal
00:59:49e cercar o prédio público
00:59:51naquele momento. Poderia.
00:59:53Mas isso eu estou falando agora, depois de
00:59:55anos que passou, de meses que passou
00:59:57o 8 de janeiro, né.
00:59:59Naquele momento ali, eu não sei se
01:00:01algo que não aconteceu antes no Brasil
01:00:03pudesse acontecer naquele
01:00:05momento. Então eu vejo com naturalidade
01:00:07a grande manifestação da BIN
01:00:09como um grande poder de mobilização
01:00:11da direita naquele momento. Agora,
01:00:13eu nunca imaginaria que fosse chegar ao ponto que chegou.
01:00:15Muito bem. João Beirote, eu acho que o Felipe Monteiro
01:00:17nunca imaginaria, porque ele,
01:00:19a despeito de ser um brilhante publicista
01:00:21e um brilhante advogado
01:00:23na área empresarial, ele não é
01:00:25uma figura da área
01:00:27da segurança pública. Evidentemente
01:00:29que ele não tem obrigação de imaginar
01:00:31agora uma autoridade
01:00:33policial, uma autoridade militar,
01:00:35um ministério público, alguém que trabalha
01:00:37preventivamente com segurança pública,
01:00:39claro que tem obrigação e o dever
01:00:41de imaginar que qualquer manifestação
01:00:43próxima a prédios públicos,
01:00:45ela é potencialmente perigosa.
01:00:47E eu fico a imaginar
01:00:49como é que não se criou ali um escudo
01:00:51para proteger
01:00:53os prédios, a aproximação popular.
01:00:55As pessoas estavam subindo a rampa
01:00:57do Palácio do Planalto livremente,
01:00:59entrando no prédio do Supremo Tribunal Federal
01:01:01como se fosse uma quitanda. Isso
01:01:03realmente não choca a falta de
01:01:05policiamento ali? Até agora
01:01:07eu não consegui entender. Pois é, Capes,
01:01:09e você veja que as pessoas avançaram,
01:01:11e parece que houve alguma facilitação
01:01:13se houve que essas pessoas sejam punidas,
01:01:15muitas estão sendo julgadas agora
01:01:17na questão do que se convencionou chamar de
01:01:19tentativa de golpe de Estado.
01:01:21Se houve facilitação, o que se puna?
01:01:23Se essas pessoas invadiram os prédios,
01:01:25o que se puna pelos danos ao
01:01:27herário, enfim, ao patrimônio público,
01:01:29isso deve ser punido de fato,
01:01:31como já há previsão na legislação.
01:01:33Como a gente vem sempre falando, não há toda
01:01:35essa materialidade para se configurar um golpe
01:01:37de Estado. Ao invés de tanques haviam
01:01:39bíblias, ao invés de armas haviam
01:01:41vendedores de algodão doce. Então, assim,
01:01:43faltam ali os elementos básicos que a
01:01:45história nos ensina que seria necessário para um golpe de Estado,
01:01:47ainda mais num dia de domingo
01:01:49sem expediente. Houve um quebra-quebra, isso é
01:01:51inegável, a narrativa do golpe
01:01:53institucionalmente ganhou,
01:01:55vem ganhando, então não se
01:01:57sabe como vai ser a decisão,
01:01:59a tendência é que todos sejam condenados
01:02:01pela tal da tentativa de
01:02:03golpe de Estado, e o Anderson Torres
01:02:05foi um desses símbolos. Ele chegou
01:02:07logo no início, o próprio governador do
01:02:09Distrito Federal, Ibanez, chegou até a ser afastado
01:02:11porque teria de alguma forma
01:02:13permitido que fosse
01:02:15facilitado. O Anderson Torres mencionou na época que
01:02:17estava nos Estados Unidos, o que foi comprovado posteriormente.
01:02:19Então, assim, há diversos e diversos elementos
01:02:21que não estão muito claros e
01:02:23há muita dificuldade para essas pessoas
01:02:25se defenderem. Muitos advogados alegam
01:02:27que sequer tiveram acesso a integrar
01:02:29dos documentos, a integrar dos autos,
01:02:31e você ainda tem
01:02:33todos sendo julgados no Supremo Tribunal
01:02:35Federal, em missa, a maioria dessas pessoas sequer
01:02:37foram privilegiadas, e mesmo o Jair
01:02:39Bolsonaro já estava fora da
01:02:41presidência, então deveria ser tudo
01:02:43remetido para a primeira instância. Como não vai ser, essas pessoas
01:02:45terão o recurso dentro do próprio
01:02:47Supremo Tribunal Federal, então
01:02:49não me parece o correto
01:02:51dentro da legislação brasileira.
01:02:53Eu aprecio sempre a calma do João Beloot.
01:02:55João Beloot é aquele que dorme na montanha
01:02:57russa na hora do looping.
01:02:59Muito bem.

Recomendado