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No Visão Crítica, o professor Gustavo Sampaio analisa a complexa situação de Lula para enfrentar Donald Trump em uma guerra tarifária. Ele aborda a dificuldade do governo brasileiro com o tema, defendendo que Lula precisa ter calma para negociar e apostar que o tarifaço não deve durar muito tempo, considerando as próprias implicações econômicas e políticas para os Estados Unidos.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/9Yld93xkPYo

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Transcrição
00:00Gustavo, quais são as reflexões necessárias a respeito do posicionamento do governo brasileiro,
00:05mas focalizando na figura do presidente da república que tem adotado esse discurso de enfrentamento
00:13e tem recebido críticas, porque há observações que tratam de uma certa lentidão na negociação
00:22e há um diagnóstico de alguns analistas que entendem que é um cenário inclusive cômodo para o governo brasileiro,
00:30porque caso aconteça a implementação entre em vigor a tarifa de 50%, ele teria inclusive como apontar para um grupo
00:39a autoria ou parte da responsabilidade pelo tal tarifácio, ou seja, ingredientes que envolveriam já a estratégia eleitoral para 2026.
00:50Enfim, que reflexões são necessárias nesse momento?
00:55Sabe, Daniel, quando nós derrubamos o império em 1889, o Brasil adotou a república e um ano e meio depois
01:03promulgou a primeira constituição da história republicana, a constituição de 1891,
01:08o velho Rui Barbosa e os próceres da república foram buscar nos Estados Unidos da América
01:14a experiência constitucional para moldar o modelo republicano brasileiro, não é?
01:19Trouxemos para cá o presidencialismo em substituição ao parlamentarismo, a federação em substituição ao Estado Unitário,
01:27implementamos o Supremo Tribunal Federal e uma Justiça Federal, adotamos o sistema de freios e contrapesos.
01:35Em síntese, desenhamos institucionalmente o Brasil com base no modelo norte-americano.
01:40Ora, o que o presidente Lula precisa reverberar hoje?
01:43A defesa das instituições constitucionais brasileiras, que são herança das instituições constitucionais norte-americanas, em certa medida.
01:51É, de modo muito gentil, demonstrar que o que o presidente Trump está querendo
01:56é a desinstitucionalização do que nós trouxemos lá de fora para cá, moldando o Estado constitucional,
02:03tripartite de poderes, baseado no regime democrático, na supremacia da Constituição,
02:09enfim, nos valores civilizatórios do mundo ocidental livre.
02:13O presidente da república, ele tem que adotar hoje uma postura que é muito difícil,
02:18porque, como o próprio presidente Lula, nessa reunião geral dos BRICS,
02:23presidida pelo Brasil, sediada aqui no Rio de Janeiro,
02:26ele chegou a acenar para uma moeda unificada entre os integrantes dos BRICS,
02:31que, se somados, totalizam 39% do PIB do mundo,
02:36para afastar o dólar como moeda base e matriz das negociações internacionais entre os países dos BRICS.
02:42Isso, claro, incendiou um pouco, porque o presidente Trump, obviamente, que não gostou nada disso,
02:48do suposto ataque, que não é um ataque, mas do suposto atingimento do dólar como moeda padrão norte-americana
02:55de negociações internacionais, o presidente Lula tem que hoje unificar o entendimento brasileiro,
03:03fazer-se o grande líder do Estado Nacional, inclusive consultando as bases empresariais brasileiras
03:10para colher as sugestões decorrentes das suas demandas, o que é importante,
03:17para se mostrar efetivamente o chefe do Estado e chefe do governo,
03:22não líder apenas do seu eleitorado, mas líder de todos os interesses nacionais do Brasil,
03:27condensar essas manifestações, os desejos, os protestos que o empresariado brasileiro tem
03:33diante das perdas sofridas com a iminência da entrada em vigor dessa tarifação desproporcional
03:39ditada pelo presidente Donald Trump, e levar as negociações adiante com a sabedoria
03:46de quem sabe que o tempo vai passar e que as coisas vão se ajustar,
03:52porque o próprio presidente dos Estados Unidos da América não vai aguentar por muito tempo
03:59a manutenção desse tipo de tarifação. Isso está causando corrosão na própria base
04:05que o sustenta na Casa Branca. Há vozes que falam até impeachment do presidente Donald Trump.
04:11Existe uma irresignação dentro das bases econômicas e empresariais nos Estados Unidos
04:17que não pode ser desconsiderada. O presidente Lula... Perdão, um probleminha aqui de bateria
04:24na minha câmera. O presidente Lula tem que manter a serenidade do discurso,
04:30a capacidade de negociação, deixar o tempo correr negociando, porque o tempo vai solucionando
04:38gradativamente esse problema ao mesmo tempo, sem negociar em hipótese qualquer
04:47a independência das nossas instituições. As nossas instituições são baseadas no modelo constitucional
04:55que ganharam solidez nesses 36 anos de vigência da nossa Constituição da República.
05:02Se as instituições norte-americanas estão fragilizadas a ponto de acontecer o que aconteceu
05:08recentemente na história deles mesmos, haja vista o caso ocorrido em janeiro de 2021
05:14na cidade de Washington, o Brasil não. O Brasil está demonstrando que, quando se tentou reproduzir
05:21dois anos depois, em 2023, a tentativa de derrubada das instituições democráticas,
05:27o Brasil está respondendo com firmeza, com o sistema de justiça criminal, preservando a autoridade
05:33da lei penal, aplicando a legislação em defesa da supremacia constitucional e do Estado democrático.
05:40O presidente tem que mostrar a inegociabilidade dessas instituições e deixar isso muito claro.
05:46E, a partir daí, ouvidos todos os segmentos da sociedade brasileira, inclusive o segmento empresarial,
05:53tocar para frente a manutenção da chefia das relações internacionais, contar com o apoio
05:58do embaixador Mauro Vieira, que é um homem sério, experiente, dedicado, com muita expertise técnica
06:04de trabalho na diplomacia, para esperar esse tempo passar, esse tempo difícil passar,
06:11administrando as graves consequências que poderão chegar nesse primeiro momento dentro da economia nacional.
06:17Não há muito a fazer. Veja que os Estados Unidos ainda constituem a primeira potência econômica do mundo,
06:24já em descenso, mas ainda a primeira potência econômica do mundo, um PIB mais de dez vezes maior
06:30do que o PIB brasileiro, ainda tem 25% do orçamento militar do planeta.
06:35Não há muito o que fazer em relação a isso, se não manter as conversações dentro das mesas
06:41regulares de negociação, dentro do devido processo legal internacional.
06:46Mas contar com o fato de que a oposição a esse tarifácio, a essa represália,
06:52a essa admoestação absolutamente desproporcional, até um pouco infantilizada,
06:59isso também encontra a resistência de importantes segmentos dos Estados Unidos,
07:04e nós temos que contar com isso.
07:06Pois é.

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