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As tratativas brasileiras em relação ao tarifaço interessam muitos setores da indústria além da sociedade civil. Para explicar o assunto com mais detalhes, a Jovem Pan News entrevista o professor de Relações Internacionais do IBMEC de São Paulo.

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Transcrição
00:00Sobre as tratativas brasileiras em relação ao tarifácio, a gente conversa agora, agora sim, com o professor Alexandre Pires,
00:06professor de Relações Internacionais do IBMEC de São Paulo.
00:09Professor Alexandre, um prazer te receber mais uma vez aqui na Jovem Pan.
00:13Prazer é todo meu, Nelson. Obrigado.
00:16Professor, explica pra gente como é que você está vendo aí essa situação diplomática brasileira
00:21em que o presidente Lula continua fazendo os seus discursos direcionados ao presidente americano Donald Trump,
00:28até com uma certa rispidez. Por outro lado, o vice-presidente da República liderando ali uma mesa de negociação
00:35com o empresariado brasileiro tentando alcançar algumas alternativas e sendo escolhido como uma espécie de porta-voz.
00:41E a diplomacia brasileira? E o Itamaraty nisso tudo?
00:44Como deve se portar diante da crise que está se instaurando aí depois do anúncio feito pelo presidente americano?
00:50Nelson, eu vejo que há um erro de avaliação por completo ali da diplomacia brasileira.
00:59Quando o Trump endereça aquela carta para o presidente Lula,
01:04é o chefe de Estado americano, ou seja, o representante do Estado americano,
01:08fazendo uma denúncia, fazendo ali acusações de práticas que ocorrem no Estado brasileiro,
01:17para o chefe de Estado brasileiro.
01:20Ou seja, então quando eu faço uma denúncia, o que eu espero é que haja algum tipo de apuração,
01:27algum tipo de postura.
01:28No caso do governo americano, o Trump já diz na própria carta que ele vai iniciar uma investigação,
01:35usando ali o representante comercial.
01:37A meu ver, o Brasil deveria ter feito a mesma postura,
01:41não entrado numa guerra verbal, é uma visão equivocada.
01:47Ou seja, olha, o chefe de Estado de um país com o qual nós temos relações diplomáticas,
01:52me escreveu dizendo que nós temos práticas dentro dos poderes,
01:56dentro do sistema regulatório, com relação a acordos de anticorrupção,
02:02com relação à propriedade intelectual, com relação a desmatamento.
02:06O que eu tenho que fazer?
02:07Eu tenho que dar uma resposta.
02:08A meu ver, a resposta possível, mantendo a nossa soberania,
02:13era a formação de comissões nacionais com poderes suficientes para poder coacionar isso.
02:19Ou seja, com relação a liberdades fundamentais,
02:23você tem que ter uma comissão que verifica o direito humano,
02:25com a questão regulatória e técnica, que são as barreiras não tarifárias.
02:31Eu tenho que ter uma ampliação ali de algumas iniciativas que ocorreram já há poucos anos,
02:37de reconhecimento mútuo, de regulação técnica, ou seja, fazer com que os órgãos metrológicos,
02:45os fitossanitários americanos sejam reconhecidos aqui pelo Brasil,
02:49ainda que o Brasil continue tendo a sua autonomia,
02:53com relação à propriedade intelectual, com relação, inclusive, à ideia de perseguição política.
02:58Você teria que ter uma resposta do Congresso melhor,
03:01e essa iniciativa deveria ter partido do presidente da República,
03:05não partindo o órgão nacional que existe no Brasil, o Congresso Nacional.
03:10Ele deveria ter encaminhado.
03:11Não buscar, via Senado e comissão e grupos de senadores, fazer negociações comerciais.
03:18Nós teríamos que dar a nossa resposta bilateral.
03:21Fomos acusados, vamos abrir as investigações,
03:23e com poderes, inclusive, de avaliar as ações do STF.
03:29Não como um órgão revisor, mas avaliando ali se houve algum tipo de abuso,
03:35se realmente o STF seria o juiz natural de algumas questões, enfim.
03:40E aí sim, o governo americano ficaria, talvez, no crime, no crime chave.
03:47Esse é o ponto, ou seja, agora eles deram uma resposta.
03:49Professor, na sua experiência aí, com seus anos de atividade nas relações internacionais,
03:57você já havia visto esse tipo de conduta que tem sido tomada pelo presidente americano,
04:02a sanção a autoridades de outro país, como, por exemplo, caçar os vistos,
04:07suspender os vistos dos ministros do judiciário,
04:11em razão de decisões judiciais, como, no caso, estão sendo tratadas ali como perseguição política
04:19pelo presidente americano?
04:21Isso não é muito comum, né?
04:23Não é comum, ocorre, claro, tem um amplo histórico desse tipo de sanções.
04:28Quase sempre atingem regimes de exceção,
04:31regimes ditatoriais, com práticas de genocídio,
04:35regimes autoritários que financiam o terrorismo.
04:38Não deveria acontecer com um país que tem ali acordos e relações diplomáticas abertas com os Estados Unidos.
04:47Mas tendo a acusação, que também foi atípico, inclusive, Nelson,
04:51em relação às outras cartas que foram enviadas para outros países.
04:54Você, com certeza, viu todas.
04:56E o Brasil é a única ali que também tem acusações com relação à violação de direitos políticos e civis.
05:03Então, isso seria algo que o Brasil deveria ter aceitado a acusação e encaminhado a uma resposta formal.
05:12Não negociando ou negando.
05:15Abrindo investigações, mostrando que vai ter um órgão, inclusive com observadores estrangeiros,
05:21para tentar fazer isso, seja com relação às práticas comerciais, tudo que eu elenquei aqui.
05:26Não entrar numa negação e nem num desafio.
05:29Porque o Brasil, falando economicamente, nós temos o que nós chamamos de balanço de pagamento,
05:35ou seja, o que a gente manda para fora e o que a gente recebe.
05:38Nós não temos uma situação confortável em nenhuma das nossas contas.
05:44Então, a saída dos Estados Unidos e o efeito contágio que ele vai ter em outros países,
05:48que também vão deixar de investir no Brasil, como já vem aparecendo,
05:53vai fazer com que o Brasil entre numa crise econômica.
05:56Essa aposta, esse desafio aí, não faz sentido.
06:00O Brasil deveria já ter tomado posturas e nós já teríamos encaminhado para o representante do Estado americano,
06:07que é o presidente Donald Trump, quais foram as medidas que nós tomamos nesse período até a implantação dessas novas tarifas
06:17e o tempo de resposta, até inclusive a conclusão ali da investigação da sessão 301 que ocorre em setembro.
06:24Perfeito.
06:25Em um minutinho, professor Alexandre, em um minutinho, professor Alexandre,
06:28eu gostaria também da sua análise sobre a comitiva brasileira de senadores com alguns empresários que estão nos Estados Unidos.
06:34Eles têm potencial para solucionar esse problema?
06:36Nenhum potencial.
06:38O Congresso Nacional tem poderes suficientes para tomar medidas unilaterais para tentar responder ao presidente Donald Trump,
06:45não fazer uma visita.
06:47Nós teríamos que estar trabalhando durante o recesso e promovendo ali a criação das debidas comissões,
06:54levando a sério as acusações feitas pelo presidente americano,
06:57inclusive convidando os vários representantes americanos para participar como observadores.
07:02Perfeito.
07:04Quero agradecer demais aqui a participação do professor Alexandre Pires,
07:08professor de Relações Internacionais do IBMEC de São Paulo,
07:11sempre conosco aqui na Jovem Pan,
07:13ajudando a entender este cenário aí de disputas de narrativas e a taxação do presidente americano,
07:20a reação brasileira.
07:21Professor Alexandre, muito obrigado mais uma vez pela sua participação.
07:25Obrigado a você.
07:26Obrigado.

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