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O anúncio do tarifaço de Donald Trump sobre o Brasil deve afetar grandes setores da indústria nacional. O diretor-superintendente da Indústria Têxtil e de Confecção, Fernando Valente, traz detalhes da reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin para debater as consequências da medida.

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Transcrição
00:00Inclusive, esse anúncio das tarifas de Trump aqui para o Brasil, Bruno, a gente vai ter uma entrevista agora,
00:06porque não pegou só a gente de surpresa e o mundo inteiro, não.
00:11Pegou também boa parte da indústria, principalmente os setores que vão ser mais afetados economicamente.
00:18Por isso, a gente convidou agora para participar em tempo real com a gente
00:22o diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Teixo e de Confecção,
00:28que teve também uma reunião realizada com o vice-presidente Geraldo Alckmin,
00:34com outros empresários para discutir justamente uma resposta ao tarifácio.
00:39E agora ele chega em tempo real com a gente.
00:41Fernando, muito bem-vindo aqui a Jovem Pan. Obrigada pela sua participação.
00:46Durante essa reunião entre o governo e os empresários,
00:49vocês já conseguiram achar alguma forma de resolver, de responder a esse tarifácio? Boa tarde.
00:55Boa tarde, Márcio. Prazer estar com vocês.
00:58Bom, responder não é bem a questão.
01:01É encontrar canais de negociação que abram uma discussão serena e correta
01:08de algo que não tem o menor sentido econômico já,
01:13que os Estados Unidos são superavitados com o Brasil já há bastante tempo,
01:16não só em bens, mas também na área de serviços.
01:19Então, resposta, não entendemos que a resposta seja uma retaliação, pelo menos por hora.
01:25Uma política de olho por olho e todos ficaremos cegos ao final.
01:29É inusitado o que nós estamos vivenciando hoje,
01:32de um país que nós temos uma estreita relação,
01:34o nível de investimentos estrangeiros no país dos norte-americanos é o maior que nós temos,
01:39muitos investimentos brasileiros lá.
01:41E, de novo, do ponto de vista comercial,
01:43os Estados Unidos, um dos poucos superáveis na balança que ele tem,
01:46é com o Brasil.
01:47Então, a discussão lá se deu em torno de algumas palavras-chave.
01:52Negociação, equilíbrio, senso de urgência,
01:56porque ouvindo a matéria que vocês estavam debatendo antes,
02:00está muito claro que setores inteiros serão extremamente prejudicados
02:04e empresas poderão sofrer enormemente, até mesmo, uma solução de continuidade
02:09se nós não encontrarmos um caminho adequado para esse quadro que nós estamos vivendo hoje.
02:1350% de imposto de importação não é uma tarifa, é quase que um embargo.
02:19Não há como você suportar isso numa relação comercial,
02:23um aumento do dia para a noite de 50%.
02:25Então, não há ainda essa veia, mas o que ficou definido,
02:29pelo menos consensuado, é de que nós precisamos acelerar isso,
02:33encontrar os canais adequados no governo norte-americano
02:36que terão poder para discutir com as nossas autoridades.
02:39As negociações no Brasil estão muito bem entregues,
02:42ao Itamaraty e ao Midi, capitaneadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin,
02:46e o ministro da Indústria e Comércio.
02:48E, ao mesmo tempo, nós estamos aqui em negociações,
02:51ou melhor, em conversações com as nossas contrapartes privadas nos Estados Unidos,
02:56porque lá também já houveram manifestações contrárias a essa taxação absurda sobre o Brasil,
03:02e mostrando que há uma perda generalizada,
03:05tanto para brasileiros quanto para norte-americanos,
03:07e isso vai afetar não só os investimentos futuros,
03:11como já os negócios presentes,
03:13e vai impactar também a parte de geração de postos de trabalho.
03:17Quer dizer, é um perde-perde enorme diante de um quadro difícil,
03:22muito difícil, agora agravado com essa abertura de investigação
03:26da sessão 301 da lei comercial.
03:29Não é um resultado imediato, demora isso aí 18 meses, aproximadamente,
03:33mas vai dar trabalho também.
03:35Mas, do ponto de vista do nosso setor, a discussão está muito centrada,
03:40e ontem este foi o eixo central,
03:43é tentar encontrar canais que nos permitam viabilizar,
03:46minimizar ou voltar, que é o nosso objetivo,
03:50ao que estava antes, já não era excepcional,
03:52vai ter adicional de 10%.
03:53Mas, no momento presente, dentro do Mercosul,
03:57só o Brasil que recebeu essa taxação de 50% adicionais,
04:01Argentina, Paraguai, Uruguai continuaram com 10%,
04:04e aí não faz sentido,
04:06e com 200 anos de história e relacionamento,
04:09e com tantas coisas envolvidas,
04:11que nós tenhamos esse momento tão difícil,
04:14que eu jamais vivi na minha vida,
04:15e que afeta, principalmente,
04:17no nosso negócio do estratégio de confecção,
04:19pequenas e médias empresas,
04:20que são a maioria dos operadores na nossa indústria,
04:25e que fazem negócio com os Estados Unidos,
04:27não é igual à China, obviamente,
04:29mas, esse ano, nós estávamos estimando chegar a 90 milhões de dólares
04:33de exportações para os Estados Unidos,
04:35são quase 500 milhões de reais,
04:40e que você não encontra mercado do dia para a noite
04:42para ocupar esse espaço que poderá vir a ser perdido,
04:46se não houver uma alteração no quadro
04:48que nós estamos vivenciando nesse momento.
04:50Eu vou insistir com essa linha
04:53que o senhor acabou de colocar
04:55sobre os 500 milhões de reais,
04:57é um número muito alto,
04:59esse valor já estava em negociação
05:01com os Estados Unidos ao longo do ano,
05:04e o que será feito ainda é uma incerteza,
05:08mas, na opinião do senhor,
05:09o que não foi feito para chegar a este momento
05:12que estamos enfrentando?
05:15Olha, eu acho que a gente discutir agora
05:18o que não foi feito não vai nos levar muito longe.
05:21O que precisa ser feito é o que vai construir a ponte.
05:25Hoje nós temos um muro, uma parede, um faredão enorme,
05:29e o que precisa ser feito é abrir os canais de diálogo
05:32dentro da diplomacia oficial de ambos os países.
05:35Sabemos que a gestão da política internacional
05:38daquele país, nos Estados Unidos,
05:40está sujeita a muitas idas e vindas,
05:43a decisões mais pessoais,
05:45mas essas coisas acontecem, aconteceram,
05:48pegou todo mundo de surpresa,
05:50pela virulência do que foi apresentado ao Brasil,
05:53mas agora é olhar para frente,
05:55olhar para frente e ver com quem nós vamos conversar,
05:57o que vocês querem com relação a um país como o nosso,
06:00evitar ficarmos aí com discursos inflamados,
06:04atiçando ainda mais o ambiente.
06:07Nós precisamos de calma, tranquilidade, sangue frio,
06:11por mais que haja essa irritação,
06:13que a gente entende até como razoável,
06:16mas nós não vamos resolver isso com insultos e com agressões.
06:20Nós vamos receber isso, resolver isso com diplomacia,
06:23encontrando os pontos em comum,
06:25porque os americanos também perdem.
06:26Claro, a economia deles é muito maior do que a nossa,
06:30quem sofre mais é sempre aquele menos poderoso.
06:32Mas seja como for, nós temos aí vínculos excelentes
06:35com os Estados Unidos, empresas lá instaladas,
06:38empresas americanas aqui,
06:39então agora é olhar para frente e abrir esses canais de diálogo
06:42com aqueles que possam ter o poder,
06:44lá naquele país, de dialogar no sentido de encontrar
06:48um caminho, uma solução.
06:49Agora, o que passou, passou,
06:52um vai dizer que um falou assim, o outro falou assado.
06:55Enfim, tem muito embrólio, está muito misturada essa questão toda,
06:58mas nós estamos focados na área econômica, comercial, diplomática.
07:04A questão política deixa para os políticos,
07:07e é bom que todos os políticos tenham aí o equilíbrio
07:10para que nós consigamos encontrar o mais breve possível uma solução,
07:14porque é muito grave.
07:16São 40 bilhões de dólares que o Brasil exportou para os Estados Unidos ano passado,
07:22compramos um pouco mais do que isso.
07:24Segundo dados da CNI, para cada 1 bilhão de dólares,
07:28nós temos mais ou menos 23, 24 mil empregos envolvidos
07:31e uma massa salarial da ordem de 500 milhões de reais.
07:35É muita coisa e afeta demais vários setores,
07:39inclusive que tem alta dependência do mercado norte-americano,
07:42como nós pudemos ver ontem na reunião,
07:45que foi muito bem conduzida pelo vice-presidente Alckmin,
07:48com a participação de outros ministros,
07:50Rui Costa, Fernanda Haddad,
07:52a Simone Tevet,
07:53a diplomacia, a embaixadora Maria Laura,
07:55enfim, há todo um sentimento de que agora não é hora de movimentos bruscos,
08:00agora é hora de acalmar e encontrar caminhos e interlocutores adequados.
08:07Inclusive, eu queria te fazer uma pergunta para a gente finalizar agora,
08:10por favor, brevemente.
08:12O que vocês acreditam que se o pior acontecer,
08:15o pior cenário, não acontecer uma negociação,
08:19vocês já têm uma estimativa do que pode acontecer na indústria,
08:22onde você atua, uma estimativa de seis meses,
08:26do que pode acontecer a partir do dia 1º de agosto,
08:28quando a tarifa começar?
08:31Eu diria que nós teremos uma perda,
08:34se não total, quase que total de negócios,
08:37porque 50% de tarifa vai abrir espaço para os nossos concorrentes,
08:41ocupar o espaço que nós duramente conquistamos ao longo desses anos.
08:46Então, vai ser realmente algo muito dramático,
08:50principalmente para as empresas mais dependentes desse comércio.
08:53É claro que o Brasil não tem a parcela maior da sua produção
08:57voltada para o mercado mundial,
08:58mas 500 milhões de reais é muito dinheiro
09:01e dependendo do grau de exposição, como eu falei anteriormente,
09:04o impacto vai ser muito grande em alguns segmentos,
09:07em algumas empresas.
09:07Perfeito, Fernando Pimentel, nosso diretor aí da Abit,
09:12muito obrigada pela participação em tempo real aqui na Jovem Pan,
09:16sempre muito bem-vindo, parabéns pelo trabalho,
09:18qualquer novidade se aciona a gente aqui, tá bom?
09:20Muito obrigada.
09:21Obrigado, Márcia, uma boa tarde a todos.
09:23Boa tarde.

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