- 23/05/2025
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um pronunciamento nesta sexta-feira (23) em São Paulo, detalhando o bloqueio de R$ 31 bilhões no Orçamento e as novas medidas para controlar os gastos públicos. Haddad também falou sobre o recuo do governo, que revogou parte dos aumentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Deysi Cioccari e Cristiano Vilela comentaram.
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NotíciasTranscrição
00:00Antes, vamos conferir o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, porque ele vai fazer um pronunciamento agora para a imprensa
00:07um dia após o anúncio do bloqueio de 31 bilhões de reais do orçamento
00:10e novas medidas também para equilibrar as contas públicas.
00:14Vamos acompanhar então o início da coletiva do ministro, Fernando Haddad.
00:19Salientando que aquilo poderia acarretar algum tipo de problema
00:24e passar uma mensagem que não era a desejada pelo Ministério da Fazenda.
00:28E como essa questão é muito pontual, uma vez que nós anunciamos um conjunto de medidas
00:35da ordem de mais de 50 bilhões de reais ontem, o que se refere?
00:4310 bilhões, um pouco mais de 10 bilhões de remanejamento, que é o chamado bloqueio.
00:49Você bloqueia uma rubrica e transfere recurso para outra.
00:52Isso que é o bloqueio, o remanejamento para cobrir despesas obrigatórias.
00:59O contingenciamento de mais de 20 bilhões e a parte das receitas, um pouco mais de 20 bilhões também.
01:09Então, ontem, o conjunto de medidas é em torno de 50 bilhões de reais para fechar o ano
01:14com a tranquilidade que nós tivemos o ano passado.
01:18Então, é uma medida dura, mas, na nossa opinião, na direção correta.
01:23Esse item é um item muito residual desse acervo, desse conjunto de medidas.
01:30E nós entendemos que, pelas informações recebidas,
01:34valia a pena fazer uma revisão desse item
01:36para evitar especulações sobre objetivos que não são próprios da fazenda nem do governo.
01:45De inibir investimento fora, não tinha nada a ver com isso.
01:50Então, nós entendemos que era correto fazer uma revisão disso.
01:55Ontem, eu conversei com a equipe ao longo da noite, virtualmente,
02:01o Tesouro e as secretarias envolvidas, a Receita e o Tesouro, sobretudo.
02:08Comuniquei às 8 da noite para o Bruno Moretti, da Casa Civil,
02:13que, muito provavelmente, nós estávamos analisando a possibilidade de rever um item do decreto
02:19para deixar a Casa Civil a postos, caso fosse necessário.
02:24Mas, para o fim da noite, nós entendemos que a revisão era justa, era correta.
02:32Mandamos para a Casa Civil a redação e o decreto de revisão foi processado
02:37e já está publicado no Diário Oficial, numa edição extraordinária de hoje pela manhã.
02:43Então, só para dizer que já está publicado no jornal,
02:47o secretário do Tesouro vai manter contato com as pessoas que entraram em contato conosco,
02:55para quem, inclusive, nós agradecemos, porque nosso diálogo com o mercado tem sido constante.
03:02Não temos nenhum problema em corrigir rota, desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido,
03:10de reforçar o arcabouço fiscal, cumprir as metas para a saúde financeira do Brasil.
03:15Vamos continuar abertos ao diálogo sem nenhum tipo de problema
03:19e contamos com a colaboração dos parceiros tradicionais nossos para ir corrigindo rota,
03:26mas para atingir o objetivo declarado ontem, que é o mais importante.
03:30Então, no conjunto do que foi anunciado, está tudo mantido, mas esse item foi revisto.
03:37Eu penso que vai fazer bem revê-lo, antes mesmo da abertura do mercado,
03:42para evitar um tipo de boataria ou especulação em torno de objetivos que o governo não tem efetivamente
03:49e que poderia, eventualmente, passar uma mensagem equivocada, que não foi intenção ontem.
03:57Então, foram pertinentes os apontamentos feitos
04:01e nós promovemos o primeiro, uma revisão do decreto
04:07e vamos manter o diálogo com o setor produtivo, setor financeiro,
04:13trabalhadores, para ir buscando equacionar os problemas da economia brasileira.
04:19Em relação aos outros itens, as transações, as relações de câmbio, os cartões internacionais,
04:26estão mantidos?
04:27Estão tudo mantidos porque é uma questão de equalizar.
04:30Havia muita discrepância entre tratamentos diferentes, quem tinha uma brecha.
04:36A gente fechou as brechas.
04:39Lembrando que esse governo, provavelmente, é o que tem as alíquotas mais baixas de IOF.
04:46Se você considerar as alíquotas praticadas ao longo de quatro anos do governo anterior,
04:51elas eram muito mais elevadas.
04:53Então, nós entendemos como um movimento correto fazer essa adequação de redução,
04:58mas corrigindo as distorções.
05:00Ministro, licença, essa mudança de posição tem a ver com o retorno que o mercado tem
05:05em relação a a comunicação do IOF?
05:08E eu gostaria de saber se o presidente do Banco Central havia sido informado.
05:12Qual é a relação que a Fazenda tem com o Banco Central, para deixar claro?
05:16Cada um tem um mandato.
05:18No que é mandato exclusivo de um e de outro,
05:21governo de um lado, Banco Central autônomo de outro,
05:23não há uma revisão.
05:26Eu não revejo decisões do Banco Central
05:29e o Banco Central não tem um procedimento de passar as medidas do governo.
05:35Que há uma troca de...
05:38Que há um diálogo sobre a economia,
05:40sobre a necessidade de corrigir despesa,
05:42corrigir receita,
05:43ordem de grandeza das...
05:47Mas não há uma abertura na minúcia.
05:50Um decreto do presidente não passa a redação pelo Banco Central.
05:56Nunca passou.
05:56É o que eu estou te falando.
06:01Nós mantemos conversas sobre o rumo traçado,
06:07onde buscar os objetivos comuns,
06:10tentar harmonizar as políticas.
06:12Eu entendo que a decisão de ontem busca harmonizar a política monetária e fiscal.
06:18Um grande...
06:18Estou falando que 96, 97% das medidas anunciadas estão mantidas,
06:26vão na direção correta.
06:28Estão sempre buscando harmonizar.
06:31Mas o procedimento é esse.
06:33E há coisas comuns que são tratadas no Conselho Monetário Nacional
06:36quando a prerrogativa é do Conselho Monetário Nacional.
06:40Está bem?
06:40Ministro, mas ontem o Durigan disse que o Galipo tinha sido avisado
06:46e depois o senhor disse que não tinha dado contato.
06:50Eu vou ser bem...
06:51Isso ficou bem explicado, mas...
06:52Eu faço questão de explicar.
06:53Eu converso com o Galipo frequentemente
06:57e eu disse a ele que nós íamos tomar medidas
07:00em relação à despesa, em relação à receita,
07:03mas, conforme eu respondi,
07:06a minúcia do decreto não passa pelo Banco Central.
07:11Então, não há uma análise criteriosa, medida a medida,
07:15de decisões do presidente da República no Banco Central.
07:18Não é esse o procedimento.
07:20Mas uma medida de OEF, acredito que foi colocada,
07:22não poderia arranhar a credibilidade do Banco Central?
07:27Não, porque quando o Banco Central, no gozo da sua autonomia,
07:31toma medidas do seu mandato, isso também não passa pelo governo.
07:37Então, é natural que seja assim.
07:39Agora, troca de informações, houve.
07:41Nós conversamos, eu e o Galipo, toda semana nós conversamos.
07:45Não é essa semana.
07:47Troca impressões.
07:49Então, é só qualificar o nível da conversa que houve com ele
07:54para evitar também que ele tenha que responder
07:56por uma coisa que é a atribuição da Fazenda
07:58e responsabilidade da Fazenda.
08:01Temos que evitar esse tipo de confusão.
08:03Não, não é que ninguém está protegendo ninguém.
08:11É o contrário.
08:12É um decreto de responsabilidade da Fazenda Nacional.
08:17Então, não vamos confundir as atribuições de cada um.
08:19Por gentileza, para que fique claro, porque para mim ficou um pouco nebuloso.
08:23Ontem, durante a coletiva, o senhor falou exatamente,
08:26tentando explicar um boato que teria chegado em relação a esse IOF,
08:31exatamente em relação a esses institutos do exterior.
08:33Não, não. O que me chegou por escrito
08:36era o IOF sobre dividendos, sobre remessa de dividendos.
08:41Para o exterior.
08:42Para o exterior.
08:43Isso nunca esteve em pauta.
08:46Certo. Então, em relação ao que foi reajustado agora?
08:49O que chegou...
08:50O que que estava...
08:51O que que...
08:52O que que...
08:53Então, a boataria ontem, ao longo da coletiva,
08:57era sobre JCP, dividendos e remessa de dividendos para o exterior.
09:03Não tinha nada a ver com investimento.
09:06Entendeu?
09:07Que foi o objeto dessa revisão.
09:09Ministro, bom dia.
09:09Guilherme Oliveira, da Bandeirantes.
09:12Dois pontos.
09:13Esse recuo foi muito voltado ao mercado financeiro.
09:16Uma medida voltada ao mercado financeiro.
09:18Eu queria que o senhor pudesse explicar
09:19quanto o governo vai deixar de arrecadar com esse recuo neste ano,
09:23com essa medida voltada ao mercado financeiro.
09:26E a outra parte, que é voltada mais para a grande massa, né?
09:29Que é a compra com cartão de crédito internacional,
09:33ou então a compra de moedas estrangeiras em espécie.
09:36Essas alíquotas, essas alíquotas permanecem, né?
09:38E a grande massa que será atingida.
09:40Não, não considero que é uma medida voltada para a grande massa,
09:48até porque o que foi, foi equalizadas as taxas.
09:52As taxas foram equalizadas,
09:54para que não houvesse brechas para fugir da legislação.
10:01Isso é que foi feito.
10:02Não tem nada a ver com grande massa, muito pelo contrário.
10:05Não, tanto é que o AF de crédito de pessoa física
10:10está completamente excluído da medida.
10:12E quanto o governo vai deixar de arrecadar esse ano?
10:15Deixa eu te responder completamente.
10:18Obrigado.
10:20Crédito de pessoa física está totalmente excluído da medida.
10:24Então, consignado, cheque especial, cartão de crédito,
10:29está tudo excluído da medida.
10:30Não tem nada que afete o CPF das pessoas.
10:34Você tem o cartão, né?
10:35O cartão de crédito não foi afetado.
10:37Comprei do exterior?
10:38Não.
10:39Não, foi equalizado, porque sempre foi...
10:42Mas subiu?
10:42Sempre...
10:43Não, sempre a alíquota sempre foi superior a 3%.
10:46Mas vinha numa queda, né, ministro?
10:49Vinha numa queda e agora vai voltar a subir, correto?
10:52Não teve uma queda.
10:54Nós estamos praticando um IOF menor do que o governo anterior.
10:58Pode checar.
10:59Na compra de moeda estrangeira em espécie também?
11:02Nós estamos praticando o IOF menor do que o do governo anterior.
11:06O que significa?
11:07Então, quando alguém da oposição falar disso, tem que perguntar quanto que eles cobravam
11:11e quanto que o atual governo está cobrando.
11:13É menor do que o governo anterior.
11:14Mas equalizar é a alíquota?
11:16A gente não termina.
11:17Porque havia brechas de escapar da...
11:21Essas brechas foram fechadas.
11:23Fechadas é a alíquota?
11:24Oi?
11:25Fechar significa que o alíquota é a alíquota?
11:26Porque você não vai permitir o abuso da forma.
11:30Você não vai permitir a sonegação.
11:33Então, não houve a meta nesse caso.
11:36Impedir a sonegação não é aumento.
11:38Mas houve um reajuste de 1% para 3,5% na compra do cartão internacional e a aquisição de...
11:44Não, a taxa é a mesma.
11:47A taxa é a mesma.
11:50Não houve alteração.
11:51É que, às vezes, as pessoas usavam expedientes que não estavam contemplados na legislação.
11:57Sobre o impacto, é um impacto muito baixo.
12:00Estou falando aqui que as medidas somadas são da ordem de 54 bilhões.
12:05Nós estamos falando de menos de 2 em relação ao que foi revisto hoje.
12:10E, em função de ser tão pouco diante do que foi anunciado, com a repercussão que teve
12:17em função dos subsídios que nós recebemos ontem, nós deixamos de não rever.
12:24Foi exatamente disso que se trata.
12:26Mas eu tenho uma dúvida, perdão.
12:28Dentro dessa revisão, vocês também anunciaram esse continente de gastos.
12:33Se essa revisão, de alguma forma, ela afeta o tempo de gastos?
12:37Se não vai afetar a encadação dentro da gente?
12:39Nesse patamar, pode sim.
12:41E nós podemos ter que...
12:43Fazer novas medidas no futuro para compensar isso?
12:46É, ou ampliar o contingenciamento, alguma coisa desse tipo.
12:50Podemos ter que fazer, ao longo da semana, um ajuste nessa faixa.
12:54E aí, por que vocês já têm alguma coisa em mente?
12:58Nós tomamos a decisão ontem 11 horas da noite.
13:00Eu virei noite redigindo o decreto para autorizar a publicação imediata.
13:05Você tem um tempo para escrever a sua matéria, eu tenho que ter um tempo para escrever a minha.
13:11O importante é que foi revisto e nós temos uma semana para divulgar o decreto de execução orçamentária.
13:19Esse recurso, ele significa um desalinhamento dentro do governo?
13:25Porque na comunicação de trazer isso primeiro anunciado, depois se volta atrás, como é que está sendo feita essa coisa?
13:31Não, nós já...
13:32É que nem sempre há um acompanhamento na minúcia.
13:36Mas muitas decisões do Conselho Monetário Nacional, por exemplo, de um ano para cá, foram revistas.
13:43Muitas.
13:44Se você conversar com o mercado imobiliário, com o agro,
13:49você vai ver que várias medidas que nós tomamos, sobre LCA, LCI, CRI, CRA,
13:56nós aprovamos determinadas medidas no Conselho Monetário Nacional
14:00e recebendo do mercado a repercussão, as consequências, o detalhe,
14:07nós fizemos alterações pontuais.
14:09Isso é a prática do Conselho Monetário Nacional
14:11e tende a ser assim com esse tipo de questão regulatória,
14:17que é a atribuição ou do Semenê ou da Fazenda.
14:19As questões regulatórias, elas nem passam pelo Congresso porque elas são de fácil correção.
14:26Então, muitas...
14:27Se você pegar, pedir para a Fazenda,
14:32nós podemos encaminhar para vocês várias decisões
14:36que foram corrigidas pontualmente ao longo dos meses,
14:39justamente no sentido de propiciar o melhor entendimento do que se espera.
14:46Ministro, ministro, só a questão da equalização que o senhor colocou,
14:50eu só tenho que entender melhor.
14:51O senhor está querendo dizer que o governo anterior reduziu demais a alíquota?
14:55Não, eu estou...
14:56Você colocou ele num patamar histórico?
14:58O governo anterior não reduziu a alíquota.
15:01Ele baixou um decreto para que nós reduzíssemos,
15:04mas ele cobrou o tempo todo alíquotas superiores às praticadas hoje.
15:08Se você comparar as alíquotas praticadas ao longo dos quatro anos do governo anterior,
15:14todas elas bem superiores às que são praticadas hoje.
15:18Então, se você fizer a comparação, você vai concluir que não é isso que está acontecendo.
15:23Ministro, os R$ 100 bilhões, eles estavam contemplados no relatório, no...
15:28Sim.
15:30Você estava contemplado.
15:31Sim.
15:32Está bom?
15:34Mais uma última pergunta que eu estou com bastante trabalho aqui.
15:37Sem problema.
15:38A revisão desse decreto, o senhor disse agora,
15:40que pode ter um impacto de algo em torno de menos de R$ 2 bilhões.
15:44Sim.
15:45Eu queria saber, essa revisão, o senhor está falando de 2025,
15:48e se chama de estimativa para 2026,
15:50que a arrecadação era praticamente o dobro, R$ 41 bilhões,
15:54que era estimativa.
15:55Tem esse número também para 2026?
15:57É, exatamente a mesma proporção.
15:59A mesma proporção.
15:59Sim.
16:00Pode ser algo em torno de 4 bilhões?
16:02Sim, exatamente.
16:03Está bom?
16:04O senhor, o que você achou da reação do mercado?
16:07Você acha que foi exagerada?
16:08Qual que é a sua opinião?
16:09Não, eu não considerei exagerado.
16:12Bastante diferente do que aconteceu em dezembro.
16:14Em dezembro teve aquela reação exagerada que depois acomodou, né?
16:18Depois que foram explicadas as medidas de novembro,
16:22tinha um grande preconceito contra o PL do Imposto de Renda,
16:26que isenta as pessoas que ganham até R$ 5 mil.
16:30Teve um grande balbúdio em torno da coisa,
16:32quando foi explicado, atenuou.
16:34Então, ali havia desinformação.
16:37Nesse caso, não.
16:39Não houve desinformação.
16:41Houve, ao contrário,
16:42houve uma reação informando corretamente as implicações
16:46por que ensejou a revisão.
16:49Se não tivesse a questão técnica, não seria revisto.
16:52Havia uma questão técnica a ser discutida.
16:56Eu repito, a Fazenda faz isso rotineiramente.
17:00O Conselho Monetário Nacional, a todo momento,
17:02está revendo normas regulatórias
17:04para melhorar o ambiente de negócio.
17:08Esses quatro instrumentos financeiros que nós temos,
17:14LCI, LCA, CRI, CRAW,
17:16semana passada passaram por uma revisão.
17:20E a todo momento nós estamos corrigindo
17:22e observando como é que o mercado se comporta
17:24para calibrar qual o objetivo que nós queremos.
17:30É o que está acontecendo hoje.
17:32Ocorre que, dada a repercussão,
17:35nós tivemos que ser rápidos na revisão
17:37porque, ao contrário das outras decisões que nós tomamos,
17:41nós tínhamos tempo para...
17:44um tempo maior para rever.
17:45Esse caso foi detectado.
17:47Essa questão técnica,
17:49a equipe técnica processou
17:51e julgou pertinente as objeções.
17:54Tá bom?
17:54Foi feita a revisão.
17:58Você quer estampar alguma coisa, né?
18:01Não passa a mensagem,
18:02e o mercado se estressa com isso,
18:05de que o ajuste sempre está sendo feito pela arrecadação?
18:09Você lançou a medida?
18:1030 contra 20 está sempre...
18:12Faz a conta.
18:1330 é maior que 20?
18:15O mercado reage a isso, né?
18:16Não, mas 30 é maior que 20 ou menor que 20?
18:19Maior.
18:19Maior.
18:20Então, não fala.
18:21Então, não é verdade.
18:21O recurso do governo não pode causar um novo ruído
18:24para o mercado financeiro de não cumprimento da meta fiscal?
18:29Não, porque, conforme eu estou te falando,
18:30dos 54 bilhões anunciados ontem,
18:33nós estamos falando de dois.
18:36É disso que nós estamos falando.
18:37Obrigado, gente.
18:38Tá bem?
18:38Obrigado, gente.
18:39Obrigado, gente.
18:44Tá aí, portanto, o ministro Fernando Haddad,
18:48o ministro da Fazenda,
18:49dizendo por que que houve esse recuo do governo,
18:52como ele chamou de correção de rota,
18:55e a gente conversa agora, né, Soraya,
18:57e você que nos acompanha,
18:58com os nossos comentaristas,
19:00desde Siocari e Cristiano Vilela.
19:02O ministro disse,
19:03não temos nenhum problema em corrigir rota
19:06desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido,
19:09que é reforçar o arcabouço fiscal,
19:11cumprir metas para a saúde financeira do Brasil.
19:15E aí, a impressão que dá
19:17é que isso estava suscitando especulações no mercado
19:21no que diz respeito a um controle do fluxo de transações,
19:26que é algo livre,
19:28claro, você tem que declarar,
19:30mas você não tem esse controle
19:31que aparentemente teríamos
19:32sem essa correção de rota.
19:36E o que me chama a atenção,
19:37Deise e Cristiano,
19:38é que o ministro teve que vir a público
19:40dizendo que efetivamente é uma parte menor
19:43do que ele foi anunciado.
19:44Claro que é.
19:46Mas, de novo,
19:47um problema de comunicação.
19:49Quando ele tem que vir de novo a público,
19:51é sinal que ele precisa deixar claro
19:52o que o governo estava fazendo.
19:54Isso não teria ficado claro no primeiro momento.
19:56Quer começar, Deise?
19:58Pode ser, Nonato.
19:59Então, tem alguns pontos aqui
20:01que eu destaquei nessa fala do ministro.
20:03E aí, o primeiro deles é que o ministro Fernando Haddad,
20:05ele tenta passar uma imagem
20:08de responsabilidade fiscal
20:10dizendo que o governo vai cumprir a meta
20:12e que não é hora de especular.
20:14Ele falou muito sobre isso.
20:16Só que, ao mesmo tempo,
20:17ele anunciou algumas medidas
20:18que aumentam justamente o IOF,
20:20que é o imposto que pesa direto
20:22no bolso de quem toma crédito
20:24e manda dinheiro para fora do país.
20:25Então, fica uma coisa meio contraditória.
20:27Ao mesmo tempo que, também,
20:30na fala dele,
20:31é contraditório ele falar
20:32que uma das menores alíquotas do mundo,
20:34que a gente tem uma das menores alíquotas do mundo,
20:37quando o próprio governo
20:38está subindo esse imposto em vários setores.
20:41E ele só recuou, numa boa parte,
20:44porque o mercado reagiu muito mal.
20:46Então, o Haddad também,
20:48a gente tem que entender um pouco
20:49que ele está num jogo muito difícil,
20:52porque ele tem que arrecadar mais,
20:54mas com um enorme desafio
20:56de não travar a economia.
20:57E aí, enquanto isso,
20:59o que a gente vê todo dia aqui no Brasil
21:01é uma carga maior para quem mais produz.
21:05Então, isso acaba pesando muito
21:06na economia brasileira.
21:08E o governo diz que ele quer mais diálogo
21:10com o setor produtivo.
21:11O Haddad fala sobre isso,
21:13só que ele aumenta o imposto
21:15sem combinar com ninguém.
21:16E aí, a conta não fecha nem no discurso.
21:18Vocês imaginem na prática.
21:20Um outro ponto que eu queria ressaltar aqui,
21:22também, foi que o Haddad falou
21:24que o Brasil tem uma das menores alíquotas de OEF,
21:30que a nossa alíquota de OEF, hoje,
21:33ela é mais baixa do que no governo anterior.
21:37Essa afirmação dele,
21:38ela é verdadeira em relação a algumas operações.
21:42Então, por exemplo,
21:43nas compras internacionais com cartão de crédito,
21:46a afirmação do Haddad é verdadeira.
21:47Agora, para outras operações,
21:49como crédito para empresas e remessas para o exterior,
21:52as alíquotas foram elevadas em relação ao período anterior.
21:56Então, hoje, essa afirmação do Haddad,
21:59ela não seria verdadeira.
22:00A alíquota, hoje,
22:02ela é muito maior do que no governo anterior.
22:04Então, a comparação do que ele falou,
22:06ela depende muito do tipo de operação financeira
22:10que a gente vai considerar.
22:11Então, eu tenho que fazer esse comparativo aí
22:14na fala do Haddad.
22:15Mas ele está num jogo muito difícil,
22:17ele está tentando passar essa imagem
22:18de responsabilidade fiscal,
22:20mas, por enquanto, só no discurso.
22:23Ele fala, inclusive,
22:24que não vê nenhum tipo de problema,
22:27esse recuo,
22:27que recuaram de forma até rapidamente.
22:32Mas, Vilela,
22:32ele falou também que tem conversado
22:35e que sempre conversa
22:36com o presidente do Banco Central,
22:37Gabriel Galípolo,
22:39o quanto uma possível conversa ontem mesmo
22:42e uma possível também avaliação de Galípolo
22:45foi ali de forma decisiva
22:48para que o governo tomasse essa decisão de recuarem?
22:53Talvez Galípolo possa ter sido um dos porta-vozes
22:57desses reclamos,
22:58especialmente vindo do mercado,
23:00de uma forma geral,
23:02que identificaram impropriedades no texto do decreto.
23:05Justamente no sentido de fazer com que esse aumento,
23:09com que essa cobrança a mais do IOF
23:12acabasse impactando em fundos multimercados
23:15que têm aplicações no Brasil e no exterior
23:17e outros instrumentos que se tornariam inviabilizados
23:20por conta desse aumento.
23:22Eu vejo que é positivo o governo rever sua posição
23:26com a rapidez necessária
23:28e, eventualmente, corrigir os rumos.
23:30Agora, o lado negativo é que, mais uma vez,
23:33nós temos, por parte do Ministério da Fazenda,
23:37a edição de uma medida
23:38que nos parece atabalhoada,
23:41sem necessariamente ouvir e dialogar
23:43de uma forma efetiva
23:45que obriga um determinado recuo,
23:47que obriga realmente uma situação conflituosa,
23:51ruídos que poderiam, eventualmente,
23:53podem ainda, os mercados estão abrindo agora,
23:55podem ainda acabar gerando alguns dessabores
23:59do ponto de vista do preço do dólar,
24:01do ponto de vista da Bolsa de Valores.
24:03Então, é algo que poderia ser evitado
24:06com maior cuidado por parte da equipe econômica do governo.