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O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, publicou nesta segunda-feira, 13, um artigo no Estadão repudiando os "mais de 40 editoriais produzidos" tendo por objeto a Corte.
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NotíciasTranscrição
00:00O presidente do STF, Luiz Roberto Barroso, publicou nesta segunda-feira um artigo no Estadão
00:04repudiando os mais de 40 editoriais produzidos, tendo por objeto a Suprema Corte.
00:10Barroso se equivoca em pelo menos sete momentos ao longo do seu texto de apenas meia página.
00:16E se equivoca, evidentemente, a uma maneira generosa de dizer, assim como erros,
00:20pode chamar de panos, de contorcionismo, de malabarismo, de pirueta,
00:26como muitas vezes eu chamo essas manobras verbais.
00:30O primeiro deles é sobre a importância do judiciário.
00:34O ministro afirma que o número elevado de editoriais sobre o STF no jornal
00:37revela a importância que o judiciário tem na vida brasileira,
00:41seu papel na preservação da estabilidade institucional e nas conquistas da sociedade.
00:47E, na realidade, como Duda Teixeira bem colocou num artigo que está disponível na Cruzoé,
00:52com esse mesmo título, os sete erros de Luiz Roberto Barroso,
00:55número elevado de editoriais, tem a ver com os abusos constantes do STF,
00:59ameaçando a preservação da estabilidade institucional e as conquistas da sociedade.
01:04Você quer falar sobre os outros, Duda?
01:06A lista é longa, mas ele tem uns ali que acho que tem um que é o preferido dele,
01:13que ele fala que produz muito.
01:15São mil e cento e tantas sentenças.
01:18Olha só como a gente é produtivo.
01:20Como se o STF fosse uma máquina de ficar produzindo sentença.
01:26E olha só, a gente merece aqui um troféu campeão mundial de produção de tribunal.
01:34Quando o STF, originalmente, ele é um tribunal constitucional,
01:40não faz sentido essa comparação de querer produzir mais do que todos...
01:45O Sibobial, o STF, produz mais do que todos os tribunais constitucionais do mundo juntos.
01:51E não, o que importa para a gente é a qualidade das decisões.
01:57Se estão sendo justas, se estão ajudando a resguardar o Estado democrático de direito.
02:04É isso que a gente quer saber e não se está produzindo mais ou menos que os outros.
02:08E o Barroso argumenta, orgulhoso, que o Brasil é o país que ostenta o maior grau de judicialização do mundo.
02:15De acordo com o presidente do STF, esse fenômeno revela a confiança que a população tem na justiça.
02:21Olha, realmente a cara de pau para dizer que a judicialização mostra a confiança.
02:27É muita, hein?
02:29Na verdade, o Brasil tem alto grau de judicialização porque não há segurança jurídica,
02:33como a gente aponta nesse programa há muito tempo.
02:35O Duda ainda apontou a questão da produtividade do Supremo.
02:39Olha, quando não se há qualidade, quando não se tem qualidade, se aponta número.
02:44O Barroso alega que o STF é o tribunal mais produtivo do mundo,
02:47tendo proferido mais de 114 mil decisões apenas em 2024.
02:53Mas não é o volume de decisões que faz um tribunal ser melhor ou pior do que o outro.
02:59Quer dizer, o que importa é se as decisões são justas ou não, Duda Teixeira.
03:03A Suprema Corte Americana, eles escolhem ali, eu acho que cerca de 100 casos para julgar ao longo do ano
03:10e terminam o ano com 100 casos.
03:13Então, e tem muito mais legitimidade que o nosso Supremo Tribunal Federal aqui.
03:19Pois é, ainda tem a questão do Barroso ter listado decisões proferidas nos últimos anos.
03:28Todos os casos que ele cita são de momentos em que o judiciário avançou nas atribuições do Legislativo,
03:33do Executivo, como tantas vezes a gente apontou aqui.
03:37Um dos principais motivos pelos quais o STF é alvo de críticas.
03:42Está na lista decisões como a que determinou o uso das câmeras na farda pelos policiais
03:48e sobre o uso de drogas para consumo pessoal.
03:51Foi alvo de debate diversas vezes aqui no Papo Antagonista.
03:56São questões sensíveis, mas nas quais o STF não deveria se meter.
04:01O quinto equívoco na lista de sete do Duda é o respeito da transparência do Supremo.
04:07Barroso menciona que a transmissão das sessões plenárias do STF pela TV Justiça está prevista em lei
04:13e com base nisso diz que o Supremo é o tribunal mais transparente do mundo.
04:17Olha, o tribunal é transparente porque as suas sessões são transmitidas.
04:21Então, se a sessão é transmitida, está tudo bem? Está tudo legal?
04:24Independentemente do argumento que é utilizado, do voto que é proferido, da decisão que é tomada.
04:31Quer dizer, quando a população cobra a transparência, não é porque quer assistir aos magistrados
04:35dando essas supostas demonstrações de notório saber jurídico.
04:40O que eles querem é saber se os juízes estão se encontrando nos gabinetes, nas festinhas.
04:45O Duda apontou isso muito bem no artigo e a gente, historicamente, no Papo Antagonista,
04:49já esmiuçou tantos desses episódios, esses convites que eles recebem para o Brasil, para o exterior,
04:56ou eventos que eles próprios organizam, como o Gilmar Palusa, lá em Lisboa,
05:02e que reúnem a nata do sistemão nessa grande promiscuidade entre os poderes.
05:08Os ministros do STF decidem casos em que as suas esposas,
05:12quer dizer, envolvendo clientes das suas esposas.
05:16É isso que tem acontecido no Supremo Tribunal Federal.
05:18Então, a Roberta Rangel, ela está no quadro de advogados dos irmãos Batista,
05:23e o Dias Toffoli, marido dela, está lá dando decisão favorável aos irmãos Batista,
05:28para aliviar, inclusive, multas bilionárias, para anular provas de acordos de leniência, por exemplo.
05:36Caso semelhante acontece com a Odebrecht, onde, aliás, está na pauta hoje,
05:40porque houve uma nova repercussão internacional desse apelido.
05:43O Toffoli tinha o apelido de o amigo do amigo do meu pai.
05:48Repito, dá decisões favoráveis a Odebrecht também.
05:51E o Duda já falou sobre a questão da legitimidade.
05:53Quer acrescentar algo, Duda?
05:54Essa questão da transparência que o Barroso coloca,
05:59a gente não quer ficar assistindo ministro do STF falando aquelas coisas,
06:05o Toffoli cantando do trenzinho de Minas Gerais,
06:11ou falando que o policial, liberdade de expressão, é jogar a gente pela ponte.
06:16Essas coisas a gente só fica passando vergonha.
06:19Quando a gente quer uma corte transparente, a gente quer que diga para a gente qual é o advogado que consegue andar de bermuda,
06:29por exemplo, lá nos corredores do STF.
06:32Quem são os parentes, não só esposas, como filhos, sobrinhos, que estão nos escritórios dos advogados,
06:40que têm causas no Supremo.
06:43Isso que é transparência e não o que o Barroso está achando que é transparência.
06:47Ricardo Kertzmann, o que você acrescenta?
06:51Felipe, interessante, quando eu li esse artigo do Barroso,
06:56eu acho que boa parte da nossa audiência já ouviu falar, se não conhece, ao menos já ouviu falar,
07:01que George Orwell, aquele famoso escritor daquela obra mais famosa dele, 1984,
07:08que é um livro que foi escrito no final dos anos 40, salvo engano da minha parte.
07:13Mas por que me veio à memória isso?
07:17Porque muita gente associa o livro, 1984, como se fosse uma antevisão das formas de controle de governo,
07:27sobretudo governos autoritários, opressores, sobre a população,
07:32através de vigilância ou mesmo outros modos de opressão política e tudo mais.
07:36Mas o contexto, o conceito oroeliano, vamos chamar assim,
07:40ele é bem diferente disso aí, é bem diferente do que a maioria das pessoas imaginam.
07:45Está muito mais ligado ao que hoje em dia se chama narrativa,
07:49mas está muito mais ligado à forma, eu diria, manipuladora, capciosa,
07:54de comunicação de governos ou de autoridades, de políticos, de modo geral.
07:59Jornalistas também, jornalistas chapa branca também usam muito esse tipo de tática de comunicação,
08:04para poder pegar fatos relacionados ao mundo real,
08:09mas traduzi-los da forma que essa pessoa, que essa autoridade ou esse governo
08:13enxergue e quer fazer os demais acreditarem.
08:17Seria quase que uma manipulação mesmo.
08:20É quando a gente ouve, por exemplo, que a inflação no Brasil está crescendo,
08:25mas está controlada.
08:26São aqueles argumentos que a gente sabe que não se sustenta,
08:29mas é uma má forma de vender uma má notícia de forma positiva.
08:35O que o Barroso escreve nesse artigo dele está muito parecido com essa prática descrita por George Orwell,
08:43porque ele pega dados teoricamente reais, inseridos no mundo reais,
08:47mas os deturpa de modo a justificar as más práticas que são alvos de crítica de toda a sociedade em relação ao Supremo.
08:57Eu vejo muita semelhança nisso, sabe?
08:59A gente acho que vai continuar nos demais tópicos sobre isso.
09:03Eu separei aqui alguns dados, uns números bastante interessantes,
09:06que acabam, vamos dizer assim, desmontando um pouco da tese do Barroso.
09:10É, então, até fazendo a introdução para você acrescentar esses dados,
09:15o Barroso tenta explicar os baixos índices de aprovação do STF em pesquisas de opinião pública
09:20dizendo que ele se deve a medidas que se mostraram negativas para alguns grupos de pessoas.
09:26Então, segundo o Barroso, tais pesquisas revelam no máximo o que um grupo de pessoas pensa e não o que é verdade.
09:32O ministro, então, dá um caso específico,
09:34dizendo que uma medida determinando a desintrusão de 5 mil garimpeiros
09:39faria com que o tribunal se tornasse impopular em uma determinada área.
09:44Mas as pesquisas de opinião são feitas em todo o território nacional.
09:47Em setembro, por exemplo, foi divulgado um levantamento Atlas Intel
09:50que aponta que metade dos brasileiros não confia no STF ou em seus ministros.
09:56A impopularidade não é o ônus por tomar uma ou outra decisão.
10:01Ela é o conjunto da obra, certo, Duda Teixeira?
10:04Exato, exato.
10:05E se a gente pegar, é claro que sempre que o tribunal toma uma decisão,
10:11ele vai magoar uma parte da população e a outra não.
10:16Agora, qual que é a causa hoje que você tem 50% da população sem confiar no STF,
10:23que rejeita ou nega essa autoridade que o STF se julga ter?
10:28Não tem uma causa assim tão grande.
10:31O que você tem são várias causas de vários temas que entraram aí desde
10:37célula-tronco, maconha-fêmea, liberdade de expressão,
10:43as decisões monocráticas também dos ministros do STF.
10:48Tudo isso vai acumulando e a desaprovação vai crescendo.
10:52Essa desaprovação não estava nesse patamar hoje que está de 50% dos brasileiros.
10:58Ela já foi menor, mas ela vai crescendo porque são várias decisões
11:02e não é só a decisão em si que é contestada nesse caso.
11:06É a maneira como a decisão é tomada.
11:09É o comportamento dos juízes.
11:11Tudo isso é que acaba sendo rejeitado pela população.
11:14Ricardo Kerstman, o que você tem a acrescentar sobre esses dados?
11:17Que de fato não procede a afirmação do ministro,
11:22de que parte da sociedade se sente desagradada pelas decisões do Supremo
11:28por termos específicos.
11:30Não, não é, porque como você mesmo disse,
11:32a gente está falando de quase metade da população.
11:35Como há um ativismo judicial para o Partido Supremo muito intenso
11:38em diversas searas, isso obviamente você vai atingir um número muito grande de pessoas.
11:44Sem contar nas questões relacionadas à própria operação do Supremo, Felipe.
11:48As regalias, todo o dinheiro gasto.
11:51O orçamento para 2025, o Supremo prevê, pede como dinheiro para custeio,
11:59953 milhões de reais, quase um bilhão de reais.
12:04Isso é muito dinheiro.
12:06Então não é verdade.
12:07Como não é verdade, Felipe, a alegação de que o brasileiro confia na justiça,
12:12por isso procura muito a justiça.
12:14Desses dados que você faz, os maiores demandantes, hoje, do judiciário,
12:20é o próprio Estado, é o INSS e a Caixa.
12:24Os principais alvos de demanda também, INSS e Caixa.
12:31Esses demandantes que eu me referi agora,
12:33com perdão, eu confundi os demandados com demandantes,
12:37os principais demandantes do país hoje, quem move ações,
12:40em primeiro lugar, vem o Ministério da Fazenda,
12:44depois o Tribunal de Justiça de São Paulo e depois o próprio município.
12:48E dentro da esfera trabalhista,
12:50os principais entidades, principais empresas,
12:54nos podos ativos, são os Correios e a Caixa.
12:58Ou seja, todo o aparato estatal está inserido e é o que movimenta grande parte do judiciário.
13:05Que é imenso, Felipe.
13:06São 91 tribunais, 18 mil juízes, 275 mil servidores.
13:12Todos os estados da federação são atendidos pela justiça,
13:15quase metade dos municípios também.
13:18São 84, foram 84 milhões de processos.
13:21Esses são dados fechados de 2023, segundo o Conselho Nacional de Justiça.
13:26É uma estrutura muito grande.
13:28E não é porque nós, a população, confiamos nessa estrutura e buscamos auxílio.
13:33É porque o tal do sistema foi feito para não funcionar.
13:38E quanto mais não funciona, mais grandioso fica.
13:41Um sistema que custa muito caro, é o mais caro do mundo,
13:44dentre 53 países.
13:46Isso são dados do próprio Tesouro Nacional.
13:48Mas que é ineficaz.
13:49Só para finalizar aqui, o tempo médio de uma decisão em primeira instância,
13:55no Brasil, são de 777 dias.
13:58Na esfera federal, isso sobe para 1.100 dias.
14:02E sem falar nos casos de partidos políticos que entram com ações no Supremo Tribunal Federal
14:06porque ficam insatisfeitos com decisões tomadas pelo Congresso Nacional.
14:10E aí, o ativismo judicial dos ministros faz com que eles interfiram,
14:14muitas vezes, em competência legislativa para decidir conforme a conveniência deles.
14:18como tantas vezes exemplificamos aqui no programa.
14:21E o Barroso ainda falou que, no Brasil, há plena liberdade de expressão,
14:25inclusive para práticas injustas.
14:28Mas o STF, o Duda colocou no artigo, é hoje o principal agente de censura no país.
14:32E isso a gente já detalhou bastante.
14:35Falando sobre o Barroso, o último item, que eu falei muito rapidamente no fim do primeiro bloco,
14:41foi a questão da liberdade de expressão.
14:44Ele diz que tem liberdade de expressão, mesmo para práticas que são consideradas injustas.
14:48E a gente está aqui, assim como os editoriais de alguns veículos de imprensa,
14:52mesmo que alguns atrasados, a gente está aqui há muito tempo criticando decisões
14:57dos ministros do Supremo Tribunal Federal, principalmente do Alexandre de Moraes,
15:02que tem a ver com a censura.
15:03Até porque a primeira vítima da censura foi a revista Cruzoé, em 2019,
15:07em razão da matéria O Amigo do Amigo do Meu Pai,
15:09que hoje está repercutindo na Irlanda, como a gente vai ver no próximo bloco,
15:13esse apelido que o Toffoli tem.
15:17Então, o inquérito das fake news teve início lá em 2019,
15:24e uma das suas primeiras ações foi essa, a ordem de censura da Cruzoé,
15:28que só foi removida por pressão do Celso de Mello,
15:31mesmo que depois se aposentou.
15:33E mesmo com a comprovação da autenticidade do documento usado pela revista,
15:40eles não quiseram saber.
15:43É que depois houve um constrangimento ali com a notinha do Celso de Mello,
15:47e aí o Moraes acabou voltando atrás, sem dar o braço a torcer,
15:50sem reconhecer que houve uma censura.
15:52E o Moraes derrubou inúmeros,
15:54inúmeros é uma maneira exagerada, evidentemente,
15:56mas numerosos perfis cujas publicações o incomodavam nos últimos anos,
16:01e em seguida tirou toda a Rede X do ar em 2024,
16:04foi assunto várias vezes aqui no programa,
16:0622 milhões de brasileiros ficaram sem acesso à plataforma.
16:10No ano passado, Flávio Dino mandou tirar livros de uma biblioteca em Londrina
16:13porque estariam afetando a comunidade LGBT.
16:17Então, você tem uma série de ordens que nós consideramos censura,
16:22apesar de o Barroso estar com essa narrativa genérica.
16:26Então, Duda, pegando só o geral,
16:28depois de ter ido em cada ponto específico,
16:31uma das coisas que mais me impressiona
16:33é que o Barroso cita 40 editoriais críticos ao STF
16:39e ele não menciona, entre aspas, trecho de nenhum.
16:46Quer dizer, eu sempre falei que honestidade intelectual,
16:51quando você vai fazer uma refutação específica de algo
16:54a que você está se referindo diretamente,
16:58demanda a abertura de aspas,
17:00quando você tem um tema em debate no debate público.
17:06Você abre aspas, olha, o editorial disse isso,
17:09ele está escrevendo um artigo do jornal sobre o editorial.
17:11Então, abre aspas, o editorial disse isso,
17:13isso não é verdade, o Cadiz disse isso, disse isso.
17:15Ele não vai na argumentação,
17:17porque ele sabe que se ele trouxer a argumentação dos editoriais,
17:19vai ficar difícil de rebater.
17:20Então, o que ele publica no jornal é um texto de propaganda,
17:26é um texto que manipula os elementos da realidade
17:30para passar um baita pano para o Supremo Tribunal Federal.
17:33Você tem razão, realmente ele não vai uma a uma nos editoriais
17:38para não ter que argumentar,
17:39porque ele sabe que ele não conseguiria fazer isso.
17:43E é uma qualidade que os juízes deveriam ter,
17:49essa capacidade de pensar os assuntos,
17:54trazer informações de fora,
17:59refletir sobre eles.
18:00A impressão que dá quando o Barroso faz essa peça de propaganda,
18:06ele está repetindo coisas que a turma lá do STF
18:10fica repetindo também, dentro de uma bolha,
18:13e é uma bolha praticamente blindada,
18:16que eles não conseguem ver o que acontece fora,
18:20e não deixam que o que está de fora interfira lá dentro.
18:25E contam com outras emissoras de TV e rádio
18:28para ecoar essas narrativas,
18:31e fingir que não há refutações dessas alegações.
18:36Então, o Duda colocou muito bem,
18:38é algo blindado,
18:40quer dizer, eles não deixam o argumento contrário
18:42à informação inconveniente entrar.
18:45Publicam um panfleto de propaganda,
18:49você tem aí os porta-vozes do regime
18:51que reverberam essas narrativas com seus microfones
18:54em veículos de comunicação,
18:56e fica por isso mesmo.
18:57São ilhas isoladas do debate público real,
19:01aquele que é feito com elementos e argumentos.
19:04E ele tenta colocar uma roupagem nessa história ali
19:08de liberdade de expressão.
19:09Então, olha só, eu estou escrevendo aqui
19:12no jornal para rebater os editoriais,
19:16mas quando você olha direito o que ele está escrevendo,
19:19como você falou, Felipe,
19:21é uma peça de propaganda,
19:22ele não está rebatendo nada.
19:24Ele diz ali, olha,
19:25que esses editoriais todos,
19:29ele diz que são mais de 40,
19:30que mostram a importância do judiciário.
19:33Não, esses editoriais só apareceram
19:37porque o STF está abusando das suas funções,
19:42está indo além da conta.
19:44Senão, a gente mal estaria falando aqui no Brasil
19:46sobre STF.
19:48E lá no final do texto,
19:50também ele volta no tema da liberdade de expressão,
19:52do tipo, olha,
19:54a gente autoriza vocês fazerem a liberdade de expressão
19:58até para causas injustas.
20:00como se fosse a liberdade de expressão
20:02fosse uma coisa que o ministro fosse dar para a gente.
20:05Olha aqui,
20:06eu estou concedendo aqui para vocês
20:08como se fosse uma coisa ali,
20:09um gesto,
20:10é uma coisa ali,
20:12e não, né,
20:13a liberdade de expressão,
20:15ela é um direito nosso, né,
20:17com ou sem STF.
20:19A gente tem que lutar por ele.
20:21E não o que precisa ali
20:23de um gesto benevolente do ministro
20:26para a gente poder fazer uso dela.
20:28E que fique claro que um dos motivos
20:30de desgaste do STF com a sociedade,
20:32pelo menos a parte que não perdeu a sanidade
20:35diante de tanta propaganda
20:37contra força-tarefa anticorrupção,
20:40um dos motivos do desgaste do STF
20:43é anulação de condenações
20:45de gente que todo mundo sabe
20:47que estava aceitando ou praticando suborno
20:51nos maiores esquemas de corrupção
20:53revelados da história do país.
20:56Ricardo, quer complementar?
20:57Felipe, no futebol,
21:00a gente diz que o melhor árbitro, né,
21:03o melhor juiz é aquele que passa despercebido,
21:06que ninguém nem lembra
21:07que existe em campo.
21:08No judiciário, a mesma coisa.
21:10Os nossos juízes, os nossos ministros,
21:12quanto mais despercebidos passarem,
21:15melhor, porque é sinal que as coisas
21:16estão dentro dos conformes.
21:19Agora, ele não enfrenta
21:21os temas objetivos, como você falou,
21:23porque, repito,
21:24é a prática descrita por George Orwell.
21:27É você não entrar nas minúcias,
21:30porque você manipula a informação
21:33da maneira que você quer.
21:36E é por isso que é tão importante,
21:38isso também é muito bem descrito pelo autor,
21:41por isso que é tão importante
21:42o conhecimento da língua pátria,
21:44da língua pátria,
21:45por isso que é tão importante
21:46dominar a interpretação dos textos
21:49e a interpretação das falas,
21:50que é para não se deixar ser manipulado
21:52com discursos vazios.
21:56Maravilha.
21:56E teve uma espectadora nossa,
21:59a gente lê as mensagens no chat,
22:01enquanto a gente está no comercial da TV,
22:03mas o pessoal do YouTube assiste aqui,
22:05a gente no ar durante o comercial da TV,
22:08a Maria Mairink,
22:09ela propôs o troféu óleo de peroba,
22:12hoje para Luiz Roberto Barroso.
22:14Para quem não sabe,
22:14o troféu óleo de peroba
22:15é uma tradição aqui do papo antagonista
22:18para alguma autoridade,
22:19alguma figura que aparece no debate público,
22:22fazendo algum contorcionismo,
22:25algum malabarismo,
22:26todo aquele sabão,
22:28como eu costumo dizer,
22:29ensabuando,
22:31para disfarçar alguma coisa
22:33que não quer revelar,
22:34para blindar alguém,
22:36para ter uma postura corporativista
22:38como a do Barroso.
22:40Então eu acho que o Barroso merece muito,
22:41você não acha, Duda Teixeira?
22:42Eu concordo.
22:43Ricardo Kertzmann,
22:44você quer discordar?
22:46Não, com louvor.
22:48Então, parabéns Luiz Roberto Barroso
22:50pelo troféu óleo de peroba do dia.
22:52Solta a vinheta.
23:02Muito bem, parabéns.
23:04Foi tanto sabão que mereceu o troféu.
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