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Eduardo Girão, candidato do Partido Novo à Presidência do Senado, criticou os partidos de oposição ao governo Lula que declararam apoio a Davi Alcolumbre, da União Brasil, favorita na disputa.

Girão criticou a última gestão de Alcolumbre à frente do Senado, marcada pelo domínio do Centrão, e afirmou que a união entre governo e oposição em torno da candidatura do parlamentar da União Brasil configura “o acordão mais vergonhoso da história”.

Felipe Moura Brasil e Rodolfo Borges comentam:

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Transcrição
00:00Eduardo Girão, candidato do Partido Novo à presidência do Senado, criticou os partidos de oposição ao governo Lula, que declararam apoio a Davi Alcolumbre e da União Brasil.
00:08Como temos mostrado aqui, Alcolumbre é o favorito na disputa com apoio de lulistas e bolsonaristas.
00:13Sim, ele é o candidato do PT do Lula e do PL do Bolsonaro, do governo Lula e da oposição, que inclui, evidentemente, os bolsonaristas e tomara que haja oposição não bolsonarista.
00:27É isso que a gente está procurando aí. Precisava surgir gente que zele mais por princípios nessa política brasileira.
00:37O Girão criticou a última gestão do Alcolumbre à frente do Senado, marcada pelo domínio do Centrão, e afirmou que a união entre governo e oposição em torno da candidatura de Alcolumbre configura, aspas,
00:47o acordão mais vergonhoso da história. Fecho aspas.
00:52Olha, Girão, antes de eu continuar na pauta, preciso registrar aqui que o bolsolulismo ou bolsopetismo, termos que eu ajudei a popularizar,
01:03ele não é de hoje, não é novidade, Girão.
01:06Ele começou, assim, de uma maneira mais intensa, na sabotagem do combate à corrupção,
01:11em razão das mal chamadas rachadinhas, que eram os esquemas apontados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em gabinete da família Bolsonaro,
01:23o histórico de funcionalismo fantasma da família.
01:27Foi ali que Bolsonaro se bandeou para o lado de Dias Toffoli, para o lado de Gilmar Mendes, para retaliar a Operação Lava Jato.
01:34Esse foi o acordão mais vergonhoso da história recente do país.
01:39Fico perguntando onde é que o senhor estava, né?
01:42Porque a gente aqui aprecia que as pessoas, mesmo depois de muito tempo, falem uma verdade ou reconheçam uma verdade.
01:51Mas convém ressaltar que é tarde, antes tarde do que nunca, sem dúvida.
01:58Mas a gente está apontando lá esse acordão desde a raiz.
02:02E agora que o senador está disputando um cargo, é que ele enxerga?
02:07Então o senador também disse o seguinte ao antagonista, abro aspas,
02:10não tem o mínimo de coerência, o PL da censura foi o Davi Alcolumbre, como presidente, que colocou para votar.
02:15Não faz sentido esse tipo de acordão.
02:17Quem é que vai dar voz à sociedade brasileira, que quer uma mudança e está esperando o Senado se levantar há tanto tempo?
02:23Quem vai dar essa voz?
02:24Fecho aspas.
02:25Estamos perguntando isso aqui desde o requerimento de criação da CPI da Lava Toga.
02:31Quem é que vai dar voz à oposição, às pessoas que querem moralidade pública, que não querem essa república do escambo?
02:40Bom, o Girão está certo no seu discurso.
02:45Lamentavelmente ele vem tarde, num momento em que esse bolsolulismo já está mais cristalizado em torno do centrão.
02:52Rodolfo Borges, vou ouvir você, antes de passar aqui para outra pauta do Congresso Nacional.
02:58O que você acha dessa disputa? Qual é a sua expectativa?
03:01O que está acontecendo é uma disputa por poder.
03:04A gente conversou, inclusive, no Meio de Em Brasília de hoje, mais cedo com o senador Rogério Marinho,
03:09que foi candidato da oposição contra o Rodrigo Pacheco, que ganhou a reeleição da presidência do Senado.
03:19E ele estava contando, ele e o Isalci Lucas, que é um deputado que era do PSDB, mas migrou para o PL,
03:26que eles se sentiram retaliados, eles interpretaram que viraram, eles passaram a ser tratados como inimigos pelo Rodrigo Pacheco,
03:36sem ter direito a cargo, sem ter direito a comissão.
03:39E aí esse cálculo político agora que o PL faz e o Bolsonaro está à frente disso, junto com o Valdemar Costa Neto,
03:45para ter poder dentro do Senado e da Câmara também.
03:49E aí é esse contraste entre o discurso do Bolsonaro, o passado do Bolsonaro,
03:54porque no passado quem fazia esse papel que hoje o Girão está fazendo, e o próprio Girão já lembrou isso,
03:58o Marcos Pontes, que é um senador também, que está também disputando a presidência do Senado contra a vontade do Bolsonaro,
04:04porque é do partido do LPL, e o Marcelo Van Raten, que disputa na Câmara,
04:09eles todos dizem, nós somos o Bolsonaro hoje, o Bolsonaro fazia esse papel antes,
04:13só que hoje o Bolsonaro faz o papel partidário.
04:16E aí, como aconteceu na eleição municipal com o Pablo Marçal aqui em São Paulo,
04:21o Bolsonaro vai se desgastando por conta disso, do contraste entre aquilo que ele pregava e o que ele faz hoje.
04:27É papel partidário, lembrando que o partido é de Valdemar da Costa Neto,
04:30que exerce influência, lembrando que Bolsonaro é aliado de Ciro Nogueira, de Arthur Lira,
04:36Ciro Nogueira é o padrinho do Cássio Nunes Marques,
04:38foi o Ciro Nogueira que recomendou ao Bolsonaro a indicação do Cássio Nunes Marques para o STF,
04:43foi o primeiro-ministro indicado por Bolsonaro ao STF,
04:45que o Bolsonaro depende de voto do Cássio Nunes Marques,
04:49tanto no STF quanto no TSE,
04:51para se livrar das acusações que foram feitas contra ele, está indiciado.
04:57Então, Bolsonaro não quer problema com o Centrão, não.
05:00Assim como não queria durante o governo.
05:02E essa briga, ah, quem é o Bolsonaro de hoje, quem é o Bolsonaro de ontem,
05:05olha, nem o Bolsonaro é esse Bolsonaro mitológico,
05:10esse Bolsonaro que nunca existiu.
05:12O Bolsonaro sempre foi esse radical do Centrão.
05:15Ele adotou uma retórica à direita,
05:18evidentemente, nesse discurso, há diversos elementos de verdade,
05:22ele copiava o que nós escrevíamos sobre determinadas bandeiras
05:27que estavam subrepresentadas na arena política,
05:30quantos artigos, quantos comentários eu fiz, outros colunistas, não fui nem o único,
05:34mostrando até o resultado das pesquisas,
05:36Datafolha, Ibope, de que a maioria da população brasileira
05:39era contrária à legalização do aborto,
05:41era contrária à legalização das drogas,
05:42era a favor de penas mais duras para criminosos,
05:45faltava gente na arena política para defender,
05:48pelo menos retoricamente, esse tipo de discurso,
05:52de posição, de bandeira.
05:54Ele foi lá e pegou essas bandeiras e tal.
05:57E naquele momento de desgaste do PT,
05:59com corrupção, com crise econômica, etc.,
06:02acabou surfando nessa onda e chegou ao poder.
06:04Mas veio a lista do COAF,
06:07mostrou ali a movimentação bancária atípica
06:09no gabinete do Flávio Bolsonaro
06:10e dos assessores, Fabrício Queiroz,
06:13e depois daquela pena saiu um galinheiro inteiro,
06:15no governo foi fazer tudo ao contrário do que prometeu,
06:18porque é na prática que se vê quem são as pessoas.
06:23E o discurso estava lá simplesmente por uma questão de oportunismo,
06:29como está agora na boca de outras pessoas.
06:32Então o Brasil ainda precisa encontrar essa figura mais resistente
06:38ao centrão, ao acordão, ao conchavo, ao escambo,
06:42que dê o exemplo de cima para baixo,
06:45que consiga criar aí um movimento em seu entorno.
06:49Se não fica essa disputa aí por quem é o Bolsonaro retórico.
06:53Olha, a retórica está sendo aí contrastada o tempo todo.
06:58Os bolsonaristas estão votando junto com os petidos,
07:01e tem gente brigando em casa por causa deles.
07:03E o que fazem, aliás, já que hoje eu estou falando sobre o comportamento
07:06e o expediente dos porta-vozes,
07:08o que fazem os porta-vozes do bolsonarismo na rede social?
07:11Eles falam, não, você tem que entender a estratégia.
07:15Você tem que entender a estratégia.
07:16É o xadrez 4D do mito.
07:19Era o que eles falavam durante o governo Bolsonaro.
07:21O que aconteceu? O Bolsonaro perdeu.
07:23Entregou o país de volta para o PT, para o Lula.
07:26Está aí indiciado em diversos processos.
07:28É, que grande enxadrista é o Jair Bolsonaro
07:31para ficar na situação em que ele se encontra com medo,
07:34como ele tem confessado,
07:37de que a Polícia Federal bate na porta às seis da manhã?
07:39Bom, para completar, o PL escolheu Flávio Bolsonaro
07:43para comandar a Comissão de Segurança Pública do Senado
07:46em articulação com o Davi Alcolumbre, da União Brasil,
07:48que deve assumir a presidência da casa.
07:50O colegiado atualmente é presidido por Sérgio Petecão, do PSD,
07:55aquele do Gilberto Kassab.
07:56A movimentação do PL para ganhar projeção na mesa diretora do Senado
08:00ocorre em um momento em que as comissões da casa ganham mais peso,
08:04com os 15 bilhões de reais em emendas que podem ser distribuídos
08:07entre estados e municípios.
08:08O acordo de Davi Alcolumbre com os partidos
08:11é que as legendas de maior porte, como PSD, MDB, PL e PT,
08:16terão direito a indicar a presidência de duas comissões no Senado.
08:19Esse arranjo reflete a distribuição de poder
08:21entre as principais forças políticas da casa,
08:24com cada partido buscando garantir posições estratégicas
08:26para avançar suas agendas e fortalecer sua atuação
08:29nas discussões legislativas.
08:32Pelo menos é o que eles alegam.
08:33O PL também vai assumir a Comissão de Infraestrutura,
08:36com o Marcos Rogério, do PL, na presidência.
08:39Uma das atribuições do colegiado é sabatinar indicados
08:41para agências reguladoras.
08:43Tem até gente fazendo piada com o trocadilho, né?
08:46De que, ah, estão apoiando Davi Alcolumbre em troca de comissão.
08:49Pois é, é o retrato mesmo da República do Escambo.
08:55Agora, segurança pública requer combate à lavagem de dinheiro,
09:01inclusive em imóveis e lojinhas de chocolates.
09:05Mas o Brasil é esse país do avesso em que a banana está engolindo o macaco.
09:09Rodolfo Borges.
09:10É, o que está se desenhando no Senado é um pouco o que já ocorreu na Câmara.
09:15Porque o PL, o partido do Bolsonaro, conseguiu na última eleição,
09:19a maioria foi o partido com mais votos, com mais deputados na Câmara.
09:23E, portanto, conseguiu comandar comissões relevantes,
09:28Comissão de Constituição e Justiça, por exemplo.
09:31E fez uma grande confusão.
09:34Conseguiu fazer, num governo petista,
09:37impor algumas pautas de votação que não passaram das comissões.
09:42Fizeram muito barulho e não chegaram a passar das comissões.
09:44Ou, quando passou, não foi para o plenário.
09:46Porque a maioria ainda é, o governo ainda tem maioria,
09:51por ocasião de emendas e por ocasião de negociações.
09:56Mas o que se anuncia para o Senado é que tem aí alguns senadores do PL
10:00que vão assumir comissões e, portanto,
10:02provavelmente vão começar a fazer um pouco mais de barulho no Senado
10:05de olho em 2026,
10:09não só para tentar a presidência da República,
10:13mas também para tentar a maioria no Senado.
10:15E aí é aquela velha história de tentar o impeachment primeiro
10:19de um ministro do STF.
10:35E aí é que tem aí um ministro do STF.

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