- ontem
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, disse nesta sexta-feira, 19, que “há uma certa lenda de que há insegurança jurídica no Brasil”. O ministro do Supremo deu a declaração durante evento do Lide na Suíça.
“Eu acho que há uma certa lenda de que há insegurança jurídica no Brasil. Em matéria de estabilidade das relações e de não retroatividade das leis, eu não veria, num sentido amplo, um problema relevante no Brasil, e acho que o Supremo e o Judiciário procuram assegurar essa dimensão de segurança jurídica”, afirmou o magistrado.
Em novembro de 2023, Barroso já havia dito que o ativismo judicial no país também é uma lenda.
Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentaram as declarações e resgataram outras falas do ministro no Papo Antagonista
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“Eu acho que há uma certa lenda de que há insegurança jurídica no Brasil. Em matéria de estabilidade das relações e de não retroatividade das leis, eu não veria, num sentido amplo, um problema relevante no Brasil, e acho que o Supremo e o Judiciário procuram assegurar essa dimensão de segurança jurídica”, afirmou o magistrado.
Em novembro de 2023, Barroso já havia dito que o ativismo judicial no país também é uma lenda.
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NotíciasTranscrição
00:00Então vamos falar do fantástico mundo do Barroso, presidente do STF Luiz Roberto Barroso disse nessa sexta-feira que há uma certa lenda de que há insegurança jurídica no Brasil, como é que pode né, é um nível de descaramento, olha eu já repito o que sempre falo nesse programa,
00:21concordei diversas vezes com posições do Barroso, contra Gilmar Mendes, contra Ricardo Lewandowski, a favor de que os políticos e empresários envolvidos em escândalos de suborno não fossem aliviados, não ficassem impunes em razão de manobras processuais.
00:41Agora, o Barroso com esse tom corporativista que ele adotou como presidente da corte, está já avançando na negação da realidade, no negacionismo, a insegurança jurídica é um problema crônico no Brasil e no Supremo Tribunal Federal.
00:59Eu estava falando aqui de impunidade, por exemplo, a prisão após condenação em segunda instância, houve quatro vezes o debate a respeito disso no Supremo, mudou em 2016 por um lado, para aprovar a prisão após condenação em segunda instância,
01:15o Lula foi para a cadeia, mudou de volta em 2019, para derrubar a prisão após condenação em segunda instância e ele e o José Dirceu saírem da cadeia, o Dirceu eles já tinham tirado antes de mudar a jurisprudência,
01:29quer dizer, mostra que não tem segurança jurídica alguma, estava valendo a prisão em segunda instância, foram lá na segunda turma, os membros do trio Libertador, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli,
01:42e soltaram o Dirceu, ele estava condenado com toda razão, e aí o Lewandowski, eu me lembro das análises que eu fiz naquela ocasião, ele estava querendo uma fundamentação para aquela prisão específica,
01:55como se a prisão após condenação em segunda instância, que estava autorizada pelo próprio STF, demandasse pré-requisitos de prisão preventiva, que é aquela prisão na fase de investigação,
02:06quer dizer, o sujeito estava preso por causa do crime cometido, por causa do crime de corrupção, do crime de lavagem de dinheiro,
02:15e aí eles criaram uma manobra, não, não, mas tem que fundamentar, tem que dizer por que que nesse momento, então não tinha que dizer, eles tinham aprovado,
02:24só que esses ministros eram contra e o Gilmar, que antes era a favor, passou a ser contra depois que a Lava Jato atingiu o estucano.
02:31Então assim, estou citando um exemplo, entre tantos, você falar que é uma lenda que há insegurança jurídica no Brasil,
02:43portanto que não há insegurança jurídica no Brasil, não é muito diferente do, obviamente, não estou falando em termos de consequências vitais, etc.,
02:53mas do nível de negacionismo, daquele negacionismo da pandemia, a que a gente assistiu, ou do negacionismo do Petrolão,
03:01que é protagonizado aí pelo Lula, com todos os petistas e os seus porta-vozes na imprensa.
03:09Então, esse é o novo Barroso, né, que assim, não é muito novo, mas que está colocando as asinhas de fora, os dentes, etc.
03:18O ministro do Supremo deu a declaração durante o evento do LIDE na Suíça, abre o aspas,
03:23eu acho que há uma certa lenda de que há insegurança jurídica no Brasil,
03:26em matéria de estabilidade das relações e de não retroatividade das leis,
03:30eu não veria, num sentido amplo, um problema relevante no Brasil,
03:34e acho que o Supremo e o Judiciário procuram assegurar essa dimensão de segurança jurídica.
03:40Fecho o aspas, quer dizer, a declaração ainda é pior, né,
03:42eu antecipei aqui porque eu não me segurei para fazer uma análise baseada em um exemplo,
03:48mas ele vai lá e fala que o Supremo procura assegurar essa dimensão de segurança.
03:55O Supremo tem mudado a jurisprudência conforme a ocasião, e sabe quem apontou isso?
04:02Vocês se lembram quem apontou isso?
04:04Chama-se Luiz Roberto Barroso.
04:06Ele apontou isso nos seus embates com Gilmar Mendes,
04:10e ele apontou isso de texto escrito que ele leu durante o seu voto,
04:17no caso da suspeição do Sérgio Moro,
04:20que foi quando ele denunciou a vingança do sistema.
04:26Vamos resgatar a produção?
04:27Eu posso mandar aqui no zap, se facilitar,
04:29mas vocês encontram aí o discurso do Barroso sobre a vingança do sistema,
04:33porque um dos tópicos era exatamente sobre a mudança de jurisprudência.
04:40Quer dizer, o Barroso está desmentindo o Barroso,
04:45ele está contradizendo o Barroso,
04:48não está desmentindo para falar que é o melhor português possível,
04:54porque aquele Barroso de antes estava correto,
04:56estava de acordo com a realidade,
04:58era isso mesmo que estava acontecendo.
05:00E esse aí está fingindo que nós entramos aqui
05:06num país de primeiro mundo,
05:09onde tudo é feito da maneira certinha,
05:13onde não tem jurisprudência de ocasião.
05:15E para o Barroso,
05:16há três áreas em que nós temos relevante insegurança jurídica,
05:20tributária, de saúde e trabalhista.
05:23Cadê a área criminal aí nessa lista?
05:26Quer dizer, ele apontou, portanto, três exceções.
05:30Que não seriam aquelas em que o Supremo Tribunal Federal
05:33atua, vamos dizer, com maior frequência.
05:38Abro aspas aí.
05:39Cerca de cinco milhões de reclamações trabalhistas
05:41é um número estratosférico que dificulta o ambiente de negócios.
05:46Fecha aspas.
05:47No entanto, o presidente do STF esqueceu de mencionar
05:50o desmonte da Lava Jato,
05:53maior operação anticorrupção da história do país,
05:55por meio das decisões do Supremo.
05:58Em novembro de 2023,
06:00o próprio Barroso havia dito
06:02que o ativismo judicial no país
06:04também é uma lenda.
06:08É uma tentativa de disfarçar o próprio ativismo.
06:11Eu estava falando disso aqui outro dia.
06:13O Barroso sempre foi um ativista
06:15no sentido de você driblar o poder legislativo
06:19para alterar as regras sobre drogas e aborto.
06:24Ele queria que isso fosse feito
06:27por meio do Supremo Tribunal Federal
06:29e continua tentando empurrar.
06:30Essa semana eu estava falando de organizar evento
06:32no Conselho Nacional de Justiça.
06:34Eu falei nesse programa.
06:35Barroso, se candidate,
06:37candidate-se a deputado federal, a senador.
06:40E aí você vai, com toda a legitimidade,
06:45apresentar o seu ponto de vista nos bastidores,
06:48propor um projeto de lei,
06:50uma proposta de emenda à Constituição,
06:52para tentar emplacar a regra
06:56como o senhor acha que deveria ser.
06:59Agora, assim, está tudo errado.
07:01Greb?
07:04Está tudo errado, Felipe.
07:06Como você bem disse,
07:08a insegurança jurídica
07:12é um dos componentes do famoso custo Brasil,
07:16que é aquele custo extra
07:19que as empresas calculam
07:22cada vez que pensam em fazer um investimento no Brasil,
07:26em abrir uma empresa aqui,
07:28uma filial, uma subsidiária aqui,
07:32elas pensam,
07:33bom, além dos custos normais,
07:37têm aquelas características do Brasil
07:40que acabam impactando o meu negócio.
07:44Toda a maluquice tributária,
07:48toda, enfim,
07:51a burocracia que existe no país,
07:54e sim,
07:56insegurança jurídica
07:59da qual o próprio Supremo participa,
08:02com a qual o próprio Supremo contribui.
08:08Vamos lembrar o caso, assim,
08:09virou o caso clássico,
08:12clássico,
08:14de destruição da segurança jurídica,
08:20por meio de uma decisão do Supremo,
08:22aconteceu no começo,
08:25na verdade, quase meados do ano passado,
08:27quando o Supremo decidiu
08:30que a coisa julgada
08:32podia deixar de valer
08:35em questões tributárias
08:38se o Supremo mudasse o seu entendimento
08:41sobre recolhimento de tributos.
08:44Isso deu uma bafafá,
08:46porque coisa julgada,
08:48qualquer moleque
08:51que está estudando para entrar na faculdade de Direito,
08:55você não precisa nem ter chegado lá já,
08:58sabe que coisa julgada
08:59é uma daquelas,
09:01é realmente uma das coisas sagradas
09:06de qualquer sistema jurídico.
09:10Se o negócio transitou em julgado,
09:13se a decisão não é mais sujeita
09:16a nenhum recurso,
09:18você não pode mais mexer naquilo.
09:22Agora, o que o Supremo disse no ano passado?
09:23Tinha gente com decisão jurídica
09:29de 10 anos atrás,
09:31já transitada em julgado,
09:33não podia em tese mais ser mexida,
09:35falou, não, pode sim.
09:37Se a gente achar que pode, pode.
09:40Meu Deus,
09:42um Supremo Tribunal Federal
09:43que diz
09:44que aquilo que é sinônimo
09:46de imutabilidade
09:48imutabilidade
09:49no direito,
09:52pode sim ser modificado.
09:57O que mais você vai superar?
09:59O Supremo vive fazendo confusão,
10:02vive criando confusão.
10:04Disso não resta a menor dúvida.
10:06E quem atestou isso
10:08foi o próprio ministro,
10:10então ministro,
10:11hoje presidente da corte,
10:12Luiz Roberto Barroso.
10:13E nós vamos lembrar
10:15quando ele resumiu
10:17a sabotagem do combate à corrupção,
10:19apontando como
10:20primeiro expediente
10:22a mudança na legislação
10:24ou na jurisprudência.
10:27Quer dizer,
10:28se a jurisprudência muda
10:29conforme o interesse
10:31do sistema
10:32de se vingar
10:33contra aqueles
10:35que estão
10:35revelando a sua sujeira,
10:38é porque não há
10:39segurança jurídica.
10:41Solta a produção.
10:41Quem acompanhou
10:43o que aconteceu
10:45na Itália
10:46conhece o filme
10:47da reação
10:48da corrupção.
10:49Um,
10:50mudança na legislação
10:52ou na jurisprudência.
10:54Dois,
10:55demonização
10:55de procuradores
10:57e juízes.
10:58E três,
10:59tentativa
11:00de sequestro
11:01da narrativa
11:02e de cooptação
11:03da imprensa
11:04para mudar
11:05os fatos
11:06e recontar
11:08a história.
11:10Na Itália,
11:11a corrupção
11:12venceu
11:13e conquistou
11:15a impunidade.
11:16E não por acaso.
11:18A Itália é,
11:19entre os países
11:20desenvolvidos,
11:22o que apresenta
11:23há anos
11:24a pior média
11:25de crescimento
11:26econômico,
11:28como aponta
11:29a professora
11:30Maria Cristina
11:31Pinotti,
11:33especialista
11:34nos efeitos
11:35da corrupção
11:36sobre as economias
11:37e em estudos
11:37primorosos
11:38que tem
11:39divulgado
11:40repetidamente.
11:42Mas eu dizia,
11:43na Itália,
11:45a corrupção
11:45conquistou
11:46a impunidade.
11:48Aqui,
11:48entre nós,
11:49ela quer mais.
11:51Ela quer
11:51vingança.
11:53Quer ir
11:54atrás
11:54dos procuradores
11:55e dos juízes
11:56que ousaram
11:58enfrentá-la
11:58para que
12:00ninguém
12:00nunca mais
12:01tenha
12:02a coragem
12:03de fazê-lo.
12:04no Brasil,
12:06hoje,
12:07nós temos
12:08os que não
12:08querem ser punidos,
12:10o que é um
12:10sentimento humano
12:12e compreensível.
12:13Mas temos
12:14um lote
12:14muito pior,
12:15presidente,
12:16que é o dos
12:17que não querem
12:18ficar honestos
12:19nem daqui
12:19para frente
12:20e gostariam
12:21que tudo
12:22continuasse
12:23como sempre foi.
12:26Pois é,
12:27tem o lote
12:28daqueles
12:28que alteram
12:30a jurisprudência
12:31e dão
12:33decisões
12:34favoráveis
12:35a todos esses
12:36aos quais
12:37o Barroso
12:37está se referindo
12:38que
12:39não querem
12:40assumir
12:41aquilo que
12:41fizeram
12:42e eventualmente
12:42não querem
12:43sequer ser
12:43honestos
12:44daqui para frente.
12:45Então,
12:46como é que
12:46pode coexistir
12:48esse Barroso
12:49que aponta
12:50a mudança
12:51na jurisprudência
12:52como
12:52uma vingança
12:54do sistema
12:55e que ele chama
12:57diretamente
12:58de corrupção
12:59e o Barroso
13:00que diz
13:01que há uma lenda
13:02de que
13:04há insegurança
13:05jurídica
13:06no Brasil?
13:07Ora,
13:08precisa
13:09ser tão
13:10corporativista
13:11no cargo
13:12de presidente
13:13do Supremo Tribunal
13:14Federal
13:15a ponto
13:16de negar
13:16não só
13:18a realidade
13:18mas aquilo
13:19que ele próprio
13:20disse?
13:32do Supremo Tribunal
13:34do Supremo Tribunal
13:35do Supremo Tribunal
13:36de Segunda
13:37de Segunda
13:38E aí
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