- ontem
Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante:
https://bit.ly/planosdeassinatura
Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.
Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.
https://whatsapp.com/channel/0029Va2S...
Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.
Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
https://bit.ly/planosdeassinatura
Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.
Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.
https://whatsapp.com/channel/0029Va2S...
Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.
Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Olá, sejam muito bem-vindos ao Narrativas Antagonista. Eu sou Madeleine Lasco, sou sua companhia de segunda a sexta-feira, às 5 horas da tarde, aqui no YouTube do Antagonista.
00:27Você também lê a minha coluna diária, sem paywall, no site do Antagonista. Bom, o Narrativas Antagonista tem um formato diferente, que é pra gente aprender a debater política, a pensar política de um jeito mais maduro, como a gente já chegou a fazer tempos atrás, não é verdade?
00:50Então, o que a gente faz? Tenta separar as narrativas. O que são narrativas? Narrativas é tudo aquilo que uma pessoa fala quando ela não pensou sobre o assunto ou quando ela não conhece o assunto.
01:04É uma coisa sempre muito emocional, muito hiperbólica, que não resolve nada e que, na maioria das vezes, só serve pra mostrar pro grupinho que nós somos do mesmo grupinho.
01:18Não serve muito pra política, mas se você tá aqui, você gosta de política. Então, como é que a gente treina pra não ser encantado pelas narrativas?
01:26É simples. Eu te trago aqui diariamente os fatos e a minha opinião. Mas antes disso, eu te digo qual é a narrativa da esquerda e qual é a narrativa da direita.
01:40Fato do dia Pacheco contra o STF. Vem comigo.
01:46Fato do dia Pacheco contra o STF. Aí, nos últimos dias, a gente tem uma entrevistinha pra cá, uma notinha pra lá, um bate-boca via imprensa sobre desoneração de folha de pagamento.
02:07É uma medida antiga. Alguns dos setores que mais empregam na economia são 17 setores, têm direito a um benefício fiscal, o governo quer tirar, o congresso quer pôr de novo, enfim.
02:20Vamos por partes, começando no recordar é viver.
02:26Você sabia que o Pacheco votou lá naquela votação do impeachment da Dilma?
02:32Você acha que ele votou sim ou que ele votou não? Vem comigo.
02:37Rodrigo Pacheco, do PMDB.
02:41Senhor presidente, senhores e senhoras parlamentares, neste processo jurídico e político, a minha decisão se baseia no entendimento de uma parte considerável da comunidade jurídica brasileira,
02:57inclusive da respeitadíssima Ordem dos Advogados do Brasil, em respeito ao meu glorioso e histórico PMDB de Minas Gerais.
03:06E, sobretudo, em razão da vontade, uma vontade manifesta, clara e sincera, do povo de Minas, terra de Tiradentes e de todos os brasileiros, o meu voto é sim.
03:20Rodrigo Pacheco votou sim, é do PMDB de Minas Gerais, acumulou 306 votos.
03:30Bom, logo depois disso, nessa votação, que foi de impeachment, mas não caçou os direitos políticos de Dilma Rousseff,
03:38ela foi candidata ao Senado por Minas. Lembra disso?
03:42Começa agora o programa Dilma Senadora.
03:52Eu enfrentei o desafio sombrio da ditadura e da tortura, a dor indizível da doença.
04:01O que mais dói é a inominável dor da injustiça.
04:07Agradeço a todas as pessoas que foram para as ruas dizer o não do tamanho do Brasil ao golpe.
04:17Não tem homem ruim que derrube essa mulher.
04:22Quem concorreu com Dilma e ganhou essa eleição?
04:30Exatamente ele, Rodrigo Pacheco, que não se apresentava como deputado, não falava nada de impeachment.
04:39Ele tinha um discurso assim, sou advogado, estou desiludido com a política,
04:45mas eu resolvi me meter nisso porque eu preciso resolver.
04:48Enfim, vamos dar uma olhada na propaganda política de Rodrigo Pacheco.
04:56No Brasil hoje quase todo mundo está desiludido com a política.
05:00Eu também estive.
05:02Eu sou advogado há 18 anos, sempre lutei por justiça e quis entrar na política para mudar a política.
05:08Já participei de mudanças importantes, como a lei que proíbe as empresas de pagar pelas campanhas,
05:14a lei que impede corruptos condenados de se candidatar,
05:18e é que vai tornar crime o caixa 2 de campanha.
05:20Eu sou Rodrigo Pacheco, eu quero ser senador, para que Minas possa ter o respeito que merece.
05:28Se eu te falasse que hoje eu iria votar em você, quais seriam os motivos principais que me faria a fazer isso?
05:34Uma grande preocupação que eu tenho, Isabela,
05:36continue sendo o que eu sou hoje, que é ficha limpa, uma pessoa trabalhadora.
05:40Eu sou advogado, eu tenho minha profissão, eu não dependo de política, eu não estou na política para ganhar dinheiro,
05:46então eu tenho uma grande preocupação de não te decepcionar.
05:49A gente tem que pesquisar, procurar e fazer um voto consciente, que é o nosso futuro.
05:54Ao ouvir ela falar isso, a gente pode ter uma certeza, que nós podemos ter esperança,
05:58que há uma juventude consciente e é com essa juventude que nós vamos conseguir transformar Minas Gerais e o Brasil.
06:05Rodrigo Pacheco, 250, o senador das mudanças.
06:11Rodrigo Pacheco chega ao Senado e consegue muito poder,
06:16porque assim, não é qualquer um que vira presidente de uma casa legislativa.
06:21Você já tentou se eleger para alguma coisa?
06:25Avalia, você se eleger deputado já, a dificuldade que é, não é uma coisa fácil.
06:32Eles são muito espertinhos, por quê?
06:33Porque eles fazem uma coisa que é muito difícil, que é se eleger.
06:37Aí, ele conseguiu se eleger ainda mais difícil, porque a do Senado, não é que nem deputado,
06:43que tem os votos ali do partido e você vai, tem como um ajudar o outro.
06:48Não, o Senado é majoritária, é igual eleição para presidente, para prefeito, para governador.
06:55É por número absoluto de votos.
06:57Então, Rodrigo Pacheco, já consegue sair de deputado para senador,
07:03que é uma mudança de patamar de votos,
07:07ainda chega qualificado para ir à presidência do Senado,
07:12que é um cargo poderosíssimo.
07:13Vamos ver.
07:14É com muita honra e enorme senso de responsabilidade
07:18que afirmo hoje a minha candidatura à presidência do Senado Federal
07:22para o próximo bienio.
07:24Destaco como compromissos a defesa da república,
07:28do federalismo, do Estado democrático, de direito e de seus princípios,
07:33a busca constante pela pacificação da sociedade brasileira
07:38e para a unificação, dentro de um propósito comum, das instituições do Brasil.
07:43Um grande compromisso também com a defesa da independência do Senado Federal,
07:47que deverá tomar decisões autônomas e livres para bem do povo brasileiro.
07:53E da defesa das prerrogativas dos senadores e senadoras
07:56para o exercício de seus mandatos,
07:58representando os seus estados e o Distrito Federal.
08:01Fico muito contente com a rede de apoio que nós construímos
08:04nesta caminhada inicial,
08:07com diversos partidos, de diversas linhas ideológicas,
08:11dentro desse propósito comum,
08:12de um projeto que seja consistente em favor do Senado e da sua independência.
08:18Presta atenção que, quando ele oficializa essa candidatura,
08:23ele já fala da coisa da independência do Senado,
08:28da independência do Congresso Nacional.
08:31E é algo de que se tem falado muito.
08:36Bom, a gente teve aí a mudança do governo,
08:41o Lula ganhou as eleições,
08:43a gente teve o 8 de janeiro e uma sessão lá no STF,
08:48logo após isso, na reabertura do ano judiciário.
08:53E aí, Rodrigo Pacheco fez o seguinte discurso.
08:56Esse encontro se torna ainda mais significativo
09:00com a reabertura deste plenário,
09:03menos de um mês após ataques criminosos,
09:08num episódio de ofensa à democracia,
09:11que ficará marcado na história do Brasil.
09:14Este prédio foi devassado,
09:17obras importantes foram destruídas,
09:20roubadas,
09:22o patrimônio de todos os brasileiros foi violentado,
09:24o autoritarismo de uma minoria inconformada e hostil,
09:30buscou-nos ameaçar e tomar de assalto a democracia.
09:36Não conseguiram.
09:38Os poderes da República resistiram.
09:41O Poder Judiciário mostrou a força de sua resiliência.
09:47Não irá avergar com intimidações.
09:50A República Brasileira demonstrou a sua importância
09:54e que prevalecerá.
09:56Presidente Lula, presidente Rosa Weber.
09:58Estarmos reunidos aqui neste plenário,
10:02na sessão de abertura do ano judiciário,
10:05é a expressão da vitalidade do Estado Democrático de Direito,
10:10que sai ainda mais forte após esse episódio reprovável,
10:16que será superado,
10:17mas jamais esquecido,
10:19e produzirá consequências certamente severas aos seus responsáveis,
10:26a todos os seus responsáveis.
10:28Com relação ao STF,
10:31Rodrigo Pacheco tem um jogo de cintura muito interessante,
10:35porque a gente vive um momento em que há um cabo de guerra
10:40sobre qual poder está invadindo o poder do outro ou não.
10:44Então, ele faz um desagravo ao STF,
10:48fica ao lado do STF na abertura do ano judiciário.
10:52Mas, por outro lado,
10:54há muita contestação por parte dos parlamentares
10:58de decisões que seriam do Legislativo e acabam no STF,
11:01como, por exemplo, drogas,
11:04a questão do aborto,
11:06muitas decisões monocráticas de ministros,
11:09ou seja, um ministro decide sozinho algo,
11:13e o Rodrigo Pacheco resolveu entrar nessa bola dividida
11:19das decisões monocráticas.
11:22E aí é que começa a troca de farpas dele
11:25com o Supremo Tribunal Federal.
11:28O que nós fizemos ontem no Senado
11:30foi garantir que uma lei concebida pelos representantes do povo,
11:36nas duas casas do Poder Legislativo,
11:38Câmara dos Deputados e Senado Federal,
11:41após passar por comissões,
11:42por amplo debate,
11:43ouvindo-se a sociedade,
11:44abordagem de plenário
11:46e aprovação de plenário,
11:48sancionada por um presidente da República,
11:51que esta lei
11:52só possa ser declarada inconstitucional
11:54pelo colegiado
11:56do Supremo Tribunal Federal.
11:59Não há absolutamente
12:00nada de diferente disso.
12:03É algo, inclusive,
12:05que na Constituição
12:06não se tem como princípio,
12:07desde 1934,
12:10que é a reserva de plenário,
12:11e eu quero aqui também invocar o artigo 97 da Constituição Federal,
12:15que diz que somente
12:17os votos da maioria absoluta de um tribunal
12:20pode declarar inconstitucional
12:21uma lei ou um ato normativo do poder público.
12:25Isso é da Constituição Federal.
12:28E nós não podemos admitir
12:30que a individualidade
12:31de um ministro do Supremo Tribunal Federal
12:33declare inconstitucional
12:34uma lei sem a colegialidade
12:36do Supremo Tribunal Federal.
12:38Portanto, eu não admito
12:39que se queira politizar
12:41e gerar um problema institucional
12:44em torno de um tema
12:45que foi debatido com a maior clareza possível,
12:48que não constitui nenhum tipo de enfrentamento,
12:51nenhum tipo de retaliação,
12:52e nós jamais nos permitiríamos a fazer isso,
12:55porque é algo puramente técnico
12:57de aprimoramento da justiça do nosso país,
12:59que vai a um encontro
13:00de um princípio constitucional
13:01que deveria ser aplicado no Brasil,
13:04que não é.
13:05Que é esse princípio
13:05que somente a maioria absoluta de um tribunal
13:08é que pode declarar inconstitucionalidade de uma lei.
13:10O Rodrigo Pacheco defende que
13:13um ministro sozinho
13:15não possa dizer se uma lei é constitucional
13:17ou inconstitucional.
13:19Isso gerou uma fricção enorme
13:22ali entre os ministros.
13:24E isso acontece no mesmo momento
13:27em que ocorre uma outra coisa
13:31que todo mundo fala,
13:32parece uma lenda urbana da política,
13:35reforma tributária.
13:37O Fernando Haddad
13:38foi entregar a reforma tributária
13:40para o Rodrigo Pacheco na semana passada.
13:42Nesse instante aqui,
13:43a celebração maior de fato
13:45é o encaminhamento ao Congresso Nacional
13:47de um projeto muito importante
13:49para a regulamentação da reforma tributária.
13:51Ministro.
13:52Presidente.
13:56Bom, eu...
13:57Vou fazer aqui a entrega formal.
14:07Próximo ato vai ser entrega aprovada.
14:10Devolução.
14:11A devolução.
14:12Presidente, bom,
14:13não posso deixar de agradecer ao senhor mais uma vez,
14:15sempre pela hospitalidade com que nos recebe aqui.
14:20Nós sempre temos assuntos muito delicados para tratar,
14:23de muito interesse para o país,
14:26contribuintes, cidadãos,
14:28trabalhadores.
14:29E sempre somos muito bem recebidos
14:32em todas as demandas da fazenda
14:35e tem recebido um tratamento muito especial
14:39por parte do Senado Federal.
14:40Essa reforma tributária
14:42ela deveria ser a forma de resolver uma outra questão
14:48que é a questão que causou a briga
14:50que eu falei no comecinho do vídeo
14:52que é a desoneração da folha de pagamento.
14:56O Congresso fez um projeto no ano passado
15:02mantendo essa desoneração da folha de pagamento
15:06de 17 setores
15:08até o ano de 2027.
15:12O Congresso fez o projeto,
15:14vai para a sanção presidencial.
15:16O que fez o presidente Lula?
15:18O presidente Lula,
15:20a pedido do ministro da Fazenda,
15:21Fernando Haddad,
15:22que estava planejando a reforma tributária,
15:24que queria mexer nisso,
15:26vetou a lei.
15:27Ou seja,
15:28os caras falaram
15:29a desoneração prossegue até 2027.
15:32O Lula falou
15:32não, acabou isso agora.
15:35E aí?
15:36Aí que volta para o Congresso,
15:39o Congresso derrubou
15:41o veto do presidente Lula.
15:45Bom,
15:46a coisa ficou valendo assim.
15:49O veto do presidente Lula
15:52foi derrubado.
15:54E as coisas assim ficaram.
15:57Ia ficar para adiante.
15:59Se esperava que com a nova reforma tributária
16:01essa questão fosse equacionada.
16:05Mas nessa fricção entre
16:07o Congresso quer manter a desoneração
16:11e o presidente da República quer mudar
16:14e quer tirar e quer cobrar o imposto integral,
16:17o Congresso estava por desonerar,
16:21estava com a lei.
16:23O que o Executivo fez?
16:25Resolveu apelar ao Judiciário.
16:28E aí é que o Rodrigo Pacheco
16:30não gostou nada.
16:32Aliás, o que o Brasil precisa de fato,
16:33nesse instante,
16:34já que se invoca tanta,
16:35tanto essa questão de responsabilidade fiscal,
16:38nessa petição que parece muito catastrófica
16:40da Advocacia Geral da União,
16:42como se a desoneração da Folha
16:43fosse o grande mal do país,
16:45que os municípios brasileiros
16:46fossem a grande razão do problema,
16:48é preciso, então, ter uma ampla discussão
16:50sobre agora gasto público e corte de gasto
16:52por parte do governo federal.
16:53Qual a proposta do governo,
16:55além de arrecadar,
16:56qual é a proposta de corte de gasto
16:58para poder equilibrar as contas?
17:00Qual outra arrecadação sustentável
17:01nós temos a partir de um plano
17:02de desenvolvimento nacional,
17:04de um novo ciclo industrial,
17:06de novas matrizes energéticas,
17:08de novos investimentos que nós podemos ter
17:10para poder crescer a economia?
17:12Está todo o empresariado perplexo
17:14e com dificuldades hoje de trabalhar no Brasil
17:16em razão dos excessos de generação,
17:18criação de impostos,
17:19aumento de alíquotas, etc.
17:21Então, já que houve esta provocação
17:24de uma reflexão em relação a isso,
17:25então vamos fazer um grande debate agora,
17:27também, a respeito de como se aumenta
17:29a arrecadação sem sacrificar o contribuinte
17:31que produz e gera emprego,
17:33e onde nós podemos cortar os excessos
17:36de gastos públicos,
17:37e nós vamos estar dispostos a fazer
17:38esse debate.
17:40Portanto, seja só do ponto de vista político,
17:43diante de todo o histórico
17:44que nós vivemos no Brasil nos últimos tempos,
17:46da contribuição do Congresso Nacional
17:48para o governo e para o equilíbrio
17:50das contas públicas no Brasil,
17:51com todos esses projetos que nós aprovamos.
17:54Seja só do ponto de vista técnico,
17:56que vai ser retratado no recurso
17:57ao Supremo Tribunal Federal,
17:59que eu espero muito que os ministros supremos
18:01tenham a sensibilidade de compreender
18:03que não há o descumprimento apontado
18:05pela AGU nessa petição.
18:07Bom, para apimentar o negócio,
18:11o Fernando Haddad, ministro da Fazenda,
18:13deu uma entrevista para a Folha de São Paulo,
18:16falando que ele achava que o Congresso
18:19devia ser punido se desrespeitasse
18:22a lei de responsabilidade fiscal.
18:24É preciso dizer que o Congresso
18:25também tem que respeitar a mesma lei,
18:28e que atos que não a respeitem
18:30precisam ser suspensos.
18:32Se o Parlamento tem as mesmas prerrogativas
18:35do Executivo, ele deve ter também
18:37as mesmas obrigações.
18:39A entrevista foi na sexta.
18:41No sábado, o Rodrigo Pacheco
18:43emite uma nota oficial dizendo o seguinte.
18:47Uma coisa é ter responsabilidade fiscal.
18:50Outra, bem diferente, é exigir do Parlamento
18:53adesão integral ao que pensa o Executivo
18:57sobre o desenvolvimento do Brasil.
18:59A desmoestação do ministro Haddad,
19:02por quem tem o respeito,
19:03é desnecessária para não dizer injusta
19:07com o Congresso.
19:09Em que pé que estão as coisas?
19:11O Rodrigo Pacheco está, ele,
19:13recorrendo a uma decisão inicial do STF,
19:17porque o ministro Zanin manteve a decisão
19:21do jeito que o governo queria.
19:23ele está recorrendo disso para que prevaleça
19:28a questão do Congresso Nacional nessa lei.
19:32E aí, gente?
19:34Que salada, hein?
19:36Que salada.
19:38O que é que você acha disso tudo?
19:41Calma, que antes de você achar,
19:43eu vou te falar quais são as narrativas
19:45da esquerda e da direita.
19:47O Centrão quer quebrar o governo Lula,
19:54porque eles não se conformam do presidente Lula
19:58ter chegado ao poder.
19:59É vingança atrás de vingança.
20:02E esse Rodrigo Pacheco é o mais dissimulado,
20:05porque ele parece muito limpinho,
20:08mas estava até outro dia de abraço com o Jair Bolsonaro.
20:11Ele não engana ninguém.
20:13Agora, nessa tentativa de puxar o tapete,
20:16eles que abram muito bem os seus olhinhos,
20:19porque o Supremo Tribunal Federal
20:21está com o presidente Lula.
20:24Está ao lado de Lula.
20:26Está ao lado da democracia.
20:29E não vai permitir que ex-bolsonarista
20:32sabote o governo Lula
20:35simplesmente porque quer.
20:37Esse Rodrigo Pacheco acha que ele engana alguém.
20:39Vocês sabem que ele participou do golpe de 16.
20:43Ele foi um dos filhotinhos de Eduardo Cunha
20:48que foi lá para tirar a presidenta Dilma do poder
20:51num golpe contra a democracia e contra as instituições.
20:55Agora vai tomar uma invertida do STF.
20:58chola mais.
21:03É muita firula esse Rodrigo Pacheco, né?
21:07Ele acha que ele está enganando quem?
21:09Com esse teatrinho de
21:10ai, estou brigando com o STF.
21:14Nós, os patriotas, sabemos muito bem o que ele fez no verão passado.
21:19Vocês se lembram quando o presidente Bolsonaro
21:23pediu o impeachment de Alexandre de Moraes?
21:25O que é que ele fez?
21:27Ele foi lá e arquivou.
21:29Ainda deu uma entrevistinha, todo limpinho, todo bom moço, né?
21:33Dizendo por que que arquivou o impeachment do Alexandre de Moraes.
21:38Agora o que ele tinha que fazer
21:39era puxar um processo desses de impeachment do Alexandre de Moraes
21:44e empichar o Alexandre de Moraes de uma vez.
21:47Ele fica com essa conversinha para um lado e para o outro
21:51achando que ele vai enganar a gente.
21:53Isso é teatro.
21:55Se ele não tivesse do lado do Lula e do lado da ditadura da Toga
21:59ele já tinha votado esse impeachment.
22:02Faz o L agora, Rodrigo Pacheco.
22:04A gente sabe muito bem qual é a sua.
22:11Qual é a minha opinião?
22:14A minha opinião é que o Rodrigo Pacheco entrou numa bola dividida
22:19de um momento grave no equilíbrio entre os poderes no Brasil.
22:27É muito triste que a gente tenha um debate político tão infantilizado e tão idiotizado
22:33porque boa parte das pessoas que estão debatendo, que não entendem nada de política,
22:38elas só têm uma vida vazia, querem fingir que entendem alguma coisa no mundo,
22:42elas vão ficar entre dizer que o Rodrigo Pacheco é do Centrão, quer sabotar o Lula
22:47e o outro lado, por que ele não faz impeachment do Alexandre de Moraes?
22:52Por que esses argumentos utilizados que não têm nada a ver com o tema?
22:56Por que não têm nada a ver com o tema?
22:57A pessoa não se importa com o tema, não se importa com política,
23:01quer só fazer o aoezinho.
23:04Voltando para o tema, que é o seguinte, o equilíbrio entre os poderes.
23:10A gente teve muitas tensões nos últimos anos, muitas.
23:16E é normal da democracia que existam tensões,
23:18é que a gente aqui chega quase a um esgaçamento,
23:21de qual poder está invadindo a seara do outro.
23:25Mas agora a gente tem uma coisa muito importante que é a seguinte,
23:31o governo perdeu no Congresso Nacional.
23:36E já existe a tensão entre o governo e o Congresso.
23:43Também existe a tensão do Congresso, do Senado,
23:48com o STF na história das decisões monocráticas.
23:51Que é algo que o Rodrigo Pacheco já vinha falando,
23:54mas não só ele, o Congresso inteiro,
23:56porque fica discutindo uma lei.
23:58Um tempão, uma luta, a prova,
24:02consegue a sanção do presidente,
24:04ou então o presidente não sanciona, ele veta,
24:07e o Congresso derruba o veto.
24:09Um trabalho de ano, chega lá um ministro supremo,
24:12e fala, não, não vale mais.
24:15Eles até topam, se for todo o supremo,
24:17falar, não, o supremo se decidiu aqui por maioria
24:22que não é constitucional.
24:23Mas um só, não.
24:26Essa questão das decisões monocráticas
24:28sobre temas muito grandes,
24:29é uma discussão que já vem de anos.
24:31Inclusive, os ministros do supremo,
24:33ministro Barroso,
24:35já chegou a se pronunciar dizendo que precisava parar.
24:38Na esteira disso,
24:40está uma discussão sobre desoneração da folha de pagamento,
24:44que mexe aí com todos os grandes setores econômicos,
24:48e por isso a gente vê uma atuação, né,
24:51tão interessada dos políticos.
24:54Fica esse vai e vem.
24:57O Congresso faz a lei para desonerar.
24:59Vai lá o presidente e veta.
25:01O Congresso vai lá, derruba o veto do presidente.
25:05Aí ele vai para o tapetão.
25:08Vai para o STF.
25:09Consegue lá uma decisão monocrática do Cristiano Zanin.
25:14Aí o outro entra para recorrer dessa decisão.
25:21Enfim, está aí o circo armado.
25:26Por quê?
25:27A gente vê muito essa história de recorrer ao STF como tapetão
25:33vinda de partidos pequenos,
25:36partidos que não têm força para fazer valer a sua opinião,
25:40a sua vontade no Congresso Nacional.
25:42A gente vê isso do PSOL, a gente vê isso da rede,
25:45a gente vê, às vezes, até de partidos maiores,
25:47quando a briga entre eles não se resolve no Congresso,
25:51isso vai acabar na Justiça.
25:53Eu sempre fui contra isso aí.
25:56Sempre fui contra.
25:57Porque vai viciando.
25:58E agora nós chegamos no momento em que o governo,
26:01por meio da Advocacia Geral da União,
26:04vai para o tapetão jurídico.
26:06Não é mais um partido, não é o PT que entrou.
26:08É o governo.
26:11E essa decisão vai colocar o STF numa saia justa,
26:15porque é o seguinte, ele não vai definir só o caso.
26:19Ele vai definir de que lado ele está.
26:22Se ele vai ficar em parceria com o Legislativo,
26:26ou se ele vai ficar em parceria com o Executivo.
26:29E isso vai aprofundar ainda mais essa crise que a gente tem
26:38entre os três poderes.
26:41Quais serão as cenas dos próximos capítulos?
26:46Não sei, mas nós teremos consequência disso,
26:49só que muita gente não vai perceber,
26:52porque vai estar debatendo coisa que interessa para a influencer
26:55e não que interessa para o Brasil.
26:59Bom, pessoal, o Narrativas Antagonistas de hoje vai ficando por aqui.
27:09Deixa o seu like, já compartilha esse vídeo com alguém.
27:13Não esquece de ver a minha coluna lá no Antagonista,
27:17que é diária e sem paywall.
27:20Eu quero saber o que é que você pensa
27:22sobre essa crise envolvendo os três poderes
27:26que sobe aí mais um nível,
27:28sobe aí mais um degrau.
27:30Enquanto a crise rola,
27:32a galera está tudo debatendo pauta de influencer,
27:36não sabe nem o que está acontecendo.
27:39Que loucura que virou o Brasil, não?
27:41Deixa a sua opinião aqui embaixo.
27:44Eu volto amanhã às cinco da tarde.
27:47Grande beijo para vocês e até lá.
27:49Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
28:03Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
Recomendado
31:03
|
A Seguir