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No Visão Crítica, Emerson Kapaz, Mylenna Souza Lirio e Carlos Braga analisam a real motivação por trás do "tarifaço" de Donald Trump. Especialistas debatem se a medida é um cálculo político, visando defender o ex-presidente Jair Bolsonaro e enfraquecer Lula, ou uma estratégia puramente econômica devido aos déficits que o Brasil tem com a economia americana.

Eles refletem sobre as implicações globais das ações de Trump, que tem adotado uma postura “agressiva” no cenário internacional com ameaças e taxações.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/iUPLu-ocgeE

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Transcrição
00:00e passo a emersão capaz. Na sua avaliação, também como empresário, foi uma surpresa a adoção na semana passada
00:08e parece que a situação ainda está cada vez pior, com ameaça de novas tarifas do governo Trump contra a economia brasileira,
00:15porque não é contra o governo, é contra o Brasil como um todo.
00:18Boa noite, Vila. Obrigado pelo convite, Milena, professor. É uma satisfação muito grande estar com vocês aqui
00:24e eu acho que nós estamos vivendo uma situação, Vila, muito difícil.
00:30Primeiro porque eu tenho visto, na verdade, e tenho falado isso, a história do Bolsonaro nesse processo.
00:36Na verdade, o Bolsonaro foi usado pelo Trump como um boi de piranha.
00:40No fundo, no fundo, o Bolsonaro, o Trump estava extremamente preocupado com duas coisas.
00:45As reuniões dos BRICS que aconteceram, o posicionamento nos BRICS sobre a questão do dólar,
00:51que foi uma questão muito forte de não usar o dólar como moeda de troca entre os países dos BRICS
00:58e as BRICS.
01:00Só que o Brasil tem déficit com os Estados Unidos. O Brasil não tem superávit.
01:06Todas as tarifas que ele implementou com todos os outros países, eles tinham, ou os Estados Unidos tinham déficit.
01:14Mas o Brasil é o contrário.
01:15Como é que ele tinha? Qual é o argumento que ele ia usar contra o Brasil?
01:18E, obviamente, com essa questão do Bolsonaro, o julgamento no Supremo, ele colocou o Bolsonaro lá como um boi de piranha
01:24para poder dizer, eu estou taxando um país, mas a questão lá é política, não é econômica.
01:30Mas, no fundo, ela é econômica, Vila.
01:32Não tenho a menor dúvida de que o posicionamento que ele quer é tentar reverter,
01:37deixar o Supremo numa condição difícil, em especial o Alexandre de Moraes,
01:41porque aí ele consegue reverter posicionamento sobre tentar reverter o posicionamento das Big Techs
01:47e acuar o país.
01:50Agora, é um posicionamento que nos deixa empresários, sociedade, governo, executivo, legislativo
01:57numa situação difícil porque 1º de agosto está aí.
02:0115 dias nós vamos ter que tentar reverter.
02:03E ele está numa condição que hoje já fez uma nova penalização, um novo posicionamento
02:09em que ele coloca, a repórter pergunta para ele assim,
02:13mas o senhor está baseado em que num país que é deficitário?
02:18Ele falou, eu faço o que eu quero.
02:20Ou seja, o Trump tem uma posição hoje que não tem nada a ver com posição de governo.
02:25Ele é imperador.
02:27O que ele quer, ele vai colocar.
02:29E os países que se virem para reverter.
02:31Professora Milena, as suas considerações, foi uma surpresa para a senhora a adoção dessas tarifas
02:38e a continuidade, nesses últimos quase 10 dias, de ameaças do presidente Trump contra o Brasil?
02:46Não, não foi uma surpresa, mas considerando inclusive o que o próprio...
02:52Emerson.
02:52Emerson, me desculpe.
02:54Estava comentando agora sobre os BRICS.
02:56Eu acho que é importante fazer um resgate desse processo do Brasil, do BRICS.
03:02Nós recebemos a reunião aqui, então a declaração final traz elementos que muito afetam o posicionamento dos Estados Unidos.
03:12Ou seja, nós reforçamos nessas declarações finais a reforma do Conselho de Segurança,
03:18reforçamos a nossa responsabilidade e participação com os outros países do BRICS com relação a pautas da saúde,
03:28da transição energética, ou seja, elementos que estão totalmente diferentes do que os Estados Unidos têm feito.
03:36Ou seja, saiu do OMC, da OMS, saiu do Acordo de Paris.
03:42E são pautas que nós temos não só reforçado, quanto quando chegamos na questão econômica.
03:49Agora, pensando muito bem que a tarifa dos Estados Unidos não foi só com relação ao Brasil.
03:54Então, a gente vem aí de um processo que tinha uma tarifa com a China,
03:58tem uma tarifação com outros países como a África do Sul.
04:02O Trump fez uma visita ao Golfo Pérsico.
04:04Então, a gente está vendo uma movimentação dos Estados Unidos que, em algum momento, chegaria ao Brasil.
04:09Fatidicamente, depois dessas reuniões, da reunião do BRICS e das declarações oficiais, não é uma surpresa.
04:17No entanto, uma tarifa linear não faz muito sentido.
04:21Afinal de contas, não são todos os produtos ali que uma taxação de um valor único vai fazer sentido.
04:28Tem produtos que você não quer vender, tem produtos que você não vai produzir,
04:33que você precisa colocar um pouco mais de subsídio.
04:35Então, aplicar uma mesma tarifa para todos os produtos me parece uma decisão sem muito sentido.
04:44Mas, se o Trump voltar na decisão antes do dia 1º de agosto, também não seria algo incomum.
04:50Então, entendo que o Brasil vai pensar uma negociação e está tentando uma negociação para, pelo menos, mudar o prazo.
04:56Mas, eu duvido que o Brasil tenha uma postura subserviente com relação às decisões dos Estados Unidos.
05:02Não nos surpreende, mas é o que você disse, é uma posição de imperador.
05:07O senhor Carlos Braga, o senhor, como pesquisador e a sua experiência no Banco Mundial,
05:14eu pergunto ao senhor, tem umas tarifas sobre o Brasil, que são terríveis,
05:19mas as pessoas esquecem no Brasil, até pela dificuldade de pensar o mundo,
05:23nós temos uma dificuldade de olhar o mundo, olhamos para o próprio umbigo,
05:27que o governo norte-americano impôs tarifas sobre dezenas de países.
05:31Alguns aliados históricos, depois da Segunda Guerra Mundial, no caso da Ásia, a Coreia do Sul, Japão,
05:36mas países do qual a balança comercial norte-americana era deficitária, que não é o caso do Brasil.
05:42E agora, dias atrás, também sobre o México, e é um acordo que começou lá em 94,
05:47a época, chamado NINAFTA, Tratado de Livre Comércio.
05:51E a questão, inclusive, também, tal qual o Brasil, não é a questão comercial,
05:55estou me referindo especificamente ao México, é a questão do fentanil,
05:58que é uma droga que chega ao México, para os Estados Unidos, pela fronteira sul, via México,
06:03de acordo com as acusações do governo norte-americano,
06:06dizendo que o governo mexicano nada faz para conter.
06:09Lembrando que, há cerca de três semanas atrás, o governo mexicano deportou
06:13mais de duas dúzias de chefes de cartéis de drogas para os Estados Unidos.
06:18Eu pergunto ao senhor, como explicar isso?
06:21Foi uma surpresa para o senhor?
06:22Isso faz parte de um projeto econômico, de uma visão de mundo?
06:26É uma decisão aloprada de um presidente da República?
06:28Bem, boa noite a todos, é um prazer estar participando do painel.
06:35Eu diria que tem um pouco de tudo, né?
06:38Se a gente observa lá no Liberation Day, o 2 de abril,
06:43quando o senhor Tebramp anunciou as tarifas recíprocas,
06:48toda a lógica utilizada era que essas tarifas estariam associadas a uma forma de equilibrar o déficit comercial dos Estados Unidos
07:00com 190 países ao redor do mundo.
07:04Desde o início, causou muita estranheza como eles iriam fazer isso, né?
07:12Eu fui o Senior Trade Advisor do Banco Mundial, baseado em Genebra por muitos anos e observei muito de perto negociações na Organização Mundial de Comércio
07:26e o que a gente sabe é que negociações comerciais levam um longo tempo.
07:33Aqui nós estamos vendo um processo de truculência inusitada, né?
07:38E o que eles fizeram foi simplesmente pegar o déficit dos países,
07:44dividir pelas importações, tinha também umas elasticidades,
07:48mas elas foram escolhidas de forma a se cancelarem,
07:52dava uma multiplicação das elasticidades,
07:55então era uma fórmula muito simples, totalmente equivocada,
07:59mas foi como eles inicialmente identificaram as tarifas recíprocas.
08:05No caso do Brasil, como já foi observado, né?
08:08O Brasil, desde 2008, acumula trade déficits com relação, déficits comerciais com relação aos Estados Unidos, né?
08:18Se a gente olhar, por exemplo, o período 2010 a 2014,
08:26o superávit dos Estados Unidos em relação ao Brasil,
08:30se a gente considera bens e serviços,
08:33eles nessa fórmula só consideravam bens,
08:37era soma 410 bilhões de dólares, né?
08:41Então o Brasil era um dos países que não cabia na lógica inicial das tarifas recíprocas.
08:50E no caso de alguns países como Brasil, Reino Unido,
08:54que tinham déficits com os Estados Unidos,
08:57eles aplicaram inicialmente 10%.
09:00Então, voltando à sua pergunta,
09:03eu estou surpreso para o pulo de 50%?
09:07Certamente, né?
09:08E aí a gente tem, obviamente,
09:13pessoas que avaliam isso como uma forma dos Estados Unidos
09:19colocar o famoso, o proverbial bode na sala, né?
09:23Quer dizer, fazer uma proposta exagerada
09:27para estar numa situação negociadora mais forte
09:32e aí conseguir vantagens.
09:34Outros apontam para o fato de que o primeiro parágrafo da carta
09:41de julho de 9 para o presidente Lula
09:44inicia exatamente com as observações
09:49sobre o tratamento do ex-presidente Bolsonaro.
09:54Obviamente, isso não tem nada a ver com política comercial, né?
09:59Agora, cabe assinalar que hoje
10:03os Estados Unidos anunciou
10:06o início da sessão 301,
10:11que é a sessão de análise
10:17de práticas desleais de comércio
10:20contra o Brasil
10:22e elenca aí vários aspectos,
10:25desde a questão do tratamento das plataformas sociais
10:29até tarifas preferenciais,
10:33o deflorestamento, questão de corrupção.
10:36Obviamente, tudo isso é discutível
10:39e diga-se de passagem, né?
10:41Isso tem um processo que não vai estar terminado
10:47no dia 1º de agosto, né?
10:50Então, nós temos uma situação bem difícil
10:53do ponto de vista de negociações,
10:56mas, obviamente, é o que a gente tem que fazer.
10:59A gente tem que entrar num processo negociador
11:03e, particularmente, sublinhar os custos
11:08para os consumidores americanos,
11:12indivíduos e empresas
11:14que essas medidas também vão gerar.
11:16Nesse momento, o Brasil é o país
11:20com a tarifa mais elevada
11:22no contexto das tarifas de reciprocidade.
11:26E, diga-se de passagem, outros BRICS, né?
11:30Particularmente, os que já tiveram tarifas recíprocas
11:34anunciadas desde o 9 de julho,
11:37como a África do Sul,
11:40a tarifa para eles é de 30%.
11:42No caso da Indonésia,
11:45a tarifa inicialmente anunciada
11:48era de 32%.
11:50Hoje, no entanto, os Estados Unidos
11:52anunciou que um acordo foi feito
11:56com a Indonésia
11:57e essa tarifa foi reduzida
12:00para 19%.
12:01Então, a história dos BRICS
12:03é um pouco mais complicada, né?
12:05Vamos ver o que vai acontecer
12:07com a China e a Índia
12:09até 1º de agosto.
12:10Obrigado.
12:11Obrigado.
12:12Obrigado.
12:13Obrigado.

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