- 29/06/2025
Os deputados de oposição ignoraram os apelos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e fecharam questão contra a proposta de regulamentação da reforma tributária. A decisão foi antecipada pelo deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília.
“O projeto inteiro é ruim. A oposição vai votar contra. O governo ignorou as propostas de frentes parlamentares e resolveu fazer uma proposta própria, com viés totalmente arrecadatório e uma alíquota absurda que vai impactar o consumidor, vai impactar o pequeno e o médio empreendedor, e vai impactar a sanidade de vários setores da economia”, disse o parlamentar.
O líder da oposição na Câmara, Filipe Barros (PL-PR), também reafirmou o posicionamento da oposição em post no X – antigo Twitter.
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“O projeto inteiro é ruim. A oposição vai votar contra. O governo ignorou as propostas de frentes parlamentares e resolveu fazer uma proposta própria, com viés totalmente arrecadatório e uma alíquota absurda que vai impactar o consumidor, vai impactar o pequeno e o médio empreendedor, e vai impactar a sanidade de vários setores da economia”, disse o parlamentar.
O líder da oposição na Câmara, Filipe Barros (PL-PR), também reafirmou o posicionamento da oposição em post no X – antigo Twitter.
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NotíciasTranscrição
00:00Deputado, eu já vou aproveitar, já vou perguntar logo para o senhor,
00:02porque eu tenho certeza que o senhor deve estar com o relatório
00:05nesse momento do Reginaldo Lopes.
00:07Já deu para sentir a temperatura?
00:10O texto estava mais ou menos ali dentro do que se esperava?
00:14Tem alguma pegadinha ou ainda não deu tempo de identificar?
00:17Não, o projeto inteiro é ruim.
00:19Então, nós vamos votar contra.
00:20A oposição está fechada contra esse projeto.
00:23Não temos nada de...
00:24A oposição vai ser contra.
00:26A oposição vai ser contra, exatamente.
00:28Fizemos diversas emendas.
00:30Vamos lembrar só que as frentes parlamentares fizeram as leis complementares
00:34que seriam aprováveis pelo parlamento, incluso a oposição.
00:39O governo ignorou as propostas das frentes parlamentares
00:42e resolveu fazer uma proposta própria,
00:44que vem com um viés totalmente arrecadatório,
00:49com muita ambiguidade, com uma série de entreveiros de implementação,
00:53mas o pior, com uma alíquota absurda,
00:55que vai impactar o consumidor,
00:58vai impactar o pequeno e médio empreendedor
01:00e vai impactar a sanidade de vários setores da economia.
01:04Pode até desaparecer com essa proposta como ela está escrita.
01:07Na semana passada, uma coalizão de frentes parlamentares,
01:11essa coalizão divulgou um manifesto,
01:13e essa coalizão é formada por frentes como, por exemplo,
01:16a Frente Parlamentar do Agro,
01:18a Frente Parlamentar do Livre Mercado,
01:21enfim, essa frente, essa coalizão pediu urgência e atenção
01:27para alguns pontos considerados cruciais
01:29desse texto da reforma tributária.
01:33Hoje pela manhã, o presidente da Câmara
01:35tinha mais uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro
01:39para tentar convencê-lo a convencer os deputados do PL
01:43a votarem a favor do texto.
01:44Pelo que eu estou vendo, deputado, até agora,
01:46continua em passe, né?
01:47Parece que o PL vai votar contra,
01:49e pelo que o senhor me falou,
01:50o texto, de fato, ele ainda tem muitas inequações,
01:53e no momento em que ele vai ter que...
01:55ele vai ser... vai passar ali,
01:57naquele regime artulira, né?
01:58Práximamente vai ser tratorado
02:00sem muita possibilidade de discussão, não é isso?
02:03É, exatamente.
02:04Se não tivesse interferência do governo no processo,
02:08certamente que os parlamentares votariam em massa
02:10contra o projeto.
02:11Mas como o governo quer muito esse projeto,
02:14ele coopta boa parte dos deputados do Centrão,
02:18que são a maioria, em termos de número de deputados,
02:21e vários desses acabam apoiando a proposta do governo.
02:25E, certamente, vamos ver esse filme...
02:27Já vimos esse filme e vamos ver de novo.
02:30Que filme é esse?
02:31É que o deputado aprova uma proposta
02:34que ele não entende,
02:35que não saberia tecer um julgamento contrário ou favorável,
02:40mas atende ali aos interesses que batem na porta.
02:43O governo tem o maior interesse,
02:45tem o maior caixa para comprar esse deputado,
02:47ele vota favorável à proposta.
02:48No momento seguinte, que fez a aprovação,
02:51todos os setores da economia começam a reclamar,
02:53fazerem cálculo de prejuízo,
02:55batem na porta do deputado,
02:56e dizem,
02:56deputado, como é que você aprovou isso?
02:58Aí ele faz aquela cara de autoridade,
03:00assim, puxa vida, é mesmo.
03:02É, vamos rever isso e tal.
03:03E faz aquela meia-culpa de lado
03:06e tenta empurrar isso para adiante.
03:08Então, a gente já está vendo esse processo mais uma vez.
03:10Infelizmente, o governo não deu nenhuma orientação de impacto
03:14nos setores da economia.
03:16Ele só disse o quanto que vai ser alíquota.
03:19Ou seja, é uma questão assim,
03:21o governo é que define o quanto que ele tem de custo
03:24e empurra isso goela abaixo da sociedade e dos setores da economia.
03:28Completamente errado.
03:29É por isso, é uma das razões
03:31que essa proposta não pode passar.
03:33Tem outros detalhes aí,
03:34muito piores no sentido político,
03:37que a gente pode tratar mais tarde.
03:38Rodrigo Oliveira.
03:40Deputado, boa tarde.
03:41Eu queria saber,
03:43da parte de vocês, da oposição,
03:45quais eram as propostas que vocês esperavam ver
03:48nessa regulamentação que não foram atendidas?
03:54Bem, vamos começar aqui com a proposta,
03:56uma das propostas principais,
03:58que é com relação à cesta básica.
04:00É desoneração total do agronegócio,
04:02de toda a cadeia produtiva do agronegócio.
04:04O agronegócio é desonerado em todos os modelos IVA da Europa,
04:10desonerado em toda a sua cadeia produtiva.
04:12Não é o caso aqui.
04:13Estamos onerando a parte das carnes,
04:16as proteínas,
04:17o que tem mais valor agregado.
04:18Então, o governo foi muito específico nisso.
04:20Ele reonerou e vai tributar a carne,
04:23vai tributar a proteína.
04:24Isso é ruim para o consumidor,
04:25é ruim para o produtor.
04:27Então, esse é um dos aspectos.
04:28Tem a questão do imposto seletivo.
04:30Ele é cumulativo,
04:31ou seja, ele vai incidir na base de cálculo
04:34de outros impostos.
04:36Além disso, o imposto seletivo,
04:38ele deixa de ser um imposto punitivo,
04:41ou seja, punir o tabaco, o álcool,
04:44e ele passa a ser aplicável
04:46em uma gama ampla de produtos e serviços.
04:49Então, ele passa a ser um imposto líbero,
04:52porque futuras interpretações
04:53podem aplicar o imposto seletivo em tudo.
04:56Outras coisas, questão de monofasia,
04:58monofasia, não está clara a questão de monofasia
05:00de vários setores,
05:01sobretudo o gás e petróleo.
05:03Não está clara a inserção aí.
05:05Temos problemas com o split payment,
05:07que é a divisão dos pagamentos
05:09entre estados e municípios.
05:11Quando é que estados e municípios recebem isso?
05:13E a transparência de como isso vai decorrer?
05:15Outra questão é dos créditos.
05:19As grandes empresas que têm uma cadeia longa
05:22de fornecedores,
05:24elas têm que ter a opção
05:25de poder ter os créditos
05:27de seus fornecedores
05:28à medida que eles realizam essa compra.
05:30E não quando efetivamente
05:31o sistema acusa que recebeu ali.
05:34Então, temos uma cadeia de problemas
05:37que nós apontamos em emendas
05:39e o governo simplesmente não contemplou
05:41em absolutamente nada.
05:42É por isso que eu digo,
05:43as propostas das frentes parlamentares,
05:46por mais que nós já tenhamos votado
05:47contra a reforma tributária,
05:49lembrando,
05:50a primeira etapa foi uma emenda constitucional.
05:53Nós votamos contra.
05:54Somos contra o modelo IVA,
05:55como se apresentou.
05:56No entanto,
05:58pelas propostas de regulamentação
06:00desse modelo tributário,
06:03nós até aprovaríamos a regulamentação,
06:06porque ela diminuiu o impacto negativo.
06:08Mas não,
06:09o governo foi atrás
06:10e reonerou vários setores da economia,
06:13vários serviços,
06:15e isso vai gerar um problema
06:16muito grande para o consumidor,
06:18para o emprego,
06:19para o pequeno e médio empresário,
06:21para os estados e para os municípios.
06:22Então,
06:23é geral o problema.
06:24Brasília virou um buraco negro tributário.
06:27Então,
06:27a gente está com muito receio
06:29dessa proposta,
06:30por isso que a gente está orientando por conta.
06:31Tem muito mais itens aí
06:32do que eu tenho tempo aqui de discorrer.
06:34Como eu falei,
06:35em cima do lance,
06:36o deputado já anunciou,
06:38informação quentíssima,
06:39breaking news.
06:40Coloca aí,
06:41por gentileza,
06:41Matheus,
06:42tweet,
06:42publicado agora há pouco
06:43pelo deputado Felipe Baus,
06:44que ele é o líder da oposição na Câmara.
06:47A reforma tributária de Lula Haddad
06:49é uma das maiores faças
06:50da história econômica do Brasil.
06:52Isso é o aumento de imposto.
06:54Oposição fazendo,
06:55firmando posição,
06:57fechando questão,
06:57que vai votar contra o texto.
06:59Por que isso é importante?
07:01São pelo menos,
07:02são aproximadamente 90,
07:0485,
07:05entre 90 votos a menos
07:06que o Arthur Lira
07:07não vai poder contar nessa votação.
07:10Um obstáculo a mais
07:12para o presidente da Câmara
07:14e para o governo.
07:15Isso significa que todos os deputados
07:17do PL,
07:17aproximadamente 100,
07:19vão votar contra o texto?
07:21Não,
07:22porque tem uma bancada ali,
07:23tem uma ala ali pragmática
07:25que votaria a favor do governo,
07:27mas dificulta o trabalho do governo,
07:29não é, Rodrigo Oliveira?
07:31Dificulta,
07:31mas eu acho que passa
07:32sem muitos problemas.
07:34Lembrando que é um projeto de lei comum,
07:37então basta a maioria,
07:39não me falha a memória,
07:40250 e pouquinhos.
07:42Não vai ser
07:44uma vitória acachapante,
07:47mas provavelmente o governo
07:49deve levar,
07:51como é que se diz,
07:52fechou bem os laços aí.
07:54Caso estivesse correndo muito risco,
07:55também não se arriscaria
07:57e teria deixado a votação
07:59para mais tarde,
08:00o que não aconteceu.
08:01Matheus,
08:02coloca na tela também,
08:03por gentileza,
08:03uma matéria que agora há pouco
08:04o nosso Wesley Oliveira,
08:07que está em cima do lance,
08:08falando aí sobre
08:10outro trecho,
08:12outro detalhe desse parecer,
08:13que é a redução do imposto
08:16que será cobrado
08:17sobre os medicamentos.
08:19A nova versão
08:19mantém uma lista
08:21de 383 remédios
08:23isentos de tributos.
08:24Além disso,
08:25os deputados incluíram
08:26a previsão de imposto
08:27reduzido
08:28para todos os medicamentos
08:30registrados na Anvisa
08:31ou produzidos
08:32pelas farmácias
08:34de manipulação.
08:34Quer dizer,
08:36de novo,
08:36Rodrigo Oliveira,
08:37antes de a gente entrar
08:37no IPCA,
08:38é um texto complexo,
08:40vai dar muita confusão,
08:41porque você analisar
08:43um texto desse
08:44em uma tarde,
08:46com esse nível
08:47de complexidade,
08:48sem saber necessariamente
08:49no que vai dar,
08:51isso ainda vai,
08:52é lógico,
08:52o texto ainda vai passar
08:53pelo Senado,
08:53mas isso ainda vai ser
08:54alvo de muita discussão.
08:57É, na verdade,
08:57o governo sabe
08:58onde vai dar,
08:59ou ele imagina
09:00onde vai dar.
09:02Mas a discussão
09:05é sempre a mesma,
09:07e eu acho que o Haddad
09:09conseguiu deixar isso
09:10mais claro
09:11para a população,
09:12que é uma discussão
09:12sobre o quanto
09:13você quer pagar
09:14pelos serviços
09:15para ter serviços
09:17de qualidade
09:17ou não públicos.
09:19Então,
09:20imposto é para isso,
09:21imposto é um dinheiro
09:22que a gente abre mão
09:23para que o Estado
09:25retorne para a gente
09:26alguns serviços
09:27que a gente acha
09:27que a gente não pode fazer
09:29ou que será melhor gerido
09:31pelo próprio Estado.
09:32O problema é que
09:34nesses últimos anos
09:35o Estado passou
09:37a arrecadar
09:42para ele próprio,
09:43arrecadar
09:44para ele mesmo
09:46se alimentar
09:48e não devolver
09:50para a sociedade.
09:51Talvez algum dia
09:52a gente acorde para isso
09:53e comece a discutir isso.
09:55Exatamente,
09:56você vê,
09:56tem sempre
09:57um tom
09:59que a gente usa
10:02de boa notícia,
10:03de isentou isso,
10:04isentou aquilo
10:05e não sei o quê,
10:07só que é aquela coisa
10:08sempre,
10:08toda vez que você é isenta
10:09de algum lugar,
10:10tem que entrar de outro.
10:12Então,
10:13por exemplo,
10:13o IVA,
10:14a história do ar,
10:15não,
10:15a alíquota tem que ficar
10:16em 26,5%,
10:17mas a carne tem que ser isenta
10:19ou não tem que ser isenta,
10:20eu não estou nem aqui
10:21defendendo que seja
10:22ou que não seja,
10:22mas no fim das contas,
10:25quando você isenta
10:26alguma coisa,
10:27o outro lado
10:28vai ter que pagar
10:29em algum lugar,
10:30vai ter um vegetariano
10:32pagando pela isenção
10:33da carne
10:34na cesta básica.
10:36Então,
10:36você nunca vai ser
10:38muito justo nisso,
10:40talvez,
10:41o que a gente tinha
10:42de elemento
10:43que mais buscava
10:44uma justiça
10:45era o cashback,
10:47é o cashback,
10:48essa história
10:48de quem está
10:49no cadastro único
10:51ter de volta
10:52o imposto que paga,
10:53e aí,
10:54essa pessoa,
10:55então,
10:56que tem mais dificuldade
10:57teria acesso
10:58a produtos isentos,
11:00em vez de você
11:01isentar a cadeia,
11:03e aí você beneficia
11:07o empresariado
11:08e você não sabe
11:09se isso vai ter efeito
11:10lá na frente.
11:11É claro que,
11:12daqui a uns anos,
11:14o PT,
11:14o Lula,
11:15o Haddad
11:15vão estar todos
11:16reclamando
11:17que,
11:19durante a reforma
11:19tributária,
11:20se fez muita concessão,
11:22etc e tal,
11:23sem lembrar
11:23que quem inventou
11:24os próprios benefícios
11:26foram eles mesmos,
11:27assim como eles estão
11:27fazendo agora
11:28com a desoneração
11:31da folha de pagamentos.
11:32Então,
11:33no fim das contas,
11:35é complicado
11:36e a sociedade
11:38parece que não está
11:39muito interessada
11:40em debater isso
11:41para saber,
11:42afinal de contas,
11:44quanto que eu quero
11:45pagar de imposto,
11:46quanto que eu quero
11:47abrir mão
11:47do meu dinheiro
11:48para o Estado
11:50organizar
11:52algumas coisas
11:53na minha vida.
11:54Até a gente chegar
11:55no ponto
11:56de alguns países
11:57onde a população
11:59prefere,
12:00opta
12:00por pagar mais imposto
12:02porque a escola
12:03das crianças
12:03não está indo muito bem,
12:05o hospital piorou,
12:06então,
12:07ele se dispõe
12:08a pagar mais
12:08porque quer um serviço
12:10de mais qualidade.
12:11No fim,
12:12aqui a gente não tem
12:13serviço de qualidade,
12:14também ninguém quer pagar
12:15e os amigos do rei
12:17sempre acabam
12:19beneficiados
12:20por algum estratagema
12:21que vai isentar
12:23aquele ou o outro.
12:26Então,
12:27é complexo.
12:28Eu juro que eu fico
12:29um pouco meio...
12:32Sabe?
12:33Sei.
12:35É receoso.
12:45Sabe?
12:52Sabe?
12:53Obrigado.
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