A “operação” bolsonarista no TSE

O Antagonista

Em julho de 2022, o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, afirmou, durante reunião com Jair Bolsonaro, que a pasta estava na "linha de contato com o inimigo" ao participar da comissão eleitoral do TSE. A entrada dos militares no grupo ocorreu a convite do então presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, sob a justificativa de dar mais transparência ao processo.///  Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentam:  Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.  Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo... e muito mais.  Link do canal:   https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Apoie o jornalismo independente, torne-se um assinante do combo O Antagonista | Crusoé e fique por dentro dos principais acontecimentos da política e economia nacional:   https://hubs.li/Q02b4j8C0  Não fique desatualizado, receba as principais notícias do dia em primeira mão se inscreva na nossa newsletter diária:  https://bit.ly/newsletter-oa  Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.  Leia mais em www.oantagonista.com.br  |  www.crusoe.com.br

Transcript

00:00E o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, afirmou que a pasta estava

00:04na linha de contato com o inimigo ao participar da comissão eleitoral do TSE.

00:09A entrada dos militares no grupo ocorreu a convite do então presidente da corte, Luiz

00:14Roberto Barroso, sob a justificativa de dar mais transparência ao processo.

00:19Então, o ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Paulo Sérgio, estava lá dizendo que o Ministério

00:24da Defesa estava na linha de contato com o inimigo, quer dizer, tratando o TSE como um inimigo.

00:32E o Bolsonaro até celebrou dizendo que foi um erro do TSE.

00:37É isso que foi a análise aqui de muita gente no debate público, de que o TSE errou ao

00:44dar essa brecha.

00:45Então, o Bolsonaro estava tentando ver uma maneira de usar essa brecha, que foi para conferir

00:52transparência, etc., ao processo.

00:54O Barroso fez essa concessão, olha, militares, podem participar, podem checar aqui.

00:58E o Bolsonaro está tentando, alguma maneira aí, de usar isso a favor dele, né?

01:04E depois da declaração do ministro da Defesa, o Bolsonaro falou em colocar o plano B em prática

01:08naquele momento, ao criticar uma fala de Edson Fachin, que comandava o TSE.

01:13Pode soltar.

01:13O que eu sinto nesse momento é apenas na linha de contato com o inimigo, ou seja, na

01:21guerra, a gente, linha de contato, linha de partida, eu vou abrir aqui e iniciar a minha

01:25operação.

01:26Eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de maldade.

01:33Nós temos que intensificar e ajudar nesse sentido para que a gente não fique sozinho no

01:40processo.

01:41momento, somente, preste atenção no que está escrito aí nessa matéria de 1º de

01:46julho.

01:47Fachin, a auditoria não é instrumento para projetar as intervenções.

01:52A fotografia que pintaram de abril de outubro acabou, porra!

01:57Porque é mais claro que isso.

01:59Nós estamos fazendo a coisa certa, mas o plano B tem que botar em prática agora.

02:04Muito bem, plano B tem que colocar em prática.

02:11E aí o Bolsonaro disse que o TSE cometeu o erro ao chamar as Forças Armadas para as

02:15eleições, como eu estava antecipando.

02:18Vamos rodar esse trecho também.

02:19Porra, vamos esperar chegar de 1º de outubro para tomar providência?

02:22Ah, vamos ver quem sabe dê certo aí, né?

02:25O Fachin mesmo falando que eu fui conversar com o Putin sobre hacker russo.

02:30Esta merda...

02:31Por que está preocupado?

02:34Porque eu tenho que conversar por mais de anos para invadir o TSE.

02:37Não é me expugnável?

02:39Olha o que esses caras fizeram.

02:40O erro que eles cometeram foi botar as Forças Armadas dentro da Comissão de Transparência

02:46Eleitoral.

02:46Eles cagaram o pau aí errado.

02:49Isso acontece em guerra, né?

02:51Pessoal da guerra aí, dá no momento um vacilo do cara da frente lá, porra.

02:54Perdeu a guerra, pô.

02:56Agora nós...

02:57O que Deus...

02:58O pessoal tem uma passagem bíblica e diz o seguinte.

03:01O que for possível você fazer, você faz.

03:05Se não for possível, entregue nas mãos de Deus.

03:07Greb, você conseguiu depreender alguma coisa desse amontoado de palavrões e paranoias do Bolsonaro?

03:21Felipe, eu acho esse o segundo momento, não exatamente a fala do Bolsonaro, mas a fala do ministro.

03:28Eu acho o segundo momento chave desta reunião.

03:34Porque, mais uma vez, a gente vê o ministro da Defesa e um cara que estava representando também as Forças Armadas,

03:47não desempenhando um papel institucional.

03:51Ele não está lá ajudando o processo eleitoral brasileiro.

03:58Ele está lá para atacar um inimigo.

04:01E ele aponta, ele aponta para o Bolsonaro.

04:04Ele está lá para ajudar o Bolsonaro.

04:08Fugindo completamente de qualquer lógica.

04:11E o Bolsonaro confirma isso.

04:15Eles erraram.

04:16Perdão, eles cagaram no pau na hora que deixaram.

04:20Como se estivesse dizendo, eles nos deixaram entrar.

04:25E agora...

04:25Abriram a trincheira.

04:26Exatamente.

04:29Eles nos deixaram entrar e agora a gente vai comer esse negócio por dentro.

04:34Olha...

04:36É a segunda instância, depois do trololó lá do Augusto Deleno,

04:44em que a gente vê um ministro do Bolsonaro operacionalizando os técnicos do exército,

04:55do Ministério de Defesa, as estruturas, os equipamentos, blá blá blá,

05:00para ajudar eleitoralmente o chefinho dele.

05:03Não.

05:04Não para garantir que haveria, de fato, um aprimoramento da nossa estrutura de TI, das eleições.

05:15Não era nada disso.

05:17Eles só estavam preocupados em ganhar a eleição.

05:20Não tinha interesse institucional nenhum.

05:23Zero.

05:24E fica claro nessa fala dos dois.

05:26É assim, quem vê isso, parece que está vendo um grupo dos alunos mais rebeldes da escola,

05:38elaborando um plano para ganhar a gincana.

05:47Enfim, manipulando as regras dos jogos, etc.

05:50É um...

05:52Parece um bando de criança mimada, né?

05:54E usando aquele linguajar em código.

05:58Então, o sujeito usa o linguajar militar, que é para fazer, assim, também uma pose de valente, né?

06:04Todos...

06:05É o Anderson Torres, o General Augusto Deleno, o Paulo Sérgio, o Bolsonaro.

06:09Todos afetando uma valentia, posando de valentões.

06:13Então, assim, é bom, para quem não entendeu,

06:15é só ler aqui rapidamente o que o Paulo Sérgio Nogueira falou em determinado ponto.

06:20Ele fala assim, o que eu sinto nesse momento é apenas na linha de contato com o inimigo.

06:26Ou seja, na guerra, a gente é linha de contato, linha de partida.

06:30Eu vou romper aqui e iniciar minha operação.

06:34Eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de contato.

06:38Nós temos que intensificar e ajudar nesse sentido,

06:41para que a gente não fique sozinho no processo.

06:43Esse é um trecho que tinha saído ontem, né?

06:45Ele falou mais algumas barbaridades aí.

06:48Mas ele colocando ali como alguém que está na linha de contato com o inimigo,

06:53vai iniciar a operação, intensificar...

06:58Ele está conclamando, pelo que eu entendi, Felipe,

07:01eu entendi que ele está conclamando, pedindo para os outros ministros ajudarem.

07:07Porque naquele momento são as Forças Armadas e o Ministério da Defesa

07:09que estão na linha de contato.

07:11Não podemos ficar sozinhos aqui.

07:13Vamos junto, pessoal.

07:16Entendi desse jeito.

07:18Pois é.

07:19E, obviamente, o que eu estava querendo dizer é que

07:22a gente tem que lembrar, de vez em quando,

07:24como que deveria ser uma reunião, né?

07:27O Graep está falando.

07:28Quer dizer, a preocupação institucional.

07:30Olha, temos dúvidas a esse respeito.

07:32Vamos expor essas dúvidas.

07:34O ministro Roberto Barroso

07:36nos deu essa possibilidade de acompanhar o que podemos fazer aqui

07:42do ponto de vista institucional é isso, etc.

07:45Quer dizer, uma reunião institucional.

07:50Isso.

07:50Tchau.

07:51Tchau.

07:52Tchau.

07:53Tchau.

07:54Tchau.

07:54Legenda por Sônia Ruberti

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