- ontem
O ministro Dias Toffoli, do STF, ordenou o arquivamento de uma ação de improbidade administrativa que envolvia Geraldo Alckmin, vice de Lula.
A ação tramitava na 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo e investigava alegações de repasses ilegais da Odebrecht para a campanha de Alckmin em 2014, quando ele disputava a reeleição ao governo de São Paulo.
Toffoli argumentou que as provas utilizadas na ação eram as mesmas de outro processo arquivado pelo STF em abril,com base na anulação das provas extraídas dos sistemas Drousys e MyWebDay, da Odebrecht. Eles eram utilizados pela empreiteira para contabilizar pagamentos ilícitos a autoridades.
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A ação tramitava na 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo e investigava alegações de repasses ilegais da Odebrecht para a campanha de Alckmin em 2014, quando ele disputava a reeleição ao governo de São Paulo.
Toffoli argumentou que as provas utilizadas na ação eram as mesmas de outro processo arquivado pelo STF em abril,com base na anulação das provas extraídas dos sistemas Drousys e MyWebDay, da Odebrecht. Eles eram utilizados pela empreiteira para contabilizar pagamentos ilícitos a autoridades.
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NotíciasTranscrição
00:00O ministro Dias Toffoli do STF ordenou o arquivamento de uma ação de improbidade administrativa
00:05que envolvia Geraldo Alckmin, vice de Lula.
00:09Sabe qual é o título da transmissão do programa de hoje no YouTube, Duda Teixeira?
00:13O amigo do amigo do vice.
00:16Pois é.
00:17A decisão foi proferida na última sexta-feira, 19.
00:20A ação tramitava na 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo
00:24e investigava alegações de repasses ilegais da Odebrecht para a campanha de Alckmin em 2014,
00:30quando ele disputava a reeleição ao governo de São Paulo.
00:34Toffoli alegou que as provas utilizadas na ação eram as mesmas de outro processo arquivado pelo STF em abril
00:40com base na anulação das provas extraídas dos sistemas Drauzes e MyWebDay da Odebrecht.
00:46Eles eram utilizados pela empreiteira para contabilizar pagamentos ilícitos a autoridades.
00:50Nós comentamos muitas vezes esse caso aqui, usaram as alegações mais rasteiras
00:56para anular todas as provas daquilo que foi chamado de departamento de propina da Odebrecht,
01:03o sistema de operações estruturadas que tinha esse nome pomposo para esconder
01:08as ilegalidades que estavam sendo cometidas e que foram, inclusive, admitidas em depoimentos,
01:14delação premiada.
01:15Então, teve autoridade competente que carregou uma parte desses arquivos em sacola de um local para outro,
01:24falaram, ah, as provas foram carregadas em sacola de supermercado.
01:28Então, carrega ali uma parte ínfima de milhares de arquivos em uma sacola,
01:35a própria autoridade competente, sem que tenha qualquer evidência de que houve um prejuízo material,
01:41uma modificação, uma adulteração. Então, vamos anular tudo, tudo que foi descoberto,
01:46tudo que foi confessado, porque aí se abre a porteira para a blindagem geral da República,
01:52como a gente tem visto nesse país ao longo das últimas décadas, inclusive antes da Lava Jato.
01:57Não é uma questão pontual dessa força-tarefa, teve várias outras antes,
02:01que geraram essa impunidade geral.
02:03Então, a gente vai exibir, a partir de agora, três prints de tweets meus que resumem essa história.
02:09Vamos lembrar o que eu escrevi em 23 de março de 2022, na época, como acontece até hoje,
02:17a maior parte da imprensa fica repetindo as narrativas que os políticos dão,
02:23que os ministros do STF dão para aquilo que eles vão fazendo.
02:27Alguém tem que apontar possíveis motivações que os políticos têm
02:36para determinadas escolhas que eles fazem e que contradizem tudo o que eles falaram anteriormente.
02:41Então, o Geraldo Alckmin apontava crimes petistas.
02:45Ele falava que o Lula queria voltar à cena do crime.
02:48E, de repente, claro que aconteceu muita coisa entre essas falas e aquele momento,
02:57mas ele foi se unir ao petismo com esse pretexto de derrotar o bolsonarismo,
03:02de salvar a democracia, etc.
03:05Mas será que não haveria outras razões para que Geraldo Alckmin estivesse estimulado
03:11a se unir ao Lula?
03:14Então, olha só o que eu escrevi em 23 de março de 2022
03:17como uma reflexão genérica, independentemente do caso específico.
03:20Abra o aspas.
03:22Ao topar serviço de um ex-rival que indicou ministros para tribunais superiores,
03:27um alvo de delações e investigações garante votos favoráveis,
03:31caso venha a ser julgado por eles?
03:33Quer dizer, isso é um questionamento.
03:35E o que eu mesmo respondi?
03:37Em países onde a cúpula do poder judiciário blinda padrinhos e aliados?
03:42Sem dúvida.
03:44Agora, vamos ver se o Brasil seria um desses países.
03:48Cada um pode formar o seu juízo.
03:50Porque eu estava falando ali de uma questão de princípio.
03:53Quer dizer, num país que funciona assim,
03:55pode ser a percepção do político que vale para ele se unir ao grupo
04:01que tem seus representantes na Suprema Corte.
04:04Então, vamos mostrar aí o que eu tuitei hoje.
04:09O lulismo era a esperança de Alckmin.
04:11Porque tinha uma manchete lá de março de 22,
04:13Alckmin se filia ao PSB e diz que Lula é a esperança.
04:15Foi quando ele ia virar vice.
04:17E aí o Lewandowski e o Toffoli blindaram o Tucano.
04:20Então, tinha uma manchete da Folha.
04:22Vocês estão vendo ali embaixo?
04:23Depois eu passo para o meu comentário que está aí em cima.
04:25De 23 de março de 2022.
04:27Alckmin se filia ao PSB e diz que Lula é a esperança.
04:30O Alckmin se filiou,
04:32todo o noticiário da época apontava isso,
04:34para se tornar o vice.
04:36Aliás, foi no final de julho daquele ano
04:39que o PSB oficializou o Alckmin como vice.
04:43Isso depois de o PT ter decidido em uma assembleia
04:49que o Alckmin poderia ser o vice do Lula,
04:53como o Lula quis e o PT faz o que o Lula quer.
04:55Então, tinha essa manchete do Alckmin dizendo que o Lula é a esperança.
05:01Depois, nove meses depois, ali em 19 de dezembro de 2022,
05:05Ricardo Lewandowski, então ministro do STF,
05:08que veio a se aposentar e integrar o próprio governo Lula
05:10como ministro da Justiça e Segurança Pública,
05:12encerrou uma ação contra o geral do Alckmin na justiça eleitoral.
05:17O Alckmin era réu acusado de ter recebido propine de caixa 2
05:21da construtora Odebrecht.
05:24E aí, agora, no dia 18 de outubro de 2024,
05:29o Dias Toffoli tomou uma decisão que só veio a ser divulgada ontem,
05:32por isso que o print está ali há 19 horas,
05:35porque foi divulgada na segunda-feira, dia 21 de outubro,
05:40mas é do dia 18,
05:41o Toffoli anulou a ação de improbidade administrativa
05:44contra Geraldo Alckmin.
05:46Também no caso Odebrecht,
05:48que foi inteiramente varrido para debaixo do tapete,
05:50afinal, atingia muitos políticos de muitos partidos
05:53e nada une mais os políticos em Brasília
05:56do que o medo de cadeia.
05:58Então, volto ao meu comentário em cima.
06:00Lulismo era a esperança de Alckmin.
06:02Lewandowski e Toffoli, indicados por Lula ao STF,
06:04blindaram o Tucano, no caso Odebrecht,
06:06depois que ele virou vice do petista.
06:10É bom estar na patota.
06:11E aqui a gente não está fazendo nenhuma acusação específica.
06:15É que é da percepção do político.
06:18O político percebe, olha, pode ser vantajoso para mim,
06:22porque não tenho chance sozinho de concorrer com Lula e Bolsonaro.
06:27Alckmin, raciocinando.
06:30Eu, que estou aqui fazendo acupuntura,
06:33o Alckmin estava fazendo naquele momento,
06:36posso me tornar vice-presidente da República
06:38se eu aderir, porque vai se formar uma frente ampla
06:40com essa narrativa de defesa da democracia.
06:43E ainda vou ficar no grupo político que indicou os ministros
06:46que vão avaliar o meu processo lá em relação ao caso Odebrecht.
06:50Então, assim, na própria percepção de quem acompanha
06:52a política brasileira, é interessante fazer parte do sistema e tal.
06:57E aí o Alckmin foi e fez parte.
06:59O resultado está aí.
07:00O que eu apontei na raiz aconteceu.
07:02É coincidência?
07:03Fica a pergunta.
07:04Lula Teixeira.
07:05Pois é, quando o Alckmin voltou para a política,
07:09como o vice aí na chapa do Lula,
07:11todo mundo se perguntou, né, por que ele está fazendo isso, né?
07:13Já não estava se aposentando.
07:15Pode ser uma das explicações.
07:18Felipe, e no julho desse ano,
07:20uma juíza da 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo
07:25tinha decidido manter essa ação de improbidade administrativa.
07:30O que a juíza alegou é que as provas,
07:34haviam várias provas nesse caso,
07:36que tinham sido apresentadas pelo promotor.
07:38E que essas provas não tinham nada a ver com as provas
07:41do acordo de leniência da Odebrecht.
07:44O promotor fez o trabalho dele,
07:47tinha pego ali gravações de telefone de doleiro
07:50com ex-operador do governo do Alckmin,
07:55conversa de Skype de gente da entregadora,
07:59a gente que entregava dinheiro vivo aqui em São Paulo,
08:04planilhas dos doleiros.
08:06Então, haviam outras provas que não tinham nada a ver
08:09com os acordos de leniência da Odebrecht
08:12e que, por isso, ela entendia que a ação deveria ser mantida.
08:17E aí, independente disso,
08:19o Toffoli foi lá e derrubou tudo, arquivou tudo, né?
08:22Quer dizer, como se uma prova fosse contaminada por outra,
08:26sendo que são duas coisas completamente independentes,
08:29de origens diferentes, não tem nada a ver, né?
08:32Mas o objetivo do Toffoli, no fim, é realmente garantir a impunidade.
08:37Só quero lembrar um outro tweet meu,
08:39de 26 de maio de 2017.
08:42Eu escrevi o seguinte, abro aspas,
08:44Então, eu apontei lá na raiz, como vocês estão vendo,
09:00e é muito bom tuitar, porque fica tudo registrado com a data,
09:0426 de maio de 2017,
09:07que o Gilmar Mendes estava mudando de posição
09:09quando a Lava Jato estava atingindo o Aécio Neves.
09:13Depois apareceu o relatório da Polícia Federal
09:15com 43 chamadas entre Gilmar e Aécio,
09:18inclusive um telefonema no dia
09:20em que o próprio Gilmar suspendeu um interrogatório do Aécio.
09:25O Gilmar, que tinha votado em 2016
09:28a favor da prisão após condenação em segunda instância,
09:32quando a Lava Jato chegou no PSDB,
09:34por uma grande coincidência temporal,
09:36ele começou a defender o fim da prisão em segunda instância
09:41e acabou votando pelo fim, mudando seu próprio voto,
09:44quando o tema foi pautado novamente no plenário em 2019.
09:48A gente acompanhou tudo, se lembra de todos os detalhes
09:51e sempre traz aqui o histórico para vocês,
09:53porque sabe que outros setores da imprensa não trazem
09:56e nunca mostraram onde foi que a impunidade começou a avançar.
10:05E depois, quando os desdobramentos da Lava Jato foram atingindo outros grupos,
10:10inclusive o bolsonarismo no Rio de Janeiro,
10:14aí é que a frente ampla da impunidade ganhou novos adeptos
10:17e a gente acompanhou tudo isso também.
10:19Então eu relembrei aí, pode colocar de novo o print,
10:22só para fechar,
10:23que a aliança entre petistas e velhos tucanos
10:26se consolidou aqui, em maio de 2017,
10:29contra a Lava Jato.
10:30E aí depois veio, em 2022,
10:33essa cristalização política na chapa Lula-Alckmin.
10:37Mas foi aí que o indicado do Fernando Henrique Cardoso,
10:41do PSDB, no governo tucano,
10:43Gilmar Mendes, no STF, se voltou contra a Lava Jato,
10:46que essa aliança se consolidou.
10:48E aí aqueles antigos porta-vozes do velho tucanato
10:51e do ministro indicado pelo velho tucanato
10:56ao Supremo Tribunal Federal,
10:58eles também passaram a defender os famigerados petralhas.
11:02Foi aí que toda essa união se consolidou de vez.
11:06Aqui a gente sabe a cronologia dos fatos.
11:08Duda Teixeira, quer complementar?
11:10Frente ampla que funciona de verdade é essa daí.
11:14A outra é aquela que o Lula disse que ia fazer,
11:17em 2022,
11:18uma frente ampla contra o Bolsonaro,
11:23contra o que ele dizia ali,
11:25movimentos antidemocráticos.
11:27No final, não tem frente ampla nenhuma no governo,
11:30só tem o PT, o Lula
11:32e a turma que orbita em volta dele.
11:36A frente ampla que realmente funcionou,
11:38essa daí realmente a favor da impunidade
11:41que juntou todo mundo, né, Felipe?
11:43Pouquíssima gente aí ficou de fora.
11:48Legenda Adriana Zanotto
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