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NAS LENTES DE UM CRIME QUASE PERFEITO
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00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30E houve um grande mistério sobre o motivo dele ter sido morto e pela forma arbitrária que foi.
00:39Junto à polícia existem aqueles que narram a investigação de perto.
00:43Em filme, no papel e na fita.
00:46Eles são as primeiras testemunhas públicas.
00:49Através de seus olhos eles captam os capítulos mais sombrios do crime.
01:00A CIDADE NO BRASIL
01:09Timmins, Ontário
01:27A pequena cidade setentrional fica em uma área de muitos recursos naturais, bem distante dos densos centros urbanos do sul.
01:37Timmins é basicamente uma cidade florestal e mineira.
01:41Tem muitas florestas, árvores ao redor e tem muita pedra.
01:44Somos parte do escudo canadense.
01:46As pessoas de Timmins trabalham duro, são mineradores.
01:49Todos cuidam um do outro.
01:52Todos se conhecem.
01:54Sabemos quem são os parentes de cada um.
01:56Então, quando ocorre algo de ruim em uma cidade como essa,
02:00todos têm algum tipo de contato com a pessoa.
02:04É uma comunidade bastante unida.
02:06Em meados dos anos 1990, Raymond Collin morava em Timmins com sua esposa e seus dois filhos.
02:14Como muitos do local, ele trabalhava nos campos no setor de mineração.
02:20Ele era um mineiro, um homem do mato.
02:24Ele trabalhava com os irmãos em uma empresa de exploração, soldando terras no meio do mato.
02:31Ele era uma pessoa importante.
02:35E ele era muito bom.
02:37Todos gostavam do Ray e ele era muito brincalhão.
02:40Ah, ele tinha um coração grande.
02:46Se você o conhecesse, não o esqueceria.
02:51Em 1995, porém, a família de Collin passou por um terrível golpe.
02:56A esposa de Ray ficou hospitalizada com uma doença crônica.
03:01Eu já vi muitas coisas na vida, mas...
03:04Como o Ray cuidou da esposa dele, ele passou um tempo enorme no hospital.
03:11Todos os dias, ele ia para lá.
03:14Não era para ficar somente 15 ou 10 minutos.
03:16Ele ia para lá de manhã e saía à noite.
03:20E voltava no dia seguinte e ficava de novo.
03:22E depois ia de novo e de novo.
03:23Em julho de 1996, depois de mais de um ano lutando contra a doença, a esposa de Ray faleceu.
03:36Foi muito difícil.
03:38Éramos bem próximas.
03:39Só somos eu e meu irmão.
03:41E foi extremamente difícil para o meu pai.
03:43Muito difícil mesmo.
03:44Quer dizer, ele perdeu, como eu posso falar, a melhor amiga.
03:52No inverno de 1996, Ray voltou a trabalhar em período integral e estava tentando se reajustar à nova vida.
03:59Em primeiro de novembro de 1996, após uma semana árdua de trabalho, Raymond Collin planeja passar uma noite na cidade.
04:09Estava nevando muito forte.
04:13Estava gelado demais lá fora.
04:15Então, no começo da tarde, eles pararam de trabalhar.
04:18E Ray recebeu seu pagamento.
04:20Depois, ele foi ao banco e descontou seu cheque de 600 dólares.
04:25E em torno de 4 e meia, eu acho, ele estava na taverna alguma.
04:28E começou a beber um pouco com seu irmão, Rolly.
04:32Estávamos nos divertindo.
04:34Ray estava colocando fichas no jukebox e jogando sinuca.
04:37E Ray tinha vendido algumas terras.
04:40Eu não acho que ele tinha todo aquele dinheiro na venda, mas estávamos bem.
04:45Ele estava com massa de dinheiro, sabe?
04:48Ele sempre colocava no bolso da camisa.
04:51Então, toda vez que ele ia pegar o dinheiro, sempre que ele ia comprar uma rodada, todo mundo ficava vendo.
04:59E eu falava para ele, Ray, por Deus do céu, não faça isso, você pode ter problemas.
05:03Eu devo ter falado isso para ele meia dúzia de vezes naquela noite, mas ele continuava fazendo aquilo.
05:10O Ray estava se divertindo muito e ele não estava querendo parar.
05:16Pouco depois das 11 da noite, Roland e sua esposa decidiram ir embora.
05:20No entanto, Raymond decidiu ficar por lá sozinho.
05:24Ele passou por um momento muito difícil com o falecimento da minha mãe.
05:28Então, ele foi se divertir.
05:332 de novembro de 1996.
05:36Na manhã seguinte, Christine, a filha de Ray Collin, percebe que seu pai não voltou para casa.
05:41Ficamos muito tempo só dirigindo por todos os lugares de Timmins.
06:11Checamos os motéis e, sabe, os bares, os restaurantes e nós não o encontramos.
06:20Na noite de domingo, Christine notificou a polícia local sobre o desaparecimento de seu pai.
06:26Ela ligou informando que não via o pai dela há alguns dias e que era bem incomum o fato dele não voltar para casa.
06:32A informação que nós também recebemos da filha foi que Ray estava dirigindo uma picape alugada que ele usava para trabalhar.
06:41Era só uma picape vermelha, simples.
06:44E conseguimos o número da placa também.
06:45A polícia da patrulha se manteve atenta para localizar Raymond Collin, ou sua picape, mas não acharam nenhum rastro dele.
06:55Porém, poucos dias depois, os donos de um prédio da região deram queixa de um veículo que foi largado em seu terreno.
07:00Eu recebi uma ligação da central para atender uma senhora que relatou que havia um veículo deixado no seu estacionamento.
07:10Quando eu estava verificando a placa, percebi que era o nosso veículo desaparecido.
07:17O carro tinha gelo no parabrisa e um pouco nos vidros do lado.
07:23Havia um bilhete no limpador de parabrisas, que foi deixado um dia antes por outra senhora, que estava nervosa pelo veículo estar parado ali.
07:31O policial Treblecock olhou o veículo e viu, para sua surpresa, um corpo deitado no banco da frente do carro.
07:43Eu abri a porta e vi um corpo no banco. Busquei por sinais de vida e nada.
07:50O cadáver é o desaparecido Raymond Collin e estava congelado pelo frio.
07:55Nesse momento, como um policial comum, o meu trabalho era manter a cena, me certificar que ninguém entrasse no carro e nem tocasse nele.
08:04Eu tinha que manter quaisquer provas que houvessem, quer fossem de algo acidental ou homicídio.
08:08Naquele momento, eu não sabia.
08:12Os membros do setor de investigação criminal foram chamados para inspecionar a cena.
08:19Quando cheguei, o policial Treblecock estava lá.
08:21Fui até o veículo e observei o Sr. Collin dentro do carro.
08:28O Sr. Collin parecia estar sentado no banco de passageiros e se inclinando para o lado do motorista.
08:36O oficial de identificação começou a tirar fotos do exterior da picape e do interior também.
08:44E de como tudo foi encontrado no veículo, sem tocar em nada, só fotografando.
08:48Quando abrimos a porta do lado do passageiro, nós vimos que havia um boné jogado no banco ao lado do Sr. Collin.
09:00Reparei que tinha mochilas verdes no assoalho, duas delas.
09:03E uma bituca de cigarro também, que estava entre as pernas do Sr. Collin.
09:07E notei que tinha um pouco de sangue na área do nariz dele.
09:12Na hora, eu pensei que talvez o Sr. Collin tivesse caído, batido a cabeça, ou que talvez ele tivesse se sentado no carro, pegado no sono e congelado.
09:21O corpo e a picape foram retirados da rua para uma avaliação interna, mais precisa.
09:26Ao mesmo tempo, os membros da família de Ray Collin recebem a terrível notícia.
09:35Depois, eu fui ao local onde Christine trabalhava na época.
09:39E falei com ela.
09:42Eu não pensei no que eles iam me dizer.
09:44Acho que quando eu os vi, eu já sabia o que era.
09:48Só de olhar para eles, eu sabia que meu pai estava morto.
09:51Foi bem difícil para ela. Ela sentiu muito.
09:59Os dois eram bastante próximos.
10:00Ela tinha acabado de perder a mãe em julho do mesmo ano.
10:04Foi triste demais para ela.
10:08Devido às circunstâncias suspeitas da morte, a polícia ordenou uma autópsia no corpo.
10:12No dia 6 de novembro, eu escoltei o corpo do falecido para o Centro de Ciências Forenses, em Toronto.
10:22E a autópsia foi realizada pelo Dr. Martin Quinn.
10:27Assim que chegou, a primeira coisa que o Dr. Quinn fez foi tirar um raio-x da cabeça da vítima.
10:36E nesse momento, foi quando tomamos conhecimento de que a vítima tinha sido baleada.
10:43Ela tinha um total de quatro balas, sendo três na cabeça e uma alojada na parte de trás da cabeça, na nuca.
10:53As balas eram calibre 22 e devem ter sido disparadas de uma pistola.
10:59Além do mais, o dinheiro que Raymond Collin tinha no bolso havia sumido, dando um possível motivo para o crime.
11:04Recebi um telefonema do policial Morton, que estava no necrotério em Toronto.
11:09Ele tinha os resultados preliminares da autópsia e disse que o Sr. Collin levou cinco tiros na cabeça por uma arma de baixo calibre.
11:17Nós ficamos abismados pelo fato dele ter cinco buracos de tiros na cabeça, sendo que na hora não percebemos.
11:24Todos nós caímos duros.
11:27Ficamos muito pasmos.
11:28Suspeitamos pela aparência que poderia ter sido uma lesão ou uma surra por um possível assalto.
11:35Essa foi a impressão que nos passou.
11:38E foi muito alarmante.
11:40Então a tensão aumentou de alguma forma.
11:44Apesar dos esforços da polícia para manter os detalhes do crime em sigilo,
11:48a notícia de que Raymond Collin levou tiros se espalhou bem rápido, chocando os moradores.
11:52Muitos dos rumores e especulações que apareceram foram
11:58É violência gratuita?
11:59É violência de gangues?
12:01Ou é gangue de motociclistas?
12:02Ele era seguido?
12:03Ou envolvia drogas?
12:05As pessoas querem saber quem fez isso.
12:07Quem matou Raymond Collin?
12:08Por que fizeram isso?
12:09Esse era o ponto principal.
12:12Conforme a investigação prossegue,
12:14novas pistas aparecem na picape onde Raymond Collin foi encontrado.
12:18Uma imagem nítida surge de como um assassino brutal cometeu o seu crime.
12:22Novembro de 1996.
12:28Na pequena cidade de Timings, Ontário,
12:31Raymond Collin, de 52 anos, foi assassinado em sua picape,
12:35sendo vítima do que parece ter sido uma morte por execução.
12:39Para os membros da família que estão vivos, o luto é misturado com medo.
12:44O assassino ainda está à solta.
12:46Eu estava triste, eu estava com medo.
12:51Coisas assim não acontecem.
12:54Foi muito difícil lidar com aquilo.
12:55Eu ficava sempre preocupada se eu seria próxima ou meu irmão.
13:00Os meus tios poderiam ser, sei lá, qualquer um.
13:03E eu não conseguia ficar em casa sozinha.
13:05Eu sempre tinha que ter alguém comigo em casa.
13:08Sempre, sempre.
13:08Os moradores locais também estão assustados pelo primeiro assassinato da cidade em quase quatro anos.
13:14No geral, a cidade estava com essa sensação.
13:18Quando a violência ocorre em uma cidade menor, as pessoas sempre ficam mais cautelosas.
13:22E eu acho que houve uma cautela que tomou conta de toda essa área.
13:28Será que é seguro sair?
13:29Eu posso ir a esse bar de novo?
13:31Posso ir até a comunidade?
13:32Posso ir até o centro de novo?
13:34E acho que o que deixou as pessoas loucas por um tempo foi não saberem qual foi o motivo
13:38e o que estava por trás disso.
13:41Falando com os funcionários do bar onde seu irmão viu Ray Collin pela última vez,
13:45a polícia descobriu que a vítima saiu de lá antes da meia-noite em direção a outros bares na área.
13:52Eles pediram ajuda às pessoas para rastrearem seus últimos movimentos.
13:56Estávamos procurando quem poderia ter visto o Sr. Collin na sexta-feira de madrugada ou no início da manhã,
14:00que era sábado, dia 2 de novembro.
14:03E onde ele tinha estado, qualquer um que tivesse algum contato com o Sr. Collin,
14:06qualquer pessoa que tivesse reparado em alguma coisa,
14:10queríamos que entrassem em contato.
14:12Criamos uma linha direta e também diz que a denúncia fez um anúncio na mídia.
14:17A área onde o corpo de Ray Collin foi encontrado ficou sob total observação.
14:23Na verdade, tivemos que emitir 33 mandados gerais de busca para procurar em cada centímetro daquele quarteirão.
14:30Além dos telhados, também caminhamos por toda a rua, por alguns quarteirões dos dois lados,
14:35procurando por cartuchos ou pela pistola.
14:39Qualquer evidência que pudesse nos levar ao Sr. Collin e ao veículo.
14:44Nós tivemos um número de policiais, talvez 10, 15 ou mais, nos ajudando a fazer essa busca.
14:51Os cães que usamos na época podiam farejar explosivos, o que inclui cartuchos ou balas.
14:59A área total que verificamos foi de cinco quarteirões.
15:05Não me lembro de ter dormido nos primeiros dois ou três dias.
15:08Tinha bastante trabalho, que ainda precisava ser feito.
15:11Enquanto a busca termina sem novas pistas, uma peça-chave da evidência é a picape onde Ray Collin foi encontrado.
15:21A questão era se o veículo tinha sido a cena do crime ou se a cena do crime ocorreu em outro lugar.
15:28Será que ele levou o tiro fora da picape ou ele foi colocado na picape?
15:32E os detetives tinham essas perguntas.
15:35Após uma primeira examinação em Timmings, a picape foi levada para a unidade de ciência forense da Polícia Provincial de Ontário, com base em Orilha.
15:46Um perito de respingos de sangue descobriu uma nebulização fina de sangue sobre o parabrisa e a janela do passageiro.
15:53Outra bala é encontrada no teto da cabine, combinando com aquelas descobertas no crânio da vítima.
15:59Polícia de Timmings
16:20Com a ajuda de fotografias da cena do crime e da autópsia, uma provável sequência de eventos vem à luz.
16:26A análise de respingos de sangue permitiu que a polícia concluísse que os tiros foram disparados do lado do condutor do veículo através de uma janela aberta.
16:37Mas o mais provável é que a porta se abriu e o atirador ficou de 30 a 45 centímetros da cabeça do Sr. Collin e atirou cinco vezes a queima-roupa.
16:53Além disso, o padrão de sangue seco encontrado no rosto de Ray Collin sugere que ele foi baleado em uma posição ereta e permaneceu lá por algum tempo.
17:02Talvez quando a picape foi levada até sua localização final.
17:07Em algum momento, ele estava sentado com a cabeça descansando para o seu lado direito enquanto o sangue escorria.
17:14Quem estava dirigindo a picape e a estacionado ali não queria ser encontrado imediatamente.
17:20Ele tinha atirado no Sr. Collin e precisava de tempo para escapar.
17:25Quando essa pessoa deixou a picape, deve ter abaixado o corpo do Sr. Collin para que ele não ficasse visível.
17:33Dando tempo para fugir.
17:37Manchas de sangue transferidas, deixadas por uma pessoa que tocou no sangue, apareceram no volante e no interruptor de luz.
17:47Aquilo deve ter sido uma mancha causada pelo assassino ao entrar e sair do veículo.
17:53A procura de mais pistas, o interior da picape é revestido com cianoacrilato vaporizado, mais conhecido como supercola.
18:03O método de supercola é um sistema fumegante.
18:06Ele destaca as impressões digitais e as incorpora onde quer que estejam.
18:10Então, se tem um plástico no painel do veículo, o plástico será incorporado na supercola e eles podem removê-la para fins de identificação.
18:16O processo produz algumas impressões parciais, nenhuma delas pertencem à vítima.
18:23Mas a polícia tem cautela sobre seu valor potencial.
18:27O assassinato ocorreu em uma noite fria de inverno e o suspeito podia estar usando luvas.
18:32Além disso, a picape é um veículo de aluguel e teve muitos motoristas recentes.
18:36As melhores pistas, no caso, vêm dos fregueses que frequentam os bares do centro da cidade.
18:44Muita gente esbarrou com Ray Collin naquela noite, mas só algumas figuras-chave o viram, apenas alguns momentos antes dele morrer.
18:54Em novembro de 1996, a polícia de Timmins, Ontário, está investigando uma morte com aparência de execução de um homem de 52 anos de idade chamado Raymond Collin.
19:06Para encontrar seu potencial suspeito, a polícia acha que sua melhor aposta consiste em refazer os passos finais de Ray Collin naquela noite fatídica.
19:15Depois de beber com seu irmão no bar, Algoma, Ray aparentemente seguiu pela rua em direção a outros bares.
19:21Eu fiz uma linha do tempo indo pelos bares, falando com todas as pessoas, e tivemos um problema ao tentar identificar todos os que estavam nos bares em Timmins numa sexta-feira à noite.
19:31É um processo muito longo. Eu acredito que interrogamos um número bem maior do que 100 pessoas.
19:37Gradualmente, a polícia monta um rascunho da linha do tempo dos movimentos de Ray Collin.
19:44Depois de deixar o bar Algoma, ele aparentemente tomou alguns drinks no bar St. Charles, descendo a rua.
19:51De acordo com o garçom de lá, um morador chamado Pete Castonguay conversou com Ray.
19:57Ray pagou para Pete algumas bebidas com seu grande bolo de dinheiro, antes dos dois irem juntos para o bar Windsor, outro bar que fica um pouco mais adiante na rua.
20:06Seguindo a pista, a polícia chamou Pete Castonguay para um interrogatório.
20:12Pete não cooperou muito com a polícia.
20:16E no primeiro interrogatório, dava para ver que ele estava escondendo as coisas.
20:21Quer dizer, na primeira pergunta, ele nem mesmo se lembrava de estar no St. Charles naquela noite.
20:27E quando começamos a mostrar algumas fotografias do Ray, ele afirmou que nem sequer o conhecia.
20:33No final, Pete admitiu que deixou Ray pagar algumas bebidas para ele no St. Charles.
20:39Mas continuou a desconversar sobre a caminhada pela rua até o bar Windsor.
20:44Ele disse que depois foi para o Windsor e disse que não se lembra se o Sr. Collin foi com ele ou não.
20:51E quando chegou no bar, o Sr. Castonguay não admitiu que ficou sentado lá com o Sr. Collin.
20:56Ao mesmo tempo, os funcionários do Windsor afirmaram que além de Pete e Ray Collin estarem sentados juntos de novo,
21:06eles também estavam interagindo com um outro morador local chamado Don LaChapelle.
21:10Muita gente não conhecia pelo nome Donald LaChapelle.
21:15Muitos o conheciam como Latch.
21:17Nós sabíamos que ele era um frequentador do bar Windsor.
21:22Don, de fato, nunca teve um emprego normal enquanto morou em Timmins.
21:27Ele era um cara do tipo rato de bar e era um tipo de pessoa oportunista.
21:31Curiosamente, a polícia descobriu que Don LaChapelle não estava mais na cidade.
21:38Ele e a namorada, naquela época, deixaram a cidade logo após o corpo do Sr. Collin ser encontrado.
21:45E isso, logo de cara, se tornou, para os detetives da polícia, uma indicação da consciência de culpa.
21:52Quando voltaram para a cidade, nós os chamamos para interrogá-los.
21:56Quando interrogamos Don LaChapelle pela primeira vez, ele disse que estava no bar Windsor
22:01e falou também que viu Ray Collins sentado em uma mesa com um cara chamado Pete.
22:06Mas Don afirma que estava sentado do outro lado do bar e nunca teve qualquer interação com os dois homens.
22:13Para a polícia, no entanto, uma parte da história dele soava falsa.
22:18Ele também disse que ouviu Pete pedindo a Ray Collins 20 dólares.
22:22Mas numa sexta-feira à noite, quando a banda está tocando e está alto, sendo que tem muita gente,
22:28não há como ouvir isso a oito mesas de distância.
22:30Ele teria que estar sentado ao lado dele, ou pelo menos, e mais provavelmente, na mesma mesa, para conseguir escutar isso.
22:39Durante os próximos dias, no entanto, a história gradualmente evolui.
22:44Cada vez que interrogávamos Don LaChapelle, parecia que ele nos dava um pouco mais de informação.
22:50Pequenos trechos e detalhes.
22:52Ele falou sobre Ray estar sentado com uma moça, conversando com ela.
22:55Mas ele não sabia quem era.
22:58No final, ele disse que a moça tinha um casaco de pele.
23:02Apesar da riqueza das novas informações, a polícia ainda acha que Don LaChapelle e Pete Castonguay estão ocultando informações-chave
23:10sobre as últimas poucas horas antes de Ray Collins ser baleado.
23:14Quando interroguei os dois, nenhum deles me olhava diretamente nos olhos, quando eu fazia uma pergunta específica para eles.
23:22Eles evitavam qualquer contato com os olhos.
23:24Seus movimentos eram agitados e estavam nervosos.
23:28E...
23:28Dava para ver que não estavam dizendo a verdade.
23:32A polícia particularmente suspeitava do papel de Don LaChapelle.
23:36A polícia pediu a ele que participasse de um teste de polígrafo, um detector de mentiras.
23:46E ele foi.
23:47E a conclusão do teste foi que ele estava sendo evasivo.
23:51Ele não estava sendo verdadeiro.
23:53E isso aumentou ainda mais a suspeita de que ele estava escondendo algo, de que sabia muito mais do que estava contando.
24:00Faltavam partes e isso era fundamental.
24:04Nós tínhamos que completar as partes que faltavam.
24:08Nós tínhamos uma responsabilidade com a família, quer dizer, tínhamos que concluir algo sobre essa morte.
24:13E acreditávamos que LaChapelle era a chave.
24:18Não muito depois, outro assassinato a sangue frio em uma cidade ao sul vai lançar luz nova no caso de Ray Collins.
24:25Acontece que a mulher misteriosa de casaco de pele teve um papel nos dois crimes.
24:34Na pequena cidade setentrional de Timmins, Ontário, a polícia está investigando o assassinato de Raymond Collins, de 52 anos.
24:42Morto a tiros em sua picape em uma noite fria de inverno.
24:45A polícia rastreou seus movimentos finais em diversos bares locais.
24:50E interrogou pessoas de interesse, mas não tem nenhum suspeito concreto.
24:55Logo, um acontecimento na cidade de Brampton, a oito horas de distância de Timmins, muda tudo.
25:01Timmins, Brampton.
25:03Na manhã de 3 de dezembro de 1996, um motorista de um caminhão Pippen, rota para sua entrega de rotina, faz uma terrível descoberta.
25:12Martha MacDonald foi encontrada em uma área arborizada.
25:15Uma área de parque isolada e arborizada, por alguém que entregava água e que por acaso viu o corpo na beira da estrada.
25:25Logo ficou claro que ela morreu de ferimentos de bala na cabeça.
25:33Martha MacDonald, de 58 anos, foi baleada por balas de calibre 22, iguais àquelas que mataram Raymond Collins em Timmins.
25:41A polícia de Brampton abre uma investigação de assassinato, fazendo uma busca onde o corpo foi encontrado e investigando a residência de Martha.
25:49Já que seu carro ainda estava na garagem, a polícia achou que ela podia ter sido sequestrada.
25:54Havia uma jovem garota, uma jovem esteticista que ia de carro do trabalho para casa, quando ela viu um veículo pelo caminho e percebeu que o carro estava sendo conduzido de forma suspeita.
26:12O veículo andava rápido, depois parava, logo depois acelerava de novo.
26:16Aí ela emparelhou, olhou e quando ela viu, era uma mulher, somente uma mulher no carro.
26:21E ela olhou de novo e viu que havia um homem no banco de trás do veículo, que ela não tinha visto antes e não sabia de onde ele tinha surgido ou o que ele estava fazendo ali.
26:29Mas pela direção esquisita do carro, e por ver esse homem no assento traseiro, ela resolveu fazer uma anotação.
26:37Ela foi até um caixa eletrônico e anotou a placa numa folha que tirou do caixa.
26:42Mais tarde, naquele dia, ela ouviu no rádio que o corpo de Martha McDonald havia sido encontrado despejado no Parque Eldorado,
26:50que não era muito longe de onde ela tinha visto aquele carro.
26:53E ela passou a placa para a polícia.
26:55Ela forneceu para a Polícia Regional de Pio.
26:57A polícia rastreia o número de matrícula do veículo como sendo de uma mulher chamada Robin Graves.
27:05Robin Graves era uma jovem que havia se casado várias vezes, que mudou de cidade para lá e para cá.
27:13E nunca se fixou a um trabalho, nunca terminou a escola.
27:17Também foi dançarina freelancer, trabalhou como secretária.
27:21Seu namorado é Wayne Jones, de 40 anos.
27:25Wayne Jones tinha um metro e oitenta e cinco.
27:30O cabelo longo e liso, loiro acinzentado.
27:33Um bigode fino, que era muito estranho.
27:36Barba mal feita.
27:39Ele tinha morado em várias províncias.
27:41Morou em locais diferentes nas províncias.
27:44Principalmente criando fraudes e enganando pessoas por dinheiro.
27:47Ele não tinha nenhum dinheiro, propriamente dito, que tenha economizado ou algo assim.
27:53Era mais um andarilho, solitário, um sedutor.
27:56Teve várias companheiras, mulheres, mas tudo a curto prazo, nada de longo.
28:01Para aumentar seu comportamento suspeito na noite do crime,
28:04Robin Graves e Wayne Jones, os dois, já tinham morado na casa de Martha McDonald, como inquilinos.
28:11Entretanto, eles tinham sido expulsos, proporcionando um possível motivo para a vingança.
28:15Então, essa foi uma grande ligação para a polícia.
28:19Ligar esse veículo, que foi visto sendo guiado de forma suspeita, perto do Parque Eldorado.
28:26E, bem depois, a conexão desse carro com Robin Graves e Wayne Jones, que eram antigos inquilinos de Martha McDonald.
28:34Na esperança de encontrar provas concretas ligando o casal ao assassinato,
28:41a polícia consegue um mandado para colocar em segredo um rastreador e um microfone no carro de Robin Graves.
28:47Eles conseguiram monitorá-la e colocá-la sob vigilância por cerca de uma semana.
28:55Em 13 de dezembro, a polícia a vigiava enquanto ela dirigia o carro.
29:01E eles estavam se aproximando de um campo remoto, uma fazenda próxima de Brampton.
29:06E dava para ouvi-los falando assim na transmissão.
29:08E deu para ouvir Robin Graves saindo e voltando e dizendo resolvido.
29:24E Wayne Jones falou
29:25Bom, essa já era. E ninguém sabe.
29:29Esse problema foi resolvido e ninguém sabe de nada.
29:32E após terem saído de lá, no carro de Robin Graves,
29:36a polícia foi ao ponto exato em que eles pararam
29:38e recuperou um saco de lixo que continha uma pistola calibre .22
29:44e a munição da Winchester .22.
29:49Eles, de fato, conseguiram pegá-los
29:51bem na hora em que descartavam a possível arma do crime
29:56que usaram para matar a Martha MacDonald.
30:01Robin Graves e Wayne Jones foram presos logo em seguida.
30:05Além de serem vistos no local do crime e no mesmo momento,
30:08a arma que se livraram tinha sangue de Martha MacDonald.
30:12E vestígios do sangue também apareceram no carro deles.
30:16Eu me lembro de que, quando Wayne Jones foi preso,
30:20a postura dele era de incredulidade.
30:24Ele ficou dizendo
30:25Que loucura! De onde tiraram isso?
30:27De onde inventaram?
30:28Eu não sei do que vocês estão falando.
30:29Isso tudo é loucura.
30:32No entanto, a namorada de Wayne Jones
30:35não demorou muito para falar sobre o crime.
30:38Robin Graves foi bem rápida
30:41em colocar a culpa pelo assassinato de Martha MacDonald
30:44completamente nos ombros de Wayne Jones.
30:47E ela o apontou como
30:50aquele que estava sentado no banco de trás do carro,
30:54escondido.
30:56E que, enquanto estavam dirigindo pela estrada,
30:59ele chegou perto de Martha MacDonald
31:01e atirou a queima-roupa na cabeça dela.
31:07E Robin Graves se mantinha dizendo
31:10que não sabia de nada,
31:11que não tinha nada a ver com aquilo
31:13e que implorou para ele não fazer aquilo,
31:15dizendo, não faça isso.
31:17Mas ele resolveu matar a si mesmo.
31:19Graves, então, continua com uma revelação surpreendente.
31:23Ela afirma que Wayne Jones também matou um homem em Timmins.
31:26Ela divulgou informações durante o interrogatório
31:30de que outro cara foi morto,
31:32que Jones tinha atirado em um homem
31:34numa picape vermelha,
31:35que usava um macacão azul,
31:37que ele foi baleado na cabeça quatro ou cinco vezes,
31:40e que Jones tinha roubado quatrocentos dólares dele.
31:43A polícia de Brampton
31:44prontamente liga para as autoridades em Timmins.
31:47Eles nos ligaram e disseram
31:49vocês têm um assassinato sem solução?
31:52E nossos olhos se arregalaram
31:55e dissemos sim, nós temos um.
31:57Robin Graves não só descreveu a picape
32:00e a roupa de Ray Collin,
32:01como também identificou corretamente
32:03o número de tiros disparados
32:04e a quantidade de dinheiro roubado.
32:07Dois detalhes de informações
32:08que nunca foram divulgados.
32:11A investigação tornou-se uma força conjunta
32:14entre a polícia regional de Pell
32:15e a polícia de Timmins.
32:16Nós pudemos ver os arquivos deles
32:18e analisamos todos os vídeos.
32:21Então ficamos com uma questão
32:23que era rastrear
32:24como o Robin e o Sr. Wayne Jones
32:28tinham ido de Brampton a Timmins
32:31e depois voltado.
32:34Para acompanhar a revelação de Graves,
32:36a polícia agora procura evidências concretas
32:38que ligam o casal diretamente
32:40ao assassinato de Ray Collin.
32:42Ela afirma que eles visitaram Timmins
32:44na noite do crime,
32:45indo de táxi
32:46e ficaram com uma tia dela,
32:48que morava em uma residência,
32:50na rua Tulk.
32:51Notavelmente,
32:52os registros de táxi em Timmins revelam
32:54que às duas da manhã,
32:55por volta da hora suspeita do crime,
32:58alguém tomou um táxi
32:59de uma estação de trem
33:00a dois quarteirões
33:01de onde a picape de Ray Collin
33:02foi encontrada.
33:04Eles foram deixados
33:05no endereço da rua Tulk,
33:07que Graves diz que pertence
33:08à sua tia.
33:09A linha do tempo se encaixou.
33:10A linha do tempo se encaixou.
33:12Estava começando a ter
33:13uma boa probabilidade
33:14de que essas pessoas
33:16tenham tomado aquele táxi
33:17após terem matado Ray Collin.
33:20Com essa nova informação,
33:22a polícia interroga
33:23a tia de Robin Graves
33:24em sua casa.
33:25Havendo o fato
33:29de estarmos cientes
33:30de que Robin Graves
33:31e Wayne Jones
33:32tinham passado uma noite lá,
33:35nós esperávamos recuperar
33:37alguma evidência
33:39daquela casa.
33:42Começamos perguntando
33:43sobre quando chegaram
33:44e sobre quando saíram.
33:45Quando voltaram para casa
33:47depois de terem ido
33:47aos bares naquela noite.
33:49Questionamos o máximo
33:50de coisas que podíamos
33:51para termos uma melhor imagem
33:53do que estava ocorrendo.
33:54Enquanto eu a interrogava,
33:56um dos policiais
33:57de identificação
33:58fazia uma busca pela casa
33:59com a permissão dela,
34:01é claro.
34:02A procura de sinais de...
34:04sinais de sangue.
34:05Conforme subimos as escadas,
34:07havia sinais de algo
34:08de cor vermelha.
34:09Podia ser de sangue.
34:11Então teremos algumas amostras
34:12do corremão,
34:13das paredes
34:14e da porta de entrada.
34:17A polícia logo confirma
34:19que Robin Graves
34:20e Wayne Jones
34:21estavam claramente
34:22no bar Winter,
34:23onde Ray Collin
34:24foi visto pela última vez.
34:26Os fregueses recordam
34:28de seu casaco
34:29de pele marcante
34:29que estava entre seus pertences
34:31quando ela foi presa.
34:33E ela parecia ser
34:34a mesma mulher
34:34mencionada por Don La Chapelle,
34:36aquela que ele afirma
34:37ter visto conversando
34:38com a vítima.
34:40Mas enquanto Graves
34:41admite ter estado lá,
34:43ela insiste
34:43que não teve contato
34:44com a vítima
34:45e que não desempenhou
34:47nenhum papel no crime.
34:48A culpa,
34:49ela afirma,
34:50é toda do seu namorado.
34:51A história dela
34:54é de que ela saiu
34:55do bar com Jones
34:56e quando estavam subindo
34:57a viela,
34:58esse incidente louco
35:00ocorreu.
35:01Ela basicamente
35:02falou que estava
35:03subindo a viela
35:04e Jones
35:05teve que ir urinar,
35:06ir ao banheiro.
35:08E ela andou,
35:09continuou andando
35:11e logo em seguida,
35:13ela escutou
35:13quatro ou cinco tiros.
35:15e explica que Jones
35:17atirou em um cara
35:18quatro ou cinco vezes
35:19na cabeça
35:20e que ele roubou
35:21quatrocentos dólares.
35:24Ela não tinha ideia
35:24de que aquilo ia acontecer.
35:26Ela nunca soube
35:27quem era a Ray Collin
35:28e nunca saiu
35:30com mais ninguém
35:30do bar
35:31além de Jones.
35:34As coletas
35:35da casa
35:36da tia de Graves
35:36indicaram negativo
35:38para sangue,
35:38mas a relutante
35:39testemunha
35:40Don La Chapelle
35:41vai finalmente
35:42revelar tudo
35:42o que sabe,
35:43lançando uma nova luz
35:45sobre o que de fato
35:45aconteceu no bar Windsor
35:47antes de Ray Collin
35:48ser morto.
35:54Janeiro de 1997,
35:56em Brampton,
35:57Ontário,
35:58Wayne Jones
35:59e Robin Graves
36:00foram presos
36:00pelo assassinato
36:01de uma moradora local
36:02chamada Martha MacDonald.
36:04Ao mesmo tempo,
36:05eles são os principais
36:06suspeitos
36:07do assassinato
36:08de um mineiro
36:08chamado Ray Collin
36:09da cidade setentrional
36:11de Timmins.
36:13Enquanto Robin
36:14alega que Wayne
36:15agiu inteiramente
36:16sozinho,
36:16uma testemunha-chave
36:17em breve
36:18oferece uma versão
36:19diferente dos acontecimentos.
36:21Don La Chapelle,
36:22também conhecido
36:23por seu apelido
36:24Letty,
36:24era uma pessoa
36:25de interesse
36:26no bar onde Ray Collin
36:27foi visto
36:28pela última vez.
36:30Com Graves
36:31e Jones
36:31em custódia,
36:32ele agora concorda
36:33em falar
36:34com a polícia
36:34de novo.
36:36Ele finalmente
36:37afirmou
36:38que ia nos dizer
36:39a verdade,
36:40que precisava
36:41tirar o peso
36:42da consciência
36:44e tirou.
36:46De acordo
36:47com La Chapelle,
36:48a vítima
36:48Ray Collin
36:49e Pete Castonguay
36:50chegaram
36:51no bar Windsor
36:51e se sentaram
36:52juntos
36:53em uma mesa.
36:55Ray se sentia
36:55sozinho
36:56e estava
36:56à procura
36:57de uma companhia
36:57feminina
36:58para a noite.
37:00Em certo momento,
37:01Pete se levantou
37:02e perguntou
37:02a Don La Chapelle
37:03se ele conhecia
37:04alguma mulher
37:05que pudesse
37:05estar interessada.
37:07Ele se aproximou
37:07de Don La Chapelle
37:08que estava sentado
37:09com uma mulher
37:10e perguntou
37:10se ele conhecia
37:11alguém
37:11e me parece
37:12que ele perguntou
37:12a mulher
37:13se ela estava
37:13interessada
37:14e ela disse
37:15que não.
37:17Nesse momento,
37:19Robin Graves
37:20entrou no bar
37:20Windsor
37:21e se sentou
37:23à mesa
37:23ao lado
37:24do Ray.
37:25E ela ficou
37:26ouvindo
37:27essa conversa
37:27sobre ele
37:28querer uma moça.
37:30Robin
37:30acena
37:31para Don La Chapelle
37:32para que fosse
37:33a um canto
37:34e pudessem
37:34conversar.
37:36E ela saiu
37:37para o saguão
37:38do Hotel Windsor
37:39um pequeno recanto
37:40onde perguntou
37:42a ele
37:42se o senhor
37:43Colin
37:44estava ou não
37:45à procura
37:46de algum tipo
37:46de companhia,
37:48se ele não
37:48era da polícia,
37:50se tinha ou não
37:50uma arma
37:51e se ele tinha
37:53ou não
37:53muito dinheiro.
37:55E ele disse
37:56que não sabia
37:56de nada.
37:58Então voltaram
37:58ao bar
37:59e conseguiram
38:01confirmar
38:02falando com ele
38:03e com Pierre
38:04que ele tinha
38:05dinheiro
38:06e que estava
38:07à procura
38:07de uma companhia
38:08naquela noite.
38:11Don La Chapelle
38:11se encontra
38:12com Robin Graves
38:13perto da entrada
38:14do hotel
38:14de novo.
38:15Dessa vez
38:16Wayne Jones
38:16também aparece.
38:19Don vê
38:20Wayne Jones
38:21e ele é apresentado
38:22como
38:22esse é meu amigo
38:23Buddy.
38:24E Buddy
38:25mostra algo
38:25para Don La Chapelle.
38:27Ele abre o casaco
38:28e mostra a ele
38:29um estojo
38:29com uma pistola
38:30calibre 22.
38:32E Jones
38:32basicamente diz
38:33vamos fazer isso.
38:34e você sabe
38:37essa 22
38:38é bastante confiável.
38:39Nós vamos roubá-lo.
38:42Então Don La Chapelle
38:43sendo um cara
38:44das ruas
38:44pensa
38:44isso
38:45vai ser só um roubo.
38:47Só isso.
38:50Ela voltou
38:50para o bar
38:51e logo depois
38:53disso
38:53Robin Graves
38:54foi vista
38:55tirando o casaco
38:56de pele
38:57dos ombros.
38:59Eu suponho
38:59que
39:00ela fez isso
39:01em um esforço
39:02para parecer
39:03um pouco mais
39:03sensual.
39:05E aí
39:06o senhor
39:06Colin
39:07foi visto
39:08deixando
39:08o bar
39:09junto com ela
39:10o bar Windsor
39:11por volta
39:11de uma e meia
39:12da manhã.
39:14E essa foi
39:14a última vez
39:15que ele foi visto
39:16vivo
39:16deixando a área
39:17do bar
39:17com Robin Graves.
39:21Eles teriam
39:22caminhado
39:22para fora
39:23seguindo em direção
39:24a picape de Ray.
39:25Pouco tempo depois
39:26segundos mais tarde
39:28Wayne Jones
39:29os teria seguido.
39:32Dom LaChapelle
39:33passou a explicar
39:34que deixou a cidade
39:35após ter ouvido
39:36falar da morte
39:37por temer
39:38por sua própria vida.
39:40Ele disse
39:40que estava com medo
39:41de que o cara
39:42estivesse ligado
39:42ao crime organizado
39:43até que eles foram
39:45presos
39:46e ficaram
39:46sob custódia.
39:48Ele não nos contou
39:49a verdade verdadeira
39:51como se diz.
39:54Ele
39:54certamente
39:55sentiu
39:56uma carga de culpa
39:57pois poderia
39:58ter impedido isso.
39:59ao mesmo tempo
40:02a polícia
40:03também conseguiu
40:04descobrir
40:04provas fundamentais
40:05ligando
40:06Wayne Jones
40:06diretamente
40:07ao tiroteio.
40:10As calças
40:11que ele usava
40:12quando foi preso
40:13quando foi trazido
40:14para o escritório
40:15foram apreendidas
40:16assim como
40:17várias outras
40:17peças de roupa.
40:19No final
40:20tudo foi enviado
40:21para o centro
40:22de ciências florenses
40:23em Toronto.
40:24O jeans
40:24foi examinado
40:25e no joelho direito
40:26logo acima
40:27da área do joelho
40:28havia uma mancha
40:28escura.
40:30O analista
40:31que examinou
40:32aquilo
40:32analisou
40:33o conteúdo
40:34daquela mancha
40:35e descobriu
40:36que era sangue.
40:38Então descobrimos
40:39que aquela gota
40:40de sangue
40:40batia com o sangue
40:42de Ray Collin.
40:44Batia com
40:45seu perfil
40:45de DNA.
40:46Então isso
40:47de fato
40:47ligou as duas pessoas.
40:50Duas peças
40:51foram fundamentais
40:53na investigação.
40:54Uma delas
40:55a recuperação
40:57da pistola.
40:58que foi fundamental
41:00e a outra peça
41:01chave da evidência
41:02foi a calça jeans
41:04que foi usada
41:05por Wayne Jones
41:06contendo
41:07um espirro
41:08de sangue.
41:10Essa foi a cereja
41:11do bolo.
41:12Quer dizer
41:12como alguém
41:13pode se defender
41:14disso?
41:17Enquanto
41:17Robin Graves
41:18atraiu Ray Collin
41:19para fora do bar
41:20a polícia
41:21acredita que Wayne Jones
41:22foi o agressor
41:23que atirou nele.
41:24com base
41:26nas evidências
41:27a polícia
41:27acusou
41:28Robin Graves
41:28e Wayne Jones
41:29pelo homicídio
41:30qualificado
41:31de Ray Collin.
41:32Eles no final
41:33barganharam
41:33um acordo
41:34judicial
41:34com Graves.
41:36Queríamos o atirador
41:37quem acreditávamos
41:38ser o atirador
41:39queríamos a pessoa
41:40que disparou a arma.
41:42No final
41:42a promotoria
41:43fez uma barganha
41:44com Robin Graves
41:45e sua equipe
41:45de defesa.
41:48Ela foi condenada
41:48por homicídio culposo
41:49e condenada
41:50a oito anos
41:51pelo assassinato
41:53de Ray Collin.
41:55Wayne Jones
41:56no final
41:56vai a julgamento
41:57sozinho
41:58em 1999.
42:00Os familiares
42:00da vítima
42:01Ray Collin
42:02participaram.
42:04Eu estou feliz
42:05por ter ido
42:06todos os dias
42:07eu pude ouvir
42:07toda a história
42:08do início
42:09ao fim.
42:11Quem estava envolvido
42:13todas as pessoas
42:13que foram interrogadas
42:15a moça
42:16com quem ele estava
42:17até chegar no cara
42:18que atirou nele.
42:19Aquilo foi
42:20fez com que
42:22eu me sentisse melhor
42:23por saber
42:23o que aconteceu
42:24com ele.
42:27Apesar da evidência
42:28esmagadora
42:29contra ele
42:30Wayne Jones
42:30insiste em sua inocência
42:32e mostra pouca emoção.
42:35Ele se sentou lá
42:36e não disse uma palavra
42:38não se mexeu
42:40eu olhei para ele
42:41ele não se moveu
42:42não olhou para trás
42:43nada
42:43não percebi
42:46qualquer
42:47remorso nenhum
42:48eu me sinto mal
42:49nenhum
42:50nenhum nada.
42:54Eu conheci
42:55Wayne Jones
42:56e posso dizer
42:57para você
42:58que
42:58quando se olha
43:00nos olhos dele
43:01não há nada lá
43:02não há absolutamente
43:03nada lá
43:04não há nenhum tipo
43:05de consciência
43:06naquele indivíduo.
43:08No dia
43:0929 de novembro
43:10de 1999
43:11Wayne Jones
43:13é considerado
43:13culpado
43:14pelo homicídio
43:14qualificado
43:15de Raymond Collin
43:16e condenado
43:17a prisão
43:17perpétua
43:18sem possibilidade
43:19de liberdade
43:20condicional
43:20por 25 anos.
43:22Eu me lembro
43:23do alívio
43:24que eu tive
43:25antes de tudo
43:26pela família
43:27me recordo
43:28de ter ficado
43:29observando a família
43:30e vendo a reação
43:31deles
43:31dava para sentir
43:33que um peso
43:34foi tirado
43:35das costas deles
43:36essa carga
43:37agora eles podiam
43:39se sentir aliviados
43:40eu me senti bem
43:43sabe, muito bem
43:44muito bem mesmo
43:46ele era
43:48um amigo
43:49e tanto
43:50ele era o meu irmão
43:51mas também era um amigo
43:52então eu perdi
43:55o meu melhor amigo
43:56mas quando tudo termina
44:00e você consegue
44:02prender alguém
44:02desse tipo
44:03por um tempo
44:06bem longo
44:07é uma sensação
44:08muito boa
44:09essa
44:10é uma recompensa
44:12na carreira
44:13de um policial
44:14Wayne Jones
44:17também recebe
44:18uma sentença
44:19de prisão
44:19perpétua
44:20pelo assassinato
44:20de Martha McDonald
44:21em Brampton
44:22Robin Graves
44:24é condenada
44:24a mais 5 anos
44:25por ser uma cúmplice
44:26naquele caso
44:27muitos acreditam
44:29que a prisão deles
44:30salvou a vida
44:31de mais vítimas
44:32potenciais
44:33o motivo
44:35do assassinato
44:35de Raymond Collin
44:36foi só ganância
44:38e autopresentação
44:39e eles acharam
44:41que não era nada
44:42aniquilar a vida
44:43desse homem
44:43como o próprio
44:45Jones disse
44:46por miseráveis
44:47350 dólares
44:49Ray Collin
44:50não era
44:51uma ameaça
44:52para ninguém
44:52ele poderia ter sido
44:54roubado facilmente
44:55por qualquer um
44:56naquela noite
44:56e ser baleado
44:585 vezes
44:59a queima roupa
45:00foi simplesmente
45:01de graça
45:02o assassinato
45:04de Martha McDonald
45:05foi igualmente
45:06sem sentido
45:07e a sangue frio
45:08por que eles escolheram
45:11meu pai
45:12porque ele tinha
45:13dinheiro no bolso
45:14porque
45:14porque era solitário
45:16eu queria que ele
45:19estivesse aqui
45:19para me ver
45:20com os meninos
45:20agora
45:21porque foi isso
45:22que ele perdeu
45:22ele perdeu
45:23meu casamento
45:24ele perdeu
45:26meus filhos
45:26ele adorava
45:28crianças
45:29e o meu filho
45:30mais novo
45:31é idêntico a ele
45:32igualzinho
45:33e o meu filho
46:03que eleribleu
46:05e o meu filho
46:07Obrigado.
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