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No Visão Crítica, Roberto Gianetti da Fonseca crava: o tarifaço de Donald Trump "é impraticável, não vai sobreviver". Ele, junto de Roberto Dumas e Felipe Salto, analisa o impacto devastador que a medida terá, prevendo rupturas em cadeias produtivas essenciais. Os economistas detalham os principais setores afetados, tanto na economia brasileira (como agricultura, siderurgia e indústria em geral) quanto na norte-americana.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/J344tTbzH7k

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Transcrição
00:00Agora, Jeanette, eu queria fazer um exercício aqui, porque muitas vezes a gente trata dessas questões e parece muito distante
00:08para quem nos acompanha e quem não acompanha o noticiário.
00:11Queria fazer o seguinte exercício.
00:13Caso não haja possibilidade de até o dia 1º de agosto o governo brasileiro reverter essa situação
00:21ou negociar um adiamento ou a implementação de uma tarifa mais baixa, ou a manutenção daquela de 10%.
00:28Se a partir do dia 1º observarmos a entrada em vigor dessa tarifa de 50%, quais lhe parecem os impactos para esses setores
00:39que comumente exportam para os Estados Unidos?
00:42É possível apostar em outros players, escoando essa produção, porque assim, falar em alterar a estratégia,
00:53não é que você passa a mão no telefone e fala, olha, eu vou ao invés de...
00:58O navio que estava indo para os Estados Unidos agora vai para, sei lá, Bielorrússia, né?
01:02Até recentemente falaram.
01:04Ah, vamos exportar mais para Bielorrússia, né?
01:06É brincadeira.
01:07Não, não dá.
01:08Para você colocar na mesma prateleira, Estados Unidos e Bielorrússia.
01:11Queria esse exercício.
01:13Qual o impacto para os setores e quais setores mais devem sofrer com essa situação?
01:17Olha, se se analisar do ponto de vista setorial, nós temos aí uns 10 setores bastante afetados.
01:24Já foram vários relacionados aqui.
01:25Ferro, siderúrgicos, para ser mais preciso, alumínio, açúcar, café, suco de laranja, aviões,
01:39autopeças, equipamentos, até a maior parte, como falou o Roberto Dumas, são produtos manufaturados, valor agregado.
01:50Atrás de valor agregado, milhões de empregos.
01:54E o pior é que tem um efeito multiplicador, que quando o Felipe estava falando também eu alertei, que é o seguinte.
02:00Então vamos supor, uma fábrica de tratores, ela para de produzir porque o 50% não é somente uma tarifa, é um embargo.
02:08Não dá mais para vender.
02:10Para.
02:11Então, todas as empresas de serviço, fornecedores, também param, que servem aquela fábrica.
02:20E aí você tem, vamos supor, 3 mil funcionários naquela fábrica, mas tem 15 mil fora da fábrica que vão também ficar sem trabalho.
02:28Porque são os prestadores de serviço e fornecedores dessa fábrica.
02:31E esses vão consumir mesmo.
02:33E aí, os que foram desempregados vão dizer, bom, agora que eu perdi a minha renda, eu vou passar a comprar menos.
02:40A mulher vai no supermercado só com o essencial, vai tirar o filho da escola de não sei o que, de inglês e tal.
02:49Vai viajar, não vai viajar, o turismo cai.
02:52Então você tem um efeito multiplicador na economia que não dá para mim.
02:55Não é fácil medir isso, hein?
02:57A gente tem algumas correlações aí que a gente pode fazer, mas vocês concordam para mim que é difícil medir.
03:02Legal multiplicador.
03:03Mas a impressão que dá, a percepção que nos dá, por serem 80% de produtos manufaturados, o efeito multiplicador é muito maior do que commodity.
03:12Então você vai espalhar um nível de desemprego e recessão, infelizmente, essa é a minha conclusão, quer dizer que é um embargo, não dá para vender para os Estados Unidos.
03:22Agora, como diversificar?
03:24Também não é fácil, porque muitos produtos são customizados para os Estados Unidos.
03:29É o tipo de corte, é o rótulo, a embalagem, a qualidade, a especificação, até o registro sanitário.
03:37Mas assim, vamos mandar o peixe aqui para os Estados Unidos para a África do Sul.
03:41Mas se não tem o registro sanitário daquele produto lá, vai ter que começar do zero.
03:44Vamos mandar para a Índia.
03:47A Índia tem uma tarifa também de 15%, 20% para esse produto.
03:51Então não conseguem ter...
03:52O acesso não é fácil.
03:54Não é fácil realocar.
03:55Não é.
03:56Eu trabalho com comércio exterior há 50 anos.
04:00Redirecionar produtos no mercado internacional é muito difícil.
04:04Demora anos e não é uma coisa simples da noite para o dia.
04:07Agora, vai aplicar o tarifaço?
04:10A minha impressão, para dar uma luz de esperança para o telespectador que está nos ouvindo,
04:17ela é impraticável.
04:19Não vai sobreviver.
04:20Esse tarifaço não sobrevive.
04:23Porque ele cria tamanhas rupturas de cadeias produtivas no Brasil e nos Estados Unidos,
04:29que avião...
04:31Estavam falando aqui indústria aeronáutica, indústria de tratores, máquinas e equipamentos,
04:37siderurgia, alumínio...
04:39Não tem como sobreviver.
04:41Então vai ter que ser negociado, sim.
04:44Bloco a bloco.
04:46Setor a setor.
04:47Eu não achei aqui antes de 1º de agosto, não.
04:49A dúvida que eu tenho, que eu vou repetir,
04:52é que se ele avança no tarifaço e corre o risco de judicialização,
04:58que vai acontecer,
04:59e aí nós estamos falando de danos de bilhões de dólares que ele vai ter que pagar,
05:03ou ele simplesmente vai ter uma atitude mais pragmática e responsável,
05:07dizendo, nós vamos dar um prazo de 90 dias ou 60 dias para o Brasil negociar.
05:11e acreditar que nós, empresários, junto com o governo,
05:16vamos conseguir fazer um acordo de agenda positiva
05:20que melhore o ambiente de negócio para os dois países.
05:23Essa é a mensagem que a gente tem que dar para eles, de esperança.
05:26Olha, nós estamos aqui e sabemos que temos que fazer isso.
05:30Não estamos inconscientes do problema.
05:33Ok.
05:34Está chamando para a mesa de negociação, nós vamos.
05:36Nós sabemos jogar, sabemos negociar.
05:38Mas tem que dar chance, você tem que sentar na mesa e falar.
05:42Eles não deram ainda as chances para nós ainda.
05:45E colocar os pontos absolutamente negociáveis.
05:50Tem coisas que não são negociáveis.
05:52Claro.
05:53Pedir o fim do PIX, por exemplo, esquece.
05:55Não, mas me parece que é justamente o argumento adotado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
06:02Porque não acho que ele tenha contemplado todas as pautas destacadas por Donald Trump naquela carta,
06:08na resposta enviada, ou pelo menos na abertura de negociação,
06:12no comunicado que ele enviou.
06:13Não me parece que ele tenha tratado as questões que envolvem Jair Bolsonaro,
06:17o Supremo Tribunal Federal.
06:19Se ateve as questões comerciais, me parece.
06:22Quer complementar, Dúma?
06:23Não, mas eu concordo.
06:24Eu acho que vamos negociar, parece um pleonasmo, e é um pleonasmo, aquilo que é negociável.
06:32Não dá para você negociar uma coisa que não dá para fazer pauta.
06:35Não tem pauta.
06:37Vamos terminar o PIX, vamos terminar com a rua 25 de março.
06:40É o problema da propriedade intelectual?
06:42Sim, tem um problema enorme da propriedade intelectual, assim como tem na China também.
06:46Poxa, eu morei na China há quatro anos, aquilo de propriedade intelectual é um absurdo.
06:52Então, qual é o problema?
06:54Você também não vai endereçar aquele...
06:55Aqui nós estamos falando de uma rua, lá nós estamos falando de cidades.
06:59De cidades e de aeronaves, inclusive.
07:03Mas, enfim, fica por outro lado.
07:06É aquilo que é possível ter uma agenda positiva de empresariado.
07:10De empresariado, se, somente se, Trump estiver disposto a negociar.
07:18Nós temos muito para oferecer, hein?
07:20É bom que eles saibam disso.
07:22Temos muito para oferecer, para melhorar o ambiente de negócio.
07:25Agora, eu volto a insistir.
07:28Eles têm que nos dar oportunidade de negociar.
07:31E junto com o governo, que deve formalizar a nossa negociação.
07:36Mas quem sente as dores, que nós falamos aqui, é o empresário.
07:40É o empresário.
07:40Ele que sabe até que ponto ele pode ir, até que ponto ele pode ceder.
07:45O governo não pode fazer isso de forma abstrata.
07:48O diplomata é muito bom em estrategia de negociação.
07:50Mas não entende onde aperta o galo.
07:51Eu já sentei na GAMEX, junto com o diplomata, chegava na hora do vamos ver,
07:55era a voz do empresário do chão de fábrica que dizia,
07:58ó, dá para ir até aqui, dali para aqui você não passa.
08:00Porque não dá.
08:01Tem que dar o limite.
08:02O limite, nós vamos dar.
08:04Quero escutar você, Felipe, também sobre qual exercício a gente deve fazer,
08:10inclusive compartilhar com o nosso público,
08:11sobre os impactos caso essa taxação entre em vigor em 1º de agosto.
08:17Olha, eu quero até introduzir um elemento, porque eu acho que os impactos são grandes.
08:21E já se fala no governo e no entorno, e a imprensa repercute,
08:26algo extremamente preocupante, que é criar medidas de socorro às empresas e aos setores.
08:33O nosso coordenador, há pouco, ele me trouxe justamente essas informações.
08:38Subsídios.
08:39Exato.
08:40Vantagens tributárias.
08:42Ministro Haddad já falou disso.
08:43Devolução de créditos e que tais.
08:46Falta de imaginação isso, né?
08:47Pois é.
08:48Mas essa é a minha preocupação, porque isso é muito fácil.
08:51Ah, olha lá, estão fazendo essa maldade conosco, então deixa que o governo resolve.
08:56Vamos aumentar um pouquinho.
08:56Isso é bem Brasil, né?
08:57Isso é muito Brasil.
08:58E já está nos jornais, na Folha de São Paulo, no Estadão, todos eles já estão contindo.
09:04E o nosso déficit está em 80 bilhões, a previsão para esse ano.
09:08Ontem o governo liberou mais 20 bilhões de gastos, porque caiu um maná divino,
09:13que foi esse decreto do IOF revertido a partir da decisão do Supremo,
09:18e o governo disse, olha aí, a receita está aumentando.
09:20Já gasta por conta, como se tivesse superávit.
09:24Mas, na verdade, a previsão do próprio governo é de 75 bilhões de déficit.
09:28Então, minha maior preocupação é essa, é a atrapalhada que a gente pode fazer
09:32em cima desse cenário adverso, que é bastante difícil de ser resolvido.
09:38Mas, ouvindo o Roberto Gianetti, eu fico até mais tranquilo,
09:41porque me dá uma esperança de que a gente pode ganhar um pouco mais de prazo.
09:46E escolhendo as pessoas certas, seja do governo ou do empresariado,
09:50para sentar à mesa de negociação, a gente pode evitar esse mal maior.
09:54Agora, o proselitismo, a demagogia e o populismo estão aí prontinhos para serem usados.
09:58Para atrapalhar, né?
09:59Para atrapalhar. E essa é a minha maior preocupação.
10:02Eu li uma charge uma vez que eu gostei muito, eu não vou falar de quem é, mas etc.
10:06Que você vê que tem gente que está fazendo patrioteio e deixar o Geraldo Alckmin
10:10para a discação com o abacaxi.
10:13Fica no patrioteio, quero democracia, não sei o quê, mas abraça Irã, etc.
10:20E depois deixa o abacaxi para o Geraldo Alckmin e para os empresários falar.
10:24Não, não é bem assim, né?

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