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No Visão Crítica, Paulo Ramirez e Leonardo Barreto analisam se o famoso discurso da "picanha e cervejinha" durante a campanha de Lula iludiu a população. Eles debatem a frustração das expectativas do terceiro mandato do presidente, principalmente com a falta do poder de compra na população e a alta dos preços.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/e3R2KQ29ttY

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00:00Paulo, pegando o que a Luana disse, agregando, será que não havia muita expectativa do governo do Lula 3 e ele próprio não criou essa expectativa ao falar da picanha e da cerveja, né, que seria uma maravilha o mundo a partir do 1º de janeiro de 2023 e não foi tão bom para as pessoas, concretamente no que a Luana destacou no dia a dia no supermercado, há uma inflação de alimentos evidente,
00:26eu todo dia acho que o supermercado está errado, aí eu pego a notinha, olho e falo, não, está errado estou eu, porque os preços estão subindo e estão subindo mesmo, o governo disse que agora estão diminuindo, eu espero que esteja, mas realmente isso é evidente, não havia uma expectativa muito grande e a conjuntura 20 anos depois, na América Latina os retornos são trágicos, normalmente, basta ver o caso de Perón, entre outros, de líderes desse tipo, mas, e o Lula não tem nenhum parentesco com o Perón, vale destacar,
00:55mas, é, será que não havia muita expectativa, essa expectativa para as classes populares, como diziam no passado, não foi atingida?
01:03É claro, né, talvez seja o grande calcanhar de Aquiles o governo Lula, né, o aumento dos preços não foi acompanhado pelo aumento dos salários, né, uma desproporcionalidade muito grande, é, o custo de vida é gigantesco para as famílias, conta de água, luz,
01:20quem tem filho em escola privada, pior ainda, né, os aumentos são sempre terríveis no bolso, né, do cidadão comum, mesmo os programas sociais, né, que são distribuídos à população, não conseguem dar conta de todos os gastos de uma família, né, enfim, o que era o Bolsa Família no início desse século, que é hoje, não se compara ali para as famílias que moram no Brasil adentro, né, os custos são infinitamente maiores, né,
01:45e aí a gente vê qual que é a importância da economia para um governo, né, porque o Lula, quando teve o seu pior índice de popularidade, o dólar estava bem mais baixo, o poder de compra das famílias era maior,
02:00então isso foi determinante para que o Lula se reelegesse e até deixasse a sucessora como a Dilma, né, não é o cenário que a gente tem hoje, né, o Lula não está surfando numa boa onda econômica, né,
02:11os preços, como eu disse, estão mais caros e óbvio que a população sente isso, né, não é uma questão de ser de direita, de esquerda, isso é o, a vida real do brasileiro é aquele dos boletos, né,
02:22que chega a conta, tem que ir no banco e pode ser qualquer tipo de governo, mas isso não vai deixar de aparecer todo mês as contas a pagar, né, e de fato, apesar da gente ter um bom índice de empregabilidade
02:37hoje, chegando a níveis próximos do pleno emprego, os níveis salariais, proporcionalmente, não são idênticos àqueles do início do século, né,
02:45então, de nada adianta ter muito emprego se não houver bons salários, né, e de nada adianta ter muito emprego se não há poder de compra ao mesmo tempo,
02:55a possibilidade, como havia também no início do século, das pessoas viajarem, encher o carrinho no Natal, enfim, qualquer época do ano, fazer o churrasco com a família no final de semana,
03:05então, o Lula não conseguiu mexer nessa política, tem vários fatores, a gente não pode esquecer que o Michel Temer destruiu também a política dos cílios, né,
03:15que era ali guardar os cereais, arroz, feijão, exatamente para controlar a variação dos preços internacionais que acabam incidindo aqui também no Brasil,
03:25isso foi destruído em nome da liberdade de mercado, né, se por um lado, para o mercado ser ótimo, excelente, para a população mais pobre, infelizmente, não é.
03:34Então, consequentemente, esses preços, eles ficam voláteis e o governo também não consegue mudar a legislação, mais nada, né,
03:41hoje o poder do presidente é muito mais fraco do que no início do século, então, consequentemente, a margem de manobra econômica é muito fraca.
03:50Então, o governo não consegue controlar os preços e, seja lá quem for que venha substituir o Lula, vai passar pela mesma dificuldade.
03:56É preciso ter uma política, né, de, não de controle dos preços, né, mas pelo menos de armazenamento, né, de fazer estocagem de certos produtos básicos, arroz, feijão, etc., né,
04:08o arroz está caríssimo, o café está caríssimo, né, eu tenho amigos que pararam de tomar café, eu nunca tomei, mas se tomasse, certamente, ia ter menos dinheiro do bolso, né.
04:18Então, tem vários aspectos pequenos ali do cotidiano que afetam a visão que a população tem do governo como um todo.
04:25E a Luana tocou num assunto muito importante, a comunicação do governo é muito ruim, né, mudou-se, né, o ministro ali da SECOM, pouca coisa mudou,
04:35e o que o governo está percebendo é que o melhor garoto propaganda do Lula é o próprio Lula, é o seu principal porta-voz, né,
04:40não adianta colocar a Dade, colocar o ministro aqui a colar para conversar com os meios de comunicação, porque o Lula, gostem ou não, ele tem um carisma, né,
04:49consegue se comunicar com diferentes segmentos da sociedade, e agora faltando praticamente um ano para a eleição, ele está se mostrando mais, né,
04:56diante da mídia, dando entrevistas aqui em vários podcasts, etc., porque ou o Lula parte, né, para o diálogo direto com a população ou vai perder a eleição, certamente, né,
05:09a popularidade, a cada pesquisa tem caído, aumentou um pouquinho no Nordeste, no Sul, mas ou o Lula toma a frente da própria campanha,
05:19apesar de ainda ser presidente, caso contrário, o hobby de boa parte da população conservadora é xingar o presidente e os petistas em redes sociais, né,
05:30e ou o Lula toma a frente ou fica para trás nessa história.
05:35Leonardo, justamente é sobre isso, tanto que a Luana destacou, os pontos que ela destacou, que o Paulo destacou,
05:43eu colocaria a você, essa relação entre política e economia, quer dizer, entre a conjuntura política e a conjuntura econômica,
05:52como que elas dialogam, se é que dialogam entre si?
05:55Olha, eu estive conversando com um diretor de um instituto de pesquisa aqui em Brasília, que tem uma quantidade muito grande de estudos,
06:06ele faz isso todas as semanas, enfim, e aí eu perguntei a ele, a partir dos estudos, principalmente das entrevistas qualitativas,
06:16o que justifica uma popularidade tão ruim, né, ele me falou que as pessoas, quando dizem,
06:25ah, eu desaprovo o Lula por isso ou por aquilo, normalmente elas apontam três questões principais, né,
06:32a primeira questão é imposto, e aí é muito engraçado, né, mas eu questionei a ele,
06:39eu falei, mas olha, o governo tá dizendo que tá taxando só o andar de cima, que o pessoal não tá, lá embaixo não tá sentindo isso,
06:49aí ele diz assim, olha, o governo hoje pode estar mirando o andar de cima, mas ele começou pelo andar de baixo com a taxa das blusinhas,
06:58e as pessoas não se esquecem.
07:00E isso é muito curioso, né, por mais que o governo agora diga, não, a gente quer lá em cima, lá em cima, lá em cima,
07:07pelo fato dele ter começado lá embaixo, isso gerou uma memória, né, um trauma nas pessoas, vamos dizer assim,
07:14né, e que fica sendo completamente, é rememorado o tempo todo por essa discussão de aumento de impostos, né.
07:22O segundo ponto que ele falou é picanha e cerveja, né, você até colocou aí.
07:27E é engraçado porque, assim, foi uma jogada de marketing genial em 2022, considerando que em função da guerra da Ucrânia,
07:35a gente tinha um problema explosivo de inflação de preço, de alimentos, né, então aquilo ali casou, né, com a situação,
07:45com a circunstância, só que virou uma maldição, né, pro presidente Lula, por quê?
07:51Porque as pessoas estão o tempo todo olhando pro preço da picanha e da cerveja,
07:54ele criou um indicador de sucesso pro governo dele, né, que é um indicador difícil dele se livrar, né,
08:01mas que tem correspondência com a inflação dos alimentos e um certo conforto, poder adquisitivo, enfim,
08:08todas essas questões que os colegas colocaram.
08:11E o terceiro problema é uma sensação de que o governo é leniente com a questão da segurança pública, tá,
08:18e aí isso não tem muita relação com eficácia de política pública, não, tem a ver com valor, né,
08:25assim, o PT tradicionalmente, as PETA tradicionalmente, tem valores mais progressistas, né,
08:31em relação às questões de segurança, e as pessoas, de uma maneira geral,
08:37elas têm uma perspectiva mais conservadora, mais ostensiva, né, dessa questão de segurança.
08:46Isso aí é uma questão de valores.
08:48Aí, o que a gente entra numa situação, que é, o modelo de governo, né, de economia que o governo escolheu,
08:56ele exige uma pressão fiscal muito forte, né, porque você tem uma transferência de renda tremenda aí,
09:03e isso tá exigindo uma agenda de, como diz o ministro Haddad, de combate à erosão fiscal,
09:09e que tá relembrando o cara o tempo todo, né, da questão dos impostos.
09:14A questão da inflação, do problema, enfim, a inflação de alimentos, ela é maior, né,
09:21do que a inflação em geral, e a gente não pode esquecer que a gente tá no maior juros, né,
09:26a maior taxa de juros do Brasil, acho que desde 2016, e isso não é brincadeira, né,
09:32as pessoas, elas não têm mais crédito, principalmente pra bens duráveis, isso tudo virou proibitivo, né,
09:38então, assim, você tem esse problema.
09:41E a questão da segurança, bom, aí o governo tá realmente de mãos atadas.
09:45Então, eu acho que ele tem problemas que são muito práticos, né, e que ele tem dificuldade de endereçar.
09:53E eu acho que mesmo que o governo olhe pra essas pesquisas e diz assim, não, a gente vai mudar, não dá mais tempo, né,
09:58porque se, ah, vamos fazer um ajuste ortodoxo aqui, esquece, porque ninguém controla o calendário dos efeitos.
10:07Então, o que o governo vai fazer? Vai investir na mesma fórmula, né,
10:10e aí ele vai fazer uma opção, né, claramente aí de comunicação, isso já tá colocado, guerra de classes,
10:20não tem mais o Bolsonaro popularizar o congresso é o inimigo do povo,
10:24e vambora, e vamos justificar esse modelo aí de tributos a partir de uma dinâmica de guerra de classes.
10:34E aí o governo vai, aí é aquela história, né, se a eleição fosse outubro agora,
10:40mas a eleição é no ano que vem, então como é que ele vai investir em congresso até o ano que vem?
10:44Então, é uma coisa que eu posso até estar parecendo meio pessimista com os colegas, né,
10:50mas eu tô com a sensação de que o pessoal perdeu um pouco a mão aí,
10:54e não estão conseguindo achar de novo o fio da minha.
10:57E aí

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