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Com 366 votos a favor e 142 contrários, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, 10, o projeto de lei que regulamenta a reforma tributária. Agora, o texto será enviado ao Senado Federal.
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NotíciasTranscrição
00:00Já deu para entender o impacto da reforma tributária no bolso dos brasileiros,
00:04desse texto, pelo menos, que foi aprovado ontem na Câmara,
00:07ou ainda está tudo muito verde,
00:09a gente ainda não tem uma noção exata do que vai pesar, do que não vai pesar,
00:13afinal de contas, entrou a isenção para carnes aos 45 minutos do segundo tempo da prorrogação,
00:18tem, ao mesmo tempo que houve essa discussão sobre a proteína animal,
00:22mas também se liberou, se diminuiu a alíquota para plano de saúde de pets,
00:27já deu para ter uma noção do estrago, do que vai vir por aí?
00:31O Wilson está tudo muito estranho, porque, afinal de contas,
00:35o governo entregou aquele calhamaço que o deputado Marcelo Van Raten
00:38jogou todo ali no plenário sem querer,
00:42mas, inclusive, eu até vizei a ele, eu falei, faça como os incas,
00:46que nem eu, então, quando for imprimir, faça isso,
00:49porque é o único jeito disso não cair,
00:52mas, enfim, está muito estranho ainda,
00:54porque o governo entregou um projeto em que a alíquota média era 26,5%,
00:59mesmo a gente não tendo elementos suficientes
01:01para conferir esse cálculo exatamente.
01:04Então, o que eles disseram foi que,
01:06aparentemente, a alíquota fica em 26,5%.
01:08O que aconteceu no Congresso,
01:10e isso aí a gente já está um pouco acostumado,
01:13é que o Congresso colocou mais um monte de coisas,
01:15um monte de isenções e exceções,
01:18e colocou uma trava ali para os 26,5%.
01:20A gente, se essa trava vai funcionar,
01:23aí a gente lembra que a gente está no Brasil e fica um pouco cético,
01:26porque a gente sabe como é que as coisas funcionam aqui,
01:29especialmente essa questão de trava.
01:31Então, assim, foram muitas exceções que foram colocadas no texto,
01:34a gente viu a carne entrando no último minuto,
01:38e, no final das contas, quem entrou mesmo ali
01:40foram, talvez, as bets, os jogos dentro do seletivo,
01:45e os carros elétricos.
01:46Travou para vocês também, é isso?
01:47Não, está tudo ok, Rodrigo.
01:51Ah, não, o problema é que ele está.
01:53Então, assim, tirando os jogos,
01:56tirando a questão dos carros elétricos,
01:58mas ninguém teve nenhum tipo de prejuízo,
02:01vamos dizer assim, dentro do relatório,
02:03foi mais um monte de exceção,
02:04e eu queria saber, no final das contas,
02:06como é que essa conta fecha em 26,5%.
02:08É, então, aí que é a grande pergunta,
02:10porque você precisa fechar essa conta em 26,5%,
02:13tem cashback para Deus e o mundo,
02:16e eu não sei se eu estou com uma interpretação equivocada,
02:21doutora, a impressão que eu tenho é que,
02:24mais uma vez, desculpe o termo, até chulo,
02:28quem se arrebentou foi a classe média.
02:31É uma situação complexa, vamos dizer assim.
02:36A gente está dando, é importante a gente pensar o seguinte,
02:38a ideia da reforma é uma ideia que, no final das contas,
02:41é uma ideia correta,
02:42porque a gente vai caminhar por uma transparência,
02:44a gente sabe quanto isso é bom, quanto a gente sabe quanto paga,
02:47a gente viu o que aconteceu no imposto de importação,
02:49a revolta de todo mundo,
02:51a mobilização que a gente conseguiu nas redes sociais,
02:53porque as pessoas sabiam quanto pagavam.
02:55E isso não acontece hoje com a tributação do consumo,
02:58então, hoje a gente não sabe.
02:59No final das contas, a gente, de fato,
03:02a gente não consegue entender como é que essa conta vai fechar,
03:05e para onde é que essa corda, vamos dizer assim,
03:08vai arrebentar,
03:09porque tudo isso vai ter um custo muito grande.
03:12Todas essas isenções, tudo isso que foi colocado,
03:14foi inserido no texto,
03:15e de fato, e aí, nesse ponto, eu concordo,
03:18é que a questão aqui é a seguinte,
03:21a gente tem exceções,
03:22a gente não sabe como é que isso vai ser operacionalizado,
03:25e a gente não sabe qual vai ser o impacto disso,
03:27no final, na alíquota,
03:28que vai servir para todo mundo.
03:30Então, desde o momento que você vai para uma academia,
03:32vamos dizer assim, fazer um exercício,
03:34você vai ter o impacto de uma alíquota integral.
03:36Então, isso, de fato, a gente ainda desconhece
03:40como é que vai acontecer.
03:41É o famoso, na volta, a gente compra, né?
03:43A gente decide, depois a gente vê o que faz.
03:45É o famoso, de volta, a gente compra.
03:48Só para a gente lembrar um pouquinho aqui,
03:49enquanto o Matheus coloca a arte na nossa tela,
03:53mas o projeto que foi aprovado ontem
03:55foi o projeto de regulamentação da reforma tributária, tá?
03:58Então, o projeto, ele define aspectos diversos,
04:00como, por exemplo, a cobrança do IBS,
04:02que é o Imposto sobre Bens e Serviços,
04:04da Contribuição de Bens e Serviços, né?
04:06E do Imposto Seletivo,
04:08que também é conhecido como o Imposto do Pecado, né?
04:11Que é o que vai incidir sobre carro elétrico,
04:13bebidas, enfim, etc, etc.
04:15A reforma, ela, de fato,
04:16ela entra em vigor em 26, né?
04:19Para testes e vai ser implementada gradualmente
04:21até 2033.
04:24Aí, ponto da polêmica,
04:25que ontem entrou aos 45 minutos do segundo tempo
04:28da prorrogação por meio de uma emenda do PL.
04:31O PT tentou capturar esse crédito,
04:35mas, na verdade, crédito sem, né?
04:37Sem piadinha de quinta, né?
04:40Sem aquela trocadilha infame,
04:43mas o PT tentou capturar esse crédito,
04:47mas, na verdade, foi apresentada uma emenda pelo PL,
04:50essa emenda que foi discutida junto com a bancada ruralista
04:54e também com a bancada da bala,
04:56houve um acordo ali,
04:57então, o artuleiro percebeu que ia perder,
04:58que não ia conseguir segurar,
05:00resolveu, aí, por um acordo,
05:02acatar essa emenda do PL,
05:03que instituiu na cesta básica
05:05carnes, queijos, peixes e sal, né?
05:08Terão alíquota zero de IBS e CBS também,
05:11óleo de milho, aveia,
05:13entre outras farinhas,
05:14como, por exemplo, farinha de trigo.
05:16Armas ficaram de fora do chamado
05:18imposto seletivo, imposto do pecado.
05:21Aí tem a questão das regras do cashback,
05:23que entra em vigor em 27 e vai até 29, né?
05:28O período de implementação, né?
05:29Que aí o texto especifica que haverá devolução de 100% do CBS
05:34e 20% do IBS na compra de botijão de gás de 13 quilos
05:38e 100% do CBS e 20% do IBS nas contas de luz, água, esgoto e gás natural,
05:44mas isso para as famílias de baixa renda,
05:46porque quando você aumenta a renda,
05:48esse cashback já não vai funcionar.
05:50Doutora, tem algum outro ponto, outro highlight aí no projeto
05:54que a senhora destacaria?
05:55Eu coloquei aqui, eu também não sei se eu falei tudo certinho,
05:58não sei se eu cumpri, não sei se eu passei direitinho
06:00na cadeira de tributação.
06:01Você falou tudo certinho, passou direitinho na cadeira de tributação,
06:05falou os pontos mais importantes.
06:06A gente ainda tem alguns outros que ficaram assim,
06:09que precisam de uma discussão melhor,
06:11a gente tem a questão principalmente dos imóveis,
06:13que hoje está saindo um ruído muito grande com relação a isso,
06:16como é que vai ficar compra e venda de imóveis?
06:18E aí, esse foi um texto também que foi ajustado de última hora,
06:22vamos dizer assim, porque no final das contas,
06:24não paravam de chegar versões novas do texto nisso,
06:27o deputado Marcel tem total razão,
06:29porque chegavam versões assim, quase que a todo,
06:31de 10 em 10 minutos,
06:33chegava uma versão nova do texto com alguma modificação.
06:36Então, o que a gente teve foram algumas inserções
06:39que no final das contas ficaram, vamos dizer assim,
06:42vão custar ao projeto,
06:44é o ponto onde eu digo que eu não sei como é que essa alíquota
06:46fecha em 26,5, sabendo matemática básica,
06:49porque, por exemplo, os planos de saúde também,
06:52para as empresas, que antes não dariam crédito para as empresas,
06:55passaram a dar, ou seja, aquilo ali que vai ser
06:57como se fosse uma queda na arrecadação,
07:00porque elas vão poder utilizar aquele crédito
07:01no pagamento desses planos.
07:03Então, não só planos de saúde, vale alimentação.
07:05Então, tem muita coisa no texto
07:07que a gente precisa, de fato, mensurar,
07:10não só a carne, talvez a carne seja um impacto muito visível,
07:14mas muitas das coisas a gente precisa visualizar ainda no texto
07:17para ver o que vai acontecer,
07:18porque, por exemplo, algumas coisas que, inclusive,
07:20eu cheguei a colocar em rede social,
07:22como, por exemplo, redução de alíquota
07:23para plano de saúde de PET.
07:25Então, estamos no Brasil, sejam bem-vindos,
07:27eu serei seu guia.
07:29Então, a base...
07:30Olha aqui, o Rodolfo gostou, Rodolfo gostou, né?
07:34Ele deve ser pai de PET.
07:35Rodrigo Oliveira, vem para cá,
07:37eu acho que você já reestabeleceu a conexão,
07:38porque senão eu vou monopolizar a conversa aqui,
07:40eu também não quero fazer isso.
07:42Então, assim, desculpa, doutora,
07:43só para complementar.
07:46Não, imagina, eu estava justamente colocando esses pontos
07:49que acabam ficando completamente distoantes
07:51do que a gente precisa para a economia,
07:53eu tenho que falar melhor do que eu sobre isso.
07:55Então, a gente tem alguns pontos que são colocados
07:57para agradar certos setores, ou por força,
07:59vamos dizer, ali, de grupos de interesse,
08:01e que, no final das contas, servem para a gente
08:02dar uma risada, mas, assim,
08:04é um pouco de risco de desespero.
08:07Rodrigo.
08:10Rodrigo Rodolfo.
08:12Quem quer?
08:12O Rodrigo, se estiver ouvindo, pode falar.
08:15O meu jóia foi porque o Rodrigo voltou, viu?
08:17Porque essa coisa do plano de saúde de PET,
08:19para mim, ela é um símbolo...
08:21Ela é um símbolo, assim...
08:22Realmente é rir para...
08:24Assim, eu imagino que o mercado deve ser vastíssimo
08:27e vai se desenvolver muito nos próximos anos, né?
08:29Os pés estão vivendo mais.
08:31Pode falar desse tipo de coisa que se fala
08:33sobre o plano de saúde para idosos, né?
08:36Mas, assim, para mim, fica como símbolo, realmente,
08:39dessa regulamentação.
08:42Rodrigo Oliveira.
08:44Pronto, acho que agora vai funcionar aqui, né?
08:46Vocês conseguem me ouvir, não?
08:48Não, vai funcionar.
08:49Olha, eu estou achando o seguinte,
08:50a bruxa está solta.
08:51Eu acho que essa história...
08:52Hoje está...
08:52Hoje está difícil.
08:54Essa história de ter derrubado a licitação do governo Lula,
08:57deve estar todos...
08:58Eu acredito muito em energia.
09:00Eu acho que a energia negativa do Palácio do Planalto
09:02veio para o meio-dia para dificultar a nossa vida.
09:06Rodrigo Oliveira.
09:07Deixa eu começar pedindo uma licença para a Maria Carolina
09:10para chamar ela de Carol.
09:12E eu não vou conseguir chamar ela de doutora.
09:14A Carol sabe disso.
09:15Quando eu entro em contato com ela, eu falo...
09:16Carol, me explica isso aqui como se eu fosse um Golden Retriever.
09:20E ela consegue.
09:21Então, o que eu queria, na verdade, perguntar, Carol, é o seguinte.
09:27A gente teve todas essas mudanças.
09:28Obviamente, né?
09:29Eu não vou tratar aqui do que o Marcelo Van Raten estava falando antes.
09:33Tô pouco tempo para analisar.
09:35500 páginas.
09:36Isso é só metade da descomplicação da reforma tributária,
09:42que ainda tem a segunda parte da regulamentação.
09:45Mas eu queria...
09:45De você é o seguinte.
09:46Eu sei que você é uma entusiasta da reforma tributária,
09:48que você entende que, como o Lira gosta de falar,
09:54a gente vive nesse manicômio tributário.
09:57E talvez a gente esteja indo para um lugar
10:00que talvez não seja tão simples quanto prometeram que seria,
10:04mas já não é tão ruim quanto o que a gente vive hoje.
10:09E aí, eu queria de você, assim...
10:12Eu sei que você já falou um pouco sobre isso,
10:14mas a gente tem esse problema de alíquota
10:16que tem essa trava aí de 26,5%,
10:21mas lá em 2033 o governo pode readequar,
10:25se as coisas vão dar certo ou não.
10:27Agora, a minha pergunta é simples.
10:30É possível a gente simplesmente ter...
10:32Era possível a gente ter adotado...
10:34Não digo nem no sistema de infraestrutura,
10:39mas teoricamente, contabilmente.
10:43Era possível a gente ter adotado a mesma alíquota para todo mundo,
10:47provavelmente uma alíquota muito mais baixa do que 26,
10:50para qualquer setor,
10:51e apostar no cashback,
10:54já que a ideia é ajudar aqueles que têm menos?
10:57Rodrigo, eu sou uma entusiasta da reforma
11:02porque, antes de mais nada, eu sou uma hater de ICMS, entendeu?
11:04Eu tenho uma carteirinha,
11:06eu sou filiada no sindicato dos haters do ICMS.
11:10Então, eu tenho pavor do ICMS,
11:11pavor do que ele faz com a economia,
11:13pavor da cumulatividade que tudo isso causa,
11:15não só do ICMS, mas do PIS e da Cofins.
11:18Essa reforma, como eu disse, é um passo, sim,
11:20para uma transparência, para a gente entender as coisas,
11:23como é que as coisas funcionam.
11:25Porque, hoje em dia, é tudo feito muito na surdina,
11:28a gente não fica sabendo de nada,
11:29a gente não sabe exatamente quem tem vantagem,
11:31aí é aquela coisa do favorece os amigos do rei.
11:34É lógico que, quando a gente está falando de uma alíquota,
11:36era muito melhor a gente ter uma alíquota mais baixa
11:38e a gente ter um cashback,
11:39porque isso, além de tudo, é mais efetivo,
11:42isso retorna melhor para as pessoas de baixa renda,
11:44e a gente consegue ter, principalmente,
11:47uma clareza sobre o que a gente está gastando
11:50e como a gente está gastando, principalmente.
11:52Porque, quando a gente fala numa desoneração ampla,
11:55é isso daí, eu sempre bato nessa tecla.
11:57A desoneração ampla, ou quando eu reduzo,
12:00quando eu tenho qualquer tipo de redução de alíquota,
12:04como a gente brincou no caso dos PECs,
12:05isso daí é igual a meia entrada.
12:07Não existe desconto de 50%.
12:09Alguém vai pagar por isso.
12:11Então, quando a gente fala de uma redução,
12:14por exemplo, a gente tem a redução,
12:15por mais que ela seja muito virtuosa,
12:18como é qualquer outro tipo de redução,
12:19ou todos os medicamentos, por exemplo,
12:21registrados na Visa, tudo que a gente...
12:23Por mais que isso seja virtuoso,
12:25no final das contas, o que acontece, basicamente,
12:28é que isso vai refletir numa alíquota mais alta
12:29para todo mundo.
12:31Aquilo, por exemplo, que a classe alta está pagando,
12:33e, por exemplo, vou falar com propriedade
12:35da questão dos produtos destinados à saúde menstrual.
12:39Aquele valor que eu vou economizar,
12:42para mim, não vai fazer diferença nenhuma.
12:43Mas esse valor de todo mundo que poderia,
12:47assim como eu, pagar,
12:48vai fazer muita diferença na vida
12:49de quem precisava realmente de uma assistência
12:52e de quem realmente precisava desse dinheiro
12:54para ser direcionado, seja para educação,
12:56seja políticas anti-violência.
12:58Então, de fato, é uma coisa que no papel parece bonito,
13:01no papel parece um negócio de, olha,
13:02vamos desonerar tudo, vamos zerar imposto de tudo,
13:05mas que no final, isso, além de caro,
13:08isso é mal feito.
13:09Então, assim, o que a gente pode esperar,
13:12no final das contas, com esse monte de acessão,
13:17e aí eu usei a questão dos planos de saúde do PET
13:19para poder justificar isso,
13:21porque outras coisas, por exemplo,
13:22a gente tem o plano de saúde do PET com redução,
13:25mas se a pessoa quiser fazer um exercício físico na academia,
13:27ela não tem redução nenhuma.
13:28Então, assim, é uma coisa que não faz muito sentido.
13:30Aí você vê o motorizador,
13:31aí você vê o...
13:32Então, assim, se a gente fosse analisar caso a caso,
13:35existiam outros pontos mais importantes,
13:38talvez economicamente falando,
13:40do que os que foram contemplados,
13:42e no final das contas, todo mundo vai pagar por isso.
13:45Posso continuar, Luiz?
13:46Vocês me ouvem aí direito.
13:47Pode continuar, Rodrigo.
13:51Eu só ia deixar...
13:51Só estou falando para o Matheus para deixar na agulha
13:53a manifestação do Arthur Lira.
13:56Então, eu acho que é bacana a gente escutá-la.
13:59Rodrigo, a pergunta na cabeça dá para segurar?
14:01Dá para a gente ouvir o Lira antes?
14:02Dá, dá.
14:03Pode colocar o Lira.
14:03Então, Matheus, solta o Arthur Lira falando sobre a reforma tributária,
14:09a análise dele após a aprovação da proposta ontem à noite no plenário da Câmara.
14:14Poucos destaques, né?
14:16Votados, enfim.
14:17Terminamos um dia que muitos há dois meses atrás não acreditavam,
14:22e a Câmara, mais uma vez, por sua determinação,
14:24de seus membros, consegue entregar ao povo brasileiro e ao Brasil
14:27uma reforma, de novo, que eu digo,
14:30se não é a ideal, é a possível,
14:33com tantas divergências ideológicas, políticas, regionais, estruturais,
14:38que nosso Brasil tem.
14:39Então, cada um vai dar sua contribuição,
14:42e nós esperamos que agora, no Senado,
14:45sem qualquer tipo de ingerência,
14:46porque a Câmara não interfere no Senado
14:48e o Senado não interfere na Câmara,
14:50o processo possa ser discutido, votado, melhorado, modificado,
14:55porque é direito constitucional do Senado fazê-lo,
14:59e se houver modificações, volta para a Câmara
15:01para ter a palavra final do processo legislativo, né?
15:05Com relação a esse projeto.
15:09Rodrigo Oliveira.
15:10Uma pergunta, uma brincadeira, da própria Carol no Twitter dela,
15:13no X dela lá,
15:15que é, numa escala de zero,
15:18a Marcelo Van Hatten jogando os papéis para cima.
15:22Onde é que você está, Carol, com essa reforma tributária?
15:25Ontem, com todo respeito,
15:27eu estava jogando o Marcelo Van Hatten para cima,
15:28jogando os papéis para cima, entendeu?
15:30Então, assim, chegou um ponto em que
15:32eu estava além dessa escala.
15:35A escala que eu mesma criei, eu estava além dessa escala,
15:37porque quando chegou o texto de 19h39,
15:40e isso já tinha o texto das 18h31 e das 18h51,
15:43eu falei, não, eu vou desistir, vou esperar sair o negócio definitivo,
15:46porque eu não tenho a menor condição
15:47de ficar lendo 300 páginas o tempo inteiro.
15:51Mas eu entendo toda essa dificuldade,
15:54assim, é uma questão muito complexa,
15:57e como eu disse, por exemplo,
15:58pontos que eu levantei, especialmente nas minhas redes sociais,
16:01não foram sequer discutidos,
16:02como a questão do fundo de compensação dos benefícios fiscais.
16:05Esse é um ponto muito delicado para as empresas,
16:08é um ponto que está dando superpoderes, por exemplo,
16:10para a Receita Federal, para poder, vamos dizer assim,
16:14restringir benefícios, ou impedir a compensação
16:18de algo que já está contratado, vamos dizer,
16:20se as empresas fizeram seus investimentos
16:22pensando que vão ter esse benefício até 2032.
16:25Então, esse fundo, por exemplo, não foi sequer discutido.
16:28Então, realmente, um texto desse tamanho,
16:32talvez, de fato, ele merecesse, vamos dizer assim,
16:36um cuidado maior nessa discussão.
16:38Tá certo.
16:40Marina Carolina Gontijo, muito obrigado pela atenção.
16:42Mas antes de a gente despedir de você,
16:44deixa eu só ler o comentário do Tom,
16:45que ele também é consultor, ele é nosso chefe aqui no chat,
16:48todo dia ele posta uma receita, ele é contador.
16:51Então, no início do programa, eu tinha justamente falado para ele,
16:54olha, mande um recado para a Carol,
16:56porque, enfim, vai ficar papo de boteco.
16:59E aí ele falou, qualquer pessoa da área fiscal tributária
17:02te entende, Carol.
17:03Todos somos haters do manicombo e do ICMS que não tem a CBS 70.
17:09Enfim, ou seja, está tudo em casa.
17:09Não, se tiver substituição tributária,
17:12a gente precisa pegar em armas, entendeu?
17:14Porque não tem menor, não, não pode ter substituição tributária nesse sistema.
17:18Então, assim, de fato, é como tu está colocando.
17:21A gente está caminhando para uma coisa lógica,
17:23que a questão é que estamos no Brasil, não vamos nos iludir.
17:26A gente ainda vai pegar muito caminho tortuoso
17:28para chegar até onde a gente precisa chegar.
17:31Mas a gente precisa estar atento, vigilante nessa discussão,
17:34a gente precisa colocar os pontos que precisam ser colocados.
17:37E, lógico, isso aqui é um processo em construção,
17:39isso vai durar muito tempo.
17:41Quando o pessoal fala assim,
17:41nossa, mas são 10 anos de transição,
17:43eu ficava um pouco assim, gente, será que eu conto?
17:45Vai ser muito mais que isso.
17:48Carol, olha, muito obrigado pela atenção.
17:50Espero contar com a tua participação em outras edições aqui no meio-dia
17:53para a gente explicar um pouco mais.
17:54Esse é um assunto que ainda vai repercutir bastante,
17:56a gente vai precisar ainda decantá-lo com mais calma.
17:59Então, eu já te faço, inclusive, aqui ao vivo,
18:01um convite para outras edições para a gente conversar com calma
18:04e esmiuçar esse...
18:06Tentar aquilo que eu falei no início do programa,
18:08tentar explicar o que, às vezes, é inexplicável.
18:10Boa tarde para você.
18:12Boa tarde.
18:13Eu queria agradecer demais o convite.
18:14Me chamem sempre.
18:15É sempre um prazer estar aqui trocando uma ideia com vocês
18:17e tentando explicar isso daqui.
18:19Eu mais aprendo também, quando eu vou escutando aqui,
18:22tentando ver como é que eu explico para vocês
18:24esse negócio que, às vezes, nem eu entendo.
18:26Então, é complicado.
18:28Só falar uma coisa antes de cair aqui a minha conexão.
18:32Me fizeram uma pergunta aqui sobre a previdência privada,
18:34se vai tributar ou não, etc.
18:36Olha, o que está em discussão ainda,
18:38o pessoal mesmo aqui no chat já explicou,
18:41mas isso foi amenizado.
18:43A ideia do governo, no começo,
18:45era tributar todos os planos de previdência privada,
18:51mas ficou agora só para os cinco últimos anos de depósito.
18:55Então, você vai depositando todo ano, vamos supor, todo mês.
18:59Quando completou cinco anos,
19:02a partir daí, lá o primeiro fica isento.
19:05Depois o segundo, e conforme for andando,
19:07você fica com os últimos cinco anos tributáveis.
19:10Essa é a proposta que está hoje escrita,
19:13que é a que ficou, aparentemente,
19:15para avaliação em agosto.
19:18O Lira adiantou isso ontem,
19:20de que isso ficaria para agosto.
19:22Quanto a essa história do benefício de um,
19:25benefício de outro,
19:25é aquilo que eu falei ontem.
19:27É legal colocar a carne na cesta básica,
19:29na isenção da cesta básica?
19:30É legal.
19:31Agora, vai ter um vegetariano
19:33que está pagando a carne de outra pessoa.
19:36E é isso que a gente tem que entender.
19:39Se a ideia é ajudar quem mais precisa,
19:43eu acho que a gente perdeu uma ótima chance
19:45com o cashback sendo feito do jeito que foi feito.
19:49E aí, é aquilo.
19:51Estava péssimo.
19:53Então, para ficar ruim,
19:56tem que melhorar muito ainda.
19:57Já melhorou alguma coisa,
19:58mas ainda vai demorar,
19:59como a Carol adiantou para a gente,
20:02dez anos vai ser pouquinho para essa transição,
20:05vai ser bem mais complicado que isso.
20:06Até porque, como o Leonardo Barreto,
20:08quem estava aqui no meio-dia em Brasília ontem,
20:11viu o Leonardo falando,
20:12como o Leonardo adiantou ontem,
20:15a aposta é sempre no presente.
20:18Ninguém está muito preocupado com o futuro.
20:21Então, o que você fez?
20:23Ah, não, a gente colocou uma trava aqui,
20:24de vez em 26,5%.
20:25Se lá na frente, em 2033,
20:28a gente, quando for realmente cobrar,
20:30a gente descobrir que não dá,
20:31e a gente já sabe agora que não dá,
20:33aí o governo que estiver lá
20:35vai resolver esse problema.
20:38Isso quer dizer o quê?
20:39Eu vendi algo que eu não vou entregar.
20:43E isso já está claro.
20:45O Congresso aprovou algo que ele não vai entregar,
20:48o governo aprovou algo que ele não vai entregar,
20:50e, no fim das contas,
20:52você aí vai pagar mais imposto
20:54achando que estava melhorando.
20:57Mas não está.
20:58Esse que é o ponto maior dessa história toda.
21:01Quando você...
21:02A transição se alonga, é ótimo.
21:04Até já falei isso aqui,
21:06na minha opinião, pelo menos, é ótimo.
21:08Por quê?
21:08Porque isso tira do imediatismo.
21:13Então, os estados podem colocar isso lá na frente.
21:16Não, tudo bem,
21:16eu posso aceitar perder receita daqui a 10 anos.
21:19mas também não dá para você aproveitar
21:23esse tempo de transição para dar o golpe.
21:27E aí, aquela coisa,
21:28o golpe está aí, cai quem quer.