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O ASSASSINO DA VIA EXPRESSA DOCUMENTÁRIO (DUBLADO) FULL HD

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Transcrição
00:00:00MÚSICA
00:00:01Esta entrevista está sendo conduzida no gabinete da promotoria do condado de Los Angeles com o réu Willenborn.
00:00:30MÚSICA
00:00:31Essas fitas foram gravadas para serem confidenciais e não para serem expostas.
00:00:44Onde esfaqueou ele? Eu esfaqueei no lado dos dois lados e em cima, no lado esquerdo das costas.
00:00:53Saber que essas fitas existem me deixa totalmente pasmo.
00:00:58MÚSICA
00:00:59Eu mal posso acreditar.
00:01:00MÚSICA
00:01:01Eu cobri muitas, muitas histórias de assassinatos em 48 anos de carreira na televisão.
00:01:17E o que aconteceu nessas mortes e como esses pobres jovens morreram me deixou enjoado.
00:01:23MÚSICA
00:01:24Para ter certeza que estavam mortos, eu espetava o olho deles umas duas vezes.
00:01:29Chegou em um nível em que quase toda vez que você pegava um jornal, tinha outro assassinato.
00:01:36MÚSICA
00:01:36Aquilo era uma compulsão. Eu estava sem controle.
00:01:41MÚSICA
00:01:42MÚSICA
00:01:43Eu tinha que ser detido. Então, como cidadão, fiz o que eu tinha que fazer.
00:01:49O assassino das rodovias
00:01:52Nos anos 1970, as pessoas queriam muito ser livres.
00:02:11MÚSICA
00:02:12Pegar carona era muito comum.
00:02:19Os jovens, principalmente os homens, pegavam carona.
00:02:23Era muito seguro.
00:02:25Meu nome é Ronald E. Bowers.
00:02:27Em 1979, eu era o promotor sênior do gabinete da promotoria do condado de Los Angeles.
00:02:35Marcos Graves era um estudante de intercâmbio da Alemanha Ocidental.
00:02:46Ele veio para os Estados Unidos.
00:02:48Não tinha muito dinheiro, então ele pediu carona.
00:02:54O Marcos veio para Newport Beach.
00:02:58Ficou um ou dois dias, mas depois quis subir à costa para conhecer mais a Califórnia.
00:03:05Aí, ele pegou todas as coisas dele e foi para a estrada Pacific Coast.
00:03:18Quando deu carona para ele, ele disse para onde estava indo?
00:03:21Acho que ele disse que estava indo para o México ou então para a América do Sul.
00:03:25Durante a viagem, comecei a conversar com ele.
00:03:32Perguntei se ele conhecia algum cara gay e ele disse que ele era gay.
00:03:35Aí, eu perguntei se ele queria transar e ele disse que sim.
00:03:44Então, eu fiz o retorno.
00:03:46Eu parei e fomos para a traseira da van e começamos a transar.
00:03:59Foi aí que eu esfaquei ele no braço.
00:04:04Esfaquei ele no braço esquerdo.
00:04:08E eu fiz isso várias e várias vezes.
00:04:12Eu puxei ele para fora da van e ele ainda estava vivo.
00:04:16E continuei esfaqueando.
00:04:22Ele estava nu ou...
00:04:24É, ele estava nu.
00:04:25Certo.
00:04:27O que fez com as roupas?
00:04:30Eu larguei lá com ele.
00:04:31Marcos Grabs, um jovem de 17 anos da Alemanha Ocidental,
00:04:37foi morto a facadas na região de Tapas Park, ao norte de Malibu.
00:04:41Análises forenses mostraram que Grabs foi abusado sexualmente.
00:04:45Precisamos de mais ambulantes.
00:04:47Precisamos de mais ambulantes.
00:04:48A polícia não entendia.
00:05:01Tudo era muito estranho.
00:05:03Em um local tão afastado,
00:05:05tinha um corpo nu de um rapaz.
00:05:09Mas não tinha pistas,
00:05:11não tinha nada na cena do crime
00:05:12que indicasse quem podia ter feito isso.
00:05:15A polícia precisava encontrar provas,
00:05:20mas nos anos 1970,
00:05:22não tínhamos toda a tecnologia forense de hoje.
00:05:26Foi quando eles entraram em contato
00:05:28com diferentes departamentos de homicídios,
00:05:31perguntando se houve algum crime sexual parecido
00:05:34que estivesse investigando.
00:05:36E disseram, sim, houve.
00:05:39Havia um jovem em San Fernando Valley
00:05:43e ele desapareceu.
00:05:45Eu sempre vou lembrar dos anos 70
00:05:55como a melhor época da minha vida.
00:05:57Essa é a casa em que o Tom e eu crescemos.
00:06:02Nos anos 70,
00:06:03tinha muita criança brincando aqui na rua.
00:06:07Nós jogávamos muito beisebol.
00:06:08Meu nome é Brenda Axtell
00:06:11e eu morava em San Fernando Valley.
00:06:18Meu irmão Tommy era muito...
00:06:21Sempre foi afoito para ter dinheiro.
00:06:24E uma das conquistas dele
00:06:25foi trabalhar vendendo flores nas esquinas.
00:06:27Era provavelmente umas sete da noite.
00:06:35Minha mãe estava agindo de forma muito estranha.
00:06:40E eu perguntei o que foi.
00:06:41E ela disse,
00:06:42o Tommy ainda não voltou para casa.
00:06:45Passou uma hora,
00:06:49depois duas horas,
00:06:50aí estava conversando com meu pai
00:06:52e a TV estava ligada.
00:06:53E o Jornal das Onze começou.
00:06:55O corpo nu de um jovem rapaz
00:06:59foi encontrado hoje
00:07:00na estrada Mulholland
00:07:01com golpes de faca
00:07:03e os genitais mutilados.
00:07:05Os investigadores dizem que...
00:07:06Eu lembro do meu pai voando da cadeira na hora.
00:07:10Ele ligou para a delegacia
00:07:13e perguntou sobre o crime.
00:07:15E eles disseram,
00:07:16por que saber sobre isso?
00:07:17E ele falou,
00:07:18porque acho que é meu filho.
00:07:22E era ele.
00:07:25E ele estava
00:07:27praticamente irreconhecível mesmo, então...
00:07:32Não dá para explicar algo assim.
00:07:36A devastação que isso causa.
00:07:50Em muitos casos,
00:07:52investigadores de homicídios
00:07:54não têm muitas pistas.
00:07:56Mas, nesse caso,
00:07:57uma das poucas coisas
00:07:58que eles tinham para investigar
00:08:00é que Marcos Graves
00:08:02e Tommy Ludigren
00:08:04foram encontrados
00:08:05na mesma região.
00:08:07E o legista
00:08:09que fez a autópsia
00:08:12notou que os rapazes
00:08:14foram sodomizados.
00:08:16Então, havia uma conexão?
00:08:18Em 1979,
00:08:33eu tinha 29 anos
00:08:34e meu sonho sempre foi ser
00:08:35repórter de uma grande emissora de TV.
00:08:39Meu nome é Dave Lopes.
00:08:40Eu fui o principal repórter de rua
00:08:42no sul da Califórnia
00:08:44no final dos anos 70.
00:08:46Eu cobria de tudo.
00:08:49Tudo quanto é história.
00:08:51Sobre política,
00:08:52crimes,
00:08:53é claro.
00:08:55Mas tinha um jovem,
00:08:57um menino de 13 anos
00:08:58em Valley.
00:09:00As pessoas se mudavam
00:09:02para lá
00:09:02para fugir da criminalidade.
00:09:04Se sentiam seguras.
00:09:07E aí,
00:09:08alguém some do nada.
00:09:10E ele era só um garoto
00:09:11de 13 anos de idade.
00:09:13queria ganhar o dinheiro dele
00:09:14e cuidar da vida dele.
00:09:18O quão
00:09:19irracional é esse rapaz
00:09:21virar uma vítima
00:09:23de assassinato?
00:09:29Nessa região específica,
00:09:31é óbvio
00:09:32que a notícia se espalhou.
00:09:34Mas demorou um pouco
00:09:35até que
00:09:35a grande mídia
00:09:37ficasse sabendo
00:09:37e falasse
00:09:38espere um pouco aí.
00:09:39Temos um
00:09:40predador sexual
00:09:41violento
00:09:41solta por aí.
00:09:44O corpo
00:09:44em decomposição
00:09:45de um jovem
00:09:46não identificado
00:09:47foi encontrado
00:09:48em uma região
00:09:48afastada
00:09:49na noite de sábado.
00:09:50A polícia
00:09:50diz que o corpo
00:09:51foi encontrado.
00:09:51Cinco dias depois
00:09:53que o corpo
00:09:53de Marcos Graves
00:09:55foi encontrado,
00:09:56um terceiro corpo
00:09:58foi achado
00:09:58no condado
00:09:59de San Bernardino.
00:10:01Ele ficou lá
00:10:02por uma semana,
00:10:03acho.
00:10:04E era do
00:10:05Mark Shelton.
00:10:06Os investigadores
00:10:14de homicídios
00:10:14não sabiam
00:10:15o que estava acontecendo.
00:10:17Aí,
00:10:17a delegacia
00:10:18do condado
00:10:19de San Bernardino
00:10:20entrou em contato
00:10:21com a delegacia
00:10:22do condado
00:10:22de Los Angeles
00:10:23para ver
00:10:24se havia algo
00:10:25semelhante
00:10:26entre os casos.
00:10:27E eles disseram,
00:10:28sim,
00:10:28nós tivemos
00:10:29alguns jovens
00:10:30achados nus,
00:10:32abusados sexualmente
00:10:33encontrados
00:10:34em um local
00:10:35afastado.
00:10:36E foi assim
00:10:37que os departamentos
00:10:38de homicídios
00:10:39começaram a se comunicar.
00:10:41Então,
00:10:42será que havia
00:10:43um serial killer
00:10:44à solta?
00:10:51Positivo central,
00:10:53encontrado
00:10:54no corpo do Marcos.
00:10:55Outro corpo
00:11:03encontrado
00:11:04na segunda-feira
00:11:05foi identificado
00:11:05é o de Donald Ray Hedden,
00:11:07um morador de Hollywood
00:11:08de 15 anos.
00:11:09Ele foi morto
00:11:10a facadas
00:11:10e abusado sexualmente
00:11:12antes de ser
00:11:12desovado
00:11:13em uma lixeira
00:11:14ao norte
00:11:14da rodovia Ventura.
00:11:17Hedden já é
00:11:17a quarta vítima
00:11:18de uma série
00:11:19de mortes
00:11:19que incluem
00:11:20mais três rapazes
00:11:21assassinados
00:11:22nos últimos meses.
00:11:25Eu lembro
00:11:27de conversar
00:11:28com dois investigadores
00:11:29do condado
00:11:30de Orange.
00:11:31Eu acho
00:11:31que descobri
00:11:32depois da quarta morte
00:11:33que havia
00:11:33alguma conexão
00:11:34entre elas.
00:11:36Pela forma
00:11:36como esses rapazes
00:11:38foram brutalmente
00:11:39mortos
00:11:39e praticamente
00:11:41no mesmo cenário.
00:11:45A única coisa
00:11:47que a polícia
00:11:47podia fazer
00:11:48na época
00:11:48era ficar em alerta.
00:11:50Então,
00:11:50quando isso aconteceu
00:11:51e começou a ter
00:11:53um aumento
00:11:54inacreditável
00:11:55dessas mortes
00:11:57horríveis
00:11:58e cruéis,
00:12:01eles sabiam
00:12:01que algo
00:12:02estava errado.
00:12:05Eu continuei
00:12:06importunando
00:12:06esses caras
00:12:07sem parar
00:12:07para descobrir
00:12:08a conexão.
00:12:09Fique agora
00:12:14com a reportagem
00:12:15especial
00:12:16do Channel 2.
00:12:18A cena parece
00:12:18sempre a mesma.
00:12:19Um homem jovem,
00:12:20branco,
00:12:20magro,
00:12:21completamente
00:12:21nu,
00:12:21sinais de estrangulamento,
00:12:23muitos com machucados
00:12:24de corda
00:12:24nos tornozelos
00:12:25e pulsos.
00:12:26E a grande
00:12:26pergunta é
00:12:27quantas pessoas
00:12:28são responsáveis
00:12:29por todas
00:12:30essas mortes?
00:12:31Nós não estamos
00:12:32especulando
00:12:33sobre nada
00:12:34além desse
00:12:35homicídio agora,
00:12:36mas também
00:12:36temos total
00:12:37ciência
00:12:38de que existem
00:12:39outros casos
00:12:41em Los Angeles
00:12:41e também
00:12:42fora daqui
00:12:43que ainda
00:12:44não foram
00:12:45solucionados.
00:12:47Os investigadores
00:12:48estão relutantes
00:12:48em responder
00:12:49a essa pergunta.
00:12:50Saber que essas
00:12:57fitas existem
00:12:58me deixa
00:13:00hipnotizada.
00:13:02Eu estou
00:13:02prestes a ouvir
00:13:03a voz
00:13:04desse homem
00:13:05que eu não
00:13:07ouço
00:13:07há mais ou menos
00:13:0840 anos.
00:13:10Sou a doutora
00:13:11Vonda Pelto,
00:13:12psicóloga clínica
00:13:13contratada
00:13:14pela prisão
00:13:15masculina
00:13:16do condado
00:13:17de Los Angeles,
00:13:19onde vi
00:13:19William Bonning
00:13:21em muitas
00:13:22ocasiões.
00:13:26Quando você
00:13:27diz que
00:13:27estrangulou ele
00:13:28com esse cano,
00:13:29como fez isso?
00:13:31Você pressionou
00:13:31contra o pescoço
00:13:32e aí
00:13:34com força
00:13:34para baixo.
00:13:37O que mais
00:13:38me impressiona
00:13:40é que ele
00:13:42podia estar
00:13:42falando
00:13:43do jogo
00:13:44de beisebol
00:13:44dos Dodgers
00:13:45sem emoção,
00:13:47sem nenhum
00:13:48remorso.
00:13:49mas foi
00:13:55ideia sua
00:13:55usar o
00:13:56picador
00:13:56de gelo?
00:13:58Mas por quê?
00:14:01Eu não consigo
00:14:03explicar
00:14:03por que eu usei,
00:14:04mas eu acho
00:14:05que era
00:14:07para ter
00:14:07certeza
00:14:07que a pessoa
00:14:08estava morta.
00:14:09os médicos
00:14:12raramente
00:14:13tinham a
00:14:14oportunidade
00:14:15de poder
00:14:16ouvir
00:14:16alguém
00:14:17que matou
00:14:18sem
00:14:19sentir
00:14:21nenhum
00:14:21remorso.
00:14:24Eu não ouvi
00:14:25barulho nenhum,
00:14:25então fui
00:14:26para casa.
00:14:28É inacreditável
00:14:29que isso
00:14:29estava guardado
00:14:30em algum lugar
00:14:31e nunca
00:14:32foi exposto
00:14:33ao público.
00:14:34em 1980,
00:14:43a polícia
00:14:44estava
00:14:44preocupada.
00:14:45Havia um
00:14:45serial killer
00:14:46à solta.
00:14:48Geralmente,
00:14:48nós conseguimos
00:14:49analisar o período
00:14:50em que identificamos
00:14:51a pessoa
00:14:52até onde ela
00:14:52foi vista
00:14:53pela última vez.
00:14:54Isso podia
00:14:55deixar o povo
00:14:56em pânico,
00:14:57então,
00:14:58eu não queria
00:14:59confirmar
00:15:00para a imprensa
00:15:01que era
00:15:02um serial killer.
00:15:03Olá,
00:15:04meu nome é
00:15:04White Hart.
00:15:05Eu era o assessor
00:15:06de imprensa
00:15:07do delegado
00:15:08do condado
00:15:08de Orange.
00:15:10Existem
00:15:11similaridades
00:15:11entre os casos,
00:15:12sim.
00:15:12A ponto do senhor
00:15:13achar que a mesma
00:15:14pessoa cometeu
00:15:15os crimes?
00:15:16Sim,
00:15:16pode ser.
00:15:17Você precisa
00:15:18ter cuidado
00:15:19com o que divulga
00:15:20para a imprensa.
00:15:21É muito importante
00:15:21dar informações,
00:15:23mas precisa
00:15:23filtrá-las.
00:15:25Nós podemos
00:15:26presumir
00:15:26que as informações
00:15:27divulgadas
00:15:28à imprensa
00:15:28também são
00:15:29divulgadas
00:15:30às pessoas
00:15:30envolvidas
00:15:31nesses crimes,
00:15:32o que pode
00:15:32dificultar
00:15:33as investigações.
00:15:35Nós recomendamos
00:15:36a todos,
00:15:37falamos para
00:15:37a população
00:15:38em hipótese
00:15:39alguma
00:15:39pegar carona.
00:15:41No Colégio Marina
00:15:42em Hunting Beach
00:15:43e em outros colégios
00:15:44do condado
00:15:44de Orange,
00:15:45a notícia
00:15:46foi divulgada.
00:15:47Dois dias
00:15:47antes dessa reportagem,
00:15:49fizemos uma viagem
00:15:50pela Beach Boulevard
00:15:51e não havia
00:15:52caroneiros.
00:15:55Dave Lopes
00:15:56ajudou muito
00:15:57a polícia
00:15:57com o jornal
00:15:58CBS,
00:15:58por exemplo.
00:15:59White Hart
00:16:00era uma pessoa
00:16:02maravilhosa
00:16:03sem dúvida
00:16:03alguma,
00:16:04muito gentil,
00:16:06muito paciente
00:16:07e trabalhamos
00:16:09juntos
00:16:09na televisão.
00:16:10Eu contei a história
00:16:12do que estava
00:16:12acontecendo na época
00:16:14e ele conseguiu
00:16:15a ajuda
00:16:16da mídia
00:16:17para chamar
00:16:18a atenção
00:16:18para o trabalho
00:16:19da polícia.
00:16:20Panfletos estão
00:16:21sendo distribuídos
00:16:22para os jovens
00:16:22e a mensagem
00:16:23é clara,
00:16:23não pegue carona.
00:16:24Você é alto,
00:16:25magro,
00:16:26é louro,
00:16:26tem todas as características
00:16:27das vítimas
00:16:28que ele matou.
00:16:30Você tem medo?
00:16:31Bom,
00:16:31eu não posso
00:16:32pegar mais carona,
00:16:33sabe?
00:16:33Eu pegava carona
00:16:34para ir para casa,
00:16:35mas agora não dá
00:16:36mais para fazer isso.
00:16:37Os investigadores
00:16:40trabalhavam 16,
00:16:4218 horas por dia
00:16:43só nesse caso
00:16:44e com o passar
00:16:47do tempo
00:16:48as mortes
00:16:50começaram a aumentar
00:16:51e não pararam mais.
00:16:54O jovem David Murillo
00:16:55de 17 anos
00:16:56ia de bicicleta
00:16:57até o cinema.
00:16:57Seu corpo foi achado
00:16:58próximo...
00:16:59Já era fevereiro
00:17:00de 1980.
00:17:01No condado
00:17:02de Riverside
00:17:03Robert Wierostack
00:17:04de 19 anos
00:17:05pegou carona
00:17:06até a mercearia
00:17:06Aquela altura
00:17:07doze rapazes
00:17:09haviam sido
00:17:09brutalmente assassinados
00:17:11em um período
00:17:12de nove meses.
00:17:12Foi encontrado
00:17:13o corpo do jovem
00:17:13de 17 anos
00:17:14Frank Dennis Fox.
00:17:16Foi uma história
00:17:17que engoliu a gente
00:17:18e eu fazia reportagem
00:17:20sobre ela
00:17:20todos os dias.
00:17:21E desoba
00:17:22nas laterais
00:17:22das estradas
00:17:23e está sendo chamado
00:17:24de o assassino
00:17:25das rodovias.
00:17:26William Bonning
00:17:42nasceu em 1947
00:17:44na pequena cidade
00:17:46de Williamantique
00:17:48em Connecticut.
00:17:49William Bonning
00:17:53tinha um irmão
00:17:54mais velho
00:17:55e um irmão
00:17:56mais novo.
00:17:58Ambos os pais
00:17:59eram
00:18:00alcoólatras.
00:18:02Quando o pai
00:18:04do Bonning
00:18:04voltou da guerra
00:18:06ficou extremamente
00:18:07violento
00:18:09e descarregava
00:18:10seus acessos
00:18:11de raiva
00:18:12na esposa
00:18:13e nos filhos.
00:18:14muitos homens
00:18:17que voltaram
00:18:18para a casa
00:18:18da guerra
00:18:19desenvolveram
00:18:21problemas
00:18:22e isso
00:18:23afetou muito
00:18:23a família.
00:18:25Ele começou
00:18:25a jogar
00:18:26e a beber
00:18:27demais.
00:18:30A mãe
00:18:31para lidar
00:18:32com o comportamento
00:18:33abusivo
00:18:34do marido
00:18:35também
00:18:36bebia muito.
00:18:40As crianças
00:18:41viviam quase
00:18:42sempre sujas
00:18:43e com fome.
00:18:47Quando Bonning
00:18:48era jovem
00:18:49sempre sonhava
00:18:51em fugir.
00:18:54Mas ele me disse
00:18:55que não tinha
00:18:56para onde ir.
00:19:08Em 1980
00:19:10ninguém se sentia seguro
00:19:12sabendo que
00:19:13havia alguém
00:19:14que estava
00:19:15fazendo essas coisas
00:19:16especialmente
00:19:17porque nós
00:19:18recebíamos
00:19:18mais informações
00:19:19vazadas
00:19:20sobre o que
00:19:20estava acontecendo
00:19:21de fato.
00:19:22Sabíamos que
00:19:23o assassino
00:19:24das rodovias
00:19:25adorava torturar
00:19:26suas vítimas.
00:19:27Coisas que
00:19:28as pessoas
00:19:28nem sonhavam
00:19:30compreender
00:19:31estavam acontecendo.
00:19:32as pessoas
00:19:34não se sentiam
00:19:35em casa.
00:19:35Teve um
00:19:36outro menino
00:19:36aqui
00:19:36um garotinho
00:19:37de 12 anos
00:19:38que estava
00:19:39indo para
00:19:39a Disneylândia.
00:19:41Aí eu dirigi
00:19:42mais para o norte
00:19:43de Beach Boulevard
00:19:44e vi o James
00:19:45McAlevey.
00:19:46Eu parei.
00:19:49Perguntei
00:19:49para onde
00:19:50ele estava
00:19:50indo
00:19:51e ele falou
00:19:51que estava
00:19:51indo para a Disneylândia
00:19:52e eu disse
00:19:53só bem.
00:19:54É muito estranho
00:19:55mas precisamos
00:19:55pensar em como
00:19:56eram as coisas
00:19:57na época.
00:19:57quem hoje
00:19:58deixaria um menino
00:19:59de 12 anos
00:20:00ir para a Disneylândia
00:20:02viajando de ônibus
00:20:03sozinho.
00:20:04Ninguém deixaria.
00:20:05Naquela época
00:20:06esse tipo de coisa
00:20:08não era tão incomum
00:20:09assim.
00:20:11Aí ele entrou.
00:20:13Eu continuei a dirigir
00:20:14e parei no acostamento.
00:20:16E fui para a traseira
00:20:17e eu fiz sexo
00:20:21com o James McAlevey.
00:20:24Eu amarrei ele
00:20:26e enrolei
00:20:28a camiseta dele
00:20:28em volta do pescoço.
00:20:31Quando o menino
00:20:31percebeu
00:20:32o que estava acontecendo
00:20:33ele gritou
00:20:35umas três
00:20:35ou quatro vezes
00:20:36e disse
00:20:36eu não vou contar
00:20:37para ninguém.
00:20:38Então ele começou
00:20:39a se debater
00:20:40e eu estrangulei ele.
00:20:45McAlevey
00:20:45foi espancado
00:20:46e estrangulado
00:20:47com sua própria camisa
00:20:48e o pescoço
00:20:49foi quebrado
00:20:50com um macaco hidráulico.
00:20:52Eu voltei
00:20:53e dissolvei o corpo
00:20:54um pouco depois
00:20:55e saí de lá
00:20:57e fui para casa.
00:20:59Ele desovou
00:21:00o corpo próximo
00:21:01a uma lixeira
00:21:01na cidade de Wallwood.
00:21:11Em 1980
00:21:13muitas coisas diferentes
00:21:15estavam passando
00:21:16pela cabeça
00:21:16dos investigadores.
00:21:19Uma das coisas
00:21:19que surgiram é
00:21:20que todas as vítimas
00:21:21foram abusadas sexualmente.
00:21:26Então isso
00:21:27podia estar ligado
00:21:28a uma atividade
00:21:28homossexual?
00:21:34Nos anos 70
00:21:35era difícil
00:21:36ser gay
00:21:37na Califórnia.
00:21:38Harvey Milk,
00:21:41um dos primeiros
00:21:42políticos abertamente
00:21:43gays
00:21:44foi assassinado
00:21:45em seu escritório
00:21:47na prefeitura
00:21:48de São Francisco.
00:21:50Eu sou
00:21:50o Don Kiel Hefner
00:21:51e sou o cofundador
00:21:53do que nós
00:21:54chamamos em Los Angeles
00:21:56de Centro de Serviços
00:21:57da Comunidade Gay.
00:22:00O que é preciso
00:22:01lembrar
00:22:01é que havia
00:22:02uma lei
00:22:02na Califórnia
00:22:03que um homem
00:22:05podia ser preso
00:22:06por apenas tocar
00:22:08em outro homem.
00:22:10A igreja
00:22:11nos considerava
00:22:13pessoas más.
00:22:22Mas havia
00:22:23muita gente envolvida
00:22:25na luta
00:22:25naquela época.
00:22:27Na primeira parada
00:22:28do Orgulho Gay
00:22:29em Los Angeles
00:22:3035 mil pessoas
00:22:31apareceram.
00:22:33Um novo mundo
00:22:34estava sendo criado.
00:22:36O que todos
00:22:40viam acontecer
00:22:41era homens
00:22:42jovens e gays
00:22:43indo
00:22:43em direção
00:22:45a essas grandes cidades.
00:22:47Eles estavam
00:22:48deixando as cidades
00:22:49pequenas
00:22:50com muito,
00:22:51muito pouco
00:22:52em termos de recursos.
00:22:54Aqui em Los Angeles
00:22:55nós recebemos
00:22:56muita gente.
00:22:59No Centro de Serviços
00:23:01da Comunidade Gay
00:23:02nós fornecíamos
00:23:03um teto
00:23:05e refeições
00:23:06para eles.
00:23:09Lá ficavam
00:23:09esses jovens
00:23:10que não tinham
00:23:11dinheiro.
00:23:12Então a maneira
00:23:13de se locomover
00:23:14era pedindo carona.
00:23:17Às vezes
00:23:17eles se prostituíam.
00:23:21O assassino
00:23:21das rodovias
00:23:23explorou isso.
00:23:24Usou isso
00:23:25para seus fins
00:23:26nefastos.
00:23:33Eu fui ao Centro
00:23:34de Serviços
00:23:35da Comunidade Gay
00:23:36nesse dia em particular
00:23:37e conversei um pouco
00:23:40com ele
00:23:41e ofereci para ele
00:23:42um lugar para ficar.
00:23:44Eu acredito que foi
00:23:45mais pela tortura
00:23:46e pela matança
00:23:47do que pelo sexo.
00:23:48Com o passar
00:23:52do tempo
00:23:53a parte
00:23:54da tortura
00:23:55ficou
00:23:55mais importante
00:23:57por causa
00:23:58do sentimento
00:23:59de superioridade
00:24:00de ter o poder.
00:24:05Quando nós descobrimos
00:24:07que as vítimas
00:24:07do assassino
00:24:08das rodovias
00:24:09se encaixavam
00:24:10no perfil
00:24:11de homens
00:24:11gays e jovens
00:24:12que tentávamos ajudar
00:24:14ficamos chocados
00:24:16bravos
00:24:17tristes.
00:24:20No centro
00:24:22da comunidade
00:24:23nós colocamos
00:24:24avisos
00:24:24alertando
00:24:25jovens gays
00:24:26a não pegarem carona
00:24:28porque era
00:24:29perigoso.
00:24:31Fizemos o possível
00:24:32para alertar
00:24:33as pessoas
00:24:33mas
00:24:34nem todos
00:24:35foram avisados.
00:24:40Eu lembro
00:24:41que White Hart
00:24:42disse
00:24:43para nós
00:24:44profissionais
00:24:44da mídia
00:24:45que tinha
00:24:46uma conexão.
00:24:48Ele só não
00:24:48tinha certeza
00:24:49de quem era.
00:24:53A força-tarefa
00:24:54trabalhava freneticamente.
00:24:57Eles morriam
00:24:58de medo
00:24:58de que a mídia
00:24:59divulgasse
00:24:59alguma coisa a mais
00:25:00fazendo com que
00:25:02a pessoa
00:25:02a pessoa sozinha
00:25:04ou o grupo
00:25:05de pessoas
00:25:05que estava fazendo isso
00:25:06fizesse escondido
00:25:07fosse embora
00:25:08parasse ou fosse
00:25:09para outro lugar.
00:25:10Eles só não queriam
00:25:11fazer nada
00:25:11que pudesse comprometer
00:25:12este caso.
00:25:14White
00:25:14falava muitas informações
00:25:15confidenciais.
00:25:17Dave,
00:25:17tem mais coisa aí
00:25:18que não podemos falar.
00:25:30O Sr. Bonin
00:25:32era educado
00:25:32e muito articulado.
00:25:35ele era problemático
00:25:37no sentido
00:25:38de ter muita dificuldade
00:25:41tanto para se lembrar
00:25:42dos seus traumas
00:25:43quanto para se dispor
00:25:45a falar sobre eles.
00:25:47Eu me chamo
00:25:47David Foster.
00:25:48Fui o psiquiatra clínico
00:25:50no julgamento
00:25:51do recurso
00:25:52de William Bonin
00:25:53no Tribunal Federal.
00:25:55Há um relato
00:25:56de uma amiga dele
00:25:57do ensino fundamental
00:25:58e se não se importa
00:26:00eu gostaria de lê-lo.
00:26:01Ela diz
00:26:06Billy Bonin
00:26:07era da minha turma
00:26:08na sexta série.
00:26:10Um dos vizinhos dele
00:26:11disse que os meninos
00:26:12desenterravam
00:26:13batatas à noite
00:26:15do jardim da casa
00:26:16e as comiam cruas
00:26:17e sujas
00:26:18porque tinham muita fome.
00:26:19Ele era inteligente
00:26:20mas não falava muito
00:26:21com outras crianças.
00:26:24Algumas crianças
00:26:24sempre zombavam
00:26:25das roupas
00:26:26e sapatos mal ajustados
00:26:27dele.
00:26:28Elas o chamavam
00:26:29de Bugsy Bonin.
00:26:31Ele nunca a revidou
00:26:33mas dava pra ver
00:26:35a dor no olhar dele.
00:26:37Naquela época
00:26:38eu pensava nele
00:26:40como uma alma gentil
00:26:41e muito triste
00:26:42que nunca tentou
00:26:44prejudicar ninguém.
00:26:51Havia uma grande
00:26:53quantidade de informações
00:26:54que eu tinha
00:26:55à minha disposição
00:26:56sobre o que ele
00:26:57havia passado.
00:26:58eu descobri
00:26:59que William Bonin
00:27:01foi submetido
00:27:03desde criança
00:27:04a graves abusos físicos
00:27:06pelo pai dele.
00:27:09Isso prejudicou
00:27:11o lobo frontal
00:27:12do cérebro
00:27:13e ele também
00:27:16foi extremamente
00:27:17negligenciado
00:27:18pela mãe.
00:27:20Isso teve um efeito
00:27:21profundo
00:27:22em seu cérebro
00:27:23ainda em desenvolvimento
00:27:25especificamente
00:27:26nas conexões
00:27:27no hemisfério direito
00:27:28o que prejudicou
00:27:29a capacidade dele
00:27:30de se conectar
00:27:31social e emocionalmente.
00:27:33Tudo isso gerou
00:27:34a devastação
00:27:35e a tragédia
00:27:36que nós vemos.
00:27:38Não apenas
00:27:38para o senhor Bonin
00:27:39mas também
00:27:39para todas as suas vítimas
00:27:41é claro.
00:27:41A mãe finalmente
00:27:54chegou à conclusão
00:27:55de que ela não conseguia
00:27:57cuidar
00:27:58dessas três crianças.
00:28:00Então ela mandou
00:28:01os dois meninos
00:28:02mais velhos
00:28:03Bonin
00:28:04e seu irmão Robert
00:28:06para um orfanato.
00:28:11A certa altura
00:28:16um padre do orfanato
00:28:19molestou sexualmente
00:28:21o Bonin
00:28:21e mais para frente
00:28:24ele foi colocado
00:28:26num centro
00:28:27de correção
00:28:28para meninos.
00:28:32Lá, infelizmente
00:28:33ele foi
00:28:34novamente abusado
00:28:36sexualmente
00:28:37por um menino
00:28:38mais velho.
00:28:39que coisa horrível
00:28:42e trágica
00:28:43para essa criança
00:28:45que já tinha sido
00:28:46abusada
00:28:47no orfanato
00:28:48e agora
00:28:49morando no centro
00:28:50de correções
00:28:51foi abusada
00:28:52de novo.
00:28:54Quais chances
00:28:55na vida
00:28:56esse pobre garoto
00:28:58tinha?
00:29:00Nós não sabemos
00:29:02a combinação exata
00:29:03que compõe
00:29:06um serial killer.
00:29:07nós só sabemos
00:29:09que certos fatores
00:29:11de risco
00:29:11parecem contribuir
00:29:13para isso.
00:29:15Ter uma mãe
00:29:15indiferente
00:29:16incapaz
00:29:18de dar amor
00:29:19abuso físico
00:29:23e sexual
00:29:24e depois
00:29:26uma lesão
00:29:27no lobo frontal.
00:29:31Aos 10 anos
00:29:32de idade
00:29:33o Bonin
00:29:34já tinha
00:29:34todos esses problemas.
00:29:36quando ele tinha
00:29:4515 anos
00:29:46toda a família
00:29:47se mudou
00:29:48de Willie Mantick
00:29:49para Downey
00:29:50na Califórnia
00:29:51onde Bonin
00:29:55passou
00:29:56de vítima
00:29:57para agressor.
00:30:00Central,
00:30:01temos uma ocorrência
00:30:02de violência.
00:30:03Precisamos
00:30:04de reforços.
00:30:07A polícia
00:30:08foi acionada,
00:30:09acho que
00:30:09por um pedestre.
00:30:11Dois rapazes.
00:30:13Os corpos
00:30:13foram encontrados
00:30:14perto da
00:30:15estrada
00:30:15Ortega.
00:30:16tinha muita imprensa
00:30:21no local.
00:30:23Onde eles foram
00:30:24encontrados?
00:30:25Eles estavam
00:30:25ao lado da rampa.
00:30:27Um estava
00:30:28cerca de
00:30:284 metros e meio
00:30:29abaixo
00:30:30e o outro
00:30:31uns 6 metros
00:30:32mais adiante.
00:30:32Algum sinal
00:30:33de estrangulamento?
00:30:34Não podemos
00:30:35falar nada
00:30:36sobre a causa
00:30:37da morte.
00:30:37Nada mesmo.
00:30:38Não podemos falar.
00:30:39Tenente,
00:30:54nesse momento,
00:30:54qual é o processo
00:30:55que começará?
00:30:56Bom,
00:30:57nós vamos procurar
00:30:57nas redondezas
00:30:58por pistas
00:30:59que estejam
00:31:00mais evidentes.
00:31:02Os investigadores
00:31:03nunca ficam
00:31:04surpresos
00:31:04com o que eles encontram
00:31:05e com o que as pessoas
00:31:06podem fazer com as outras,
00:31:07mas encontrar
00:31:08dois corpos
00:31:09e isso já cria
00:31:10uma perspectiva
00:31:11diferente
00:31:12para a investigação.
00:31:14Os dois rapazes
00:31:15estão nus?
00:31:16Não,
00:31:17um está nu
00:31:17e o outro
00:31:18parcialmente vestido.
00:31:20Foi aí que nós
00:31:20percebemos
00:31:21que algo estava acontecendo.
00:31:24Imediatamente
00:31:24você começa a pensar,
00:31:25espera um pouco,
00:31:26se tem dois rapazes
00:31:27seria muito difícil
00:31:28para um cara
00:31:30enfrentar eles
00:31:30de uma vez.
00:31:31Então,
00:31:32será que tem
00:31:32mais gente envolvida?
00:31:38Os dois adolescentes
00:31:39encontrados
00:31:39em uma floresta
00:31:40nacional de Cleveland
00:31:41se assemelham
00:31:42a uma série
00:31:42de outras mortes
00:31:43que vêm acontecendo.
00:31:44Houve um aumento
00:31:44nas mortes
00:31:45ligadas ao assassino
00:31:46das rodovias.
00:31:46Os investigadores
00:31:47no condado
00:31:48estão trabalhando
00:31:48freneticamente
00:31:49para encontrar
00:31:50o assassino.
00:31:50Houve um aumento
00:31:51de 17 assassinatos
00:31:52em menos de uma.
00:31:55Os corpos
00:31:56foram encontrados
00:31:57no condado
00:31:58de Ventura,
00:31:59até mesmo
00:31:59no condado
00:32:00de Kearn.
00:32:00Sabíamos
00:32:01que houve
00:32:01uma morte
00:32:02no condado
00:32:02de São Bernardino
00:32:03e outras
00:32:04no condado
00:32:05de Los Angeles
00:32:06e algumas
00:32:07no condado
00:32:07de Orand.
00:32:10Tinha uma distância
00:32:11considerável.
00:32:13Quem podia
00:32:14estar viajando
00:32:15de condado
00:32:16a condado
00:32:16assim tão facilmente?
00:32:18em 1980
00:32:33meu trabalho
00:32:35era pegar
00:32:35e entregar
00:32:36caminhões
00:32:37na região
00:32:37da Califórnia.
00:32:40Eu viajei
00:32:42para cima
00:32:42e para baixo
00:32:43na estrada
00:32:44Pacific Coast
00:32:45várias vezes.
00:32:47trabalhei
00:32:49com William Bonning
00:32:51então resolvi
00:32:52dar essa entrevista
00:32:53porque achei
00:32:54que as pessoas
00:32:55deveriam saber
00:32:56o que aconteceu.
00:32:58Eu quero
00:32:58preservar
00:32:59a minha identidade
00:32:59porque eu trabalhei
00:33:01com ele.
00:33:02quando eu o conheci
00:33:12ele parecia
00:33:13um cara
00:33:14muito legal
00:33:14eu até
00:33:16convidei ele
00:33:16para ir
00:33:17a minha casa
00:33:17para a gente
00:33:18tomar café
00:33:19a lembrança
00:33:21que eu tenho
00:33:21dele é de uma
00:33:22pessoa decente
00:33:23mesmo
00:33:23teve uma vez
00:33:28que o Bonning
00:33:28e eu fizemos
00:33:29uma viagem
00:33:30para o norte
00:33:31da Califórnia
00:33:32eu disse
00:33:35que fiquei
00:33:35sabendo
00:33:36que havia
00:33:36outra vítima
00:33:37do assassino
00:33:38das rodovias
00:33:39eu comentei
00:33:41por cima
00:33:41que eu queria
00:33:42que eles
00:33:43pegassem
00:33:44o cara
00:33:44que estava
00:33:45fazendo isso
00:33:45e o Bonning
00:33:47disse
00:33:48é eu também
00:33:49queria que
00:33:50pegassem ele
00:33:51no caminho
00:33:54de volta
00:33:55o carro
00:33:55que eu estava
00:33:56dirigindo
00:33:57começou a falhar
00:33:58e aí nós paramos
00:33:59o Bonning
00:34:02sugeriu
00:34:03que deixássemos
00:34:03ele lá
00:34:04e que eu
00:34:05dirigisse o carro
00:34:06que ele estava
00:34:06dirigindo
00:34:07porque eu morava
00:34:08mais longe
00:34:09do que ele
00:34:09e eu achei
00:34:11isso muito legal
00:34:12da parte dele
00:34:13quando eu
00:34:18voltei para a empresa
00:34:20o Bonning
00:34:21já havia chegado
00:34:22a uns
00:34:23dez minutos
00:34:24ele estava
00:34:27com um jovem
00:34:28ao lado
00:34:29um adolescente
00:34:30ele tinha
00:34:31cabelos
00:34:32cor de areia
00:34:33e estava
00:34:34com o lábio
00:34:34superior
00:34:35machucado
00:34:36então eu saí
00:34:41e fui
00:34:41para casa
00:34:42depois disso
00:34:44não vi o Bonning
00:34:46por algumas semanas
00:34:47mais um corpo
00:34:49de um jovem
00:34:50foi encontrado
00:34:50em um posto
00:34:51de gasolina
00:34:51ele pode ser
00:34:52mais uma vítima
00:34:53do chamado
00:34:54assassino
00:34:55das rodovias
00:34:55eu acho
00:34:57que há
00:34:57uma semelhança
00:34:58ao menos
00:34:58no geral
00:34:59na medida
00:35:00em que isso
00:35:02se encaixa
00:35:02no padrão
00:35:03de homens
00:35:03jovens
00:35:04nus
00:35:04de aparência
00:35:06limpa
00:35:06desovados
00:35:08próximo a alguma
00:35:08alta estrada
00:35:09que morreram
00:35:09por estrangulamento
00:35:10larry sharp
00:35:22esse me abalou
00:35:23mesmo
00:35:23quais são as chances
00:35:27de trabalhar
00:35:27com o assassino
00:35:28das rodovias
00:35:29mal sabia
00:35:31eu que estava
00:35:32bem ao lado
00:35:32dele
00:35:33investigadores
00:35:34de homicídios
00:35:35creem que
00:35:35o assassino
00:35:36agora
00:35:36a tarefa
00:35:37do sul
00:35:37da califórnia
00:35:37estava trabalhando
00:35:38dia e noite
00:35:39para resolver
00:35:40para que a investigação
00:35:41evolua rapidamente
00:35:42antes que o número
00:35:43de mortes
00:35:43aumente ainda mais
00:35:44os investigadores
00:35:48não conseguiam
00:35:49dar conta
00:35:49eles ainda
00:35:51eram
00:35:51mais pressionados
00:35:53precisávamos
00:35:54pegar esse cara
00:35:55na virada
00:36:04da década
00:36:05de 80
00:36:05southgate
00:36:06na califórnia
00:36:07estava passando
00:36:08por uma transição
00:36:09a cidade
00:36:10estava mudando
00:36:11uma grande fábrica
00:36:12estava fechando
00:36:13tinha algumas
00:36:15gangues famosas
00:36:15que se infiltravam
00:36:17nas escolas
00:36:17de ensino fundamental
00:36:18e médio
00:36:19o meu nome
00:36:22é Ray Carvajal
00:36:23eu fui pastor
00:36:24de jovens
00:36:25na igreja
00:36:25quadrangular
00:36:26de southgate
00:36:27na califórnia
00:36:28na época
00:36:29do assassino
00:36:31das rodovias
00:36:32com as crianças
00:36:34chegando aqui
00:36:35e ali
00:36:35pedindo ajuda
00:36:37e saindo
00:36:38de certos grupos
00:36:39às vezes é difícil
00:36:40e você tem
00:36:41que se afastar
00:36:41eu queria dar
00:36:44a elas algo
00:36:44em que elas
00:36:45pudessem confiar
00:36:45e era a palavra
00:36:47de Deus
00:36:47Sean
00:36:50começou a frequentar
00:36:51o grupo de jovens
00:36:52ele tinha 14 anos
00:36:54ele queria mudar
00:36:55de vida
00:36:56foi emocionante
00:36:57ver essas
00:36:58crianças
00:37:00se tornando
00:37:00parte da sua vida
00:37:01e você impactar
00:37:03a vida delas
00:37:04de forma positiva
00:37:06maio de 1980
00:37:15é uma data
00:37:16que eu jamais
00:37:17esquecerei
00:37:17bom nós estamos
00:37:20no local
00:37:21onde
00:37:22nós encontramos
00:37:24o Sean
00:37:24nós paramos
00:37:26aqui
00:37:27e
00:37:28eu olhei
00:37:30para a direita
00:37:31enquanto estava
00:37:31me preparando
00:37:32para sair
00:37:32e disse
00:37:33para minha esposa
00:37:33ele parece
00:37:34o Sean
00:37:34e ela olhou
00:37:36e disse
00:37:36mas ele é o Sean
00:37:37então ele continuou
00:37:38andando por aqui
00:37:39e deu a volta
00:37:41no carro
00:37:42eu ainda posso ver
00:37:46o cabelo loiro
00:37:47e os olhos azuis
00:37:48era um garoto
00:37:50que estava
00:37:51começando a vida
00:37:53ele começou a falar
00:37:55sobre a mudança
00:37:56na vida dele
00:37:57o
00:37:58recomeço
00:37:59em uma nova escola
00:38:01eu disse
00:38:04eu vi você andando
00:38:05sua mãe te deixou
00:38:05na esquina
00:38:06ou algo assim
00:38:06e ele falou
00:38:07não
00:38:07eu peguei o ônibus
00:38:08eu desço
00:38:09na Firestone Boulevard
00:38:11e eu disse
00:38:12bom
00:38:13tenha um ótimo dia
00:38:14eu nunca imaginei
00:38:17que aquela manhã
00:38:17seria
00:38:18a última vez
00:38:19que eu veria
00:38:20o Sean
00:38:20onde quando viu
00:38:40pela primeira vez
00:38:41eu vi ele
00:38:42no ponto de ônibus
00:38:42na esquina da escola
00:38:43Old River
00:38:44com a Firestone Boulevard
00:38:45eu parei
00:38:47e perguntei
00:38:47onde ele ficava
00:38:48Atlantic Boulevard
00:38:49e ele me disse
00:38:49que ficava na estrada
00:38:50e eu perguntei
00:38:54você está esperando
00:38:55o ônibus
00:38:56e ele disse sim
00:38:57eu falei
00:38:57o último ônibus
00:38:58já passou
00:38:59aí eu disse
00:39:02entra aí
00:39:03te dou uma carona
00:39:04qual era a sua intenção?
00:39:09era sair dali
00:39:09fazer sexo
00:39:10com o Sean King
00:39:11e matar ele
00:39:12nós chegamos
00:39:24em casa do trabalho
00:39:25e eu recebi
00:39:25uma ligação
00:39:26da mãe do Sean
00:39:28ela disse
00:39:29o Sean não chegou
00:39:30e eu pensei
00:39:30hum
00:39:31eu peguei o carro
00:39:35e saí procurando por ele
00:39:37eu lembro
00:39:43de ligar
00:39:43para o líder
00:39:44dos jovens
00:39:44e falar
00:39:46olha
00:39:46pode pedir
00:39:46para todos
00:39:47ligarem
00:39:47para as crianças
00:39:48da área
00:39:49e perguntarem
00:39:49onde está o Sean
00:39:50e aí
00:39:53nós vimos
00:39:54a notícia
00:39:54no jornal
00:39:55um garoto
00:39:55de 14 anos
00:39:56está desaparecido
00:39:57e a suspeita
00:39:58é que tenha sido
00:39:58sequestrado
00:39:59ele foi visto
00:40:00pela última vez
00:40:01na Firestone Boulevard
00:40:02uma das crianças
00:40:06olhou para trás
00:40:07e disse
00:40:07não é onde o Sean
00:40:08pega o ônibus?
00:40:09e então
00:40:10de repente
00:40:11nós
00:40:11entendemos
00:40:12eu propus
00:40:19fazer sexo
00:40:20com o Sean
00:40:20e ele disse
00:40:21não quero
00:40:22você pode me deixar
00:40:23aqui mesmo
00:40:23para
00:40:23aí foi então
00:40:25que eu peguei a faca
00:40:26e coloquei a minha mão
00:40:27no pescoço dele
00:40:28ele não tentou
00:40:29ele não tentou resistir
00:40:32nem nada
00:40:32só disse
00:40:33eu não quero morrer
00:40:34amarrei as mãos dele
00:40:38atrás das costas
00:40:39e os pés também
00:40:40então nós saímos
00:40:41e seguimos em direção
00:40:42a San Bernardino
00:40:44onde eu olharia
00:40:52para onde eles foram
00:40:53não tinha
00:40:54nada
00:40:55para investigar
00:40:56nós ouvimos falar
00:41:00do assassino
00:41:00das rodovias
00:41:01nos jornais
00:41:02e eu disse
00:41:02olha só
00:41:02eles estão tentando
00:41:03desvendar esse caso
00:41:04todos os indicadores
00:41:06estão lá
00:41:06e eles não conseguiram
00:41:08desvendar ainda
00:41:09e as crianças
00:41:10falaram
00:41:10vamos orar
00:41:11eu parei no acostamento
00:41:20da estrada
00:41:20não tinha trânsito
00:41:21nenhum
00:41:22e eu
00:41:23sodomizei
00:41:24então a gente
00:41:32então a gente caminhou
00:41:33para o lugar
00:41:33onde eu desovei
00:41:34eu usei minha camiseta
00:41:37para estrangular ele
00:41:38mas não estava dando certo
00:41:39então eu peguei a faca
00:41:41e o esfaquei
00:41:43eu comecei a me afastar
00:41:49e foi aí que eu ouvi ele
00:41:51fazendo uns barulhos
00:41:52eu então voltei
00:41:53e esfaqueei mais algumas vezes
00:41:59não podemos fazer nada
00:42:15eu entrevistei a mãe de Shang King
00:42:24várias vezes
00:42:25uma mulher muito gentil
00:42:26você conhece essas pessoas
00:42:28você conhece os membros da família
00:42:30conhece os irmãos
00:42:31conhece as irmãs
00:42:32conhece as mães
00:42:33e também os pais
00:42:34eles estavam com o coração
00:42:36completamente partido
00:42:37e você se sente muito mal
00:42:40porque é um desamparo
00:42:42muito grande
00:42:42não poder fazer nada
00:42:43mais de uma vez
00:42:47quando saia do trabalho
00:42:48eu ia para casa
00:42:49e muitas vezes
00:42:50era tarde da noite
00:42:51meus filhos ainda eram
00:42:52pequenos na época
00:42:53eram crianças
00:42:54e eu
00:42:55só olhava para eles
00:42:56e aí uma lágrima
00:42:57corria do meu olho
00:42:59pois eu sabia
00:43:00que sorte eu tinha
00:43:00por eles estarem a salvo
00:43:02você agradece
00:43:03pela sorte
00:43:04de um momento como esse
00:43:05a mãe do Shang King
00:43:10como tantas outras pessoas
00:43:12que eu entrevistei
00:43:13só queriam saber
00:43:14por que
00:43:15senhor Bonin
00:43:19ainda nesse caso
00:43:20você tinha a intenção
00:43:22de sondonizá-lo
00:43:23depois de amarrá-lo?
00:43:26eu sabia que ia amarrar
00:43:28depois é que ia decidir
00:43:29o que fazer
00:43:30apesar do cérebro
00:43:36do William Bonin
00:43:37não se desenvolver
00:43:38normalmente
00:43:39e ele não ter
00:43:40as capacidades normais
00:43:41de afiliação
00:43:43e empatia
00:43:44ele ainda ansiava
00:43:46por alguma
00:43:48conexão
00:43:49naquela hora
00:43:51eu amarrei o menino
00:43:52e fiz sexo com ele
00:43:53conte como estrangulou ele
00:43:55eu acho que
00:43:57eu usei a camiseta
00:43:58se entrássemos
00:44:01em detalhes
00:44:01do que aconteceu
00:44:02na infância dele
00:44:03nós veríamos
00:44:05o que ele fez
00:44:06foi replicar
00:44:07o tipo de abuso
00:44:08ele tinha
00:44:11uma conexão
00:44:12com os meninos
00:44:13mais velhos
00:44:14do centro de correção
00:44:15que estupravam
00:44:17e batiam nele
00:44:19ele foi
00:44:21estrangulado
00:44:22por eles
00:44:23nós criamos
00:44:25vínculos
00:44:26sobre
00:44:27experiências
00:44:28emocionais
00:44:29intensas
00:44:29então ele criou
00:44:31esses
00:44:31vínculos
00:44:32sadomasoquistas
00:44:33sendo
00:44:34amarrado
00:44:35estrangulado
00:44:36e estuprado
00:44:37por jovens
00:44:38de 12 a 19 anos
00:44:40quem são as vítimas
00:44:42jovens
00:44:43de 12 a 19 anos
00:44:44ele precisava
00:44:48de alguém
00:44:48que pudesse
00:44:49compartilhar
00:44:51a experiência
00:44:52dele
00:44:53então ele fazia
00:44:54isso
00:44:54vitimizando
00:44:56os rapazes
00:44:56como ele
00:44:57foi vitimizado
00:44:58por que decidiu
00:45:00amarrá-lo
00:45:01para deixar
00:45:02ele indefeso
00:45:03por que
00:45:05eu acho
00:45:08que
00:45:08eu me sentia
00:45:09superior a ele
00:45:10deixando ele
00:45:12assustado
00:45:13ele afirma
00:45:16de forma
00:45:17explícita
00:45:18que o que ele
00:45:18gostava
00:45:19não era do
00:45:19sexo em si
00:45:20mas sim
00:45:21o sentimento
00:45:22de controle
00:45:22o sentimento
00:45:23de domínio
00:45:24o pior sentimento
00:45:25para um ser humano
00:45:26é o desamparo
00:45:27durante toda a vida
00:45:29dele ele foi
00:45:30uma criança
00:45:30indefesa
00:45:31quando isso
00:45:31finalmente
00:45:32explodiu
00:45:33ele não tinha
00:45:33o hemisfério
00:45:34direito
00:45:34para administrar
00:45:35o terror
00:45:37a raiva
00:45:38o desespero
00:45:40foi inevitável
00:45:42não tinha nada
00:45:43que ele pudesse
00:45:44fazer
00:45:45para impedir isso
00:45:46para Steven
00:45:58o dia 2 de junho
00:45:59começou como a maioria
00:46:00dos dias
00:46:01nos últimos 3 meses
00:46:02de sua vida
00:46:03ele saiu deste
00:46:03pequeno apartamento
00:46:04em Donen
00:46:05onde morava sozinho
00:46:06e pegou um ônibus
00:46:07para trabalhar
00:46:07em Los Angeles
00:46:08quando foi visto
00:46:09pela última vez
00:46:10Steven estava
00:46:11neste ponto de ônibus
00:46:12pouco depois
00:46:12das 3 da tarde
00:46:13em algum momento
00:46:14entre as 8 da noite
00:46:15e a meia-noite
00:46:16o jovem Steven
00:46:17foi estrangulado
00:46:18e seu corpo nu
00:46:19foi desovado
00:46:20e encontrado
00:46:20pouco antes
00:46:21de uma da manhã
00:46:22atrás deste posto
00:46:23de gasolina escuro
00:46:24e deserto
00:46:25em Huntington Beach
00:46:26com a polícia
00:46:32encontrando corpos
00:46:33de jovens
00:46:34toda semana
00:46:34a fúria homicida
00:46:35do assassino
00:46:35das rodovias
00:46:36parecia aumentar
00:46:37no sul da Califórnia
00:46:38nos anos
00:46:411970 e 80
00:46:43os investigadores
00:46:44de homicídios
00:46:45não tinham todas
00:46:45as ferramentas
00:46:46disponíveis
00:46:47como os investigadores
00:46:48têm hoje
00:46:49nós não tínhamos
00:46:52DNA
00:46:53computadores
00:46:54eles tinham que ser
00:46:55muito criativos
00:46:56em 1980
00:46:57eles procuravam
00:46:59por um achado
00:47:00e usavam
00:47:01a fita adesiva
00:47:03uma transparente
00:47:04e colocava
00:47:05em diferentes partes
00:47:06do corpo das vítimas
00:47:07para tentar detectar
00:47:09um fio de cabelo
00:47:10algum tipo de fibra
00:47:12e eles notaram
00:47:15que no Steven Wood
00:47:16tinha uma fibra verde
00:47:18e então
00:47:20compararam
00:47:20com outras
00:47:21fibras
00:47:23que foram retiradas
00:47:24das outras vítimas
00:47:25e era a mesma
00:47:26eles levaram as fibras
00:47:33para o laboratório
00:47:34e descobriram
00:47:34que era uma fibra
00:47:35de um carpete
00:47:37utilizado
00:47:38em muitas
00:47:40vans
00:47:41e eles encontraram
00:47:46o tipo de carpete
00:47:47o fabricante
00:47:48do carpete
00:47:48aí começaram
00:47:50a procurar
00:47:51onde ele era
00:47:51mais vendido
00:47:52era um achado
00:47:55e tanto
00:47:55agora eles sabiam
00:47:56que havia
00:47:57uma conexão
00:47:59científica
00:47:59entre esses casos
00:48:01mas nada
00:48:05foi descoberto
00:48:06que apontasse
00:48:07para quem
00:48:08seria esse suspeito
00:48:09e depois
00:48:20de um tempo
00:48:21de maneira bizarra
00:48:23então
00:48:23tudo mudou
00:48:24havia um jovem
00:48:29rapaz
00:48:30Billy Pilger
00:48:32era o nome dele
00:48:33e ele roubava
00:48:34carros
00:48:34ele roubou
00:48:38e foi pego
00:48:39as vítimas
00:48:47são sempre
00:48:48jovens rapazes
00:48:49na maioria
00:48:49dos casos
00:48:50os corpos
00:48:51foram desovados
00:48:51perto de estradas
00:48:52então o suspeito
00:48:53que os investigadores
00:48:54estão procurando
00:48:55foi apelidado
00:48:56de o assassino
00:48:57das rodovias
00:48:58ele estava preso
00:49:00esperando
00:49:00seu caso andar
00:49:01e por algum motivo
00:49:03ele ouviu no rádio
00:49:05alguém falando
00:49:06sobre o assassino
00:49:07das rodovias
00:49:07e os corpos nus
00:49:10os locais afastados
00:49:12e todo o resto
00:49:13o Billy não gostou
00:49:15do fato de ter sido
00:49:16pego
00:49:17então
00:49:18ele propôs
00:49:19um acordo
00:49:20e foi aí
00:49:22que ele disse
00:49:22para o advogado
00:49:23dele
00:49:24eu acho que sei
00:49:24quem é esse cara
00:49:26o advogado
00:49:28pegou essa informação
00:49:30e contatou
00:49:31um policial
00:49:32responsável
00:49:33pelo caso
00:49:33digue só
00:49:34o John
00:49:34ele saiu
00:49:39no dia seguinte
00:49:40e conversou
00:49:41com o Billy Pilg
00:49:42e foi quando
00:49:43o Billy Pilg
00:49:44disse
00:49:44sabe
00:49:45eu estava
00:49:46em uma festa
00:49:47uma vez
00:49:47e eu saí
00:49:49de lá
00:49:49fui para fora
00:49:50e um cara
00:49:51me ofereceu carona
00:49:52ele começou
00:49:57a mexer
00:49:58comigo
00:49:58me tocando
00:49:59e eu não gostei
00:50:01ele começou
00:50:03a me falar
00:50:04que gostava
00:50:05de matar pessoas
00:50:06ele gostava
00:50:07de molestar pessoas
00:50:08Billy Pilg
00:50:13ficou assustado
00:50:15ele queria
00:50:15fugir dali
00:50:16e quando ele
00:50:17chegou em casa
00:50:18o cara disse
00:50:19para ele
00:50:20ok
00:50:20vou deixar você ir
00:50:21porque
00:50:21as pessoas
00:50:23nos viram juntos
00:50:24o Billy
00:50:30contou
00:50:30para o
00:50:30Dick Saul
00:50:31que
00:50:31o nome
00:50:32dele
00:50:33era
00:50:33William Bonin
00:50:34assim que
00:50:41o Dick Saul
00:50:42John
00:50:42terminou
00:50:43a conversa
00:50:44ele voltou
00:50:45conversou
00:50:45com a força
00:50:46tarefa
00:50:47e procurou
00:50:48o nome
00:50:48William Bonin
00:50:49nas fichas
00:50:50criminais
00:50:51eles não
00:50:54podiam
00:50:54acreditar
00:50:55no que
00:50:55estavam
00:50:55vendo
00:50:56um crime
00:50:57atrás do
00:50:58outro
00:50:58e outro
00:50:59crime
00:50:59atrás do
00:50:59outro
00:51:00todos os
00:51:02crimes
00:51:02sexuais
00:51:03pelos quais
00:51:03ele foi
00:51:04condenado
00:51:05eles viram
00:51:06que ele
00:51:06foi enviado
00:51:07para
00:51:07Tascadeiro
00:51:08o hospital
00:51:09psiquiátrico
00:51:10da Califórnia
00:51:11aí mandaram
00:51:14ele para
00:51:15prisão
00:51:15estadual
00:51:16porque não
00:51:16havia nada
00:51:17que pudessem
00:51:18fazer com ele
00:51:18no hospital
00:51:19psiquiátrico
00:51:20caramba
00:51:22esse era um
00:51:23achado e tanto
00:51:24no caso
00:51:24quando Bonin
00:51:42foi condenado
00:51:42em 1969
00:51:44ele foi
00:51:46condenado
00:51:47por
00:51:48abusar
00:51:49sexualmente
00:51:51de quatro
00:51:52adolescentes
00:51:54por favor
00:51:56pode trazer
00:51:57o paciente
00:51:57então
00:51:59o tribunal
00:52:00decidiu
00:52:00que ele
00:52:01seria
00:52:02entrevistado
00:52:03por um
00:52:03psiquiatra
00:52:04que o
00:52:05rotulou
00:52:06como
00:52:06agressor
00:52:08sexual
00:52:08e doente
00:52:09mental
00:52:10ele foi
00:52:13mandado
00:52:14para
00:52:14atascadeiro
00:52:15para ficar
00:52:16internado
00:52:17para ficar
00:52:18internado
00:52:18e ser
00:52:18curado
00:52:19de suas
00:52:20tendências
00:52:21a homossexualidade
00:52:23e estupro
00:52:25de meninos
00:52:26ao chegar
00:52:28na cela
00:52:28a condição
00:52:29do paciente
00:52:30deve ser
00:52:30verificada
00:52:31com frequência
00:52:31é comum
00:52:32que as pessoas
00:52:32com doenças
00:52:33mentais
00:52:34variem de humor
00:52:35de forma
00:52:35extremamente
00:52:36brusca
00:52:36na época
00:52:41em que o
00:52:41Bonin
00:52:41ficou lá
00:52:42eles
00:52:43usavam
00:52:44técnicas
00:52:45extremamente
00:52:46aversivas
00:52:47choques
00:52:49eletro
00:52:51convulsor
00:52:52terapia
00:52:52não como
00:52:53tratamento
00:52:54mas sim
00:52:54para sedar
00:52:55alguém
00:52:55eles
00:53:00tinham
00:53:01essa
00:53:01ideia
00:53:02antiquada
00:53:03de que
00:53:04se alguém
00:53:04era homossexual
00:53:06dava
00:53:06para forçar
00:53:07a pessoa
00:53:08a se converter
00:53:10a heterossexualidade
00:53:12nós tentamos
00:53:16intervir
00:53:17no hospital
00:53:18estadual
00:53:18de atascadeiro
00:53:19e levar
00:53:21alguma
00:53:21sanidade
00:53:22para dentro
00:53:24daquele lugar
00:53:25há registro
00:53:28de homens
00:53:28gays
00:53:29de apenas
00:53:2914 anos
00:53:30sendo enviados
00:53:32para lá
00:53:33eles podiam
00:53:34fazer o que
00:53:35quisessem
00:53:35ali dentro
00:53:36emasculações
00:53:37químicas
00:53:38uma nova
00:53:40doença mental
00:53:41foi criada
00:53:42para a comunidade
00:53:43não era só
00:53:44em atascadeiro
00:53:45mas sim
00:53:47no país
00:53:47inteiro
00:53:48acho
00:53:50acho que o entendimento
00:53:51dessas
00:53:51coisas
00:53:53era tão
00:53:54primitivo
00:53:55na época
00:53:55os métodos
00:53:58eram tão
00:53:58limitados
00:53:59que os esforços
00:54:01eram mais prejudiciais
00:54:02do que o contrário
00:54:03a tragédia
00:54:05a tragédia
00:54:06que fez
00:54:06o Bonnie
00:54:07ser
00:54:07quem ele é
00:54:08é
00:54:09incalculável
00:54:10no fim
00:54:15das contas
00:54:16ele estava
00:54:18em atascadeiro
00:54:19porque
00:54:19a equipe
00:54:20dizia
00:54:21que ele
00:54:22não estava
00:54:22curado
00:54:23mas os
00:54:24psiquiatras
00:54:24disseram
00:54:25que ainda
00:54:26havia esperança
00:54:27para ele
00:54:27então
00:54:29finalmente
00:54:30depois da prisão
00:54:32e de anos
00:54:33de tratamento
00:54:34em atascadeiro
00:54:35Bonnie foi
00:54:36libertado
00:54:37no final
00:54:38de 78
00:54:39o mais interessante
00:54:44nesse caso
00:54:45foi que
00:54:45apenas
00:54:46seis meses
00:54:47depois
00:54:48as mortes
00:54:50do assassino
00:54:51das rodovias
00:54:52começaram
00:54:54e
00:54:54no diário
00:54:55dele
00:54:56ele disse
00:54:57de agora
00:54:58em diante
00:54:58não deixarei
00:54:59mais nenhuma
00:55:00vítima
00:55:01viva
00:55:01William Bonny
00:55:08nunca devia
00:55:09ter sido
00:55:09liberto
00:55:10da prisão
00:55:11foi uma oportunidade
00:55:12jogada fora
00:55:13uma das vítimas
00:55:14tinha 12 anos
00:55:15meu Deus
00:55:16estava no auge
00:55:17da vida
00:55:17onde você
00:55:18começa a viver
00:55:19a sociedade
00:55:21deixar alguém
00:55:22como Bonny
00:55:22livre
00:55:23vagando por aí
00:55:25não é justo
00:55:26não é certo
00:55:27é claro
00:55:28me faz ter raiva
00:55:29os investigadores
00:55:34acreditam
00:55:35que o número
00:55:35de corpos
00:55:36já chega a 21
00:55:37o que coloca
00:55:38o assassino
00:55:39no grupo
00:55:40de serial killers
00:55:41mais mortais
00:55:42do país
00:55:42investigadores
00:55:43de homicídios
00:55:44dizem que estão
00:55:45atrás de vários
00:55:45suspeitos
00:55:46deste caso
00:55:47depois que o
00:55:50Jigsaw John
00:55:51obteve informações
00:55:53do Billy Pilg
00:55:54a polícia
00:55:55teve a oportunidade
00:55:57de focar
00:55:59em alguém
00:56:00mas eles
00:56:04não tinham
00:56:04provas
00:56:05contra
00:56:05William Bonny
00:56:06agora
00:56:14era trabalho
00:56:15dos investigadores
00:56:16acharem
00:56:17uma saída
00:56:18como eles
00:56:19iriam montar
00:56:19um caso
00:56:20eles decidiram
00:56:23que tinham
00:56:23que pegá-lo
00:56:24em flagrante
00:56:24um caso
00:56:54No nono dia, William Bonin foi de carro até a região de Hollywood.
00:57:04A equipe de vigilância tentava segui-lo.
00:57:18Ele estava dirigindo para cima e para baixo, e aí ele abordou um jovem.
00:57:25Houve algum tipo de interação entre eles.
00:57:38Eles foram para uma área isolada.
00:57:42E depois de um tempo, a van começou a mexer.
00:57:45Mas em qual momento os investigadores deviam sair e ir até lá e olhar para dentro para ver o que estava acontecendo?
00:57:55Se eles esperassem muito, o que iria acontecer?
00:58:02Aquela vítima poderia ser a próxima pessoa morta.
00:58:06E imediatamente, eles viram que essa vítima estava amarrada, estava, acho que algemada.
00:58:26E perceberam que o rapaz estava sendo abusado sexualmente.
00:58:34Essa vítima tinha 17 anos de idade.
00:58:38Quer dizer que eles podiam prender William Bonin por lacívia e ato libidinoso.
00:58:44Com o menor, mas se ele fosse um adulto, eles não teriam conseguido prendê-lo.
00:58:49Tinha uma espécie de carpete verde feopudo atrás.
00:58:57Muito parecido com as fibras que eles haviam encontrado.
00:59:01Mas também, na lateral da van, havia um cordão, um alicate, um macaco hidráulico, uma chave de roda,
00:59:17respingos de sangue nas paredes e também no chão.
00:59:24No porta-luvas, encontraram recortes de jornais sobre o assassino das rodovias.
00:59:31Mas não havia maçanetas na porta.
00:59:35Se você fosse uma vítima naquela van, não tinha como conseguir escapar.
00:59:50Aí ele foi preso.
00:59:51Agora, haviam tirado ele das ruas.
00:59:54Mas eles não o prenderam por ser o assassino das rodovias.
01:00:01Eles o prenderam por lacívia e ato libidinoso com o menor.
01:00:06Então, eles tinham que tentar encontrar uma prova concreta para que pudessem ligá-lo a esses assassinatos em série.
01:00:13Precisavam da prova cabal.
01:00:15O Departamento de Polícia de Los Angeles disse ontem à noite que prendeu um homem que tem ligação com as mortes.
01:00:26Os policiais estão sendo cautelosos.
01:00:28Até o momento, o William Bonin, de 32 anos, é suspeito de...
01:00:30Na noite em que Bonin foi preso, eu divulguei o endereço da casa dele.
01:00:55Todas as emissoras da cidade estavam lá.
01:01:01Todos os repórteres estavam lá.
01:01:03Devia ter uns 20 ou 30 investigadores.
01:01:05Lá estava lotado.
01:01:17A casa era da mãe dele.
01:01:19Com toda essa confusão, eu vi essa mulher e me toquei imediatamente, que era a mãe do Bonin.
01:01:29E ela estava sozinha.
01:01:33É claro que ela estava em choque.
01:01:35E eu senti pena dela.
01:01:37Sabe, sentada ali e toda essa emoção ao redor dela, e ela parecia a pessoa mais solitária do mundo.
01:01:43Notei isso e pensei, quer saber, vou voltar amanhã.
01:01:57Na manhã seguinte, eu apareci e, para minha surpresa, não havia absolutamente ninguém.
01:02:02Ninguém estava na frente da casa.
01:02:03Ela atendeu a porta, me apresentei e disse quem eu era, e se ela gostaria de falar sobre o filho dela,
01:02:14sobre o que ela passou ontem à noite e o que ela tinha a dizer sobre... sobre ele.
01:02:19E, para minha surpresa, ela concordou.
01:02:22Acompanhem a entrevista exclusiva com a mãe de Bonin, onde ela fala abertamente sobre seu filho e suas tendências.
01:02:28Eu sei que ele é homossexual, e eles tentaram curá-lo disso, mas... ele não é um assassino.
01:02:39Ele fala abertamente sobre a homossexualidade dele?
01:02:42Sim, ele é muito... muito franco comigo, muito sincero.
01:02:46Ele não mente para mim.
01:02:48As histórias que os garotos do bairro contaram ontem, sobre como ele oferecia dinheiro aos meninos,
01:02:54e que sempre estava à procura de caroneiros, é verdade?
01:02:59Eu acredito que sim.
01:03:01Ele já explicou para a senhora ou contou detalhes sobre o que ele faz quando ele pega esses meninos?
01:03:05Não.
01:03:08A senhora me disse há pouco que ele admitiu à senhora que algemava alguns desses garotos caroneiros, não?
01:03:14Quando ele voltou para a casa do Vietnã, ficou violento, sim.
01:03:17Fale mais sobre isso, por gentileza.
01:03:19Bem, ele...
01:03:21No tribunal, quando ele disse que fez isso, ficou claro no meu entender que ele algemava eles.
01:03:29Fazia o ato e depois soltava eles.
01:03:32Ele nunca os machucou.
01:03:34Como tem sido essas últimas horas desde ontem, quando os investigadores bateram à sua porta?
01:03:38Horrível.
01:03:43Eu não sabia que alguém podia passar por algo assim sem desmoronar.
01:03:49Ele é inocente.
01:03:52Eu sei que é.
01:03:54Eu sei que vão provar isso.
01:03:56Os policiais sabiam que estavam com a pessoa certa, mas eles precisavam de provas concretas para condenar o William Bonin.
01:04:14E, por isso, eles precisavam de testemunhas que cooperassem, se apresentassem e fornecessem informações.
01:04:22Então, a próxima missão que a polícia tinha era perguntar por aí quem conhece o William Bonin.
01:04:30Eles foram a todos os lugares que ele frequentava.
01:04:32E alguém disse, sim, sim, nós vimos o William Bonin e ele amigo do Vernon Butts.
01:04:45A polícia achou o endereço e foi até a casa dele.
01:04:49O Vernon Butts disse, ah, sim, sim, eu sei quem é o William Bonin.
01:04:57Às vezes eu dirijo a van dele.
01:04:59Então, ele começou a falar que eles dirigiam à noite e que davam caronas.
01:05:04Na hora, o policial pensou, uau, tem alguma coisa aqui.
01:05:13E o Vernon Butts falou, o Bonin ia para a traseira da van e fechava a cortina.
01:05:20O Vernon ouvia coisas estranhas acontecendo, gritos, ouvia atividades sexuais.
01:05:26O tempo todo, o Butts minimizava o envolvimento dele, mas os investigadores perceberam, uau, é isso, ele está confessando.
01:05:39Foi um achar de tanto no caso.
01:05:42Então, os detetives prenderam o Vernon Butts.
01:05:46Ele era fundamental para a acusação e nós estávamos dispostos a fazer um acordo com ele,
01:05:52se ele testemunhasse contra o William Bonin.
01:05:55Nós não pediríamos a pena de morte.
01:05:59E ele aceitou.
01:06:01Ele deu alguns nomes e disse, é melhor irem atrás dessas pessoas.
01:06:05E os policiais não acreditaram no que descobriram.
01:06:16O William Bonin, ao cometer os seus crimes, tinha todos esses cúmplices.
01:06:22Ele era muito esperto e sabia muito bem como usar as pessoas, manipular as pessoas.
01:06:29E é por isso que ele escolhia pessoas que não eram tão inteligentes.
01:06:33Vernon Butts era o principal cúmplice que dirigia a van.
01:06:38Ele testemunhou que também tinha o Monroe, um sem-teto que, no final, o ajudava na hora de matar.
01:06:49No fim, Greg Malley era alguém facilmente manipulável e matou algumas vezes pelo Bonin.
01:06:54Mas o mais surpreendente de todos foi o Billy Pug.
01:06:59Billy Pug foi o rapaz que alertou a polícia.
01:07:04Esses jovens o ajudavam, pegando caroneiros, dirigindo a van para que ele pudesse molestar a vítima na traseira da van.
01:07:13É muito estranho, para um serial killer, usar outra pessoa.
01:07:20Quando você tem outra pessoa, outro cúmplice, implica que essa pessoa pode testemunhar contra você.
01:07:26Eu conheci todos os recrutas dele.
01:07:35E todos eram garotos homossexuais, muito dependentes, passivos e não eram muito inteligentes.
01:07:45Um deles tinha um QI de 56, sendo que o normal é 100.
01:07:51O Bonin pegava esses meninos e transformava eles em amantes e depois pedia a eles para matar.
01:08:03Ele corrompia eles e fazia deles vítimas também.
01:08:12Quando montamos o processo, registramos 14 assassinatos contra William Bonin.
01:08:21O escritório do promotor público, querendo decidir se eles deviam pedir a pena de morte ou não,
01:08:27precisavam ouvir a defesa sobre qualquer evidência atenuante,
01:08:31o quão arrependido ele estava ou se ele realmente fez isso ou não.
01:08:36Então, eles deram ao réu William Bonin a oportunidade de dizer o que ele quisesse.
01:08:42Foi sob o combinado de que isso não seria usado contra ele em um tribunal
01:08:48e foi daí que surgiram essas fitas.
01:08:55Por onde quer começar, Bonin?
01:08:57Por que não começamos pelo Marcus Grabs?
01:09:00Eu abaixei e agarrei as bolas dele e doeu tanto que ele se soltou das amarras.
01:09:12Foi aí que eu esfaqueei várias e várias vezes.
01:09:16Até ele ficar completamente indefeso mesmo, mas ainda estava vivo.
01:09:22Eu acho que podemos dizer com segurança que William Bonin não, não era uma pessoa inocente.
01:09:29Não, ele não podia ser reabilitado.
01:09:32Então, havia um forte argumento de que ele merecia a pena de morte.
01:09:37Eu tirei ele da van e ele ainda estava vivo.
01:09:43E eu decidi esfaquear ele de novo para matar.
01:09:48Eu sabia que não podia deixar ele vivo naquele lugar.
01:09:54E eu peguei ele pela orelha e bati contra a pedra
01:09:57que estava bem do lado de onde você encontrou ele.
01:10:00Uma vez que nós decidíssemos pedir a pena de morte,
01:10:08nós nunca iríamos usar essas fitas para nenhum fim possível.
01:10:11Elas foram gravadas para serem confidenciais e não para serem expostas ao público.
01:10:21Vernon Butts era um homem com muitos problemas.
01:10:25Mas ele foi fundamental para a acusação
01:10:27porque ele era o principal cúmplice.
01:10:33O Butts ficou perturbado
01:10:35por ser pressionado a testemunhar contra o Bonin.
01:10:40E ele amava o Bonin.
01:10:42Então, ele se enforcou na prisão.
01:10:49Esse foi um golpe duro para a acusação.
01:10:54Nós precisávamos do testemunho do Butts.
01:10:56Como o William Bonin seria processado agora?
01:11:04Como resultado disso,
01:11:06nós tivemos que reavaliar o caso
01:11:08e desconsiderar vários assassinatos
01:11:11porque não tínhamos como prová-los
01:11:13sem o testemunho dele.
01:11:15E foi quando nós chamamos os outros cúmplices.
01:11:20Nós tínhamos que usá-los,
01:11:22mas foi muito difícil.
01:11:25Criminosos de QI limitado
01:11:26são péssimas testemunhas no tribunal.
01:11:31E por isso, o caso podia ir por água abaixo.
01:11:34Bonin tinha um advogado chamado Will Hanson.
01:11:46Eu lembro que uma vez,
01:11:47esperando para conseguir uma entrevista com ele,
01:11:49ele quis falar comigo,
01:11:50me puxou de lado e disse,
01:11:51Dave, preciso dizer uma coisa.
01:11:53Eu vi a entrevista que fez com a mãe do Bonin
01:11:56e meu cliente viu
01:11:57e ficou muito feliz com a maneira que tratou a mãe dele.
01:12:00Aqui está meu cartão.
01:12:01Pode ficar.
01:12:02E ele escreveu algo no verso
01:12:03que dizia assim,
01:12:06Permissão para falar com Bonin.
01:12:10O que aconteceu em 1980
01:12:13nunca aconteceria hoje.
01:12:15Não há nenhuma possibilidade de um repórter,
01:12:18em um caso tão importante como esse,
01:12:20ter a permissão de alguém
01:12:21para ir até a prisão e falar com o réu.
01:12:24Então, lá estava eu.
01:12:33Entrei, mostrei o cartão
01:12:35e o guarda disse,
01:12:36Ok, tudo bem, por aqui.
01:12:43O Bonin chegou
01:12:44e eu pensei,
01:12:45Caramba, isso é incrível.
01:12:46E fiquei surpreso com a altura dele.
01:12:48Ele não era tão alto assim,
01:12:50mas havia algo nele que me aterrorizava.
01:12:55Conversamos coisas banais
01:12:57e ele me disse,
01:12:58Eu quero te agradecer
01:12:59por ter sido gentil com a minha mãe.
01:13:01Eu nem cheguei a perguntar
01:13:03se ele cometeu os crimes ou não.
01:13:05Eu queria que isso fosse muito, muito leve.
01:13:07Então, no terceiro encontro,
01:13:13ele entrou e disse,
01:13:14Oi, e soltou,
01:13:17Você está pronto?
01:13:18E eu falei,
01:13:18Para quê?
01:13:19Ele disse,
01:13:20Vou te contar uma coisa.
01:13:21E aí, ele começou a me contar
01:13:23e sem nenhum constrangimento
01:13:26sobre as mortes.
01:13:32Ele disse que matou 21 jovens.
01:13:35Quando ele começou,
01:13:38não conseguiu parar mais.
01:13:42Eu não anotei nada,
01:13:44porque se eu anotasse,
01:13:45ele pararia de falar.
01:13:48E ele continuou me contando
01:13:50que queria evitar a pena de morte
01:13:52a todo custo.
01:13:54E ele queria que eu fosse
01:13:56atrás disso para ele.
01:13:57E eu falei,
01:13:58Eu não tenho poder para fazer isso.
01:14:00Aí, eu saí de lá,
01:14:03chocado.
01:14:04Eu não sabia,
01:14:05não sabia o que fazer.
01:14:10Era um dilema.
01:14:12O que eu iria fazer com essa coisa?
01:14:13Eu não tinha uma história bombástica.
01:14:15Eu sabia que,
01:14:16uma vez que eu divulgasse na mídia,
01:14:18se eu divulgasse na mídia,
01:14:19a polícia iria cair em cima de mim
01:14:22como se eu fosse um dos suspeitos.
01:14:26E no dia 29 de junho de 1981,
01:14:28eu fui na CBS 2
01:14:30e contei a história
01:14:31de como eu consegui a confissão
01:14:33e o que ele havia dito.
01:14:37Fique agora
01:14:37com a reportagem especial
01:14:39do Channel 2.
01:14:41Eu estou na prisão masculina
01:14:43e este é o cenário
01:14:44que o Sr. Bonin já viu
01:14:45pelo menos umas três vezes.
01:14:47William Bonin já passou por aqui.
01:14:48Foi como se uma bomba
01:14:50tivesse explodido.
01:14:51Eu sabia que a polícia
01:14:53queria todos os detalhes
01:14:55das conversas que eu tive
01:14:56com o Bonin
01:14:56e o julgamento começou.
01:15:07Eu fui muito pressionado
01:15:10para testemunhar
01:15:12a acusação,
01:15:14os investigadores,
01:15:15chefes da polícia,
01:15:17detetives,
01:15:18detetives particulares,
01:15:19familiares das vítimas.
01:15:22Eu era um repórter,
01:15:23eu tinha credibilidade
01:15:25e sem dúvida
01:15:26era uma testemunha
01:15:27muito melhor
01:15:28do que os idiotas
01:15:29que estavam com o Bonin.
01:15:30Vamos provar hoje
01:15:31nesse tribunal
01:15:32que ele é o assassino
01:15:33das rodovias
01:15:34porque ele se gabava
01:15:36para várias testemunhas.
01:15:39Mas como jornalista,
01:15:41você precisa de fontes
01:15:44e precisa de alguém
01:15:45que possa te dar
01:15:46informações vitais
01:15:48sabendo que você
01:15:49vai protegê-las.
01:15:50Vocês devem ter ouvido
01:15:52falar sobre o princípio
01:15:53dos jornalistas
01:15:54de que um repórter
01:15:55deve proteger
01:15:56a sua fonte
01:15:57e confidencia.
01:15:57A lei de proteção
01:15:58da Califórnia
01:15:59age dessa forma.
01:16:00Ela impede
01:16:01qualquer pessoa
01:16:02da área jurídica
01:16:03de te forçar
01:16:04a revelar
01:16:05ou dizer
01:16:05o que você ainda
01:16:07não relatou.
01:16:08Eles não têm permissão
01:16:09para ter acesso
01:16:11às suas anotações pessoais
01:16:12ou seus arquivos pessoais
01:16:14ou qualquer coisa do tipo.
01:16:16Então,
01:16:17em outras palavras,
01:16:18as coisas que eles
01:16:19podem querer saber
01:16:20que ainda não foram
01:16:21divulgadas
01:16:22divulgadas,
01:16:23se eu tivesse
01:16:25desistido disso,
01:16:26teria perdido
01:16:27a minha carreira
01:16:28e é a nossa lei.
01:16:30Não podemos quebrá-la.
01:16:33Nós já vimos
01:16:34repórteres que
01:16:35foram parar
01:16:36na prisão
01:16:37por não revelarem
01:16:38a sua fonte,
01:16:40mesmo depois
01:16:40de receberem
01:16:41ordens judiciais.
01:16:42Eu o encorajava
01:16:43a fazer isso,
01:16:44mas entre os colegas
01:16:45de profissão,
01:16:46ele só recebeu críticas.
01:16:47A acusação
01:16:48chamou pais
01:16:49e amigos
01:16:49das vítimas
01:16:50para testemunhar.
01:16:51E depois de falar
01:16:52com ele
01:16:52naquele dia,
01:16:53a senhora
01:16:54viu ou ouviu
01:16:55falar do seu filho
01:16:56de novo?
01:16:57Não, senhor.
01:16:58O julgamento
01:16:59continuou
01:16:59e Bonnie
01:17:00se declarou
01:17:01inocente.
01:17:02E a única coisa
01:17:03que realmente
01:17:04me assombrou
01:17:05foram as mães
01:17:06de luto.
01:17:07A senhora
01:17:08reconhece o rapaz
01:17:09na foto
01:17:09como sendo
01:17:10o seu filho?
01:17:11Sim, senhor.
01:17:13Eu questionei
01:17:14muito minhas próprias
01:17:15ações
01:17:15e meu pai
01:17:16falou algo
01:17:16muito marcante
01:17:17para mim.
01:17:18Ele disse,
01:17:18esse é o resultado
01:17:19por tentar fazer
01:17:20o acordo
01:17:20com o diabo.
01:17:21Você nunca
01:17:22devia ter se colocado
01:17:23nessa situação.
01:17:24E ele estava certo.
01:17:25O que eu ia fazer?
01:17:36Eu conversei
01:17:37com algumas pessoas
01:17:38muito importantes
01:17:39com quem eu trabalhei
01:17:40no jornalismo
01:17:41e tinha um homem
01:17:42chamado Bill Stout.
01:17:43Ele me disse,
01:17:44eu entendo
01:17:46a sua situação,
01:17:47mas precisa lembrar
01:17:48de uma coisa,
01:17:49nós somos
01:17:49primeiros cidadãos
01:17:50e depois
01:17:51jornalistas.
01:17:56Nove semanas
01:17:57depois
01:17:58do julgamento
01:17:58de William Bonin,
01:17:59acusado de ser
01:18:00o assassino
01:18:01das rodovias,
01:18:02uma testemunha
01:18:03se apresentou.
01:18:04O repórter
01:18:05de televisão
01:18:05David Lopes
01:18:06revelou que Bonin
01:18:08confessou para ele
01:18:09as mortes
01:18:09dos 21 jovens
01:18:10quase um ano atrás.
01:18:12Ele disse,
01:18:12eu matei todos
01:18:14exceto um.
01:18:15Foi isso que o senhor Bonin
01:18:16quis?
01:18:16Foram as palavras
01:18:17exatas do senhor Bonin,
01:18:18eu matei todos
01:18:19exceto um.
01:18:20Eu perguntei para ele,
01:18:21Bill,
01:18:22se você estivesse na rua,
01:18:24o que estaria fazendo agora?
01:18:25Ele falou,
01:18:26estaria matando,
01:18:27eu não consigo parar.
01:18:28e disse,
01:18:29ficava mais fácil
01:18:30a cada vítima morta.
01:18:31Eu respondi todas
01:18:33as perguntas
01:18:33e falei em detalhes
01:18:34o que ele me contou.
01:18:37Eu testemunhei como cidadão,
01:18:39porque acredito piamente
01:18:40que a resposta
01:18:41para a pergunta,
01:18:42primeiro somos jornalistas
01:18:43ou cidadãos,
01:18:44primeiro somos cidadãos.
01:18:46O público tem o direito
01:18:47de saber,
01:18:47o júri tem o direito
01:18:48de saber,
01:18:50toda mãe,
01:18:50todo pai,
01:18:51todos têm o direito
01:18:52de saber.
01:18:52Eu fui muito criticado.
01:18:55Muitos colegas do jornalismo
01:18:57falaram que minha atitude
01:18:58era errada.
01:19:00De maneira nenhuma,
01:19:01senhores,
01:19:01eu sinto que envergonhei
01:19:02a profissão
01:19:03ou envergonhei
01:19:04a mim mesmo.
01:19:05Ele foi muito hostilizado
01:19:07por muitos colegas
01:19:10de profissão,
01:19:11mas eu o apoiei 100%.
01:19:13A maior parte dos cidadãos
01:19:16agradeceu por ele estar
01:19:17empenhado em tirar
01:19:19esse maníaco das ruas.
01:19:21sem dúvida,
01:19:24ele era o herói da polícia.
01:19:34De acordo com a sessão
01:19:36do Código Penal 19,3
01:19:38do estado da Califórnia,
01:19:39foi determinado
01:19:40que a pena será a morte.
01:19:42E ele foi condenado
01:19:43por 10 homicídios dolosos
01:19:45no condado de Los Angeles.
01:19:47William George Bonin
01:19:49demonstrou um total desrespeito
01:19:51a santidade da vida humana
01:19:54e a dignidade
01:19:55de uma sociedade civilizada.
01:19:58William George Bonin
01:19:59você é sentenciado
01:20:01à pena de morte
01:20:02por gás letal
01:20:04atrás dos muros
01:20:06da prisão estadual
01:20:07de San Quentin,
01:20:08em Califórnia.
01:20:16As famílias,
01:20:17sei que elas ficaram
01:20:18muito felizes.
01:20:19Muita gente chorou
01:20:20de felicidade.
01:20:22Eu fico grata
01:20:22que tenha acabado.
01:20:23A decisão do júri
01:20:24foi acertada
01:20:25e esse veredito
01:20:26foi o que ele mereceu.
01:20:28Em Los Angeles,
01:20:29William Bonin
01:20:30foi condenado
01:20:31por 10 assassinatos.
01:20:32William Bonin
01:20:33foi condenado
01:20:34por assassinar
01:20:34por 10 jovens rapazes.
01:20:36Hoje,
01:20:36o chamado assassino
01:20:37das rodovias
01:20:38foi condenado
01:20:39à morte
01:20:39na Câmara de Gás.
01:20:42Greg Myle
01:20:43foi condenado
01:20:44a 25 anos
01:20:45de prisão.
01:20:46Ele foi morto
01:20:47na cadeia
01:20:48em 2016.
01:20:52James Monroe
01:20:53foi condenado
01:20:54a 15 anos
01:20:55de prisão
01:20:55e ele ainda
01:20:56está preso.
01:20:58O Billy Pig
01:20:59foi condenado
01:21:00a 6 anos
01:21:01e ele já saiu.
01:21:07Dois anos depois,
01:21:09eles conseguiram
01:21:10condenar
01:21:10William Bonin
01:21:11por 4 assassinatos
01:21:13no condado
01:21:13de Orange.
01:21:14O júri de Orange
01:21:15também concordou
01:21:17com a pena de morte.
01:21:20Ele foi enviado
01:21:21para St. Quentin
01:21:22e foi colocado
01:21:23no corredor da morte
01:21:24onde permaneceu
01:21:26por 14 anos.
01:21:31A culpa do Bonin
01:21:39é incontestável.
01:21:41Seu caso
01:21:41foi discutido
01:21:42e examinado
01:21:42por todos os ângulos.
01:21:45Todo o processo
01:21:45demorou mais tempo
01:21:46do que algumas
01:21:47das jovens vítimas
01:21:48de Bonin
01:21:49puderam viver.
01:21:52Eu ainda vejo
01:21:53aqueles rostos.
01:21:56Às vezes,
01:21:57ainda me assombram.
01:21:59Mas eu fico
01:21:59feliz por ter
01:22:00conseguido fazer
01:22:02minha parte
01:22:02como cidadão
01:22:03e ando
01:22:04de cabeça erguida.
01:22:07Para certos crimes,
01:22:09a justiça exige
01:22:10a pena capital.
01:22:12William Bonin
01:22:12nunca mais matará.
01:22:15A clemência
01:22:16foi negada.
01:22:16Eu sinto compaixão
01:22:31por ele
01:22:32e tristeza
01:22:34e indignação
01:22:35que
01:22:36por várias
01:22:37e várias
01:22:38vezes
01:22:39não faltaram
01:22:40oportunidades
01:22:41de intervir
01:22:42na vida
01:22:42dessa criança.
01:22:43depois nós temos
01:22:47a trágica
01:22:48perda
01:22:48de todos
01:22:49que ele matou.
01:22:56Eu acho que
01:22:58como sociedade
01:22:58nós precisamos
01:22:59entender
01:23:00o que fez
01:23:02o Bonin
01:23:02ser quem ele é
01:23:03e investir
01:23:05em políticas
01:23:06públicas
01:23:07e políticas
01:23:08individuais
01:23:09para ajudar
01:23:10e evitar
01:23:11que esse
01:23:12tipo de
01:23:13tragédia
01:23:13aconteça
01:23:13de novo.
01:23:16Certo,
01:23:17vamos terminar
01:23:18a gravação
01:23:18agora,
01:23:19às 20 horas
01:23:20e 42.
01:23:20versão brasileira
01:23:23The Kitchen
01:23:24Brasil

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