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O ministro do STF, Alexandre de Moraes decidiu manter a maior parte do decreto do governo Lula que aumentava o IOF. A decisão foi publicada um dia após a audiência de conciliação no STF terminar sem acordo. Cristiano Vilela e José Maria Trindade comentaram.
Reportagem: Janaína Camelo
Comentaristas: Cristiano Vilela e José Maria Trindade

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Transcrição
00:00O ministro do STF, Alexandre de Moraes, decidiu manter boa parte do decreto do governo que aumentou o IOF.
00:08A reportagem é de Janaína Camelo.
00:10O ministro Alexandre de Moraes retornou à eficácia dos decretos do presidente Lula, que aumentaram as alíquotas do IOF.
00:17Apenas manteve a suspensão do imposto sobre o chamado risco sacado,
00:22quando uma empresa fornecedora antecipa, junto a uma instituição financeira, valores a serem recebidos por clientes.
00:29O ministro entendeu que o risco sacado não é uma operação de crédito, mas uma modalidade de antecipação de recebíveis,
00:37correspondente a uma transação comercial sobre direitos creditórios.
00:41Com o decreto de Lula em maio, o risco sacado passou a ser tributado com uma alíquota de 3,95% e agora voltará a ser isento.
00:51Dos 31 bilhões de reais que o governo esperava arrecadar com o aumento do IOF no ano que vem,
00:573,5 bilhões era com a tributação em cima do risco sacado.
01:02A decisão de Moraes vem um dia após terminar sem acordo a audiência de conciliação convocada por ele no STF
01:09entre executivo e legislativo sobre o IOF.
01:12Na decisão, o ministro escreveu que com as informações e argumentos expostos na audiência,
01:18é possível afirmar que não houve desvio de finalidade na decisão do governo sobre o IOF
01:23e que por isso não há mais necessidade de manter a cautelar,
01:27por não haver risco irreparável do que o ministro chamou de eventual exação fiscal irregular em montantes vultuosos.
01:35O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a decisão do ministro do STF.
01:40Conforme eu já adiantei, nós estávamos muito satisfeitos com a maneira como o ministro Alexandre tratou o assunto.
01:47Com muita sobriedade e colocando a Constituição acima de tudo.
01:51Quer dizer, o Supremo Tribunal tem que julgar na forma da Constituição.
01:56E nós então estávamos confiados em que o decreto do presidente respeitava completamente a Constituição Federal.
02:03E houve essa questão do risco sacado que ele já tinha manifestado alguma sensibilidade em relação à controvérsia.
02:15Nós entendemos como absolutamente legítima a decisão dele.
02:19A justiça é para isso mesmo.
02:21No Congresso houve reação imediata.
02:23O deputado Alceu Moreira, ligado ao Agro, disse que a decisão de Moraes fere a autonomia do Parlamento.
02:30Porque isto é um desrespeito absoluto à harmonia e à independência entre os poderes.
02:36Ter uma pessoa única, com um julgamento monocrático, que desautoriza a decisão de 81 senadores e 513 deputados,
02:46é com certeza algo que precisa ser repensado.
02:50Nós não sabemos qual será a posição do presidente dessa casa e do colegiado daqui.
02:55Não sabemos qual será a posição do Senado, mas com certeza nós estamos caminhando para uma ruptura e uma desobediência.
03:04Porque atos como este é beira ao a provocação.
03:09Já o deputado Renildo Calheiros, aliado do Planalto, disse que o ministro do STF agiu de forma sensata.
03:15O governo brasileiro baixou aquela medida que estabelece aquelas alíquotas no IOF.
03:22O IOF já existia.
03:23Na época do Bolsonaro, o IOF era 6,5%.
03:26O que o presidente Lula fez foi segurar ali em 3,5% para evitar que ele vinha decrescendo.
03:34Para isso ajudar o equilíbrio nas contas públicas.
03:38O Brasil tem as contas ajustadas, mas há momentos em que ela sofre um certo desequilíbrio.
03:44É o que ocorreu agora na ordem de 50 bilhões.
03:48O governo cortou 10% do orçamento, contingenciou 20 e pretende buscar mais 20 bilhões com essas modificações no IOF.
03:59Para manter as contas públicas equilibrada.
04:02Em nota, o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse que o STF analisou com abrangência o tema
04:09e concluindo que o decreto presidencial é constitucional.
04:13E disse que respeita a decisão do ministro Moraes quanto à ressalva sobre o risco sacado.
04:19Entendendo que é uma controvérsia nova e que ainda gera divergências.
04:23O advogado-geral da União também defendeu o diálogo entre os poderes.
04:28A decisão do ministro Moraes ainda precisa ser referendada pelos demais ministros da corte.
04:34O que só deve acontecer depois do recesso judiciário, só no mês que vem.
04:40Vamos ouvir mais uma análise aqui com os nossos comentaristas.
04:43Hoje conosco, José Maria Trindade e também Cristiano Vilela.
04:47Bom, só para a gente lembrar, né?
04:49Começo da semana teve aquela audiência de conciliação, não chegaram a nenhum acordo.
04:53Então ficou na missão aí das mãos de Alexandre de Moraes.
04:57Decidi que decidiu pela manutenção, portanto, do aumento do IOF.
05:01Retirando aí o risco sacado que, segundo ele, foi considerado inconstitucional.
05:05Zé, na sua avaliação, o que que sinaliza essa decisão de Alexandre de Moraes?
05:11E o quanto isso foi vitória para o governo?
05:14Pois é, parece até título de filme, né?
05:17Poderes em disputa ou poderes em conflito.
05:20Aí, nesse caso, três poderes, né?
05:24Três poderes disputando um assunto que seria do Legislativo.
05:29Mas entrou o Executivo.
05:31Os ministros do Supremo dizem que não montam na Praça dos Três Poderes
05:35uma banquinha chamando todos para irem ao Supremo.
05:39E que o Supremo não pode dar as costas para alguém que bate as portas da Justiça.
05:44E é verdade.
05:45Ele foi provocado.
05:46Primeiro pelo PL.
05:47Quando o presidente Lula assinou o decreto para aumentar o IOF,
05:52o PL sentiu ali o tal de fumo, bunes e uris.
05:56Ou seja, a fumaça do bom direito.
05:58Foi lá no Supremo dizer, olha, o presidente assinou um decreto ilegal
06:01para aumentar o IOF, não para regular, mas para aumentar a arrecadação.
06:06Pois bem.
06:07O Legislativo, por sua vez, aprovou,
06:09e por maioria esmagadora contra o governo, né?
06:15Um decreto, decreto legislativo, para anular o decreto do presidente Lula.
06:20E aí, o presidente Lula foi a vez de ir ao Supremo,
06:24mas dois outros partidos apresentaram também ação direta de inconstitucionalidade contra o decreto.
06:31Ou seja, todo mundo foi atrás do Supremo.
06:34Aí o Supremo tem que dar uma resposta.
06:36E a resposta da Justiça é sim ou não, é binária.
06:40E aí, optou por manter o decreto do governo.
06:44É preciso, sim, que esse assunto vá ao Supremo
06:48e que fique muito claro, firme à jurisprudência,
06:51sob limite do governo em assinar decreto
06:55e limite do Congresso ao aprovar um decreto legislativo,
06:59cancelando atos do governo.
07:01Vileli, agora fica a expectativa, né?
07:03Em torno de uma votação mais ampla no Supremo Tribunal Federal,
07:07para a gente saber se é constitucional ou não essa taxação do IOF, né?
07:12Exatamente.
07:13E é um tema que ultrapassa os limites do conflito entre poderes
07:17que a gente tem visto nos últimos tempos.
07:19A Maria colocou muito bem mais um capítulo dessa história
07:22que parece que não termina.
07:24Agora, esse é um tema que tem uma forte influência
07:28em outros âmbitos da sociedade,
07:30nos mercados de uma forma geral,
07:32no sistema financeiro,
07:34nos setores econômicos diversos,
07:36porque nós temos agora essa decisão
07:39do ministro Alexandre de Moraes
07:40no sentido de reestabelecer o decreto presidencial
07:44e com isso reestabelecer a cobrança,
07:47retroagir a cobrança do IOF
07:49nos moldes estabelecidos inicialmente pelo governo.
07:52Então, você vê que acaba sendo um entre imposto,
07:55sai imposto, entre imposto, sai imposto.
07:57Isso acerta em cheio a previsibilidade do mercado,
08:01a previsibilidade dos setores produtivos
08:03que precisam arcar com esses custos
08:07e calcular esses custos na formatação dos preços.
08:10É fundamental que haja segurança jurídica no país,
08:14é fundamental que as instituições venham a se apaziguar
08:18e entrar num consenso,
08:20entrar numa forma parceira
08:22onde cada um respeite o seu quadrado
08:24e o país possa avançar com isso.
08:26Porque, de fato,
08:27esse grau de incertezas que o país vive,
08:30onde, diante de cada derrota,
08:32o poder que acaba sendo derrotado
08:35vai lá bater nas portas do Supremo
08:36tentando reverter o jogo,
08:38isso, de uma forma geral,
08:40acaba não fazendo bem para o país
08:41e o sistema produtivo nacional
08:44acaba pagando o preço
08:45e, ao final das contas,
08:46é a sociedade,
08:47é o cidadão quem paga esse custo.

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