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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), liberou para a deliberação da CCJ a votação dessas matérias em resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as emendas parlamentares.
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Transcrição
00:00A presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Deputados, Carolina Ditone, do PL de Santa Catarina,
00:08afirmou em entrevista exclusiva aqui ao antagonista que o Brasil vive um momento de insegurança jurídica
00:15que pode ser atribuído devido às ações dos ministros do STF.
00:20Ela também fala sobre o movimento anti-STF que está sendo desencadeado pelo comportamento do colegiado.
00:27Vamos conferir essa entrevista exclusiva que ela fez conosco à nossa repórter de Brasília, Débora Sena.
00:34Prestem bem atenção.
00:40O antagonista recebe a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Carolina Ditone.
00:47Deputada, muito obrigada.
00:49Eu começo perguntando se o pacote anti-STF que tramita hoje, apelidado dessa maneira,
00:57na comissão que a senhora preside, vai ser um legado da sua gestão para o Brasil,
01:02e se já fazia parte da sua intenção enfrentar temas tão espinhosos,
01:08mas tão evidentes atualmente no ambiente político.
01:12Então, desde a legislatura passada, nós já havíamos pautado na CCJ,
01:19no caso, a deputada Bia Kicis, enquanto presidente,
01:22um dos projetos de lei que visa aumentar o rol de crimes de responsabilidade dos ministros do STF.
01:28Na época, nós perdemos por um voto.
01:31Então, não havia um clima social e político apto a pautar e aprovar essas temáticas.
01:37Com a nossa ida na CCJ, diante de tantos inquéritos abertos,
01:42tanto protagonismo do judiciário,
01:44que passou não só do ativismo judicial, de legislar o nosso lugar,
01:47mas passou a gerir inquéritos, censurar a mídia,
01:52censurar influenciadores políticos e até mesmo redes sociais, como está acontecendo,
01:58nós entendemos que era um momento social para pautar.
02:02Com o apoio dos partidos de centro, por conta das emendas,
02:05Então, o Lira despachou a PEC 8, a PEC 28,
02:09e nós tivemos a felicidade de não ter a retirada de pauta desses projetos
02:13e, se continuar nesse sentido, nós acreditamos que teremos voto suficiente para aprovar, sim.
02:19Eu entendo que isso é, sim, um legado que vamos deixar, se Deus quiser,
02:23porque já passou da hora do Congresso Nacional se manifestar
02:27sobre os excessos e abusos do Poder Judiciário, de alguns dos seus membros.
02:31Cabe salientar que a gente já muito se critica o regime militar.
02:38Hoje a gente vive um regime judicial no Brasil.
02:41Então, o Congresso Nacional tem que dar essas respostas
02:43para a gente retomar a liberdade de expressão.
02:45Hoje os deputados e senadores não têm segurança de ir na tribuna
02:49para fazer um discurso.
02:50E isso se deve por conta desse medo que eles estão impondo,
02:56onde a gente não tem mais nem segurança,
02:58que a gente tem imunidade parlamentar para falar.
02:59Então, a gente precisa recolocar o Supremo no seu lugar,
03:03de que eles só podem julgar com base nas leis já existentes
03:06e não podem ter inquérito ou tramitando o Supremo.
03:09E eles não podem se manifestar politicamente, ideologicamente,
03:12sobre suas opiniões, sobre processos de andamento.
03:16Então, esse rol, por exemplo, dos crimes de responsabilidade é muito importante.
03:19E ele nada mais faz do que respeitar a legislação já vigente.
03:22Então, a gente entende que é, sim, um legado.
03:24E esperamos que nada aconteça e que a gente consiga aprovar na CCJ.
03:28Há um compromisso do presidente Arthur Lira com o encaminhamento dessas pautas para o plenário?
03:35Deputada, como é que a senhora observa essa posição atual do presidente da Câmara?
03:39Então, eu não conversei com o presidente da Câmara sobre essas propostas.
03:44Ele não assumiu nenhum compromisso comigo.
03:46Mas ele sabe o meu posicionamento.
03:49E ele sabe que, a partir do momento que ele despachou,
03:52eu iria pautar tanto a PEC 8 quanto a PEC 28.
03:55Agora, da admissibilidade que é vista na CCJ,
03:59tem que passar por uma comissão especial para depois ir a plenário.
04:02Aí vai depender realmente do presidente Lira querer fazer esse enfrentamento.
04:07Então, eu não saberia responder se ele realmente vai tocar adiante.
04:10Mas espero que sim.
04:12A gente percebeu, deputada, essa semana,
04:15que a base do governo estava organizada para pedir vistas,
04:19para tentar fazer com que fossem retirados de pauta os projetos e as PECs.
04:25A senhora, como presidente do colegiado,
04:29sente que o próprio governo Lula pressiona para a retirada dessas matérias?
04:35Há uma coordenação?
04:36O Supremo está junto nesse processo, nos bastidores,
04:42pressionando para travar o avanço?
04:44Como é que se dá essa situação?
04:47Olha, eu não percebi, até agora, nenhuma interferência.
04:51No entanto, já houve esse tipo de interferência no passado.
04:54Eu lembro que quando nós fomos votar o voto impresso,
04:57que o Felipe Barros era o relator,
04:59houve ligações, inclusive, se não me engano,
05:01do ministro Barroso e de outros ministros,
05:03no sentido de não aprovarmos a matéria no Congresso Nacional.
05:08Eu entendo que isso é uma interferência indevida do poder judiciário,
05:11no poder legislativo.
05:13Entendo que é por esse tipo de coisa,
05:15por não respeitar a independência do outro poder,
05:18é que a gente deve falar para os ministros,
05:20inclusive para o ministro Barroso,
05:21que não, o tribunal não se tornou um tribunal de natureza política.
05:27Se o ministro Barroso entende, por exemplo,
05:29que o papel dos ministros é ser um papel político,
05:33então que ele largue a toga e concorra,
05:36e as urnas deem para ele a votação.
05:39Mas ele não pode querer interferir,
05:41não pode querer legislar no nosso lugar
05:43e ter esse protagonismo que eles têm hoje.
05:44Nós vemos esse novo constitucionalismo
05:49que ele não traz nada de edificante para o país.
05:52Ao contrário, eles acabam se desmoralizando,
05:55desmoralizando o próprio tribunal
05:57e fazendo com que o judiciário perca o respeito da população.
06:00A população não quer uma corte que faça isso,
06:03ela quer uma corte constitucional que respeite as leis
06:05e a Constituição e não inove no ordenamento jurídico.
06:09Portanto, eu espero que não haja essa interferência,
06:11como já houve em muitas matérias que nós votamos.
06:13Se houver uma mudança nos votos que nós tivemos hoje,
06:17vocês podem ter certeza que houve essa interferência
06:20e nós iremos denunciar se soubermos que isso aconteceu.
06:24Agora, por falar em desmoralização, deputada,
06:28a senhora acredita que o Congresso,
06:30pressionado a rediscutir a formatação das emendas,
06:36se encaixa exatamente nesse conceito, desmoralização?
06:40Porque a gente ouve ali, por exemplo,
06:43do presidente Pacheco,
06:44uma tentativa de amenizar o clima,
06:47dizendo que está sendo construído um acordo democrático,
06:52mas o molde em que essa discussão toda se deu
06:56não inspira tanto a democracia, sim,
06:59até porque o Congresso teve que negociar
07:03a partir de uma situação que foi colocada ali no tapetão.
07:06Então, como é que a senhora avalia o momento atual do Congresso Nacional
07:11em relação a essa rediscussão das emendas
07:13a partir do Supremo Tribunal Federal tomar essa decisão?
07:18Olha, eu, como já falei, eu sou uma deputada que me elejo
07:22por conta das pautas que eu defendo, né?
07:25Não preciso das emendas para me eleger,
07:28mas entendo que as emendas hoje existem,
07:30são uma prerrogativa dos parlamentares,
07:33e deve ter transparência, sim, o procedimento,
07:36concordo com tudo isso.
07:37Mas essa decisão do ministro Favudino
07:40vem demonstrar justamente a necessidade da PEC 8,
07:43que é uma legislação vigente,
07:45e um só ministro está fazendo suspender
07:46toda uma regra que já existia.
07:51Eu entendo que a vontade do Congresso Nacional
07:55deve ser respeitada,
07:56não fiz parte desse acordo, nem sei o que foi discutido,
07:59mas acho que isso criou o ambiente propício
08:01para a gente discutir os limites de atuação
08:03do Poder Judiciário.
08:04Está aí a entrevista dada pela deputada
08:07a nossa repórter Débora Sena,
08:11e para comentar justamente essas falas,
08:13eu trago aqui o nosso querido Rodolfo Borges.
08:16Na verdade, não é mais uma sinalização,
08:18não é uma novidade,
08:20mas é mais uma pessoa reafirmando
08:22esse momento delicado do STF,
08:25politicamente e também junto à comunicação deles,
08:29junto com o resto da sociedade, né?
08:31É, assim, para quem considera
08:33que um impeachment de um ministro do Supremo
08:35seria uma medida muito drástica nesse momento,
08:39qualquer desses projetos passar e ser aprovado
08:42seria uma sinalização do Congresso Nacional razoável
08:45e uma resposta.
08:48Então, assim, eu acho que nesse equilíbrio possível
08:51entre os poderes,
08:53aprovar qualquer que seja desses quatro projetos
08:57que tem hoje ali na Câmara,
09:00poderia ser uma resposta razoável
09:02para o momento de agigantamento do Supremo
09:06na República Brasileira.
09:09Me chamou a atenção,
09:10eu já até destaquei isso aqui,
09:11um projeto específico
09:13que traria para a dinâmica
09:17entre legislativo e judiciário
09:19essa figura do veto.
09:22Então, num caso como esse,
09:24que a gente está discutindo tanto,
09:25da suspensão do X,
09:27em que um ministro só do STF decide tudo
09:30e aí dias depois ele submete
09:33a um pedaço só do STF,
09:36só a uma turma que tem cinco ministros
09:38e não a todo plenário,
09:41exatamente,
09:41e a análise que a gente faz é que ele fez isso
09:43para não ter risco de nenhuma contestação
09:46mais incisiva, né?
09:49Só um ministro, Luiz Fux, fez ali,
09:51concordou com o Moraes com a suspensão
09:52e falou, olha, talvez possa prejudicar
09:56outras pessoas,
09:57talvez vamos pensar numa forma melhor
09:59de fazer isso,
09:59só um dos cinco, né?
10:01Isso foi feito, inclusive,
10:02no plenário virtual,
10:04sem que as pessoas pudessem ver o debate,
10:06um debate possível de alguns ministros
10:08que, porventura, poderiam discordar
10:10dessa decisão.
10:12Então, assim, o legislativo teria,
10:14a partir desse projeto,
10:14de um dos projetos que está na CCJ,
10:17vetar essa decisão,
10:19falar, olha, não valeu.
10:20E aí depois o Supremo teria também
10:22a prerrogativa de derrubar o veto,
10:23como é na relação entre
10:25o executivo e o legislativo.
10:27Seria uma possibilidade.
10:29A questão é que hoje
10:30só existe uma resposta possível
10:32do Congresso ao Supremo Tribunal Federal,
10:35que é o impeachment
10:36de um dos ministros.
10:37E aí, realmente, eu concordo,
10:38é muito drástica essa reação,
10:40mas é a que existe.
10:42Se vai acontecer,
10:43a gente já discutiu aqui
10:44muitas vezes,
10:46é muito difícil que aconteça,
10:47mas ela existe como possibilidade, né?
10:49A única, hoje.
10:52E aí, realmente, eu concordo...
11:01Você saúde is ofrei, né?
11:05E aí, realmente.
11:05Obrigado.

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