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Conheça a história de milhares de filhos que os militares portugueses tiveram de mulheres africanas durante a Guerra Colonial em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Transcrição
00:00O meu pai disse a ela que já está na hora de voltar, porque a guerra já terminou.
00:21Não tem que abandonar a casa para não sair.
00:25E não tem que purificar que o filho do grão está na casa.
00:28Ela disse que minha avó dizia que ela não pode ficar com um filho do grão de Tuga na casa dela.
00:39Ela não sabia como que minha mãe deve fazer, mas na casa dela não vai ficar com a gravidez do grão de Tuga.
00:52Ela disse que quando ela disse que é ela, mas não tem muito atenção.
00:56Ela disse que ela não viu.
00:57Ela disse que ele não viu.
00:59Ela disse que ele não viu.
01:11Oi?
01:12Onde está você queira?
01:13A pesca ver?
01:14As boas de pescares?
01:15O pai vai fazer uma calpintaria.
01:18Não, não vai entrar. Não vai entrar.
01:21Não vai entrar. Não vai entrar.
01:23Linha para a minha casa.
01:33Estou com a Erika.
01:35Vamos buscar.
01:37Quem vai buscar?
01:39Vamos buscar.
01:41Vamos buscar.
01:43Vamos buscar.
01:45Vamos была.
01:47Vamos buscar.
01:50Vamos buscar.
01:53A gente me !
02:07Vamos buscar!
02:09Vamos buscar.
02:13Olhe para mim.
02:39Eu imagino que o meu pai é parecido a ele.
02:43O que a gente me disse, os que eu conheço, é parecida a ele.
02:48Deve ser um homem bonito.
02:51Porque eu não sou feia, o meu pai deve ser um homem bonito.
02:59A minha mãe disse que é um homem baixinho, bonito, que ela disse, mas eu não conheço ela.
03:13A minha mãe não consegue me dar mais ou menos uma história concreta.
03:19E um senhor me disse um dia que era amigo do meu pai.
03:27Não, o pai dele era amigo do meu pai.
03:30Fui até o norte, fui até lá, encontrei o senhor.
03:39Ele disse que tinha um documento, um livro, que tinha um número até do meu pai e um nome completo.
03:50Mas a casa dele queimou.
03:53Não encontrei o resultado também lá.
03:56Ele sempre disse que o meu pai chamava Emmanuel, João Emmanuel da Cruz.
04:03Ele disse que era um comandante e tinha um jibo.
04:07Do resto, não sei nada do meu pai, nada, não sei.
04:13Até agora, estou a perguntar.
04:15O meu pai era um grande futebolista.
04:45Quando eu era pequenino, eu jogava também bola, como se fosse o meu pai.
05:03Vieram cá na Guiné-Bissau em 1962.
05:08É do companhia 237 caçadores.
05:12Aquele companhia foi chefiado pelo Capitão Curto.
05:17Depois do morto do Capitão Curto, e vem outro tenente-coronel, Carlos Barroso Hipólito,
05:25que foi substituído por 599.
05:27Porque sempre eu gostava do companhia caçadores do meu pai.
05:36É por isso que eu fiz isso.
05:38Escorpião.
05:40Companhia do meu pai, Escorpião.
05:42Companhia do meu pai, daher é um prazer, o meu pai.
05:58Um combateu é o pai do atual Charbelo, um cantor, ele é luso guinense, seu pai se chama Pinto,
06:25era na Canchungo, o Tichere Pinto, fui procurar ele, olhou o Pinto, sim, quer que me ajude a encontrar o meu pai, quem é o teu pai, o seu nome é Furiel, o Pinto ficava sem a risca de mim, me disse, ô Fernando, sabe de quem é Furiel? Não, é o nome do meu pai, não, Furiel não é nome, ele me disse primeiro isso, era nos anos 83, 74, olha Fernando, Furiel não é nome, é um posto,
06:54Não, mas minha mãe me disse que o meu pai é Furiel, disse não, atualmente se enganou, Furiel não é nome do meu pai, é lá que saiu isso, Furiel não é nome do meu pai.
07:09Só sei que ele estava na farina, no quartel de Nema, antigamente era chamado quartel de cima, era o Alferez Almeida, o nome completo eu não tenho,
07:29Um amigo dele me deu o número de companhia e o número de batalhão, só isso, mas o nome dele completo eu não tenho, a minha madrasta aqui tinha o nome completo, mas a casa dela queimou, era a casa de palha, todos aqueles envelopes, documentos, tudo queimou, mas eu praticamente não tenho nada, nada não tenho.
07:50A minha avó não queria que eu nascesse,
08:19Porque eu sou branca, sou filha de Tuga, quando vieram os visitantes, os parentes da minha avó, para a casa da minha avó, a minha avó me levava e me escondia debaixo da cama.
08:34Se aquele hóspede vai ficar até a tarde, eu vou ficar até a tarde debaixo da cama, eles vão me levar comida debaixo da cama, eles vão me levar água debaixo da cama,
08:43Para que eu não saísse, porque eles ficavam envergonhadas de ter uma criança que não é da mesma cor de pele com elas, porque sou branca.
08:54A minha avó é negra, a minha mãe também é negra, chamavam-nos de Tuga, restos dos Tugas, os vossos pais vieram aqui, mataram os africanos,
09:06depois voltaram para o país e eles ficaram, vocês são restos, vocês não valem nada, sofremos bastante.
09:13A minha infância foi triste, foi triste por causa dos maltratos que eu recebi no mão familiar da minha mãe, principalmente o tio,
09:33que é primo da minha mãe, que me tratava muito mal, muito, muito mal, por tanta maldade que ele me fez, puxar-me no cabelo, costuma dar-me na cara, e nem comida.
09:54Ela disse, ela disse, ela me disse outra vez, num dia, quando eu tinha 14 anos, não posso esquecer isso, disse,
10:05o branco, aqui em Diné tem que alimentar de arroz branco, porque na Portugal os brancos abusam dos pretos.
10:17Tu não vais atrás do teu pai? O que é que tu vai fazer aqui? O que é que estás a fazer aqui?
10:28Tu não tem cor parecida com ninguém aqui.
10:35Aquele meu padrasto estava a discutir com o seu colega, e o colega dele me insultou,
10:41senão nunca me vi, quem sou eu?
10:43Eu disse que sou diferente desses, mas tenho pé, tenho mão e tudo.
10:48Tu és filho de tudo, tu és branco.
10:50Então, fui para a casa de banho, que eu disse, para tomar banho, despi, e tem aquele espelho assim,
10:56eu vi realmente que eu sou do cor, muito mais claro do que os outros.
10:59Eu vou lá.
11:12Eu vou lá.
11:14Eu vou lá.
11:14Eu vou lá.
11:17Mãe, eu sempre pensava que eu sou o único caso dos portugueses, ainda que nem.
11:40Compreendi que estamos no silêncio, os filhos estavam no silêncio, por ser que não
11:48se sabem ou não têm bagagem para reclamar, então é por isso que em 2014 fundei a associação.
11:57Um caderno que eu tenho, um bloco que eu tenho para passar toda a história de com quem falei,
12:06filho de Tuga com quem falei, ponho a data, filho de Tuga, o nome, o nome da mãe, o nome
12:14do pai se me der, se tem, se não tiver também pecunia e a história dele abaixo.
12:24Quando eu estiver vivo também, vou procurar, sou um exameleante a mim na Guiné, que são
12:31filhos de militares, porque não temos uma solidariedade entre nós, somos irmãos, irmãos
12:38filhos de Portugal, então isso vai continuar.
12:41Até o dia, mesmo tomando a nacionalidade, tenho que saber quem é o meu pai, porque cada filho
12:49tem pai e mãe, conheço a minha mãe, tenho que conhecer o meu pai.
13:07Tenho um amigo lá em Lisboa, eu disse que é ir procurar do meu pai, para se encontrar,
13:14para dizer que o primeiro filho dele está cá em Guiné, eu sinto o meu orgulho, é para
13:23que o meu pai me prefilha como sendo filho, não é para substituir ou herdar os bens
13:31que ele tem, não.
13:33Eu já sou um homem, naquela época eu tinha 42, 43 anos.
13:39Eu estou a trabalhar desde 1986 aqui no Ministério da Justiça.
13:45Então, daí, o meu amigo disse que é difícil.
13:49O meu pai nem quer encontrar com aquele meu amigo para falar.
13:55Sempre ele marcava, marcava o tempo que eles podem encontrar, até o fim da morte do meu pai.
14:02Eu quero saber, eu quero ver o meu pai. Mesmo que ele já está velho, não consigo andar, nem movimentar.
14:27Eu quero saber quem é o meu pai, quero ver o meu pai, se é possível.
14:34Eu quero, todos os dias, pedir ao Senhor, comigo, dar a força para ver quem é o meu pai.
14:45Agora, minha mãe, ela quer mãe, ela quer pai. Ela quer mãe, ela quer pai, ela quer minha amiga.
15:03Mas, quero, quero. Estou com falta.
15:08Pelo menos um dia. Pelo menos um dia. Mesmo que não via mais.
15:13Quero ver quem é o meu pai.
15:16O meu pai não pode somente voltar para Portugal e nunca mais sabe de nós.
15:29Acabei de saber também que os outros, muitos outros têm até nome do pai deles, mas o pai nunca voltou.
15:36Tem uma irmã, chamam de irmã da associação, os membros da associação chamam de irmãos e irmãs, Ivete Souza.
15:45O seu pai se chama Hilário. Até o teu pai estava lá o dia que eu estava a ser batizada.
15:52Uma semana depois, ganhou o barco e voltou para Portugal. Até hoje, aquele Hilário nunca voltou.
15:58Quando eu nasci, o meu pai não dormia mais no quartel, dormia com a minha mãe em casa.
16:12Ele me dava banho, fazia tudo para mim.
16:15Ele disse para minha mãe para me deixar, para ele levar e depois ele me mandava buscar a minha mãe.
16:21Mas, sabe como é? Porque o pai da minha mãe é que não deixou a minha mãe para o meu pai levar.
16:27Ele disse que não. Ele dizia assim, se tu deixares esse homem, o branco, levar a filha, mesmo que eu morrer, tu não vais pisar no meu funerário.
16:38E a minha mãe sentia medo, por isso que o meu pai não me levou.
16:42Ele disse que no primeiro mês que o meu pai voltou para Portugal, no fim do mês ele enviou joias,
17:04ou bijutarias, assim, mais platarias de comida, fralda.
17:11E foi levantado no correio.
17:14O meu pai mandava dinheiro para mim, mandava carta, mas a minha avó, ela não sabe ler.
17:22Quando a carta chegava na mão dela, ela toma a carta e queima.
17:26Nem sequer queira abrir para saber o que está dentro da envelope.
17:30Porque ele não quer, eu não quero que eu entre em contato,
17:34ele não quer que eu tenha nenhum contato com o meu pai.
17:38Canto tempo que nós vamos procurar.
17:41E dividir de ouvir.
17:43Para isso, meu pai, esse filho pode começar a separe.
17:45Você tem a canto neto aqui, né?
17:48Não quer saber dele, ele quer saber de nós.
17:51Não está tendo dúvida na minha cabeça.
17:54Não sei, não sei qual é a relação do meu pai com a minha mãe.
18:01Porque era atrás de mim, eu não tinha nascido.
18:03E a minha mãe não tem aquele tempo para me explicar.
18:06E nem sequer tinha a ousadia de perguntar como é que foi a relação do pai e dela.
18:15Uns gostaram, os outros só aproveitaram a estadia que estiveram aqui para não ficar sem uma mulher.
18:22Alguns aproveitaram, mas os outros tinham sentimentos.
18:25Como o meu pai, como a minha mãe explicava.
18:28Eu sentia que o meu pai tinha algo para a minha mãe.
18:31Ele gostaria muito.
18:33É obrigada ou não?
18:34É obrigada ou não?
18:35Não.
18:36É só o que é preto, Panyaraiba.
18:38É só procura.
18:39Branco, tem a arma.
18:41Guerreiro preto.
18:42Guerreiro preto.
18:43Logo, se vai ajudar, vai para Branco.
18:46Aquilo é só que nervo com ele.
18:48Não.
18:49Ele disse que os africanos não gostavam de as mulheres de empada envolvendo português.
19:00Porque os portugueses tinham arma na mão para guerrear com eles.
19:06É isso que eles não gostavam.
19:09Nenhum filho de empada tratava com português.
19:16Isso foi um filho de empada de patria sexual.
19:22Os portugues são pobres.
19:24Os portugues são pobres que saíram.
19:26Os portugues são pobres.
19:28Os portugues são pobres.
19:30Os porreves são pobres, as crianças são pobres que saíram.
19:33Tempo porque as mãos.
19:35Com licença!
19:36Livest nobody faz.
19:38Ainda não comprevemos o dinheiro, a família tem mais os outros.
19:44No tempo de coisa é tão difícil, é por isso que elas iam ao quartel lavar a roupa.
19:55Depois, quando eles ganhavam um dinheirinho, ia comprar arroz para comer em casa com a família.
20:14Minha parte ganhou para a roupa.
20:20A altura sem tudo.
20:22Ela disse que o meu pai era da mesma altura.
20:27Mesmo?
20:28É baixinho.
20:29Cara agora.
20:30Sim.
20:31Ou de tudo.
20:32Ela disse que o meu pai era lindo.
20:39Algumas chamavam o nome das nossas mães e a gente não sentia bem.
20:50Não sentia bem.
20:52Porque diziam, ah, as nossas mães tregaram para os Tugas e foram embora.
20:56Só de lavar a roupa e tornaram mulheres de Tugas.
21:01Ofreciam para os brancos.
21:03Era muito mal.
21:05Ninguém queria esse nome.
21:07Mas como é que podemos fazer?
21:09Não podemos evitar nada.
21:12Ela disse que o meu...
21:18Ela que é culpada.
21:22Ela disse, a minha mãe disse que ela que é culpada de tudo que eu passei.
21:29Porque ela não sei de onde que o João saiu.
21:35E ela ter um filho com o João que não sabia de onde.
21:41Ela disse,
21:43que ela deve ser capaz de ver.
21:44A parte 2.
21:45A parte 2.
21:47Seja feita kinda com a sua mãe.
21:49A parte 3.
21:54Antigamente era Ticherepinto, agora é Kanchungo, cidade de Tintinassila.
22:16O meu pai saiu do quartel assim, com o jipe, até a casa, a casa está mais perto daqui, porque a minha mãe me dizia que o pai vinha e dava até carne no quartel, peixes, leite.
22:31É na terceira horária, sim, é ali.
22:44Estou aqui, Kanchungo.
22:47Estou aqui.
22:48Já me quero comer, não?
22:49Não está longe.
22:50Pedro!
22:51Damos.
22:52A minha família está a almoçar.
22:54Este é o meu neto.
22:55Ele é mesmo.
22:56Essa é a estatua, a estatua onde estava Ticherepinto.
23:01Onde estava Ticherepinto, essa estátua onde estava Ticherepinto.
23:04Onde estava Ticherepinto, essa estátua onde estava Ticherepinto.
23:23Pararam cordas, grandes puxaram até chegar ao chão, e nós crianças estávamos atrás a bater, eu também estava lá.
23:29Engraçado assim, eu não sabia, para mim era preto como toda a gente.
23:34Então batia também, batia também, batia mesmo, até a cantar, abaixo os portugueses.
23:40Vão para você ter os portugueses.
23:43É, era natural.
23:47Hoje me sinto culpado porque eu sou português, acabei de saber quem é português.
23:51Mas naquele tempo eu era Ticherepinto, como todos os Ticherepintos.
23:55Depois de ganhar a guerra, temos que derrubar tudo o que é português.
24:00Voltou tudo, meio dos carros militares, as camas dos militares, todas voltaram.
24:05Tem que voltar, tem que voltar tudo, tem que bater mesmo, para que eles podem voltar.
24:09Ticha que é, na terra terra, гораздо real.
24:11Tio!
24:12Tio!
24:13Mais!
24:14Tio!
24:15Tio!
24:17Tio!
24:18Tio!
24:19Tio!
24:20Tio!
24:22Tio!
24:23Tio!
24:24Tio!
24:26Tio!
24:27Tio!
24:28Tio!
24:29Tio!
24:30Tio!
24:32Tio!
24:33Tio!
24:34Tio!
24:35Quando éramos crianças, cantávamos essa música e algumas até apontavam o dedo,
25:03vocês é que são tugacinhos, tu és tugacinhos e estás a cantar,
25:08você nos chamava de Barata Branca, Barata Branca, tugacinho,
25:13o que a gente podia fazer? Somos bem tugacinhos.
25:19Quando eu passava à frente, as minhas colegas, elas diziam,
25:23grilha na terra, tugacinho na nuve.
25:28Elas costumam cantar isso.
25:29Tugacinho na nuve, eu devo ir na nuve para o país do meu pai.
25:41Tugacinho na nuve, nuve, avião na nuve para ir para Portugal.
25:47Onde está o meu pai? Não sei se é de Portugal.
25:50Tugacinho na nuve, ele está o peido.
26:00Muito famoso!
26:03Tugacinho na nuve, brilha na terra, tugacinho na nuve,
26:09brilha na terra, tugacinho na nuve.
26:12Música
26:42Viva!
27:12Eu sou responsável do arquivo do Ministério da Justiça.
27:40Essas aí, mais essas aí, são pastas de arquivos, onde nós punhámos processos de arquivo,
27:52de bilhete de identidade.
27:56São processos longos, do ano de 1988.
28:04Nós temos várias pastas.
28:09Há pastas da época colonial, há pastas depois da independência, em 1974.
28:16São essas pastas, do arquivo colonial.
28:31São modelos de certidão de nascimento de Guiné portuguesa, passando a chamar de Guiné ultramarina.
28:46Está bom?
29:00Alô?
29:02Eu esperava um dia que eu vou ser também português completo, de nacionalidade português.
29:11Se Deus quiser, já haverá a possibilidade.
29:14Porque eu sempre preciso ser português, porque o meu pai é português.
29:18Meu sangue, minha origem, tudo é cidadão português.
29:23Eu era registrada com o apelido da minha avó, que era Maria Odete Cabral.
29:40Mas quando eu cresci, tenho 10, 12 anos.
29:44Não, eu reivindiquei.
29:46Chamei a minha avó.
29:47Perguntei para ela, por que eu tenho esse apelido?
29:52Esse apelido é seu.
29:54Eu não quero ter esse apelido.
29:57Fui eu que fui registrar a minha própria cabeça.
30:00Com o apelido do meu pai.
30:03Não foi fácil, mas consegui.
30:05Porque eu chorei muito no Comitê de Estado.
30:08A senhora que estava na corretora perguntou por quê.
30:12Eu disse que não, eu não posso continuar com esse apelido.
30:15Porque esse apelido não é meu.
30:16Eu quero ter o apelido do meu pai.
30:18Mesmo não conhecendo o meu pai, quero ter o apelido do meu pai.
30:23A minha identidade é só o nome da minha mãe.
30:28Porque o meu tio queria pôr o apelido da minha mãe e o nome dele.
30:34Eu não.
30:35Eu disse que não, o campo vai ficar assim.
30:41O lugar do nome do meu pai, fiquei espaço vazio.
30:46É só da minha mãe.
30:48Posso tirar o lenço.
30:51Isso me faz sentir que sim, eu sou filho de Tuga.
30:58Isso me faz sentir que sim, eu sou filho de Tuga.
31:12Isso ardei do meu pai.
31:14Porque a minha mãe não tem esse cabelo.
31:17Não tem essa pele.
31:18Não tem essa cor.
31:20Não tem essa pele, né?
31:21Não é só de ficar.
31:22Bem, sim.
31:23Isso é um pecado.
31:24Vamos descansar ainda aos uns com os olhos ou escalamuals.
31:27A CIDADE NO BRASIL
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32:27A CIDADE NO BRASIL
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33:01A CIDADE NO BRASIL
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33:35A CIDADE NO BRASIL
33:37A CIDADE NO BRASIL
33:39A CIDADE NO BRASIL
33:41A CIDADE NO BRASIL
33:43Vamos lá, vamos lá.
34:13Vamos lá, vamos lá.
34:43Vamos lá, vamos lá.
35:13Vamos lá, vamos lá.
35:43Vamos lá.
36:13Vamos lá, vamos lá.
36:43Vamos lá, vamos lá.
37:13Vamos lá.
37:43Vamos lá, vamos lá.
38:13Quem vier, vamos às 8h30.
38:18Encontro às 8h30 para que possamos tomar rumo para o cimeteiro.
38:23Ouviram, irmãos?
38:25Ouviram?
38:27Vamos lá, vamos lá.
38:28Vamos lá.
38:29Vamos lá, vamos lá.
38:31Vamos lá, vamos lá.
38:33Vamos lá, vamos lá.
38:35Vamos lá, vamos lá.
38:37Vamos lá, vamos lá, vamos lá.
38:39Vamos lá, vamos lá.
38:41Vamos lá, vamos lá.
38:42Vamos lá.
38:43Vamos lá.
38:45Vamos lá, vamos lá.
38:47Vamos lá.
38:48Vamos lá.
38:49Vamos lá.
38:50Música
39:19Eu sei que meu pai é português, através da história.
39:25Um homem sem conhecer a vida total da sua vida, não consegue explicar o que é de si mesmo.
39:35Música
39:37Tenho um dor no peito, só meu pai que pode me enterrar disso.
39:52Um abraço de meu pai, tudo podia passar.
39:57A dor que eu tenho.
39:58Música
40:10Música
40:22Música
40:34Música
40:46Música
40:50Estamos olhando hoje aqui no cemitério municipal de Guição.
41:09É para trazer coroa, para mostrar aos combatentes que somos entre eles.
41:16Se os nossos pais realmente são mortos, se estiverem aqui ou na Portugal, essa coroa vai para eles.
41:22E o que eu quero é sempre, cada ano, eu estiver ou não, quem dirige o grupo para trazer as coroas.
41:29Vai continuar até o dia em que conseguimos o que estamos na busca.
41:32Queremos para que o governo português nos reconheçam como filho do Tuga.
41:37Música
41:37Música
41:38Música
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43:51Música
43:53Música
43:55Sou filho de Tuga, filho do ex-militar português, estava aqui na Vila, tempo colonial.
44:02Então fomos nascidos até agora, estamos à procura dos nossos pais.
44:07O senhor me conhece e estava cá para apresentar o resto da família. Somos muitos.
44:13Todos nós temos conhecimento que há filhos dos antigos combatentes.
44:16Infelizmente, à época, mesmo muitos desses antigos combatentes não puderam tomar a nacionalidade portuguesa
44:23por impossibilidade de viajarem para Portugal.
44:25No entanto, há direitos que acho que é o governo português, o Estado de Portugal, que deveria tomar a intenção, que deveria dar o apoio.
44:37Alguns sabem, outros não sabem, eventualmente.
44:41Alguns sabem, outros não sabem.
44:53Sim.
44:54Não somos filhos dos portugueses.
45:00Nós queremos ver os nossos pais.
45:04Porque todos os filhos têm necessidade de ver o pai.
45:09Porque o filho não pode ficar sem o pai.
45:12Eu sou filha, um, troca português.
45:17Meu pai é capitão.
45:19Chama-o, capitão Almeida.
45:22O nome dele é Joaquim da Almeida.
45:24Meu nome é Anabela Joaquim da Almeida.
45:29Então, eu preciso saber quem é o meu pai.
45:33Tenho orgulho de saber quem é o meu pai.
45:36Se eu quero o meu pai, é ver o meu pai.
45:41Vai ficar muito contente e alegre, saudável.
45:46Porque o pai que tens, filho.
45:50Sim.
45:51O pai que tens, filho.
45:53Agora, nós vemos aí para comemorar todos.
45:58A gente que me deu.
46:00A gente que mora também e nossos pais.
46:04De português, todos nossos pais.
46:06Não, não, não, não.
46:12Muito obrigado.
46:18Muito obrigado.
46:19Obrigado, senhor.
46:20Não sei como é que eu tenho.
46:23Não, não.
46:23Não, não, não.
46:24Não, não, não.
46:25Não sei como é que eu estou lá em cima.
46:27Sim, sim, não é só.
46:27Pois posso dar-lhe apoio no pagamento,
46:29mas me perfeito.
46:30Sim.
46:31Na Embaixada do Senhor,
46:32para ver o encaminhamento possível.
46:34Sim.
46:34Para dar-lhe apoio.
46:36Depois, possível.
46:37Tá bom?
46:38Para o encaminhamento.
46:39Tá bom?
46:41Venho também.
46:42Obrigado.
46:57Venho cá muitas vezes, muitas vezes,
47:02a busca do nome do meu pai aqui.
47:06Não está nenhum apliro da cruz aqui.
47:30Eu acredito que vou conhecer o meu pai.
47:50Vai chegar o dia que o meu pai vai me abraçar.
47:53Pássico, o dia vai chegar.
47:57O dia vai chegar.
47:57Então, eu vou conhecer o seu nome do meu pai.
48:01O dia vai chegar até o dia.
48:10O dia vai chegar até o dia.
48:13O dia vai chegar até o dia,
48:27Não há nenhum nome.
48:57Não há nenhum nome.
49:27Não há nenhum nome.

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